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4 ENSINO E APRENDIZAGEM DE MÚSICA NO TEMPLO CENTRAL DA

4.4 Métodos de ensinar música na Igreja

A professora de violino do DEMAD relata também a sua experiência onde podemos apontar várias características e aspectos quanto do perfil e das concepções dos professores do DEMAD e termos uma compreensão do ensino de música dado na igreja: Quanto à concepção da professora ensinar música na igreja

Como professora de violino de grande parte dos violinistas da OFEG vejo esse trabalho como um chamado especial do Senhor, algo que vai além de um trabalho profissional secular. Sinto-me honrada e privilegiada por ter sido escolhida por Deus para esse trabalho, ao transmitir o conhecimento, recebo e aprendo também e mesmo com o passar do tempo, ensinando tantos anos, me sinto motivada e feliz cada vez mais em executar esse lindo trabalho (Professora de Violino do DEMAD, entrevista em setembro de 2014).

Para a professora ensinar música na igreja é um sacerdócio, uma missão, um chamado de Deus. Quanto à metodologia usada pela professora de música:

Procuro separar as turmas de acordo com o contexto do aluno, sempre analiso o contexto total do aluno, não somente o da faixa etária, mas também o social, econômico, cultural, espiritual e etc. A partir dessa leitura vou inserindo os conhecimentos e meios de avaliá-lo de forma que ele possa conseguir caminhar, mesmo que ele esteja um pouco distante do contexto dos companheiros de sua turma. Costumo dizer que não existe bloqueio de aprendizagem ou aprendizagem lenta devido à idade ou a qualquer outro fator externo, mas sempre digo que existe interesse e motivação (Professora de Violino do DEMAD, entrevista em setembro de 2014).

Utiliza uma metodologia coletiva, de incluir, agregar as pessoas, trabalhando a socialização buscando o melhor ambiente para a eficácia do processo de ensino e aprendizagem de musical. Quanto ao perfil dos alunos que procuram aprender música na igreja:

Já tive alunos idosos, já tive alunos com 5 anos de idade, nas duas situações tiveram casos com sucesso e casos com fracasso na aprendizagem, nas duas situações houveram desistências e grandes evoluções. Tudo depende do interesse e da motivação do aluno em aprender o instrumento. São vários níveis que o aluno passa, em sua primeira parte todos passam pelo nível básico onde conhecem o instrumento, aprendem a segurar, dar suas primeiras notas e assim vão se familiarizando no novo contexto de alunos de violino, o nível seguinte dependerá do próprio aluno, alguns pulam níveis, outros precisam de uma atenção maior, aí é aonde entra o que citei acima sobre o contexto do aluno (Professora de Violino do DEMAD, entrevista em setembro de 2014).

A professora ensina para várias faixas etárias os conhecimentos musicais, a aprendizagem musical para ela depende do interesse e da motivação do aluno em querer aprender o instrumento. Quanto aos métodos e conteúdos dos alunos que procuram aprender música na igreja:

Trabalhamos métodos de leitura musical, solfejo aplicado ao violino, Suzuki, Smoll, não seguimos uma metodologia única, pois como citei tudo depende do contexto do aluno, vamos oferecendo de acordo com a necessidade do aluno, até obtermos o resultado que espero de cada aluno (Professora de Violino do DEMAD, entrevista em setembro de 2014).

A Palavra de Deus no ensino da música:

Com certeza um dos fatores que me sinto tão honrada em fazer esse trabalho é que posso através dele inserir de uma forma especial no cotidiano de cada aluno os ensinamentos de Deus e que os que aprendi com meus pais dos quais agradeço a Deus por tê-los. Nossas aulas não são somente aulas metódicas, mas como uma “roda de conversa” onde podemos além de aprender violinos, podem conversar, desabafar, fazer amizades, ajudar e oferecer ajuda uns aos outros e etc... Muitos alunos não trazem somente

dúvidas sobre o instrumento, mas de muitos outros assuntos. Procuro sempre orientar e aconselhar de acordo com a palavra de Deus, aplicando em cada situação os princípios e valores cristãos e de família. Vejo com muita alegria e honra por ter participado e contribuído para isso. A carreira acadêmica em música é linda e ao mesmo tempo perigosa, pois mexe com egos, não podemos nunca nos esquecer de que o maior inimigo de nossas almas foi um músico e acabou querendo a glória para si, a glória que pertence somente a Deus e assim caiu (Professora de Violino do DEMAD, entrevista em setembro de 2014).

