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1 - Diagrama (desenho da autora). Este diagrama representa os três métodos de investigação utilizados: a investigação teórica, a investigação em fontes diretas e a investigação baseada na prática.

O primeiro passo dado nesta investigação foi proceder ao levantamento e leitura do material bibliográfico sobre o tema cor e desenho. Procurou-se o que havia sobre cor nas referências bibliográficas em desenho, especificamente no desenho de arquitetura. Se folhe- ar um livro e ler imagens parece prometer um mundo de possibilidades sobre o potencial da cor neste processo criativo, ler o que está escrito é uma surpresa porque aparentemente os desenhos apresentados são acromáticos.

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Na primeira aproximação à pesquisa bibliográfica ficou claro que havia um desacer- to entre os interesses apontados por esta investigação e os interesses científicos e teóricos que parecem ser eleitos pela literatura em desenho de arquitetura. A literatura sobre dese- nho valoriza aspetos como: as funções Comunicativa e Cognitiva; os métodos, desde o diagrama ao esquisso conceptual; convenções gráficas e nomenclaturas, fundamentais para a comunicação de dados; os sistemas projetivos como as projeções ortogonais ou a perspe- tiva; ou as potencialidades do media como o debate entre o desenho digital e o desenho analógico. Curiosamente não há reflexão sobre o papel da cor nestes discursos.

Pelas razões expostas acima, foi necessário proceder a uma aproximação à literatura por outra perspetiva, procurando detalhes, apontamentos, fragmentos de ideias que pudes- sem alimentar e ajudar a chegar às respostas procuradas, e ampliando o domínio da pesqui- sa para o universo da cor. Simultaneamente foi realizada uma consulta a especialistas para garantir que se estavam a examinar as fontes bibliográficas mais relevantes e imprescindí- veis, validando a bibliografia utilizada.

Quando se percebeu que a literatura de desenho de arquitetura oferecia pouco ma- terial para pesquisa foi necessário olhar para os desenhos. A produção gráfica tem muita cor, há muitos desenhos com bastantes cores, isto é, cores para além do preto. Para enri- quecer este estudo e compreender que funções têm as cores era necessário observar dese- nhos e para tal foi necessário realizar uma recolha. Este material foi alvo de estudo e de comparação, sendo necessário determinar e constituir parâmetros a observar.

Finalmente, por razões de ordem emocional e prática, foram concretizados dese- nhos onde se procurou explorar os potenciais usos da cor.

Estas três opções, a recensão bibliográfica, a recolha e análise dos desenhos e a prá- tica autoral, foram realizadas em simultâneo ainda que em quantidades e tempos distintos. Por exemplo, não era possível analisar os desenhos sem constituir o lastro teórico que sus- tentasse este estudo, e enquanto o material teórico era estudado eram realizados alguns desenhos que ilustrassem ou ajudassem a compreender os assuntos tratados. As três opções tomadas definem três troncos de trabalho, a investigação teórica, a investigação em fontes diretas e a investigação baseada na prática.

A recensão bibliográfica foi complementada com a consulta a especialistas e para tal foram contactadas todos os membros da Associação Internacional da Cor (AIC), solicitan- do a divulgação do nosso pedido a todos os seus associados. Foi pedido que nos ajudassem com informação sobre outros pesquisadores que estivessem a trabalhar sobre o mesmo tema e que nos referenciassem quaisquer bibliografias indexadas. Com esta consulta ficou confirmado que de facto há pouco material sobre o assunto e foi acrescentado o trabalho do Prof. Harold Linton (Rochon & Linton, 1989), que respondeu pessoalmente ao nosso pedido.

A pesquisa bibliográfica serviu para alimentar a componente teórica do trabalho, através da qual se procurou encontrar elementos que permitissem um maior entendimento

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da relação entre desenho e cor. De modo a perceber os dados teóricos que podiam ajudar a aprofundar e clarificar este tema, a recensão bibliográfica incidiu especificamente em do- cumentos que ligassem a prática da disciplina de desenho com a cor no domínio da arquite- tura, simultaneamente explorando bibliografia nos domínios teóricos específicos do dese- nho e da cor.

