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2 ENQUADRAMENTO GERAL

I2.6: DURABILIDADE/ ADAPTABILIDADE (ESTRUTURA INTERIOR)

Objectivo

A definição dos elementos estruturais não deve comprometer a durabilidade e a adaptabilidade das habitações, estando prevista uma organização e um determinado nível de individualização dos elementos da estrutura face aos elementos de compartimentação interior e outros, de modo a facilitar a sua remoção caso necessário.

Verificação

I2.6.1 Os elementos de compartimentação e outros situados no interior dos fogos podem ser alterados (removidos ou demolidos), sem afectar os elementos estruturais, tendo em conta a adaptabilidade da habitação à mudança ou alteração dos usos e possibilidade de reabilitação com vista a uma melhoria do seu desempenho (térmico, acústico e outros).

Para o controlo deste parâmetro deve ser observado o projecto de estruturas no sentido de verificar se os seus elementos não condicionam em absoluto as possibilidades de proceder a alterações na compartimentação e em outros elementos do interior.

6.4.3 Controlo das interfaces interior – instalações

O controlo das interfaces interior – instalações visa a integração dos seus elementos, tendo em conta a coordenação do projecto de arquitectura e projectos afectos a instalações técnicas e outros. Deste modo, são apresentados os parâmetros a serem verificados, procedendo-se ao seu enquadramento e à definição de critérios a serem considerados no projecto.

No sentido de sistematizar a análise da interface interior – instalações, deve ser usado o fluxograma que define o procedimento de controlo, e o respectivo registo associado, conforme apresentado nos anexos B e C (figura B.3 e quadro C.3).

6.4.3.1 Interface interior – instalações: parâmetros

O quadro 6.16 sintetiza os parâmetros contemplados no controlo das interfaces interior – instalações, com a indicação do âmbito ou natureza da interface. Em sequência, é definido o enquadramento para cada parâmetro e indicação dos critérios a serem observados no projecto.

Quadro 6.16 – Síntese de parâmetros para a interface estrutura – interior com a indicação do seu âmbito

I3.1 Organização (interior - instalações)

A organização do interior das habitações, deve contemplar a organização adequada dos espaços “serventes” afectos à passagem de instalações técnicas, aos sanitários e às cozinhas com os restantes espaços “servidos” da habitação como quartos, salas e outros. Neste sentido, deve ser considerada uma organização dos espaços, tendo em conta o encadeamento das actividades a realizar na habitação e aspectos de coerência construtiva na concentração e optimização dos traçados das redes de instalações técnicas, assim como outros factores.

As diversas instalações técnicas e os equipamentos associados necessitam de espaços para a sua acomodação e distribuição tridimensional no edifício. Estes espaços podem ser definidos como passagens verticais (ductos, paredes técnicas), passagens horizontais, (tectos falsos, pavimentos flutuantes), armários e compartimentos. Algumas instalações podem igualmente encontrarem-se embebidas em elementos da construção, nomeadamente através de roços em paredes ou enchimentos de pavimentos. O projecto deve contemplar a organização dos espaços, tendo em conta a integração das diversas redes de instalações técnicas e equipamentos associados, considerando a coordenação entre a arquitectura e as especialidades de instalações técnicas e outras.

No sentido de estabelecer referências para o controlo de projecto devem ser verificadas as condições definidas no quadro 6.17.

O controlo das disposições estabelecidas deve ser realizado através da verificação dos diversos projectos de instalações técnicas e comprovação da sua integração no projecto de arquitectura. Devem ser verificadas as dimensões necessárias para a acomodação das diversas redes e dos equipamentos associados, assim como a sua localização. A sobreposição de alguma da informação relativa às instalações técnicas sobre o arquitectura pode ser recomendável, nomeadamente a localização de contadores e quadros afectos às diversas especialidades, assim como a localização das condutas de ventilação e drenagem dado o espaço relevante que ocupam.

Quadro 6.17 – I3.1.1: Organização: disposições gerais (interior – instalações)

I3.1: ORGANIZAÇÃO (INTERIOR - INSTALAÇÕES)

Objectivo

A organização do interior deve prever disposições adequadas para a integração das instalações técnicas, tendo em conta a sua localização e as necessidades de espaço a afectar.