A professora na sua fala demostra que o ensino de música dado na igreja se reveste de ensinamentos e verdades bíblicas. A bíblia é o referencial da música na igreja. Relata também que as aulas de música contem assuntos e conteúdos extramusicais, é voltado para a família, agregar valores e a socialização das pessoas. E expõe os perigos segundo ela da carreira musical secular, das pessoas esquecerem-se dos valores que foram ensinadas na igreja.

Muitas coisas importantes formam um bom professor, um deles é ter atenção aos processos de ensino e aprendizagem. Pois cada aluno tem uma trajetória de conhecimento e de contextos socioculturais diferentes e envolvidos. Existe uma diversidade de aprendizagem, alguns alunos aprendem mais de um jeito do que outros alunos. Existem também os obstáculos e barreiras epistemológicas de conceitos, ideias, linguísticas e culturais do aluno. Por isso o professor precisa perceber e saber o que o aluno quis colocar falar quando traz dificuldade. Qual a intenção e o conhecimento total que ele utiliza. Ouvimos sempre dizer que o professor é um mediador de conhecimento. Mas saber o que é essencial, o professor precisa saber o que é mais importante. Uma avaliação é contínua, faz parte de um conjunto maior. O professor contemporâneo precisa estar aberto ao novo e a interdisciplinaridade e na sua atuação precisa-se ser ético e comprometido. Isso tudo vai muito mais além do que teoria, mas principalmente é uma prática. Pois o tempo todo o professor lida com pessoas e produção de conhecimento por isso precisa ser sensível em sua atuação.

Todo aluno que procura estudar música na igreja já vem com um conhecimento pragmático de música, pois a Igreja em todas as reuniões usa a música como parte da liturgia eclesiástica, através dos louvores congregacionais, apresentações dos grupos vocais, corais infantis e adultos, e de certa forma todos tem uma noção de ritmo, melodia e harmonia (Professora de Música do DEMAD, setembro de 2014).

Algo a refletirmos é o direcionamento exclusivo da metodologia do ensino de música voltado somente para o sacro, não contempla outros gêneros musicas. Isso mostra evidente a forte ligação do ensino da música com a função religiosa que ele tem naquele contexto.

A metodologia do ensino de música na igreja é voltada para o sacro, os alunos têm conhecimentos básicos de teoria musical e após a teoria musical vão para prática musical onde é usado métodos dos instrumentos e hinos (músicas usadas na liturgia dos cultos) (Professor de Música do DEMAD, setembro de 2014).

O ensino de música na igreja é básico, exigimos que o aluno saiba as quatro operações matemáticas, porque entendemos que o aluno com esses conhecimentos possui as condições de aprender no método que nós ensinamos (Professor de Música do DEMAD, setembro de 2014).

Sobre o rendimento dos alunos:

Os alunos têm correspondido bem às matérias teóricas aplicadas. Durante as aulas apresentamos os instrumentos de orquestra para que o aluno indeciso tome uma decisão certa na escolha do instrumento musical, sempre damos ênfase aqueles instrumentos menos conhecidos, por exemplo, viola clássica e outros (Professor de música do DEMAD, entrevista em setembro de 2014).

Sobre as avaliações e recitais:

No final das aulas teóricas promovemos um recital com os professores e alunos de prática, isso tem trazido resultados surpreendentes, porque estimula os novos alunos na nova jornada das aulas práticas. Entendemos que precisamos sempre manter o aluno motivado, animado para que possa superar os obstáculos e dificuldades que se apresentam pelos caminhos da prática musical. A motivação é a alavanca, a força, a determinação que nos faz superar os obstáculos e dificuldades que se apresentam no cotidiano do aluno de música (Professor de música do DEMAD, entrevista em setembro de 2014).

Quando iniciamos as aulas de teoria e pratica musical na igreja, criamos uma grade curricular de teoria e pratica baseados nos ensinos tradicionais de música. Observamos que um número expressivo de alunos não concluía os cursos, então diminuímos progressivamente a quantidade de aulas teóricas e chegamos em um número de 10 aulas, focando nos pilares da teoria musical, deixando com o aluno a iniciativa de aprender as demais matérias de acordo com suas necessidades, após a dez aulas teóricas, iniciam-se as aulas práticas aonde o professor da continuidade ao ensino teórico na aplicação da partitura e estudos de leituras práticas (Diretor do DEMAD, entrevista em fevereiro de 2014).

Os cursos de música do DEMAD apresentam conteúdos musicais muito básicos e elementares da linguagem e estruturação musical, que o diretor do DEMAD explica como sendo ensinos tradicionais de música. O curso de teoria musical é distribuído em dez aulas, conforme mostra a Tabela 6, onde em cada aula que tem a duração de uma hora e meia cada, uma vez por semana os alunos veem:

TABELA 8 - Conteúdos musicais das aulas de teoria musical

Aula Descrição

1 Características da música e som

2 Notação musical

3 Valores e pausas

4 Compassos simples e composto 5 Semitom, tom, sinais de

alterações

6 Como reconhecer uma

tonalidade

7 Solfejo rítmico

8 Solfejo melódico

9 Recapitulação e resumo das aulas

10 Avaliação final escrita e solfejo rítmico e melódico Fonte: acervo da pesquisa

Observamos que a explicação que o diretor do DEMAD dá para os conteúdos serem tão poucos e também em tão curto prazo de tempo seja a evasão e desistência de muitos alunos em concluir o curso. Por isso o DEMAD diminuiu as aulas para apenas dez apenas. A escolha por apenas esses conteúdos musicais considera como fundamentos e pilares que ele chama da teoria musical.

Percebemos que não há uma preocupação do DEMAD em formar alunos com excelentes conhecimentos teóricos musicais, o que o seu diretor confirma que deixa por conta do aluno a iniciativa e o querer buscar e aprender mais profundamente os conteúdos da linguagem e estruturação musical. Para ele a noção dessas dez aulas dá as condições para que o aluno inicie as aulas práticas de instrumento e deixa para o professor de instrumento continuar o ensino teórico de leitura e solfejo na aplicação da leitura das partituras em sala de aula. Esse método simples e objetivo que o professor de teoria musical relata de em tão curto prazo de tempo ensinar conteúdos musicais de teoria musical se caracteriza como insuficiente para a formação de músico e por outro aspecto mostra uma formação musical inicial com muitas lacunas e falhas na vida desse aluno que tem pouco domínio de conhecimentos teóricos e que numa prova ou concurso para uma escola de música formal estaria em

desvantagem por não ter tido uma melhor formação de conhecimentos musicais.

As nossas aulas são expositivas, usamos o estudo dirigido aonde o aluno participa efetivamente com respostas, questionários, solfejos melódicos e rítmicos e avaliações a cada ciclo, nosso método é simples e objetivo e temos conseguido manter os alunos até o final do curso. Utilizamos como fundamentação para as aulas e referencia o livro Teoria da Música de Bohumil Med, 4 edição, versão ampliada, da editora Musimed, 1996. Brasília/DF (Professor de Teoria Musical do DEMAD, entrevista em setembro de 2014).

Sobre a avaliação final escrita e solfejo rítmico e melódico que o professor adota no curso de teoria musical, é uma prova simples apenas para resumir os conteúdos dados e sintetizar o programa. Essa avaliação não é reprovativa, nenhuma prova é, mas ela serve assim como a frequência do aluno ao curso de teoria como um pré-requisito para ele receber o certificado de participação no curso de teoria musical e consequentemente ser encaminhado para a aula prática do instrumento.

Essa é uma exigência do DEMAD, onde todos os alunos para irem para as aulas práticas, primeiro precisa realizar o curso de teoria musical. E os professores só recebem os alunos que são encaminhados pela coordenadora pedagógica do DEMAD dessa maneira. Assim, se faz necessário refletir e pensar o método ensinado e avaliar até que ponto isso tem beneficiado o aluno que imediatamente já inicia a prática no instrumento, mas que tem deficiências graves de leitura e solfejo musical.