A investigação teórica no domínio do desenho incidiu na teoria geral e na definição do desenho de arquitetura, no sentido de compreender as raízes teóricas que esclarecem a relação desenho/cor e os componentes que caracterizam o desenho, as suas funções e a sua estrutura enquanto processo criativo em arquitetura.

Reconhecendo que seria fundamental compreender a base teórica do desenho, foi estudada e analisada a bibliografia específica sobre este instrumento, entendendo como se define, quais as suas funções e, finalmente, foram definidos os elementos que fazem uma aproximação entre o desenho e a cor do ponto de vista teórico, já que na prática parecia haver exemplos desta harmonia.

A investigação teórica no domínio da cor foi balizada no trabalho de análise dos de- senhos, nas entrevistas aos autores e nas sucessivas aproximações à questão da tese que potenciaram a formalização dos parâmetros da investigação. Deste modo o estudo incidiu na visão cromática (componentes biológicos e perceção), nas dimensões da cor e nos es- quemas de cor (inscritos no domínio da teoria da cor, das manifestações da cor na arte e arquitetura).

O conceito de cor pode ser abordado por diversas perspetivas e sob diferentes dis- ciplinas que introduzem distintos aspetos da multidimensionalidade da cor, como a psico- logia, a fisiologia, a história, a antropologia, a teoria da cor, que podem fornecer pistas para a compreensão do uso da cor nos desenhos. O ponto de partida é determinado pelas fron- teiras do desenho enquanto imagem bidimensional no âmbito da comunicação visual mas que em certa medida inclui também as disciplinas supramencionadas. Para definir cor en- quanto elemento do desenho é necessário incidir sobre aspetos fundamentais que caracteri- zam a organização (círculo cromático), as dimensões e a inter-relação entre cores.

Simultaneamente, parecia importante perceber como é que acontece a perceção de cor e que aspetos estão envolvidos na experiência cromática, levando ao estudo da visão cromática e suas funções, à perceção e aos significados que esta poderia ter na arte e na arquitetura. Outros aspetos começam a emergir, que implicavam o estudo: da física (luz- cor-superfícies), da química (tintas e pigmentos), da antropologia (significados e representa- ções), da linguística (terminologia da cor), sistemas de cor (colorimetria e espectrometria) ou semiótica (linguagem da cor).

A recolha de desenhos foi realizada a partir de fontes diretas, contactando arquite- tos portugueses no sentido de aceder, consultar e fotografar os seus desenhos de processo, ou com base na recolha de desenhos em publicações. A bibliografia consultada carecia de exemplos de autores portugueses, a sua inclusão pareceu-nos fundamental dado o contexto

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geográfico e cultural, reconhecendo no trabalho produzido em Portugal qualidade excecio- nal que infelizmente não chega às publicações mas cuja obra edificada já foi galardoada com dois prémios Pritzker Architecture.

Os autores portugueses foram escolhidos com base na publicação Desenho Projecto de Desenho (2002), uma obra de referência nacional no que toca ao desenho de arquitetura de autores portugueses contemporâneos. Outros arquitetos portugueses foram adicionados a este grupo a partir de sugestões da equipa de orientação com base na possibilidade de po- derem adicionar ideias ou abrir novas possibilidades de trabalho.

A escolha dos autores internacionais resultou da necessidade de acrescentar exem- plos de uso da cor que pareciam omissos ou pouco explícitos nos desenhos estudados de autores portugueses. Por outro lado, foi possível encontrar desenhos, de autores internaci- onais, paradigmáticos no uso da cor e que foram incluídos no trabalho.

Os desenhos coletados constituem material de trabalho a partir do qual foi realizada uma investigação de modelo indutivo, procurando, com base nas observações feitas em cada desenho, considerar algumas generalizações que indicassem as áreas de conhecimento que deveriam ser equacionadas na investigação teórica e simultaneamente permitissem a compreensão de parâmetros de análise e compreensão do espaço da cor no desenho.

