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Mapeamento das práticas de letramento digital de professores em formação inicial e

CAPÍTULO III – ETNOGRAFIA VIRTUAL E LETRAMENTO DIGITAL DO

3.1 Mapeamento das práticas de letramento digital de professores em formação inicial e

Conforme apresentamos na caracterização dos colaboradores da pesquisa (item 1.5), contamos com 38 (trinta e oito) professores distribuídos em três grupos distintos: 28 (vinte e oito) em formação continuada, 06 (seis) em formação inicial e 04 (quatro) em formação inicial atuando como tutores do curso de extensão. Tendo em vista que o mapeamento das práticas de letramento digital desses indivíduos pode distinguir-se em razão do papel que desempenharam ao longo do curso, decidimos, em alguns momentos, mostrar os dados gerados por cada grupo, separadamente.

Salientamos que este mapeamento foi realizado com base nas 30 (trinta) questões que compõem uma das dimensões do questionário semiestruturado on-line, concernente ao uso do computador e às práticas de letramento digital desses professores em formação inicial e continuada. A fim de clarificar informações que não foram evidenciadas satisfatoriamente nas respostas geradas pelo questionário, recorremos também aos autorretratos (ou perfis).

É válido sinalizar que ambos os instrumentos de pesquisa foram utilizados antes do início efetivo do curso de extensão. Portanto, os usos e práticas aqui descritas correspondem a um momento anterior à ação formativa, haja vista que nossa intenção era investigar se os colaboradores realizavam práticas de letramento digital e, caso realizassem, que práticas eram essas, contemplando a primeira questão de pesquisa: que práticas de letramento digital os

professores em formação inicial e continuada efetivavam antes do curso de extensão? Somente de posse dessas informações poderíamos desenvolver um trabalho de intervenção, caso necessário.

As verbalizações oriundas do questionário semiestruturado apontam para o fato de que todos os nossos colaboradores sabem utilizar o computador44, tendo apreendido o manuseio da ferramenta de formas variadas.

Gráfico 3 - Formas pelas quais os professores em formação aprenderam a manusear o computador

Fonte: Acervo da pesquisa

Conforme observamos no gráfico 3, acima disposto, os professores em formação continuada, em sua maioria, submeteram-se a cursos técnicos para aprender a lidar com o computador (50%). Alguns deles declaram ter aprendido a manusear a ferramenta sozinhos (43%) e uma parcela mínima (7%) afirmou ter adquirido esse conhecimento na universidade.

Com relação aos graduandos em formação docente inicial, esse movimento repete-se, uma vez que a maioria também respondeu ter aprendido a operar o computador na condição de aluno de um curso técnico (66%) e os demais relacionam a aquisição desse saber ao autodidatismo (33%). Em contrapartida, todos os graduandos de Letras que atuaram como

44 Consideramos as competências e habilidades trabalhadas em um curso de informática básico, como conhecer os dispositivos que compõem um microcomputador, saber ligar e desligar a máquina, utilizar os programas oferecidos pelo sistema operacional e pelo pacote de dados Microsoft Office®, por exemplo, acessar a internet etc. , , , $ ! I '

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tutores do curso de extensão, informaram que aprenderam a manusear a máquina sozinhos (100%).

Esses dados evidenciam uma divisão bem definida entre as duas primeiras formas pelas quais os professores em formação inicial e continuada bem como os tutores aprenderam a operar o computador. De todo o universo de colaboradores, dezoito deles informaram terem se matriculado cursos técnicos e dezoito informam que aprenderam autodidatamente.

É válido salientar que a maior parcela do primeiro grupo é composta por indivíduos que possuem faixa etária mais avançada e, desse modo, não possuíam computadores como objetos inerentes a seu cotidiano familiar, enquanto crianças e adolescentes. O acesso a ferramenta só se efetivou quando eles próprios, depois de adultos, adquiriram a máquina. Prova disso é que alguns dos nossos colaboradores afirmam que, mesmo frequentando cursos técnicos, o fato de não possuírem computadores em casa prejudicava a aprendizagem, uma vez que não podiam praticar o que havia sido aprendido nas aulas.

Os professores colaboradores que aprenderam a operar o computador sozinhos inserem-se em uma faixa de idade mais jovem e, por isso, em suas residências, o uso do computador constitui uma prática cotidiana dos membros da família. Sobre essa realidade, Cairney (2005, p. 59) sinaliza que, “se deve considerar como as demandas de multimídia e de letramento digital estão mudando o letramento em casa e na comunidade e o que isso significa para o letramento tradicional escolar”.

