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ROSEMAR GOMES LEMOS 1 ( rosemar.lemos@ufpel.edu.br ), CAROLINA BAPTISTA

1.2 A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS E UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

Incontáveis são as riquezas naturais brasileiras. País de grande extensão territorial, de cultura ímpar composta por diversas etnias e que vivem nos mais diversos cenários naturais. Regiões pantanosas, de caatingas (regiões áridas), regiões serranas de mata atlântica, todas com fauna e flora que ainda pouco conhecidas. Bacias hidrográficas complexas e vastas, com potencial inexplorado.

Neste contexto, verificou se no último século, de acordo com o senso demográfico encomendado pelo IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) como apresenta a figura 1, uma inversão na distribuição da população brasileira. Observou se que na década de 1940, a população urbana era de aproximadamente 26% enquanto que a população rural se constituía de aproximadamente 74%. Contudo, setenta anos depois, pouco menos de 85% da população brasileira encontra se em regiões urbanas e em torno de 15% está localizada na zona rural.

Figura 1: Gráfico dos dados da população brasileira de 1940 a 2010. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e

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Assim, constata se que a população vem mudando constantemente sua relação com o ambiente em que vive, o que mostra uma necessidade de reorganização total na distribuição espacial e geográfica da população por serem mudanças drásticas, em um curto espaço de tempo.

Para encontrar o equilíbrio entre população e ambiente é requerido planejamento por parte dos governantes, com estratégia eficaz para controlar situações de inundações, deslizamento de encostas, saneamento básico para uma porcentagem maior da população, elaborar planos de ação para a população que se constitui em áreas de risco e aumentar a acessibilidade de água potável no país. Tal contexto, aliado à mudanças climáticas constantes nos últimos anos fizeram entidades brasileiras governamentais e associações civis pensarem na questão ambiental que está ligada diretamente no conhecimento e educação da população.

Duarte (2007) considera, amparada no artigo no art. 225, VI, da Constituição Federal de 1988 e a educação no art. 6º da mesma, que o Estado tem o dever de prover educação de acordo com as necessidades da população. Logo a sociedade brasileira necessita de uma relação mais harmonioza com o meio em que vive , respeitando o meio ambiente e desenvolvendo ações sustentáveis.

No Brasil, a educação ambiental vem se formando com caracter mais abrangente, não apenas com preservação e uso sustentável dos recursos naturais, mas incorporando fortemente a construção de uma sociedade sustentável. A visão antropocêntrista dá espaço a uma nova consciência humana onde o homem se coloca como parte do ambiente junto a natureza. De acordo com Duarte (2007), na Constituição Brasileira a educação é um direito fundamental de natureza social, fundamentado no artigo 6ª da Constituição Federal, porém, é evidente que o Estado não tem provido tal direito ou até o momento, tem sido insuficiente para sanar tais deficiências (conforme os dados apresentados no item 1.1).

Em questão, a educação ambiental deve ser abordada de forma multidisciplinar, abrangendo todas as áreas do conhecimento, não se restringindo a uma disciplina específica. Nos cursos de pós graduação e extensão universitária é facultado o direito da disciplina específica em educação ambiental, embora a lei 11.645 de 10 de março de 2008 que estabelece a inclusão da cultura indígena no ensino fundamental e médio em instituições públicas e privadas, no entanto, o ensino da cultura indígena contribui no avanço do conhecimento em sustentabilidade e atue como tema transversal nos diferentes níveis de escolaridade. A cultura indígena brasileira propaga uma relação onde o ser humano é dependente da natureza, de seus recursos. Segue conceitos de inserção do ser humano respeitando os limites para que seja possível uma perfeita harmonia com o ambiente natural. Preservar tais culturas é essencial para preservar a história brasileira anterior aos anos 1500. Visto que, muitos desses valores não encontram espaço na sociedade moderna, a educação ambiental faz uma ligação oportuna e necessária neste momento de evolução onde se busca um desenvolvimento sustentável. De cordo com Sorrentino et al., (2005) a educação ambiental nasce como um processo educativo que conduz a um saber ambiental materializado nos valores éticos e nas regras políticas de convívio social e de mercado, que implica a questão distributiva entre benefícios e prejuízos da apropriação e do uso da natureza .

Deve, portanto, ser direcionada para a cidadania ativa considerando seu sentido de pertencimento e co responsabilidade que, por meio da ação coletiva e organizada, busque a compreensão e a superação das causas estruturais e conjunturais dos problemas ambientais.

Muitas universidades públicas, onde se inclui a Universidade Federal de Pelotas, têm assumido esse papel na preservação e perpetuação da cultura indígena, sob esse aspecto e contribuído de forma peculiar através de atividades de extensão nas comunidades urbanas, rurais, indígenas e quilombolas. O

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conhecimento que se produz na academia científica pode contribuir significativamente para criar essa nova consciência ambiental. Através de projetos de pesquisa, que utilizam como método a pesquisa- ação é possível trabalhar conscientização, reciclagem e reutilização de materiais, a fim de minimizar esses problemas ambientais, proporcionando melhorias em setores como: saúde pública, meio ambiente e economia. Além disso, existe um problema pertinente quanto aos produtos de consumos gerados que é a devolução (LOPES et. al., 2014). Os contratos no país com fornecedores em relação a devolução de produtos ainda são limitados, havendo então a necessidade de reaproveitar resíduos sólidos como alternativa para agregar valor de uso e por consequência aumentar o tempo de vida útil de um determinado produto, fornecendo um destino correto a esses resíduos.

1.3 ATIVIDADES EM PROJETOS DE EXTENSÃO E PESQUISA NA UNIVERSIDADE