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O etanol tem atraído o interesse de diversos países devido a oportunidade de atender a crescente demanda por combustíveis renováveis. O uso como combustível automotivo, adotado em um número variado de programas governamentais, visa a substituição parcial de combustíveis derivados do petróleo, diminuição de dependência desta fonte de energia e aumento da segurança energética.

Adicionalmente, a implantação destes programas traz importantes benefícios ambientais, uma vez que a utilização do etanol permite reduzir as emissões dos gases de efeito estufa.

Além de possibilitar diversificação da matriz energética nacional, o etanol é um dos principais responsáveis pela situação privilegiada do Brasil no que diz respeito ao emprego de fontes renováveis de energia. No setor de transportes, que possui o segundo maior consumo de energia ficando atrás apenas do setor industrial, o consumo de etanol, hidratado e anidro misturado à gasolina, representa 17,3% do total consumido, mostrando a elevada renovabilidade da matriz energética nacional do setor. Considerando que o etanol representou cerca de 2% da demanda mundial de combustíveis para transportes rodoviários (2009), pode-se observar o mercado potencial para emprego deste biocombustível.

Desde a descoberta do país, a cana-de-açúcar foi uma das primeiras culturas adotadas no Brasil e, por isso, a larga experiência brasileira na produção desta matéria-prima e, posteriormente, do etanol a partir da cana, adquirida ao longo de mais de três décadas desde o lançamento do Proálcool, coloca o país em condição de destaque e amplia a possibilidade de fornecimento do biocombustível para outros mercados. O país possui tecnologia de produção capaz de ser fornecida a outros países interessados e as vantagens do etanol de cana-de-açúcar já são mundialmente reconhecidas, conferindo competitividade ao produto brasileiro.

Para abordar o tema etanol como biocombustível não se pode negligenciar o seu combustível complementar – a gasolina, cuja fonte de obtenção é o petróleo. Os

O petróleo, que constitui estratégica fonte de energia, tem uso diversificado e é utilizado para a produção de diversos derivados, entre eles, a gasolina, uma fração obtida a partir do refino do petróleo, e que possui significativa participação na matriz de combustíveis veiculares. Portanto, este trabalho aborda também o petróleo, com ênfase em sua disponibilidade, uma vez que é matéria-prima para a produção de gasolina.

O objetivo deste trabalho é elaborar a estrutura de produção das matérias-primas destes dois combustíveis: cana-de-açúcar para a obtenção de etanol combustível e petróleo para produção de gasolina, no sentido de se poder ter uma visão holística dos dois combustíveis em termos de acesso as suas fontes de matérias-primas.

Para o etanol, cujo mercado permaneceu desregulamentado durante um longo período, é mostrada a organização do setor neste cenário. No caso do petróleo, por se tratar de um mercado regulamentado, é apresentado como é realizado o acesso às atividades de exploração e produção desta fonte de energia no Brasil.

Neste sentido, a dissertação compreende: o capítulo II que, apresenta o histórico da produção de cana-de-açúcar desde o período colonial, bem como dos seus principais produtos – açúcar e etanol, passando pelo início da intervenção do governo na produção açucareira até a implantação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool) e a subsequente desregulamentação ocorrida no setor. Também é abordado o retorno à utilização do etanol como combustível veicular a partir do lançamento dos veículos flex fuel em 2003 e a recente mudança na legislação que passou a considerar o etanol como energético. Adicionalmente são mencionados os principais Estados produtores de cana e a evolução da produção desde a implantação do Proálcool.

O capítulo III descreve a evolução do consumo e produção de etanol no Brasil, sua distribuição geográfica e os fatores que influenciam o mercado consumidor. Além disso, o capítulo contém dados relativos à demanda projetada para o setor até 2019, bem como perspectivas a respeito dos investimentos previstos e de novas unidades produtoras.

No mesmo capítulo é mostrada a evolução das exportações brasileiras de etanol, os principais mercados consumidores e as motivações para introdução do etanol na matriz energética dos países que estão implantando programas para uso de combustíveis renováveis. São também mencionados desafios relativos ao aumento das exportações e, crescimento da produção e consumo de etanol no mercado doméstico. O capítulo finaliza com informações sobre as mudanças pelas quais o setor vem passando de forma a garantir a competitividade do negócio, bem como a respeito da recente participação do capital estrangeiro na atividade produtiva.

O capítulo IV é iniciado com o histórico da indústria nacional do petróleo e a evolução dos aspectos regulatórios, destacando os principais eventos ocorridos no país com relação à exploração de petróleo até a criação da empresa estatal do setor e a posterior flexibilização do monopólio da União sobre o petróleo. Constam também, neste capítulo, a criação da agência reguladora do setor, e a forma como passou a ser realizado o acesso às atividades de exploração e produção de petróleo no território nacional.

O capítulo V contém a evolução histórica das reservas, produção e consumo nacional de petróleo e gás natural desde a flexibilização do monopólio e um breve panorama da produção de gasolina no país contemplando os dados de importação e exportação. Além disso, é apresentada a evolução das Rodadas de Licitações realizadas pelo órgão regulador do setor para concessão das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural. As licitações de áreas com risco exploratório são descritas do ponto de vista das empresas participantes, destacando-se os resultados quanto à origem das empresas e ao aspecto de novos entrantes no setor nacional de exploração e produção.

No capítulo VI são apresentadas as atuais concessionárias que realizam atividades de exploração e produção no país e uma análise simplificada das concessões de acordo com a fase contratual (exploração ou produção) e o tipo de concessionária (nacional ou estrangeira). O capítulo é finalizado com algumas perspectivas do setor diante das novas descobertas da província do pré-sal.

trabalho, além das referências, o Anexo A no qual são listados alguns indicadores das unidades produtoras de açúcar e etanol, conforme classificação estabelecida pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), retratando um perfil do setor no Brasil; Anexo B no qual é apresentado o desempenho do etanol hidratado em relação ao consumo total de combustíveis do ciclo Otto e Anexo C, que contém a relação dos grupos econômicos que integram as concessionárias da ANP em atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural