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Como referência metodológica foram consultados artigos de historiadores e pesquisa- dores do campo do design gráfico, nos quais refletem sobre a preservação da cultura material através de métodos aplicados em análises de artefatos de memória gráfica.

Lima e Michelon (2010) propuseram um modo de categorização e classifi- cação dos dados que se tornou referência para esta pesquisa. Aragão (2010; 2011); Aragão et al. (2012); Lima et al. (2012); e Wille et al. (2010) auxiliaram no modo de olhar o objeto de estudo em questão a partir do método de organização aplicado em suas análises de diversos artefatos de memória gráfica. Fonseca, Gomes e Campos (2016) atualizaram mais recentemente o referencial metodológico em um artigo que aborda um conjunto de métodos voltados para o estudo de materiais impressos, de modo a envolver contexto histórico-social e análise gráfica. Outros autores, como Tonini et al. (2010) e Salomon, Gouveia e Farias (2009), inspiraram a criação de um formulário a fim de auxiliar na coleta de dados a partir de materiais de diversas naturezas para análise posterior.

A elaboração do formulário objetivou otimizar a caracterização visual das peças gráficas e passou por questões de produção gráfica, questões estéticas, tipo- gráficas, relacionadas à nomenclatura e identificação visual da instituição e com- pilação dos dados relacionados aos agentes gráficos envolvidos, editoras, gráficas e designers, entre outras informações pertinentes. As questões abordadas no formulá- rio estão em forma de múltipla escolha (com apenas uma opção de seleção), caixa de seleção (que permite múltiplas seleções) ou permitem respostas dissertativas.

Esse formulário foi desenvolvido dentro da plataforma de documentos do Google e preenchido on-line. As respostas foram automaticamente tabuladas em uma planilha, para otimizar a sistematização dos dados obtidos. Os formulários e planilhas elaborados encontram-se na íntegra na seção “Apêndice” desta tese.

O objetivo da elaboração do formulário foi realizar um fichamento a partir dos dados visuais e materiais obtidos através das peças de memória gráfica consulta- das. A compilação e sistematização desses dados, obtidos a partir de fontes visuais, contribuiu para a otimização da análise, facilitando a identificação de semelhanças e ressaltando os dados divergentes encontrados nos materiais gráficos.

A estruturação da análise gráfica parte da proposta de Michael Twyman (1979), que distingue três grandes grupos de elementos dentro da linguagem grá- fica: o grupo dos elementos pictóricos, dos elementos verbais e dos esquemáticos. Também foram observados na análise gráfica (VILLAS-BOAS, 2009) os formatos e as medidas das peças gráficas, a estrutura organizacional, a mancha gráfica e a organização dos elementos.

No que se refere à parte de nomenclatura e classificação tipográfica tomou-se como referência a autora Priscila Farias (2004), autores Fabio Silva & Priscila Farias (2005), Ellen Lupton (2006) e ainda Robert Bringhurst (2005). Foi proposto um comparativo entre fontes tipográficas utilizadas nos documentos e catálogos anali- sados da Pinacoteca e algumas fontes da Fundição de Tipos Modernos (Funtimod)5,

em busca de semelhanças de desenho que pudessem confirmar o uso dessas fon- tes na confecção dos impressos. Este método, proposto pela pesquisadora Isabella Aragão (2016), permite a comparação das imagens digitalizadas por sobreposição,

5 A Funtimod passou por diferentes nomenclaturas no período de atuação entre 1932 e 1997. A empre-

sa, fundada em São Paulo, chegou a ter filiais no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Curitiba. Também expandiu sua atuação para o segmento de máquinas gráficas (ARAGÃO, 2016).

através do software Photoshop, em camadas separadas com resolução e tamanho se- melhante, com diferenças na opacidade. Dessa forma foi possível visualizar a mesma letra nos dois originais, tornando-a mais escura pela soma dos preenchimentos nas imagens6. As imagens dos catálogos de fontes da Funtimod enviadas por Aragão

encontram-se na seção “Anexos” desta tese. Comparações preliminares, a partir dos catálogos da Funtimod e de algumas assinaturas gráficas da Pinacoteca previamente selecionadas, foram gentilmente enviadas por Aragão (2017) via e-mail. Estas foram posteriormente refeitas, de modo a considerar como imagem de base os originais da Pinacoteca, sobrepondo-se diferentes caracteres das fontes, ampliando as pos- sibilidades de comparação. Esse método de comparação foi utilizado no decorrer das análises sempre que encontrado algum paralelo com as fontes do catálogo da Funtimod, amplamente estudadas por Aragão.

Informações de propriedades visuais dos elementos (DONIS, 2003), a pre- sença de outros símbolos ou marcas junto à assinatura gráfica, o posicionamento da assinatura na peça gráfica, presença, interação e características dos elementos esquemáticos, bem como a presença de elementos pictóricos também foram obser- vados. Essas respostas foram transcritas e comentadas pontualmente na discussão dos resultados da pesquisa, e encontram-se junto às imagens das peças de memória gráfica analisadas nos capítulos seguintes.

Acesso às fontes primárias: acervos de bibliotecas públicas

A partir dos materiais encontrados no acervo do Cedoc da Pinacoteca, outros ca- minhos de pesquisa foram se desenhando. Foi necessário buscar dados visuais re- lacionados, de alguma maneira, principalmente às publicações do século XX, com objetivo de compreender as características e semelhanças das linguagens gráficas presentes nessas peças.

Foram considerados como fontes de dados visuais os acervos circulantes e os acervos de obras raras, quando existentes, de bibliotecas públicas localizadas nas cidades de Campinas e São Paulo. Nesses acervos foi realizada uma busca por publi- cações editoriais diversas, a partir das referências de gráficas, editoras e tipografias que assinavam os catálogos da Pinacoteca no decorrer do século XX.

No levantamento dos agentes envolvidos com a memória gráfica da insti- tuição foi proposto um recorte para pesquisa nesses acervos, a partir do nome da empresa que assina o material gráfico da Pinacoteca e da determinação temporal, correspondente à década referente ao ano citado na publicação. O levantamento de publicações realizadas pelos mesmos fornecedores de serviços gráficos – gráficas, tipografias ou editoras – nos mesmos períodos em que produziram materiais insti- tucionais para a Pinacoteca, visa a verificação da existência de um repertório visual característico dos fornecedores gráficos, bem como o conhecimento da linguagem visual adotada nos catálogos em relação às demais publicações do campo gráfico daquele período.

6 A consulta às imagens escaneadas dos catálogos da Funtimod, seleção das fontes similares, bem

como o modo de aplicação do método de comparação, tiveram auxílio da pesquisadora Isabella Ribeiro Aragão, que foi extremamente solícita a esta pesquisa, através de e-mails trocados entre maio e junho de 2017 – disponíveis na seção “Anexos” desta tese.

Os períodos e as nomenclaturas dos fornecedores gráficos pesquisados, com base nas publicações dos catálogos da Pinacoteca, foram os seguintes:

[1910-1920] Typ. Siqueira, Nagel & C. [ou] Typographia Siqueira [ou] Typ. Augusto Siqueira & C.

[1915-1925] Casa Vanorden

[1920-1930] Cia. Paulista de Papéis e Artes Graphicas [1930-1940] Imprensa Oficial do Estado de São Paulo [1940-1955] Gráfica Paulista de João Bentivegna [1955-1965] Escolas Profissionais Salesianas [1955-1970] Gráfica Canton

[1980-1990] Imprensa Oficial do Estado de São Paulo S. A. (Imesp)

Na cidade de Campinas, São Paulo, foram consultados os seguintes acervos: Centro de Memória – Unicamp (CMU); Acervo de coleções Especiais e Obras Raras / Biblioteca Central César Lattes (Bccl) – Unicamp; Acervo da Biblioteca Octávio Ianni / Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (Ifch) – Unicamp; e Acervo da Biblioteca do Instituto de Artes (IA) – Unicamp.

Na capital, São Paulo, houve uma tentativa de consulta às obras da Biblioteca Mário de Andrade (BMA), mas o acervo de obras raras estava em processo de ca- dastro no sistema on-line. O cadastro estava disponível apenas em fichas datilo- grafadas que são ordenadas pelo nome do autor, título do livro ou assunto, mas não pelo nome da editora ou local de publicação, o que inviabilizou a busca naquele momento7. O acervo de obras raras da Biblioteca Mário de Andrade é fechado ao

público, que somente pode acessá-lo através do catálogo on-line e realizar visitas mediante agendamento. O responsável pela Seção de Obras Raras e Especiais, Rizio Bruno Sant’Ana, fez uma busca no catálogo da biblioteca e enviou uma lista8 com

as referências bibliográficas e o nome das bibliotecas onde podem ser encontradas obras vinculadas às nomenclaturas das editoras (gráficas ou tipografias) e períodos de publicação, relacionados com as publicações da Pinacoteca. Na mesma institui- ção foi possível consultar materiais da Pinacoteca, catálogos de exposições, convites e folhetos de divulgação pertencentes à Sala de Artes Sérgio Milliet. Nesse caso, a busca ocorreu através de fichas datilografadas para posterior consulta aos materiais em mãos. Estes dados visuais dos materiais da Pinacoteca foram úteis na comple- mentação dos dados obtidos junto ao Cedoc. Ainda em São Paulo, foram consulta- dos o Acervo Histórico do Livro Escolar (Ahle) na Biblioteca Monteiro Lobato9 e o

Arquivo Histórico Municipal (AHM).

O acesso aos dados se deu primeiramente via internet, através dos portais das respectivas instituições, consideradas fontes de dados visuais para esta pesquisa. As buscas foram realizadas com base no recorte proposto, definição de períodos e edi- toras (gráficas ou tipografias) específicas, relacionadas diretamente às publicações institucionais da Pinacoteca. Com a seleção dos títulos e a localização (código) dos mesmos foi possível encontrá-los e manuseá-los. Em alguns acervos a busca física no

7 Informações obtidas através do responsável pela Seção de Obras Raras e Especiais da Biblioteca

Mário de Andrade, Rizio Bruno Sant’Ana (2015).

8 A lista mencionada encontra-se na seção “Anexos” desta tese.

9 Biblioteca Infantil Municipal criada em 1936 por Mário de Andrade, renomeada para Biblioteca

Figura [33] Exemplos de

publicações jornalísticas do período entre 1910- 1919: A Lanterna, capa da edição nº 125 de 1912;

Correio Paulistano, capa da

edição nº 17395 de 1912; Il

Pasquino, capa da edição nº

406 de 1915. O Furão, capa da edição nº 46 de 1916. Fonte: Fundação... (s. d.)

local foi realizada por funcionários específicos, como no CMU10 e na Bccl11, ambos

localizados na Unicamp, e no Arquivo Histórico de São Paulo. Em outros casos, como na Biblioteca Monteiro Lobato, houve uma busca prévia realizada por uma funcionária12 e novas buscas no acervo físico circulante, ainda não cadastrado no

sistema on-line. Os dados textuais das fontes e dos materiais consultados foram fi- chados13 para auxiliar na organização da pesquisa. Boa parte das informações biblio-

gráficas foram obtidas através dos sistemas de busca on-line. Os dados dos materiais ainda não cadastrados, que foram encontrados por funcionários que auxiliaram a pesquisa, foram digitados manualmente.

Em todos os acervos visitados foi permitida a captação das imagens14 solici-

tadas, que se basearam na primeira e quarta capas dos livros ou catálogos e algumas amostras de páginas internas, quando cabíveis. Por se tratarem de obras raras, em alguns casos, a capa original havia sido retirada quando a obra passou pelo processo de reencadernação. As capas foram fotografadas quando preservadas nos originais ou nas reencadernações e, em alguns casos, foram fotografadas as folhas de rosto.

As imagens foram captadas através de uma câmera fotográfica semi-profis- sional ou de tablet. Em todas as consultas aos acervos foi necessário o preenchimento de formulários com os dados da pesquisa e das publicações fotografadas, que ficaram em posse dos bibliotecários responsáveis.

As observações acerca da existência, ou não, de um repertório visual carac- terístico dos fornecedores gráficos que trabalharam para a Pinacoteca, bem como da linguagem visual do campo gráfico adotada nas publicações de cada período fazem parte das análises que se encontram nos capítulos a seguir.

Acesso às fontes complementares: em busca de publicações paulistanas

No primeiro catálogo publicado pela Pinacoteca, em 1912, não há a assinatura de quem compôs e imprimiu o material. Este fato motivou uma busca por dados com- plementares – além de buscar por publicações dos mesmos fornecedores gráficos, sempre que possível –, englobando publicações de natureza semelhante, como os periódicos, publicados em torno do mesmo período e localização, com intenção de observar suas características visuais, bem como do campo gráfico naquele período.

A partir de então foi realizada uma busca na Hemeroteca Digital Brasileira (FUNDAÇÃO..., s. d.), visando levantar periódicos publicados na região de São Paulo, em períodos relacionados aos primeiros catálogos da Pinacoteca pesquisados.

Nesse levantamento as publicações foram selecionadas através do filtro geográfico do estado de São Paulo, entre 1910-1919: A Lanterna; A Vanguarda;

10 No acervo do CMU, a busca e as captações de imagens foram realizadas pela estagiária da Biblioteca

do CMU, Inayá da Silva Braga dos Santos.

11 Isabella Nascimento Pereira e Fernanda Cristina Festa Mira, bibliotecárias do Acervo de Coleções

Especiais e Obras Raras na Bccl da Unicamp, foram solícitas na assessoria a esta pesquisa.

12 Azilde Andreotti, funcionária da Biblioteca Monteiro Lobato e responsável pelo Acervo Histórico do

Livro Escolar (Ahle), foi extremamente solícita na assessoria a esta pesquisa.

13 Os fichamentos realizados nessas respectivas fontes de dados encontram-se na seção “Apêndice”

desta tese.

14 Na biblioteca Mário de Andrade foi necessário pagar a taxa de R$ 1,00 por captação de imagem do

acervo da Sala de Artes Sérgio Milliet, e caso as imagens fossem de obras raras a taxa seria de R$ 5,00 por imagem. Nas demais bibliotecas não houve cobrança de taxas por captação de imagens.

Almanach da Comarca do Amparo; Correio Paulistano; Diário Español; Gazeta Artística; Il Pasquino; O Combate; O Coronel; O Estado de S. Paulo; O Furão; O Pirralho; O Sacy; Panoplia; Relatório dos Presidentes dos Estados Brasileiros15. Entre essas publicações

observadas, os jornais traziam uma estética visual bastante distinta dos catálogos, devido ao tipo de publicação informativa que constituem, e por este motivo foram deixados à parte.

A publicação Gazeta Artística, revista de música, literatura e belas artes, diri- gida por Augusto Barjona e iniciada em dezembro de 1909, se destacou como uma importante referência visual para este estudo e foi utilizada no decorrer das análises.

Houve o levantamento bibliográfico de alguns estudos históricos de design que trazem coletâneas de peças gráficas nacionais (FARIAS, 2005; CARDOSO, 2009) e internacionais (MEGGS; PURVIS, 2009). Tais levantamentos foram utilizados para propor uma comparação visual com publicações equivalentes em termos de recursos gráficos. Foram evitadas comparações com publicações que envolvem recursos gráfi- cos que não aparecem nos catálogos da Pinacoteca do início do século XX, tais como impressões coloridas e ricamente ilustradas, como muitas que tem sido estudadas no campo da história do design gráfico (MELO; COIMBRA, 2008; 2011).

Os dados coletados a partir das fontes complementares contribuíram para a caracterização do campo gráfico paulistano no início do século XX, momento em que a figura do artista gráfico ou fornecedor de serviços gráficos não assinava com frequência os materiais, sendo de grande valia para complementar a análise dos ca- tálogos da Pinacoteca produzidos naquele período.

Os designers atuantes junto à Pinacoteca

A partir do material levantado junto ao Cedoc foi identificada a participação de designers e agências em projetos gráficos de materiais mais recentes da Pinacoteca. O contato com esses designers, autores dos projetos, constitui uma outra fonte de dados primários para a pesquisa.

15 Impressos digitalizados pela Hemeroteca Digital Brasileira (FUNDAÇÃO..., s. d.).

Figura [34] Gazeta Artística,

revista paulistana de música, literatura e belas artes. Capas das edições nº 1 e nº 2 publicadas em 1909. Fonte: Fundação... (s. d.).

A primeira informação de autoria, atribuída a um projeto gráfico para a Pinacoteca, identifica o designer Rogério Lira, responsável pela assinatura gráfica encontrada em peças datadas a partir do ano de 1990. O designer Carlos Perrone foi o responsável pelo redesenho da assinatura gráfica projetada por Lira, realizado mediante a reabertura da Pinacoteca, após uma grande reforma liderada pelo arqui- teto Paulo Mendes da Rocha, configurando uma identidade visual que vigorou entre os anos 1998 e 2012.

Uma assinatura gráfica foi criada pela agência de publicidade F/Nazca em 2012 e, novamente pela mesma agência, uma outra assinatura entrou em vigor no ano de 2016. Diversos materiais gráficos e de comunicação mais recentes foram pro- duzidos por um departamento de comunicação interno da Pinacoteca.

