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Maus tratos ao idoso

No documento Etica Na Saude (páginas 115-120)

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5.3.3 Maus tratos ao idoso

Com o aumento da idade aparecem sensíveis alterações no estilo de vida da população idosa, por problemas de saúde ou até pelo processo fisiológico do envelhecimento, que se mostra como um processo múltiplo e desigual de com- prometimento e decadência das funções que caracterizam o organismo vivo em razão do tempo de vida. (GARBIN, 2010)

O avanço da expectativa de vida e a diminuição da taxa de mortalidade re- presentam um fenômeno mundial atualmente, gerando um aumento do nú- mero de idosos e trazendo várias consequências para as políticas sociais, repre- sentando um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea. No Brasil esse quadro é semelhante, e hoje o país já conta com mais de 14,5 milhões de idosos. (GARBIN, 2010)

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Com essa realidade, o Brasil se coloca como sexto colocado em termos de Com essa realidade, o Brasil se coloca como sexto colocado em termos de população idosa no ano de 2025, com mais de 30 milhões de habitantes acima população idosa no ano de 2025, com mais de 30 milhões de habitantes acima de sessenta anos. As mudanças vindas da terceira idade levam os idosos, na de sessenta anos. As mudanças vindas da terceira idade levam os idosos, na maior parte dos casos, a precisar de alguém para auxiliá-los em atividades que maior parte dos casos, a precisar de alguém para auxiliá-los em atividades que antes pareciam simples de se executar. (GARBIN, 2010)

antes pareciam simples de se executar. (GARBIN, 2010)

Surge assim, a figura de cuidador de idosos, que na grande maioria do sca- Surge assim, a figura de cuidador de idosos, que na grande maioria do sca- sos nos passam despercebidos sua (in) capacidade, resultando em desgaste sos nos passam despercebidos sua (in) capacidade, resultando em desgaste tanto para o ser cuidado quanto para o cuidador. Porém, hoje no país, pouco tanto para o ser cuidado quanto para o cuidador. Porém, hoje no país, pouco se conhece sobre esse impacto, sobre o sistema de saúde, de idosos que estão se conhece sobre esse impacto, sobre o sistema de saúde, de idosos que estão dependentes e necessitam de um cuidador. (GARBIN, 2010)

dependentes e necessitam de um cuidador. (GARBIN, 2010) Nesse contexto, em que os idosos

Nesse contexto, em que os idosos são cuidados por sujeitos não são cuidados por sujeitos não capacitadoscapacitados para a função, é que

para a função, é que surge muitas vezes os maus tratos aos idosos.surge muitas vezes os maus tratos aos idosos.

Essa violência com os preconceitos contra idosos precisa ser investigada nas Essa violência com os preconceitos contra idosos precisa ser investigada nas abordagens qualitativas e quantitativas, precisando ser estimulada a criação de abordagens qualitativas e quantitativas, precisando ser estimulada a criação de novos instrumentos de aferição de

novos instrumentos de aferição de preconceitos, assim como ferramentas parapreconceitos, assim como ferramentas para intervenções e, principalmente

intervenções e, principalmente, para a , para a prevenção aos riscos de violência. Nessaprevenção aos riscos de violência. Nessa abordagem, a luta contra a discriminação contra idosos precisa ser uma ques- abordagem, a luta contra a discriminação contra idosos precisa ser uma ques- tão de saúde pública e

tão de saúde pública e ter apoio de diversos segmentos sociais. Priorizando, fis-ter apoio de diversos segmentos sociais. Priorizando, fis- calizando e implementando ações previstas nas

calizando e implementando ações previstas nas políticas públicas direcionadaspolíticas públicas direcionadas aos idosos. É importante ressaltar que a participação de todos nas esferas de aos idosos. É importante ressaltar que a participação de todos nas esferas de decisão política deverá significar, em um curto espaço de tempo, o diferencial decisão política deverá significar, em um curto espaço de tempo, o diferencial no tratamento dado as situações que violam os direitos das pessoas idosas no no tratamento dado as situações que violam os direitos das pessoas idosas no Brasil, como a

Brasil, como a violência. Ainda violência. Ainda contamos com o contamos com o Estatuto do Idoso, qu Estatuto do Idoso, qu foi umfoi um marco legal nas políticas públicas e contribuiu para o

marco legal nas políticas públicas e contribuiu para o aumento da consciênciaaumento da consciência e informação sobre a violência contra os idosos.

e informação sobre a violência contra os idosos. (DA SILVA; FRANÇA, 2015)(DA SILVA; FRANÇA, 2015)

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capítulo 5

capítulo 5 • •

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Enfim, percebemos também a mídia com o

Enfim, percebemos também a mídia com o papel fundamental em relação apapel fundamental em relação a ruptura de preconceitos e a discriminação contra pessoas idosas. Apesar de os ruptura de preconceitos e a discriminação contra pessoas idosas. Apesar de os meios de comunicação estarem mais atentos a outros tipos de discriminação meios de comunicação estarem mais atentos a outros tipos de discriminação como contra mulheres, negros e homossexuais, ainda são difíceis as menções como contra mulheres, negros e homossexuais, ainda são difíceis as menções frente a discriminação contra idosos. Pesquisas nesse campo, deverão servir frente a discriminação contra idosos. Pesquisas nesse campo, deverão servir como exortadores no processo de mudança social na direção do r

como exortadores no processo de mudança social na direção do respeito, cida-espeito, cida- dania, participação social e prevenção contra os vários tipos

dania, participação social e prevenção contra os vários tipos de violência perpe-de violência perpe- trada contra idosos. (DA SILVA; FRANÇA, 2015)

trada contra idosos. (DA SILVA; FRANÇA, 2015)

ATIVIDADES

ATIVIDADES

01.