Os desenhos apresentados nesta prova foram escolhidos porque exibem um racio- cínio ou ideia inerente à sua expressão cromática e técnica, enquadrada na compreensão de que são a manifestação visual do pensamento e do discurso do arquiteto/desenhador. Daí que se tenha procurado escolher exemplos na aceção da cor que pudessem, no coletivo de imagens, caracterizar várias fases do processo gráfico e exibissem variedade nos sistemas projetivos ou no modo de desenho, por exemplo, exibindo plantas e perspetivas, desenhos de esquisso ou esboços. Mesmo que esta organização não tenha ficado explícita foi impor- tante definir estes princípios de modo a ter uma maior diversidade de propostas e potenci- ais usos da cor.

Ao realizar uma aproximação ao desenho, com base na formação como pintora, parto do princípio que tudo tem cor, e que um desenho terá cor, a cor do suporte, a cor dos materiais de desenho, os vários pretos que resultam da intensidade do gesto ou da pressão do instrumento de desenho, ou as variações cromáticas das diversas técnicas utili- zadas. Da pesquisa preliminar foi possível compreender que se assume que o desenho não tem cor, mesmo um desenho com linha preta é considerado sem cor. Não se determina o desenho como a “preto”, ou “acromático”, mas simplesmente elimina-se qualquer aproxi- mação à cor, quer do material, quer do suporte ou das marcas desenhadas. Assim, apenas se reconhece que se está a utilizar cores se existirem outras que não o da linha preta ou o branco do suporte. Quando um desenho é realizado a linha preta ou modelado a preto e branco é aceite como acromático, descrevendo os valores da luz ou das superfícies, onde a linha a preto descreve limites, contornos, arestas, vértices ou tramas, as manchas determi- nam os volumes e descrevem as superfícies, e o branco é apenas o suporte vazio. Apenas há cores num desenho se houver a introdução de uma marca ou elemento cromático que

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contamine e transforme a imagem. Com base nesta ideia, de que um desenho a linha preta é sem cor, no processo de seleção e recolha dos desenhos integraram-se imagens onde o uso da cor fosse manifesto, onde a sua presença é tão exemplar que é inquestionável. No entanto, gostaríamos que ficasse claro que todos os desenhos têm cor mesmo que sejam preto e branco.

Algumas questões de ordem prática condicionaram a seleção dos desenhos. A sele- ção de desenhos foi realizada com base no material disponibilizado, publicações e coleções privadas. As razões ou políticas institucionais que levaram a conservar um desenho numa coleção ou que motivaram a sua publicação não se prendem diretamente com o fator cor, manifestando-se outras razões por vezes de natureza emocional, estética ou histórica. As- sim, a nossa recolha de desenhos estava condicionada por uma seleção prévia com critérios distintos dos nossos.

Em paralelo com a recolha de desenhos de autores portugueses foram realizadas entrevistas exploratórias. Havia dois objetivos na realização das entrevistas, o primeiro era saber para que servia o uso da cor no desenho, perguntando diretamente ao seu desenha- dor. O segundo pretendia procurar, através da análise da entrevista, palavras ou ideias que pudessem ajudar a constituir conceitos para a investigação e a interpretação do seu uso.

As entrevistas realizadas foram abertas e semi-estruturadas. Não se sentiu necessi- dade de constituir uma entrevista estruturada e fechada mas pareceu justificar-se a realiza- ção de entrevistas abertas, uma vez que estas geralmente ocorriam sobre e a partir do visio- namento de desenhos. Era mais natural deixar o desenhador falar sobre o desenho, sobre o que pretendeu fazer naquele desenho e de que modo o fez e colocar algumas questões pon- tuais. Para as entrevistas preparavam-se algumas questões de base que ambicionavam en- contrar a resposta para a questão lançada pela investigação, de modo a compreender as razões que levam ao uso de cores no desenho. A preparação das entrevistas implicou estu- do prévio sobre o autor/entrevistado e sobre o seu processo, quando havia material dispo- nível, recolhendo uma bibliografia e biografia profissional.