Questionados sobre a quem recorrem quando necessitam de auxílio para operar algum recurso do computador sobre o qual eles não possuem prática ou desconhecem, os professores em formação inicial e continuada referiram-se, principalmente, aos familiares e amigos que possuem mais prática quanto ao manuseio do computador (44%), conforme mostra o gráfico 4.

Gráfico 4 - Pessoas a quem os colaboradores recorrem quando necessitam de auxílio

Fonte: Acervo da pesquisa

O gráfico 4 revela-nos também que a internet, precisamente, sites de busca como o

Google® (21%), também se constitui aliada dos professores quando surgem quaisquer

dúvidas acerca do funcionamento do computador. Os nossos colaboradores afirmam ainda recorrer a técnicos em informática (15%), aos seus próprios alunos (5%), tentam resolver o problema sozinhos (5%), buscam alguém que tenha conhecimento sobre o problema (5%) ou procuram outros meios, tal como tutoriais em vídeo (3%).

Diante desses dados, observamos que tanto os professores em formação inicial quanto os professores em formação continuada e os tutores reconhecem o papel dos pares mais experientes (VYGOTSKY, 1978; BRUNER, 1985) no processo de aquisição do conhecimento necessário à utilização do computador e à navegação pela internet, indicando que o manuseio do computador é apreendido colaborativamente.

Apesar de constituir uma parcela mínima do nosso universo de colaboradores, ressaltamos o fato de alguns desses professores recorrerem a seus próprios alunos para sanar dúvidas quanto às dificuldades que lhes aparecem ao operar o computador, sinalizando uma das características do professor agente de letramento: a preocupação em se construir o conhecimento coletivamente (OLIVEIRA, 2010b).

Vale destacar que nenhum dos docentes declarou necessitar de apoio para acessar e responder o questionário semiestruturado on-line, enviado a cada um deles por e-mail. Nesse

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sentido, observamos que as práticas de preencher formulários e enviar e receber e-mails são recorrentes no cotidiano desses indivíduos.

Tanto os professores em formação continuada quanto os professores em formação inicial e os professores em formação inicial na função de tutores, possuem computador com conexão à internet à disposição em suas residências, uma vez que indicam ser esse o local em que utilizam o equipamento com maior frequência (100%), conforme aponta o gráfico 5, disposto a seguir. É importante destacar que esta pergunta permitia que o colaborador indicasse mais de uma resposta. Assim, a maioria dos indivíduos declarou usar o computador em mais de um local.

Gráfico 5 - Locais em que o computador é utilizado com mais frequência

Fonte: Acervo da pesquisa

O fato de todos os nossos colaboradores terem acesso ao computador e à internet em suas residências, conforme afirmam nas respostas às perguntas do questionário, reflete a popularização dessas ferramentas tecnológicas. No tocante à aquisição do computador, os preços mais baixos têm sido impulsionados pela concorrência cada vez mais acirrada entre os fabricantes, principalmente nacionais, que recebem incentivos fiscais do governo federal para produzir no próprio território brasileiro.

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Com relação à internet, notamos que a sanção do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL)45, o qual oferece conexões de 1Mb46 a R$ 35,00 mensais, por meio de empresas de telefonia conveniadas (Oi, CTBC, Sercomtel e Telefônica), estimulou não apenas a população integrante das classes melhor estabilizadas financeiramente mas também das classes C e D a firmar assinaturas do serviço de internet com tais empresas.

A oferta de banda larga a um valor inferior implicou, no período que compreende os anos de 2009 a 2011, um crescimento vertiginoso de internautas no Brasil, colocando-nos em 5º lugar no ranking mundial. Segundo informações do Ibope Nielsen On-line47, no quarto trimestre de 2009, o total de internautas no Brasil chegou a 67,5 milhões de pessoas, enquanto que, no mesmo período de 2011, atingiu-se a marca de 79,9 milhões.

No município do Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, o acesso à internet também foi ampliado com a criação dos sete telecentros comunitários distribuídos pelos bairros da cidade48, que chegam a atender, diariamente, cerca de duzentas pessoas, somente na função de lan house pública. Os telecentros oferecem ainda cursos gratuitos de informática básica, palestras e workshops, que beneficiaram, até o momento, cerca de duas mil pessoas (OLIVEIRA, 2012).

Os nossos colaboradores declaram ainda que têm acesso ao computador em outros locais, a exemplo das escolas em que lecionam (professores em formação continuada), locais públicos como bibliotecas (professores em formação continuada e inicial), locais privados como cybercafés, agência de correio e lan houses (professores em formação continuada e inicial), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (professores em formação continuada e inicial) e também a casa de parentes e amigos (professores em formação inicial).