01. Os direitos da Os direitos da criança e do criança e do adolescente são previstos adolescente são previstos por qual estatuto brasileiro?por qual estatuto brasileiro?

02.

02. Quais as Quais as classificações de classificações de pacientes especiais?pacientes especiais?

REFLEXÃO

REFLEXÃO

Nesse capítulo relacionamos a bioética com a formação

Nesse capítulo relacionamos a bioética com a formação dos profissionais de saúde, em seusdos profissionais de saúde, em seus aspectos em relação com a equipe de saúde, humanização dessas relações com o paciente aspectos em relação com a equipe de saúde, humanização dessas relações com o paciente e dos atendimentos a pacientes com necessidades especiais.

e dos atendimentos a pacientes com necessidades especiais.

Observamos os vários paradigmas éticos envolvidos nesses temas e podemos concluir Observamos os vários paradigmas éticos envolvidos nesses temas e podemos concluir que toda relação deve vir de muito respeito, carinho e dignidade de ambas as partes. Assim, que toda relação deve vir de muito respeito, carinho e dignidade de ambas as partes. Assim, atingiremos o que almejamos desde o início desse livro, que é, em um sentido bem amplo, a atingiremos o que almejamos desde o início desse livro, que é, em um sentido bem amplo, a ética e suas vertentes no âmbito dos profissionais de saúde.

ética e suas vertentes no âmbito dos profissionais de saúde.

LEITURA

LEITURA

GOMES, Doris; RAMOS, Flávia Regina Souza.

GOMES, Doris; RAMOS, Flávia Regina Souza. Solidaridad, alianza y Solidaridad, alianza y

compromisodelprofesional de lasaludenlasprácticasdel Sistema Brasileño de Salud compromisodelprofesional de lasaludenlasprácticasdel Sistema Brasileño de Salud (SUS

(SUS): un debate bioético. Interface, v. 19, p. 52, 2015.): un debate bioético. Interface, v. 19, p. 52, 2015. SIL

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MIRANDA, Ana Lídia Pinheiro Lins et al.

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down na estratégia saúde da família. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, 2015.. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, 2015.

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Famílias de Alunos Com TTranstorno Mentalranstorno Mental. Revista Includere, v. 1, n. 1, 2015.. Revista Includere, v. 1, n. 1, 2015. DA SIL

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DOS SANTOS, Viviane Silva.Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente.Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. 2014. 2014. 146 fls. Dissertação (Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente) – Universidade Federal de 146 fls. Dissertação (Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente) – Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco.

Pernambuco, Pernambuco.

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FIGUEIREDO, Glória Lúcia Alves; MELLO, Débora Falleiros de. Child health care in Brazil:Child health care in Brazil: aspects of program vulnerability and human rights

aspects of program vulnerability and human rights. Revista latino-americana de enfermagem,. Revista latino-americana de enfermagem, v. 15, n. 6, p. 1171-1176, 2007.

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ZOBOLI, E. L. C. P.; PAC, Fortes. Bioética e atenção básica: um perfil dos problemas éticos vividos por enfermeiros e médicos do Programa Saúde da Família, São Paulo, Brasil. Caderno Saúde Pública, v. 20, n. 6, p. 1690-9, 2004.

GABARITO

Capítulo 1

01. Uma de que o indivíduo que age de modo ético é considerado como aquele capaz de autocontrole, ou seja, de “governar a si mesmo”. E a outra de que a possibilidade de agir cor- retamente e de ter decisões éticas necessita de um conhecimento do Bem, que é concebido pelo indivíduo através de um longo e lento processo de amadurecimento espiritual, ou seja, de “ascensão da alma”.

02. A ética é a teoria ou a ciência do comportamento moral dos indivíduos que convivem em sociedade. Ou seja, é ciência de uma maneira específica de comportamento humano. É ciência porque tem objeto próprio (a moral), leis próprias e método próprio, na simples identificação do caráter científico de um específico ramo do conhecimento. A moral é um dos aspectos do comportamento humano, ou seja, conjunto de normas oriundas do hábito reiterado de sua prática.

Capítulo 2

01.

Princípio do respeito às pessoas ou da autonomia: que exige que aceitemos que as pessoas sejam autônomas, tanto nas suas escolhas como em seus atos, ou seja, liberdade para que as pessoas se autogovernem. O princípio da autonomia define que o médico respei- te a vontade do paciente ou do seu responsável, assim como seus valores morais e crenças.

Princípio da beneficência: que dá o direito ao paciente de que sejam atendidos os interesses importantes e legítimos de cada indivíduos e que, na medida do possível, sejam evitados danos. Na Bioética, esse princípio é também conhecido como o princípio do bem -estar e interesses do paciente por intermédio da ciência médica e de seus representantes.

Princípio da justiça: que exige equidade no que se refere ao exercício da medicina ou qualquer área da saúde, na distribuição de bens e benefícios. Uma pessoa considerada injustiçada quando lhe é negado um bem ao qual tem direito e que, portanto, Ihe é devido. 02. Bioética é uma reflexão compartilhada, complexa e interdisciplinar sobre a adequação das ações que envolvem a vida e o viver.

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