As entrevistas realizadas foram gravadas em áudio e depois transcritas. Estas entre- vistas foram posteriormente alvo de análise de modo a procurar elementos ou dados que pudessem ajudar a compreender os desenhos recolhidos para estudo e fornecessem algu- mas pistas para compreender o uso da cor no desenho.

Como seria de esperar, os interesses dos autores enquanto arquitetos divergiam dos objetivos desta investigação. Enquanto o arquiteto procura pensar arquitetura ao utilizar o desenho como ferramenta projetiva, esta investigação procura observar o uso da cor na representação. Assim, ainda que haja alguma sobreposição de interesses, as conver- sas/entrevistas pendiam para a discussão do projeto e das histórias associadas, deixando o estudo da cor e a sua importância no desenho para o nosso trabalho. As entrevistas não estão presentes em quantidade ao longo do texto, apesar de terem sido importantes para permitir vislumbrar a relação que cada arquiteto tem com a cor a nível pessoal. Como exemplo podemos referir a preferência sobre um esquema cromático e sua a repetição

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consciente no processo gráfico, como foi o caso do preto e amarelo com o Arq. Francisco Vieira de Campos, ou a relação descomprometida e sem preconceitos com todas as cores, como no caso do Arq. Egas José Vieira.

A exploração prática de desenhos com cores pode não ter aparente visibilidade no documento escrito mas foi fundamental como pesquisa prática sobre o tema. Esta opção funcionou como um método para aprender sobre as qualidades visuais e significantes da cor e investigar sobre as potencialidades deste fenómeno no desenho.

Uma das opções de investigação incluía a análise dos desenhos recolhidos com o objetivo de compreender, através do estudo de fontes diretas, quais seriam as funções da cor no desenho, mas analisar desenhos é olhar apenas para o fim do processo e não pensar nesta ação como algo passado num espaço de tempo. Olhar apenas para o resultado, para uma imagem parada, não é o mesmo que partilhar uma experiência semelhante à do dese- nhador. Um desenho demora tempo a ser realizado e geralmente o tempo despendido para observar um desenho é substancialmente inferior ao tempo dedicado à sua execução. Para perceber o que vai acontecendo durante este exercício, para ver as cores a surgir, as sobre- posições e interferências cromáticas a implicar na composição, observar os efeitos ou ilu- sões visuais a influenciar a imagem, só é possível desenhando. Por exemplo, o modo como as cores alteravam a perceção da configuração e as dinâmicas das formas, causadas pelo contraste simultâneo tornou-se mais evidente com a realização de um desenho [2]. Este contraste manifesta-se na observação do desenho final, mas só é possível assistir à tensão e à dinâmica entre as formas coloridas que ocorre durante o processo com a sua execução.

Com a recolha e análise de entrevistas aos arquitetos começou a ser evidente que era mais importante desenhar do que teorizar sobre desenho. Este serve como instrumento de trabalho, é central no sentido em que potencia as ideias e o pensamento arquitetónico e, ainda que o autor possa refletir teoricamente sobre desenho, é mais importante pensar ar- quitetura através do desenho. A investigação prática neste doutoramento pretende aproxi- mar-se dessa ação, assim, pareceu fazer sentido pensar a cor através do desenho e não

apenas refletir sobre o seu uso pela teoria.

Investigar apenas por escrito, ainda que baseado e sustentado em pressupostos teó- ricos e sistemas de organização da cor, apresentou-se como insuficiente. Como veremos no capítulo Interpretar a cor, as palavras que possuímos para explicar a experiência cromática ficam aquém da riqueza e das variedades de experiências pessoais ou culturais que se po- dem ter com ou através das cores. Num texto escrito a reflexão sobre as cores tem que ser comunicada através das palavras e a linguagem não tem como base um sistema cromático mas sim um sistema linguístico. Quando se pensa com palavras constrói-se raciocínio com base numa estrutura mental particular, a da linguagem, e pensar a cor através das palavras é limitar a expressão do universo cromático. Só através do desenho é que foi possível pensar sobre as suas potencialidades, só assim se encontrou forma de explicar algumas das quali- dades ou virtualidades que pode oferecer no desenho, sem palavras mas com cor.