Essa variedade de locais a que os nossos colaboradores têm acesso à internet vem confirmar, mais uma vez, a popularização das ferramentas tecnológicas e a ampliação do acesso à rede mundial de computadores.

Com relação à frequência com que esses indivíduos costumam utilizar o computador, obtivemos as seguintes informações, registradas no gráfico 6:

45 Criado pelo Decreto Nº 7.175 de 12 de maio de 2010, o Plano Nacional de Banda Larga (PNLB) constitui uma iniciativa do governo federal do Brasil, por meio do Ministério das Comunicações (MC), que objetiva “fomentar e difundir o uso e o fornecimento de bens e serviços de tecnologias da informação e comunicação” (BRASIL, 2010, Art. 1º).

46 Megabyte.

47Disponível em

<http://www.ibope.com.br/ptbr/noticias/Paginas/N%C3%BAmero%20de%20brasileiros%20com%20acesso%20 a%20internet%20chega%20a%2079,9%20milh%C3%B5es.aspx> Acesso em 20 jun 2012.

48 Os telecentros comunitários estão distribuídos entre as comunidades de Cidade Nova, Guarapes, Lagoa Seca, Mãe Luiza, Neópolis, Panatis e Ribeira (OLIVEIRA, 2012).

Gráfico 6 - Frequência com que o computador é utilizado

Fonte: Acervo da pesquisa

Os professores em formação continuada, em sua maioria, alegam utilizar o computador todos os dias da semana (71%). Os demais utilizam essa máquina quase todos os dias da semana49 (17%) ou mesmo um ou dois dias por semana (10%). No que diz respeito aos professores em formação inicial e em formação inicial atuando como tutores, observamos que todos eles declaram utilizar o computador todos os dias da semana (100%).

A frequência significativa com a qual os colaboradores da pesquisa costumam utilizar o computador relaciona-se diretamente com o fato de todos possuírem computador e internet em suas residências, facilitado o acesso diário.

Examinados sobre os programas de computador integrantes do sistema operacional

Microsoft Windows®50e do pacote Microsoft Office® que eles conhecem e quais desses eles

utilizam, obtivemos os seguintes dados:

49 Três dias da semana ou mais.

50 No questionário, referimo-nos ao sistema operacional Microsoft Windows® e ao pacote Microsoft Office® por acreditarmos estarem mais presentes no cotidiano dos professores. Além disso, ainda não tínhamos consciência de que, nos computadores utilizados no curso de extensão, estariam instalados o sistema operacional Linux

educacional® e o pacote BrOffice®. Isso pode constituir, inclusive, mais um motivo para que os professores

mostrem-se resistentes à utilização dos computadores disponíveis na escola: o fato de eles não saberem como operar um sistema operacional distinto daqueles que eles conhecem/utilizam.

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Gráfico 7 - Programas conhecidos/utilizados pelos professores em formação continuada

Fonte: Acervo da pesquisa

Fonte: Acervo da pesquisa Fonte: Acervo da pesquisa

Os gráficos 7, 8 e 9, relativos ao conhecimento/utilização de programas essenciais em um computador, como o Microsoft Word®, o Microsoft Excel®, o Microsoft PowerPoint®, o

Windows Media Player® e o Windows Photo Editor®, indicam que os professores em

formação inicial e em formação inicial atuando como tutores do curso apresentam mais 5 O " P " O P " N 1 "<

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Gráfico 8 - Programas conhecidos/utilizados pelos professores em formação inicial

Gráfico 9 - Programas conhecidos/utilizados pelos professores em formação inicial (tutores)

equidade entre o que conhecem e utilizam, ao contrário dos professores em formação continuada.

Julgamos que isso se dá em razão do fato de os graduandos em formação inicial como também os tutores dedicarem mais tempo de sua semana às práticas de letramento digital como também à sua curiosidade com relação às ferramentas disponíveis em ambiente virtual.

Além disso, esses indivíduos integram a geração Y (PRENSKY, 2001; TULGAN, 2009; CERBASI; BARBOSA, 2009; JUE; MARR; KASSOTAKIS, 2011), também denominada geração do milênio ou geração da internet, a qual, do ponto de vista dos estudiosos do campo da administração, corresponde aos indivíduos nascidos entre meados dos anos 1980 até o fim dos anos 1990, época que empreendeu grandes avanços tecnológicos.

Uma das características da geração Y é a utilização de aparelhos de alta tecnologia, a exemplo dos tablets51 e dos smartphones52. De acordo com esse ponto de vista, os professores em formação continuada, pertencentes a uma geração anterior, parecem estar menos familiarizados com os recursos tecnológicos disponíveis na atualidade.