Com o objetivo de unir a teoria à prática instrumental, no desenvolvimento do aluno e melhorar o seu interesse pela teoria musical, criamos uma orquestra de alunos (OFEGAL), aonde além das práticas de conjunto, também trabalhamos solfejo, teoria musical aplicada a partitura, afinação de naipe, e a aplicação gestual da regência, após esse estágio de um ano os alunos são transferidos para a orquestra principal, aonde trabalhamos um repertorio que exige um conhecimento teórico e prático mais elevado sempre acima das condições técnicas do músico para que ele se sinta na obrigação de dar continuidade aos estudos teóricos e práticos (Diretor do DEMAD, entrevista em fevereiro de 2014).

A Orquestra Filarmônica Evangélica Gênesis de Alunos (OFEGAL), pertence DEMAD do Templo Central da IEADERN. Segundo Souza (2009) ela é a continuação do estudo de música de instrumento dados nos cursos de música da igreja. Criada em 2002 com trinta e seis alunos na época, funciona como uma extensão das aulas práticas de instrumentos da sala de aula, sendo um espaço para o desenvolvimento e prática em grupo dos alunos, além de desenvolverem a leitura das partituras, experiência em tocar em uma orquestra.

Os ensaios acontecem uma vez por semana com duração de duas horas, e após alguns meses de preparação de repertório, começam a se apresentar na igreja. Todos os anos, novos alunos entram os mais adiantados vão ao final do ano para a Orquestra Filarmônica Evangélica Gênesis. O ensaio sempre começa com uma leitura bíblica e oração seguido de uma palavra do maestro dando orientações e fazendo alguns combinados com os alunos. Evidenciando aqui a ligação muito forte entre religião e práticas musicais na igreja evangélica, como já discutindo anteriormente.

Nesse caso não apenas musical, mas também social, pois são trabalhados temas diversos de relações e convivência e também a parte espiritual, de fé e oração. A afinação dos instrumentos é feito pelo teclado e também pela utilização de um afinador eletrônico. O maestro confere cada naipe antes de tocar.

A música na igreja funciona como formadoras de conceitos, nos ensaios vemos momentos devocionais, os alunos aprendem sobre comportamento, além de ser um espaço aonde identificam, sejam pela forma de falar, se expressar. É orientado aos alunos terem uma responsabilidade espiritual, além dos ensinamentos e responsabilidades musicais. É pensada uma formação para a fé em Deus além da formação musical. O regente e os professores são vistos como líderes e modelos e exercem uma função ministerial (Regente da Orquestra, entrevista em outubro de 2014).

O regente da orquestra apresenta aqui muitos elementos das práticas musicais da igreja, um dos objetivos que ele relata é que a música na igreja funciona como formadora de conceitos, como já discutimos anteriormente a música na igreja carrega concepções, princípios e valores normativos para as pessoas, que é transmitir a Palavra de Deus e os ensinamentos de Cristo. Quanto à presença de momentos de oração e devocionais no ensaio, retrata a forma e a postura que o músico cristão ou membro da igreja precisam ter, uma vida de devoção e adoração a Deus.

Revela também que nos ensaios não são apenas conteúdos musicais que são transmitidos, mas também comportamento e maneira de falar, se portar, se expressar, tendo uma vida de testemunho que glorifique a Deus. É passada também a consciência da responsabilidade espiritual que o trabalhar com música na igreja exige além dos musicais. Revela que é pensada uma formação para a fé em Deus além da formação musical. E por último que os regentes e professores de música são vistos como líderes e modelos de vida que exercem uma função ministerial. No ano de 2014 a OFEGAL era composta de trinta e outo alunos instrumentistas do DEMAD, e todos tem de seis meses a dois anos que iniciaram as aulas de música na igreja. A formação da orquestra é bem diversa, desde faixa etária que varia

de alunos de onze a sessenta e cinco anos de idade e também de formação instrumental, que diferente de uma orquestra sinfônica onde se define a quantidade ideal de instrumentos para cada naipe.