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Estudar a cor com base apenas na teoria não incluía uma qualidade da cor que nos parecia essencial, a sua visualidade. A teoria, os efeitos cromáticos, as suas dimensões, a qualidade expressiva ou significante da cor descrita apenas com palavras não permitia um estudo, explicação ou descrição visual.

Nesta investigação foi necessário experimentar os princípios, os esquemas ou os efeitos, na prática da cor e do desenho de modo a tornar mais claro o potencial destes con- teúdos teóricos. Estes exercícios eram inicialmente encarados como a colocação de uma hipótese de investigação, refletindo depois sobre a experiência do processo. Cada exercício realizado era um desenho que, como imagem, podia ser observado e avaliado, levantando novas questões que podia ser exploradas noutro exercício prático, num novo desenho. Por vezes os exercícios respondiam diretamente a um tópico teórico, outras vezes resultavam da questão levantada pelo desenho anterior [3].

2 - Desenho executado com cinzento e rosa para explorar o contraste simultâneo (desenho da autora). 3 - Desenho para experimentar uma variação do contraste simultâneo com a cor percecionada durante a execução do desenho com rosa e cinzento [2] (desenho da autora).

Investigar através do desenho permitiu explorar questões estudadas na teoria tor- nando-as visíveis e possibilitou a descoberta de novas questões e pistas para a investigação. Com base num desenho do Arq. Ricardo Bak Gordon, desenhou-se uma configu- ração que serviu de suporte de trabalho para questões formais no plano bidimensional. A partir deste “desenho” foram experimentados diversos efeitos visuais, relações cromáticas, ou esquemas de cor. Por exemplo, foi explorado um efeito visual cromático [2] para com-

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preender o seu potencial significado ou impacto no processo criativo, e que, por sua vez, permitiu levantar uma outra hipótese de trabalho [3]. Este encadeamento de ideias deu iní- cio a um processo de investigação com possibilidades infinitas.

Paralelamente à colocação de novas hipóteses ou caminhos, a prática de desenhar permitiu observar possíveis usos projetivos da cor. Por exemplo, a cor qualifica a forma, isto significa que deverá ser diferente ver uma configuração delineada por uma linha [4] ou uma configuração desenhada com cor [5], e isto é tão mais evidente quando, ao mudar a cor selecionada, as formas parecem mudar de significado ou função e estabelecem novas relações entre si [6].

4 - Desenho de uma forma com linha preta (desenho da autora).

5 - Desenho de uma forma organizada por cinco cores (desenho da autora). 6 - Desenho de uma forma organizada por cinco cores (desenho da autora).

A opção por realizar investigação prática pelo desenho foi importante no sentido em que contribui para a assimilação e reflexão da componente teórica pela manipulação das cores (esquemas de cor, dimensões e contextos); ajudou a manter a ênfase no processo e não nos resultados, valorizando o fazer; concorreu para o reconhecimento dos usos da cor nos desenhos através das possibilidades pessoais e subjetivas de exploração da cor; ofere- ceu novas perspetivas, por exemplo, a forma é lida pela cor e não pela cor do seu preen- chimento, ou seja, não é desenho a linha preenchido com cor mas cor desenhada; propici- ou espaço para uma experiência sensitiva e menos racional do tema de investigação.

Como opção de investigação houve algumas experiências realizadas sem sucesso. Experimentou-se formalizar as relações entre cores utilizadas num desenho através da sua identificação e localização no círculo cromático [7] mas esta experiência foi abandonada. Duas razões evidentes justificam esta opção. Primeiro, a identificação da cor deveria ser realizada com rigor através do levantamento correto e sistemático e a partir de um sistema cromático métrico mas deveria ser realizada simultaneamente “a olho”. Não fazia sentido um levantamento cromático com recurso a um colorímetro porque não é assim que os de-

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senhadores trabalham, pelo que seria mais correto realizar a comparação da cor com uma referência fiável mas por observação direta. Seria eventualmente possível recorrer a um