Vale salientar que todos os nossos colaboradores afirmam conhecer e utilizar o programa Microsoft Word®. Entendemos que isso se concretize devido ao fato de que todos eles, enquanto alunos de graduação e pós-graduação, produzem seus trabalhos acadêmicos utilizando esse programa de computador, uma vez que a entrega de documentos formatados conforme as normas da ABNT53 é uma prerrogativa dos gêneros que circulam na universidade. Consonante a essa informação, todos eles asseguram digitar seus textos, alguns com maior frequência – sempre (89%) – e outros em menor frequência – às vezes (11%).

A respeito das atividades que eles desenvolvem por meio da internet, precisamente, os

sites que eles costumam acessar, ilustrados no gráfico 10, os indivíduos investigados

responderam que, geralmente, acessam páginas de notícias (20 ocorrências), sobre educação (20) e também sites de busca como o Google® (14). Em menor escala, cita-se ainda o acesso a servidores de e-mail (11), entretenimento (6), vídeos (3), redes sociais (6), blogs (4), esportes (1), tecnologia (1), downloads (1) e internet banking – bancos (1). Vale destacar que esta questão permitia aos nossos colaboradores assinalar mais de uma resposta.

51 Também conhecidos como tablets PC, são dispositivos em forma de prancheta, utilizados para navegação na

internet, organização pessoal, visualização de fotos e vídeos bem como leitura de livros, jornais e revistas, dentre

outras funcionalidades.

52 Trata-se de um telefone celular com funcionalidades avançadas, executadas por meio de um sistema operacional. Os smartphones permitem ao usuário acessar a internet, fazer download de arquivos, sincronizar o telefone a um computador, além de executar diversas outras funções.

Gráfico 10 - Sites que os colaboradores da pesquisa costumam acessar

Fonte: Acervo da pesquisa

Importa notar que, apesar de a maioria dos nossos colaboradores não considerar como página da internet as redes sociais, uma vez que, dos 38 (trinta e oito) indivíduos que colaboram com este estudo, apenas 05 (cinco) deles fazem menção a esse serviço, todos eles possuem conta cadastrada em, pelo menos, uma rede social, conforme ilustra o gráfico 11. É importante destacar que, com relação a este questionamento, os professores investigados poderiam sinalizar mais de uma resposta.

Gráfico 11 - Redes sociais em que os colaboradores da pesquisa possuem conta ativa

Fonte: Acervo da pesquisa

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Destaca-se, no gráfico acima, a utilização do Facebook®54 por grande parte dos professores em formação continuada (82%) e por todos os professores em formação inicial e em formação inicial atuando como tutores (100%). Esses dados acompanham uma tendência mundial, que aponta a massificação do Facebook® em detrimento de outras redes sociais tal como o Orkut®, o MSN® e o Twitter®.

Segundo resultados de um estudo de nível internacional, divulgado em meados de 2012 pelo Ranking eBizMBA55

, o Facebook® é a rede social mais acessada mensalmente, ao

redor do mundo, com 750 milhões de visitantes únicos. No Brasil, esse fenômeno também pode ser observado. Pesquisas empreendidas pelo Ibope Nielsen On-line, apontam que no ano de 2011 o Facebook® ultrapassou o Orkut® com relação à quantidade de usuários únicos, registrando 30,9 milhões de usuários contra 29 milhões do Orkut®, ganhando o status de maior rede social do país.

Aproximadamente um ano depois, no mês de março de 2012, o site SocialBakers®56 divulgou que o país ocupa a quarta posição mundial, com 41 milhões de usuários cadastrados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos da América (176 mi), da Índia (45 mi) e da Indonésia (43,3 mi). O site promotor da pesquisa aponta ainda que a quantidade de inscrições de brasileiros na rede social é tão vertiginosa que a perspectiva é de que, em alguns meses, o Brasil venha a ocupar o segundo lugar no ranking mundial.

A ampliação da quantidade de usuários inscritos se deve, principalmente, às múltiplas funcionalidades que a rede social dispõe (mural, álbum de fotos, curtir, cutucar, eventos,

status, dentre outros), à possibilidade de integrar outras redes sociais às contas dos usuários

bem como aos aplicativos e jogos associados a ela.

Uma vez que as redes sociais são utilizadas, fundamentalmente, para comunicação pessoal, notamos também que o serviço de e-mail tem sido considerado, cada vez mais, como ferramenta de trabalho, uma vez que 37 (trinta e sete) de nossos colaboradores (97%) indicam utilizá-lo para fins profissionais, segundo apresenta o gráfico 12.