A OFEGAL tem como objetivos: 1) aprimorar os conhecimentos técnicos adquiridos nas aulas individuais de instrumento. 2) desenvolver a prática de tocar em conjunto; 3) preparar o grupo para a participação do louvor nos cultos; 4) desenvolver a integração musical e espiritual com os alunos de outros instrumentos; e 5) desenvolver repertório musical de orquestra (Coordenadora Pedagógica do DEMAD, entrevista em fevereiro de 2014).

A OFEGAL inclui os alunos para um fazer música em grupo, a formação atual conta com trompetes, trombones, violões, saxofone, clarinete, violinos, flautas, violoncelos, viola, teclado. O ensino e aprendizagem das músicas trabalhadas no ensaio se dão de forma gradual e lenta, o qual o maestro com muita paciência ensina, solfeja e passa os naipes individualmente e depois os ajunta.

Na OFEGAL eles vão colocar em prática o que aprenderam em sala de aula, trabalhando com isso técnicas de conjunto, disciplina, socialização, concentração, valores, serviço no Reino, além de terem a oportunidade de conhecer outros instrumentos. A OFEGAL os capacitará não somente para serem bons músicos, mas também para serem melhores servos no Reino de Deus. O recital de alunos promovido pelo DEMAD é imprescindível no processo de aprendizagem musical dos alunos. Através do pré-recital, os alunos recebem uma motivação a mais para estudarem e se dedicarem no instrumento, funcionando como uma avaliação onde eles se dedicando terão um bom desempenho e no pós-recital, os alunos ficam com a satisfação de terem conseguido dar longos passos, através do recital eles já conseguem se visualizar como músicos e verem que todo seu esforço e dedicação valeu a pena. O conselho que eu dou é que não parem de estudar, seja comigo ou com outro professor, mas que não percam o amor e interesse pelos estudos e se aperfeiçoem cada dia mais, pois temos que dar e fazer o nosso melhor na obra do Senhor. Como tudo na nossa vida, para fazer um bom trabalho precisamos estudar e nos dedicar, isso não foge da realidade da OFEG (Professora de Violino do DEMAD, entrevista em setembro de 2014).

O repertório são hinos da Harpa Cristã, que é o hinário oficial da igreja, e isso ajuda e facilita na assimilação por serem melodias familiares que todos já cantam e tocam nos cultos. Percebe-se na prática de conjunto uma cooperação mútua também entre um aluno e outro. A OFEGAL apresenta-se nos recitas de alunos que acontece todos os anos na igreja e nos cultos durante a semana.

FIGURA 8 – Ensaio da OFEGAL no 5º andar do Templo Central da IEADERN

Fonte: acervo da pesquisa

Os ensaios dos grupos musicais do Templo Central já fazem parte da rotina semanal da igreja. E são eles espaços de formação e de interações musicais onde o preparo e planejamento para a apresentação no culto é buscado. É sem dúvida um espaço de educação musical, onde acontece troca de experiências musicais, de desenvolvimento das percepções e de entrosamento em torno das músicas ensaiadas.

Mas não é somente formação musical que acontece nos ensaios, mas também variedade de experiências nos âmbitos social, teológico e cultural. A prática em conjunto que acontece no ensaio é uma experiência para a apresentação no culto, é uma experiência musical e um espaço de aprendizagem onde acontece tentativa e correção de determinados trechos da música, da afinação, aonde são feitas repetições dos trechos (Regente da Orquestra, entrevista em outubro de 2014).

Observa-se que os músicos, regentes, e todos os envolvidos participam de uma forma integrada e disposta. Neste momento os regentes fazem observações às musicas e nestas observações eles estão ensinando e avaliando o grupo. Podemos observar que algumas apresentações da orquestra no culto não foram tão bem quanto no ensaio, percebemos que no ensaio a vivência musical foi mais completa e significativa, no culto percebemos alguns não tão concentrados em suas partituras, outros que paravam de tocar, fechavam os olhos e começavam a adorar a Deus.

Nos ensaios da Orquestra apresentava dinâmicas diversificadas, alguns ensaios eram mais específicos, técnicos para aprender a música e resolver questões de interpretação, afinação, sincronização do grupo entre os músicos e o regente, mas também teve ensaios que

eram momentos de uma abertura para orações, louvores a Deus, testemunhos de músicos tudo