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4.2 Análise dos Dados Coletados

4.2.2 Ações e sustentabilidade do projeto

4.2.2.11 Informação e acesso a mercado

eixo que mais desenvolveu ações, que mais evoluiu, e consequentemente, o que mais trouxe resultados. Essa atenção dada ao eixo 3, se deu porque a própria metodologia afirma que a inserção no mercado é a única maneira de trazer resultados concretos para os empresários e é também fundamental para promover a mobilização dos empresários. Segundo seus autores, nenhum empresário se envolve em um projeto se não perceber que terá algum tipo de retorno financeiro. Sendo assim, as ações de mercado foram realizadas e intensificadas desde o início, buscando fornecer incentivo para todo o restante do projeto. Entre outras atividades, foram promovidas missões empresariais, participação em feiras, fortalecimento de feiras próprias, estudos de mercado, apoio na elaboração de catálogos de empresas, etc.

Pode-se afirmar que as ações desenvolvidas neste eixo de atuação promoveram, de fato, outras ações em outras áreas de atuação do projeto. O aumento por parte da demanda incentivou os empresários e a equipe técnica a buscarem um aumento na capacidade produtiva das empresas, no intuito de satisfazer o mercado consumidor. Como resultado, houve um aumento no volume médio mensal de vendas. Este volume assemelha-se ao volume médio mensal produzido nos três períodos, uma vez que todas as demandas foram atendidas.

O gráfico 17 mostra essa evolução nos três períodos definidos pela pesquisa. Antes do início do projeto o volume de produtos disponibilizados para o mercado era de 56.920 unidades, ao final do projeto esse número aumentou para 109.080 unidades (um acréscimo de 91,63% ou 52.160 unidades), e em período mais recente este número caiu para 76.780 unidades, representando uma perda 29,61% (32.300 unidades a menor) em relação ao período anterior.

Gráfico 17 — Evolução do volume médio mensal de vendas

Analisando essa evolução por classes de empresas, observa-se que em termos percentuais as empresas informais tiveram um ganho maior do primeiro para o segundo período. Estas aumentaram seu volume de vendas 106,6%, ou seja, saltaram de 12.720 unidades de produtos para 26.280 (um acréscimo de 13.560 unidades). Já as empresas formais aumentaram em 87,33%, ou seja, saltaram de 44.200 para 82.800 unidades no mesmo período (um acréscimo de 38.600 unidades). Analisando esses dados em termos de valores absolutos observa-se que o incremento do grupo de empresas formais é bem mais significativo do que o grupo de empresas informais.

Observando os dois momentos seguintes, ao final do projeto e mais recentemente, percebe-se uma redução no volume de vendas. Neste caso, o grupo de empresas informais sofreu uma redução menor, em valores absolutos, do que o grupo de empresas formais, entretanto, em valores percentuais, o impacto foi maior no grupo de empresas informais. Enquanto a redução no grupo de empresas informais foi de 38,05% (10.000 unidades), no grupo de empresas formais essa redução foi de 26,93% (22.300 unidades). Numa visão mais ampla de espaço de tempo e considerando o contexto geral, percebe-se que entre o período anterior ao projeto e o período mais recente houve um ganho. A demanda para o grupo de empresas informais aumentou em 27,98% (3.560 unidades) e para o grupo de empresas formais aumentou em 36,87% (16.300 unidades).

O faturamento médio mensal destas empresas, conforme pode ser observado no gráfico 18, também teve esse comportamento, ou seja, aumentou do primeiro para o segundo período e em seguida teve uma redução. Essas duas medidas tem uma relação direta, evidentemente, mas é importante observar que a proporção não foi a mesma, uma vez que, ações foram desenvolvidas no âmbito da gestão empresarial e gestão da produção que permitiram um aumento na margem de lucro das empresas. Sendo assim percebe-se que do primeiro para o segundo período o faturamento médio mensal do conjunto de empresas aumentou de R$947.520,00 para R$2.457.400,00 significando um acréscimo de 159,35% (R$1.509.880,00).