54 O Facebook® é a rede social mais popular da atualidade, devido à diversidade de funcionalidades que lhe confere o status de serviço mais completo dessa natureza. Foi criado em 2004, por Mark Zuckerberg e seus colegas de quarto – Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes – quando eram estudantes da Universidade de Harvard.

55 Disponível em: <http://www.ebizmba.com/>. Acesso em 10 jun 2012. 56 Disponível em: <http://www.socialbakers.com/>. Acesso em 14 jun 2012.

Gráfico 12 - Assuntos recorrentes nas mensagens de e-mail

Fonte: Acervo da pesquisa

Contudo, o serviço de e-mail não tem sido desprezado totalmente para uso pessoal, haja vista que 32 (trinta e dois) colaboradores apontaram utilizar a ferramenta nesse âmbito de sua vida, concomitantemente ao uso profissional.

O que mais chamou nossa atenção foi o fato de que nenhum de nossos colaboradores indicou outro contexto em que utiliza o serviço de e-mail, a exemplo do ambiente acadêmico. Devido, inclusive, à natureza do curso de extensão, temos ciência de que cem por cento dos professores em formação inicial e continuada utilizam suas contas de e-mail para esse fim.

Eles indicam ainda que a utilização das contas de e-mail é muito frequente em razão das demandas em que estão envolvidos, a exemplo da participação em cursos a distância, do envio e recebimento de documentos ligados à esfera profissional, do acesso a notícias importantes, entre outros. O gráfico 13 confirma o uso regular das contas de e-mail, visto que nenhum deles deixa de se corresponder através dessa ferramenta.

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Gráfico 13 - Frequência com que os colaboradores correspondem-se por e-mail

Fonte: Acervo da pesquisa

Outra informação importante é que a maioria deles alega não possuir site pessoal, tal como blogs e fotologs (62%) em detrimento daqueles que possuem (38%). Por isso, a construção de páginas de blogs figurou dentre uma das atividades do curso de extensão

Letramentos e tecnologias: ensino de língua portuguesa e demandas da cibercultura,

momento que será descrito posteriormente.

Questionados sobre as práticas de leitura e escrita que realizam em ambiente virtual, os nossos colaboradores apresentaram as respostas convertidas no gráfico 14.

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Gráfico 14 - Práticas de leitura e escrita em ambiente virtual de professores colaboradores da pesquisa

Fonte: Acervo da pesquisa

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As práticas de letramento digital mais recorrentes no cotidiano dos professores em formação continuada são enviar e receber e-mails (100%), consultar e pesquisar (92%), acessar a internet ou navegar por diversos sites (85%), preparar aulas57 (78%) e escrever trabalhos acadêmicos (67%).

Em menor proporção, os docentes em serviço indicam que compram pela internet (64%), escrevem relatórios e outros textos (60%), ouvem música (60%), fazem cursos a distância (50%), organizam arquivos pessoais (50%), consultam o dicionário (50%), pesquisam ou utilizam softwares educacionais (46%) e copiam músicas em CD ou arquivos eletrônicos.

Em contrapartida, as práticas menos recorrentes são digitar dados ou outras informações (32%), entrar em sites de bate-papo e discussão (32%), pagar contas e movimentar contas bancárias (25%), elaborar planilhas ou montar bancos de dados (21%), jogar ou desenhar (21%), organizar agendas ou listas de tarefas (17%) e montar páginas ou fazer programas de computador (3%). 21% dos docentes afirmaram realizar outras práticas, as quais não foram especificadas.

Conforme podemos observar, nenhuma das práticas declaradas pelos professores está concentrada na escola, a qual é o ambiente de trabalho do professor. Apesar de uma parcela informar que preparam aulas utilizando a ferramenta ou que pesquisam e utilizam softwares educacionais, de forma geral, as práticas de letramento digital desses indivíduos estão distribuídas entre as esferas individual e acadêmica.

Seguindo a mesma tendência, os professores em formação inicial e os tutores, também afirmam praticar a leitura e a escrita, em ambiente virtual, quando enviam e recebem e-mails (100%), consultam e pesquisam (100%) e quando navegam por diversos sites ou acessam a

internet (100%), principalmente. As esferas em que as práticas de letramento digital dos

graduandos em Letras e dos tutores estão inseridas, conforme podemos analisar a partir das outras práticas apresentadas no gráfico 14, também condizem com aquelas declaradas pelos professores em formação continuada: a individual e a acadêmica.

Não obstante, evidenciamos que a variedade de práticas visualizadas no gráfico 14,