Os designers Rogério Lira e Carlos Perrone foram entrevistados. Um primei- ro contato via e-mail foi realizado com o designer Carlos Perrone16 em 2014, que

aceitou o convite para a entrevista. Foi elaborado um roteiro, com base no método proposto por Verena Alberti (2005), contendo questões relacionadas à trajetória já conhecida do entrevistado, a fim de explorar sua relação profissional com o projeto de assinatura gráfica para a Pinacoteca em foco. A estrutura do roteiro elaborado, bem como a transcrição completa da entrevista encontram-se na íntegra na seção “Apêndices” desta tese.

A entrevista com o designer e docente Carlos Perrone foi agendada na Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, no seu local de trabalho, a Faculdade de Artes Plásticas. A entrevista durou cerca de uma hora e meia e foi rea- lizada em 1 de dezembro de 2014. O roteiro planejado foi seguido, contemplando pou- cos, porém necessários, desvios para complementação dos assuntos abordados, prin- cipalmente relacionados ao projeto de sinalização e às letras tridimensionais, réplicas reduzidas das letras do logotipo criado por ele, que constam na fachada da Pinacoteca até os dias de hoje [2017]. Perrone se mostrou muito interessado com o assunto abor- dado na entrevista e foi bastante atencioso. Trechos da transcrição da entrevista foram citados no decorrer da análise do projeto gráfico de Perrone para a Pinacoteca.

Um roteiro semelhante foi elaborado para a entrevista com o designer Rogério Lira17. Lira fez graduação em Artes Plásticas na Faculdade Armando Álvares

Penteado (Faap) em 1990, hoje é mestre, docente, e atua como designer gráfico na Holanda, país para o qual se mudou há mais de vinte anos. O objetivo da entrevista seguiu na mesma linha da realizada com Perrone, contendo questões relacionadas à trajetória do entrevistado e que exploram sua relação profissional com o projeto de assinatura gráfica realizado para a Pinacoteca em foco, assim como questões para o auxiliar no relato das lembranças e dos personagens envolvidos. A estrutura do roteiro elaborado encontra-se na íntegra na seção “Apêndices” desta tese.

Devido ao fato de Lira morar atualmente na Holanda, a entrevista foi realiza- da via internet através do aplicativo Skype, no dia 3 de novembro de 2015. O rotei- ro planejado foi seguido parcialmente, contemplando alguns desvios para assuntos correlatos, a fim de esclarecer os principais fatos, além de ressaltar o importante

16 Entrevista: O designer Carlos Perrone e a criação da identidade mais duradoura da Pinacoteca.

Entrevistado: Carlos Eduardo Leite Perrone. Entrevistadora/pesquisadora: Jade Samara Piaia. Data: 1 de dezembro/2014. Duração: aproximadamente 1h30min. Local: FAAP, São Paulo, SP, Prédio 1 Faculdade de Artes Plásticas – Diretoria [material não publicado]. Disponível na seção “Apêndice” desta tese.

17 Entrevista: Conhecendo o designer Rogério Lira, criador da primeira assinatura gráfica da Pinacoteca

com um ícone arquitetônico. Entrevistado: Rogério Lira. Entrevistadora / pesquisadora: Jade Samara Piaia. Data: 3 de novembro / 2015. Local: Campinas, São Paulo, Brasil / Holanda – on-line via Skype. Áudio [mpeg]. Duração: 48 minutos [material não publicado]. Disponível na seção “Apêndice” desta tese.

trabalho da diretora Maria Alice Milliet, que proporcionou a realização de uma profunda mudança de assinatura e imagem da instituição. Outros projetos gráficos desenvolvidos por Lira, além da assinatura gráfica, foram citados no decorrer da entrevista como cartazes, catálogos e convites para exposições que ocorreram na instituição no mesmo período. Trechos da transcrição da entrevista foram citados no decorrer da análise do projeto gráfico de Lira para a Pinacoteca.

Considerações sobre os métodos utilizados

Devido à natureza dos dados obtidos junto ao Cedoc e o cruzamento destes com as demais fontes primárias e complementares, bem como considerando a abrangência temporal necessária, configurou-se um extenso e diversificado montante de mate- riais gráficos para a análise. Para essa etapa, foram necessários distintos métodos de