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3 Consumo de etanol no Brasil

3.5 Principais entidades de classe e agentes do setor

Atualmente, a UNICA é a entidade de classe com maior representatividade do setor.

Além dela, existem alguns sindicatos de menor porte e cooperativas, e a Copersucar S.A., que é a única empresa comercializadora de etanol do país. Em relação ao setor público, destaca-se a atuação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), esta última, na coleta e divulgação de dados estatísticos do setor.

As principais entidades de classe do setor, seguem relacionadas a seguir (BRASIL, 2011d):

• União dos Produtores de Bioenergia (UDOP);

• Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná/SIALPAR/SIAPAR;

• Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (CANAOESTE);

• Sindicato da Fabricação do Álcool no Estado de Minas Gerais (SIAMIG);

• Cooperativa dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (COPERSUCAR);

• Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado de Goiás (SIFAEG);

• Organização de Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (ORPLANA);

• Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (SINDACUCAR);

A UNICA foi criada em 1997, em substituição a duas outras entidades do Estado de São Paulo21, após a desregulamentação do setor no país. Atualmente é a maior organização representativa do setor de açúcar e bioetanol do Brasil. Em outubro de 2011, a UNICA contava com 146 companhias associadas, responsáveis por mais de 50% do etanol e 60% do açúcar produzidos no país (UNICA, 2011).

A missão da UNICA é liderar o processo de transformação do tradicional setor de cana-de-açúcar em uma moderna agroindústria capaz de competir de modo sustentável no Brasil e ao redor do mundo nas áreas de etanol, açúcar e bioeletricidade. Destacam-se entre suas estratégias: fornecer suporte às melhores práticas do agronegócio de cana-de-açúcar em um ambiente competitivo de livre mercado; promover a expansão global da produção e consumo de etanol, além de seu comércio sem barreiras pelos mercados internacionais e encorajar pesquisas de novas tecnologias de etanol (UNICA, 2011).

Cooperativa de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (COPERSUCAR)

Foi criada em 1959 e inicialmente ficou conhecida como Cooperativa Central. Na época detinha apenas dez unidades produtoras paulistas e duas entidades cooperativas regionais, a Coopira e a Coopereste. Atualmente é formada por 48 unidades produtoras sócias, tendo o número de unidades associadas crescido significativamente nos últimos anos.

Ao longo de sua trajetória, marcada pelo pioneirismo, modernidade e inovação, a cooperativa teve participação fundamental no processo de modernização da agroindústria da cana-de-açúcar. Compartilhou a liderança e o patrocínio de notáveis avanços na reorganização do setor, na abertura de novos mercados e,

21 A Única foi criada em substituição à Associação das Indústrias de Açúcar e Álcool (AIAA) e à Sociedade dos Produtores de Açúcar e Álcool (Sopral).

fundamentalmente, no desenvolvimento de tecnologias que elevaram o Brasil à posição de vanguarda na competitividade mundial em açúcar e etanol.

COPERSUCAR S.A.

Trata-se da maior empresa nacional comercializadora22 de açúcar e etanol que atua de forma integrada à produção, tendo iniciado suas operações em 2008. Atualmente detêm 18% de participação no mercado brasileiro e é também uma das maiores do mundo no segmento. A empresa realiza a gestão de todos os elos da cadeia de açúcar e etanol, acompanhando desde a safra no campo até os mercados finais, incluindo as etapas de armazenamento, transporte e comercialização (COPERSUCAR, 2011).

A empresa possui exclusividade na comercialização dos volumes de açúcar e etanol produzidos por 48 unidades produtoras sócias, localizadas nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás, pertencentes a 26 grupos econômicos.

Adicionalmente, comercializa em regime não exclusivo a produção de açúcar e etanol de cerca de 50 unidades produtoras não sócias.