Em termos percentuais, esse incremento foi mais significativo no grupo de empresas informais. Estas passaram de um faturamento médio mensal no valor de R$70.320,00 para R$212.400,00 o que significa uma diferença a maior de 202,04% (R$142.080,00). Já para o grupo de empresas formais, o incremento se torna mais significativo quando observados os valores absolutos. Este grupo de empresas passou de um faturamento médio mensal no valor de R$877.200,00 para R$2.245.000,00, representando um acréscimo de 155,92% (R$1.367.800,00).

Gráfico 18 — Evolução do faturamento médio mensal

Fonte: Pesquisa direta (2010).

Entre o segundo e o terceiro momento da pesquisa, o gráfico mostra uma redução no volume de vendas. O faturamento saiu de R$2.457.000,00 para R$1.654.800,00 representando uma redução de 32,66% (R$802.600,00). Em termos percentuais, essa redução é um pouco mais significativa no grupo de empresas informais. Estas saíram de um faturamento médio mensal no valor de R$212.400,00 para R$ 130.800,00, uma perda de 38,41% (R$81.600,00). Já as empresas formais saíram do patamar de R$2.245.000,00 para R$1.524.000,00, uma perda de 32,11% (R$721.000,00).

No contexto geral, houve um ganho para o pólo. As empresas tanto aumentaram o volume de vendas, conforme foi demonstrado no gráfico 17, como também, em função do aumento da margem média de lucro (gráfico 15), aumentaram o seu faturamento. Este saiu de R$947.520,00 do período anterior ao projeto para R$1.654.800,00 no período mais recente. Um acréscimo de 74,64% (R$707.280,00). No caso das empresas informais, este faturamento saltou de R$70.320,00 no período anterior ao projeto para R$130.800,00 em período mais recente. Um acréscimo de 86,0% no volume de faturamento. Para as empresas formais este número saltou de R$877.200,00 para R$1.524.000,00 no mesmo período. Um acréscimo, portanto, de 73,73% no volume de faturamento.

Apropriando-se do faturamento médio mensal, visto no gráfico 18, e do número de pessoas ocupadas, visto no gráfico 10, é possível analisar ainda o desempenho da produtividade geral das empresas nos três momentos da pesquisa. Este desempenho verifica a relação entre o volume de recursos financeiros arrecadados pelas empresas e o número de pessoas ocupadas em um determinado período.

vendas em um determinado período, em valores monetários, e o número de pessoas ocupadas, sendo este composto pelo somatório de funcionários com registro em carteira, funcionários sem registro em carteira e terceirizados.

O gráfico 19 mostra a evolução desta medida. Através dele é possível perceber que entre o período anterior ao projeto e o período final, houve um incremento de 56,0%, ou R$1.346,88/pessoa. Entre a fase final e o período mais recente essa produtividade caiu em 14,02%, representando uma perda de R$526,02/pessoa. Apesar disso, entre o período anterior ao projeto e o período mais recente houve um ganho para as empresas. A produtividade geral num contexto mais amplo aumentou em 34,13%, um incremento de R$820,86/pessoa.

Gráfico 19 — Produtividade geral das empresas (R$/pessoa)

Fonte: Pesquisa direta (2010).

É fato que o projeto contribuiu bastante para o aumento do faturamento destas empresas. Isso significa mais dinheiro movimentando a economia local. Entretanto, percebe- se que a falta de constância de propósitos e descontinuidade das ações, em todas as áreas, permitiram uma redução brusca no desenvolvimento do pólo.

Para os empresários, o projeto finalizou no momento em que eles mais precisavam. A saída da equipe técnica sem o devido preparo dos empresários representou uma descontinuidade das ações que haviam sido iniciadas. Sob este aspecto, o projeto também mostra-se falho, seja pelo cronograma de ações que não possibilitou prazo suficiente para garantir a sua sustentabilidade, seja por ações equivocadas que possibilitaram a concentração de esforços aonde não eram essenciais, ou ainda, pela falta de compromisso em buscar

soluções alternativas que pudessem dar continuidade às ações iniciadas, uma vez que, tinha-se conhecimento do encerramento dos prazos e de que as ações não haviam sido desenvolvidas em sua totalidade.