Verificação

O projecto contempla localizações e espaços adequados relativamente às seguintes disposições para instalações técnicas e equipamentos associados, caso aplicável:

I3.3.1 Armários / compartimentos na proximidade da entrada, em zonas comuns do edifício, para o equipamento das chegadas das redes concessionárias (água, gás, electricidade, telecomunicações e outras);

I3.1.2 Armários / compartimentos nos patamares de acesso aos fogos, em zonas comuns do edifício, para equipamento de derivação, contadores e outros;

I3.1.3 Armário(s) no interior dos fogos, na entrada, para equipamentos de entrada e outros; I3.1.4 Compartimentos para equipamentos (contadores de água, gás e outros);

I3.1.5 Ductos para distribuição das redes concessionárias aos diversos pisos;

I3.1.6 Ductos em instalações sanitárias e cozinhas associadas à drenagem de águas residuais; I3.1.7 Ductos associados a condutas de ventilação e exaustão;

I3.1.8 Posicionamento das redes concessionárias (gás, água, electricidade, telecomunicações e outras) em zonas comuns e privadas do edifício;

I3.1.9 Reservatórios de acumulação de água e sistemas elevatórios; I3.1.10 Câmaras retentoras e elevatórias de águas residuais e pluviais;

I3.1.11 Câmaras de inspecção e de ligação aos colectores públicos de águas residuais e pluviais; I3.1.12 Pontos de drenagem / descarga (sanitários, cozinhas, ralos em coberturas, caves e outros);

I3.1.13 Condutas de ventilação / exaustão (sanitários, cozinhas, lareiras, arrecadações, comunicações horizontais e caixas de escada, parques de estacionamento cobertos e comunicações associadas) I3.1.14 Colunas de ventilação associadas à drenagem de águas residuais;

I3.1.15 Disposições para Insuflação e extracção de ar associadas às ventilações (grelhas, chaminés e outros); I3.1.16 Equipamentos para aquecimento central (caldeiras, radiadores e outros);

I3.1.17 Equipamentos de ar-condicionado (unidades interiores e exteriores, tubagens e condutas); I3.1.18 Caixa de entrada e válvula de ramal da instalação de gás;

I3.1.19 Válvulas de corte de gás a aparelhos de queima (fogão, esquentadores, caldeira);

I3.1.20 Instalações associadas à segurança contra incêndio (meios de detecção e alarme, meios de combate, redes de águas de combate a incêndio, iluminação e sinalização de emergência e outros);

I3.1.21 Dimensionamento da caixa de elevador e casa das máquinas, caracterização dos acessos e das instalações associadas (ventilação, electricidade e outros);

I3.2 Controlo de sobreposições (interior - instalações)

Em complemento às disposições para a organização do interior e das instalações, devem ser acautelados eventuais conflitos de sobreposição ou de posicionamento garantindo-se uma compatibilização espacial entre as instalações e as características das paredes, pavimentos e tecto.

Na instalação das diversas redes deve ter-se em conta as restrições definidas em termos regulamentares e os princípios inerentes à boa construção. Assim, em geral não se devem embutir instalações em elementos estruturais, existindo restrições a embutir em pavimentos (rede de águas, excepto quando flexíveis e embainhadas), exigências relativas à proximidade com outras instalações (gás, electricidade), assim como requisitos que definem a obrigatoriedade de utilização de ductos independentes e eventualmente seccionados, entre outras condições (P 361,98; DL 64,90; DR 23,95).

Devem ser contempladas as diversas possibilidades de instalação das redes afectas às diversas especialidades, em paredes, pavimentos e tectos. Assim, em paredes as instalações podem-se apresentar à vista, em caleiras, em galerias ou embutidas. Estas instalações estando embutidas, podem ser embebidas nos elementos de construção (alvenaria de tijolo) ou situarem-se em elementos ocos (paredes em gesso cartonado e perfis metálicos). As instalações em pavimentos podem ser embebidas no enchimento ou localizadas em vazios nomeadamente pela utilização de pavimentos flutuantes. Em tectos, as instalações podem apresentar-se à vista ou integrados sobre tectos falsos. No assentamento das diversas instalações devem, ainda, ser contemplados eventuais cruzamentos e pendentes associadas às diversas canalizações.

Neste sentido, o projecto deve ser controlado considerando as situações mencionadas no quadro 6.18.

Para o controlo de sobreposições devem ser consultados os projectos de instalações técnicas e o projecto de arquitectura de modo a verificar se as soluções definidas para tectos, paredes e pavimentos têm a capacidade de acomodar as diversas instalações técnicas.

Quadro 6.18 – I3.2: Controlo de sobreposições (estrutura - interior)