Como parte de sua estratégia, a empresa consolida a oferta e ganha escala por meio da expansão da produção das unidades sócias e não sócias, da atração de novas unidades produtoras e do aumento da comercialização de açúcar e etanol adquiridos de todas essas unidades. A venda de produtos originados de unidades produtoras não sócias é a modalidade de negócios que tem apresentado crescimento significativo nos últimos anos (COPERSUCAR, 2011).

A empresa tem realizado importantes investimentos em logística, tendo se associado a outros grandes grupos empresariais por meio da Logum Logística S.A. para a criação de um sistema integrado de distribuição de etanol através de polidutos. Além disso, em janeiro de 2011, criou em conjunto com o Grupo Jamal Al-Ghurair, controlador da maior refinaria de açúcar do mundo (Al Khaleej Sugar ou AKS), a

22 A Copersucar, que anteriormente era uma cooperativa de produtores de cana do Estado de São Paulo, passou a ser uma S.A e a partir da criação da holding Produpar transformou-se na maior empresa comercializadora de etanol do Brasil.

transporte marítimo de açúcar e etanol (COPERSUCAR, 2011).

No ano safra 2010/11, a empresa exportou 4,6 milhões de toneladas de açúcar e 640 milhões de litros de etanol (34% do volume exportado em 2010). No mercado interno, comercializou 2,91 bilhões de litros de etanol (COPERSUCAR, 2011).

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo - CONSECANA-SP

O CONSECANA-SP criado em 1999, é uma associação formada por representantes das indústrias de açúcar e etanol e dos plantadores de cana-de-açúcar, e tem como principal responsabilidade zelar pelo relacionamento da cadeia produtiva da agroindústria canavieira do Estado de São Paulo (CONSECANA, 2006).

O conselho criou um sistema de pagamento da cana-de-açúcar baseado no teor de sacarose, que contém critérios técnicos para avaliar a qualidade da cana entregue pelos plantadores às indústrias e para determinar o preço a ser pago ao produtor rural. O modelo, de adoção voluntária, começou a operar na safra 1998/99, com 85% dos produtos da cana-de-açúcar sendo comercializados com preços de mercado. Por este sistema, o valor da cana-de-açúcar se baseia no chamado Açúcar Total Recuperável (ATR), que corresponde à quantidade de açúcar disponível na matéria-prima subtraída das perdas no processo industrial, e nos preços do açúcar e etanol vendidos pelas usinas nos mercados interno e externo (UNICA, 2011).

Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB

A atuação da CONAB compreende o acompanhamento sistemático do comportamento das safras agrícolas da cana-de-açúcar no Brasil, coleta e organização de um grande acervo de informações sobre seu funcionamento e também a elaboração das estimativas de produção de etanol e açúcar. Este tipo de trabalho foi interrompido em 1990 com a extinção do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) e o processo de redução da intervenção do Estado no setor privado que se estabeleceu naquela época (CONAB, 2010b).

No âmbito de um acordo de cooperação com a Secretaria de Produção e Agroenergia (SPAE) do MAPA, a CONAB tem fornecido informações a respeito da organização e funcionamento do setor, com o propósito de instrumentalizar o Governo na tarefa de gerir as políticas públicas para o setor, bem como auxiliar os demais segmentos interessados no assunto.

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

A atuação deste Ministério junto ao setor se dá através de interlocução com os fabricantes de máquinas e equipamentos empregados na produção de biocombustíveis (fases agrícola e industrial), com os fabricantes de veículos automotores que utilizam biocombustíveis, com os fabricantes que produzem componentes para veículos movidos a biocombustíveis, com produtores de biocombustíveis e investidores interessados em implementar projetos nesta área, bem como com as empresas que desenvolvem projetos na área de alcoolquímica. O MDIC, em sinergia com diversos órgãos governamentais e do setor privado, participa de iniciativas bilaterais e multilaterais para estimular a produção e o uso dos biocombustíveis em outros países e desenvolver o mercado internacional destes energéticos (BRASIL, 2011d).