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MISTÉRIOS DO NÚMERO OITO

No documento Os Números (páginas 151-156)

“ O NÚMERO REGE TUDO NO COSMO TAL COMO ELE É ”

D. NEROMAN

1 9 9 5

T E M A 0. 3 9 0

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xiste uma sagrada ciência dos números, conhecida sob diversos nomes, que se ensinava nos templos do Egito, Ásia, Grécia” e divulgado no mundo ocidental especialmente por Pitágoras. Temos apresentado uma pequena parte dessa ciência através desta de palestras sobre temas místicos.

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o plano superior, o número não é número, mas zerolxviii, no plano da creação o zero se converte em um, que é um número impar, e ainda hoje considerado sagrado em muitas doutrinas. Nos antigos alfabetos, cada letra, como cada número, tinha sua significação filosófica e sua razão de ser, além de indicar sons e contar coisas.

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ntre os diversos significados místicos do um podemos dizer que ele simbolizava, para os Iniciados de Alexandria, um corpo direito, o ser humano, cuja posição normal é a vertical, ao passo que a horizontal é a dos animais.

lxviii - Quando falamos de plano superior estamos falando de um nível de continuidade onde coisa alguma existe para ser contada e nem mesmo podendo ser detectado. Nesse nível tudo é zero.

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s pitagóricos afirmavam que a “díada” era o estado imperfeito em que havia caído o primeiro ser manifestado; o ponto a partir de onde no caminho do desenvolvimento ocorria a bifurcação em duas sendas, a do mal e a do bem, que são os pólos positivo e negativo de toda a natureza.

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Ternário é o primeiro dos números perfeitos, como o triângulo é a primeira figura geométrica perfeita; é o número misterioso por excelência. O primeiro sólido é o quaternário, símbolo da materialidade, e por sua vez a pirâmide é o símbolo da união do espiritual com o material, vem do infinito, do um (ponto representativo do vértice) até a base expressa no mundo material. Ela se apóia sobre uma base quadrangular e termina no alto em um ponto, representando assim a tríade e o quaternário, ou o três e o quatro.

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s antigos representavam o homem virtuoso por um ternário, ao passo que o mau era um quinário, pois o número cinco se compunha de um binário e de um ternário, e para eles o binário trazia a desordem e a confusão a toda forma perfeita. Os dois representam a bipolaridade e sempre os opostos, se um dos pólos é positivo o outro sempre é o inverso em relação àquele.

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or outro lado, o homem perfeito tende ao septenário, ou seja, um quaternário + um ternário, isso é,

quatro elementos materiais de que é constituído, e três espirituais que lhes origina. Os números 3 + 4

representam espírito e matéria, septenário da natureza.

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linha espiritual é vertical e a material é horizontal, as duas unidas formam uma cruz que em muitos símbolos é duplicada formando uma estrutura óctupla.

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espiritual é indivisível, mas o material é divisível. Toda a matéria do universo pode ser reduzia a

quatro elementos básicos. A ciência dos homens só se preocupa com o quatro o lado material enquanto o

místico se preocupa com o septenário, matéria / espírito.

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os “mistérios antigos” o número seis simbolizava a natureza física perfeita, pois representava as seis direções possíveis no mundo material: Norte, Sul, Este, Oeste Zênite e Nadir (para cima e para baixo ) representado pelo cubo.

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oito é o número menos citado de todos no ocultismo, embora isso não indique que ele tenha pouca significação. Num certo sentido o oito não existe como número natural desde que 1, 2, 3 são tidos como um por ser uma trindade. Assim sendo, o oito ocupa o sexto lugar de uma escala que acaba em sete lxix.

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asicamente o oito é a representação da orientação. No passado estava representado pelo caduceu, símbolo do deus romano Mercúrio, e do grego Hermes, o mensageiro dos deuses.

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caduceu consiste de uma vara mágica, vara de arauto, em torno da qual se enroscam simetricamente duas serpentes, uma de face para a outra. Muitas vezes é confundido com outro símbolo bem parecido: A Vara

de Esculápio que é o distintivo de farmácia e emblema da medicina. Nesse símbolo existe apenas uma serpente

enquanto no caduceu de Hermes são duas simbolizando o eterno movimento em espiral da evolução.

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evolução se processa em espiral ascendente em um cone que lhe confere o aspecto de hélice. A cada passo da hélice o ser defronta-se com uma fase anterior num nível mais alto.

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o alto, o universo pode ser representado por um circulo com dois outros no seu interior formando do próprio desenho de um 8 deitado e em giro conforme fig. 1. Enquanto o universo existir esse giro continua.

lxix - 1-2-3 = primeiro número.

7 = segundo número 4 = terceiro número 5 = quarto número 6 = quinto número.

N

o plano universal existe o giro da natureza, conforme já estudamos. Há uma peculiaridade no giro da natureza dentro do universo. Embora o giro se processe num mesmo sentido, em manifestação eles são cíclicos parecendo que numa etapa gira num sentido e na etapa seguinte no sentido contrário. Na realidade o giro é num só sentido, mas se apresenta como se fosse em dois, isto decorre de ser um movimento senoidal cíclico. Esta é a razão pela qual muitas vezes as coisas no universo parecem caminhar num sentido e depois noutro inverso. Isso acontece até mesmo com as civilizações que nascem progridem e oscilam como se percorressem um caminho inverso. É um efeito tipo maré, de vai e vem. Na realidade não se trata de um movimento inverso e sim o efeito de um movimento helicoidal em que as situações passam pelo ponto anterior, mas sempre num outro nível. Isso representa aquilo que os orientais costumam dizer: “Respiração de Brahma”.

N

ão nos deteremos muito nessa análise, os que estiveram interessados busquem e por certo grande número de conhecimentos aflorará. No momento apenas afirmamos que existem muitos conhecimentos dentro do que mostramos e que não são de difícil percepção.

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onhecendo-se as nuanças do oito se pode entender grande número de coisas inerentes ao aspecto dinâmico do universo.

A

inda queremos dizer que o oito é simbolizado também pela rosa dos ventos (Fig. 2) como duplicata do

quatro lxx. O número quatro indica as 4 direções Norte, Sul, Este e Oeste, enquanto no oito assinalam-se mais

quatro posições, Nordeste, Sudeste, Sudoeste, e Noroeste.

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m alguns “mistérios” da Antigüidade o oito era representada por uma dupla cruz (fig. 3).

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número oito simboliza a orientação, por isso usa-se para representá-lo a figura da rosa dos ventos.

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o nível do 4 é mais fácil se manter um rumo, mas no oito, embora a orientação seja mais precisa mesmo assim é mais fácil a ocorrência de desvios, pois em vez de 4 possibilidades existem 8. Aumentam o número de caminhos, aumentam a complexidade das coisas, por isso o oito é considerado um número aberto e o mais perigoso de todos.

Fig. 4

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número oito representa a sucessão de oitavas da escala das vibrações e nesse caso pode ser representado por um esquema da “Árvore da Vida”. Numa escala de oitavas existe um sentido de movimentação duplo, ou seja, um para uma oitava a baixo e outro oitava acima, assim sendo uma pessoa no mistério oito tanto pode descer quanto subir. Já dissemos antes, é fácil descer do que subir; para descer não há necessidade de incremento de energia enquanto que para subir sim, neste caso é mais provável a quede do que a ascensão. Diante disto deve-se ter muito cuidado com respeito ao oito. Vide Fig. 4

O

oito é duas vezes quatro e como quatro significa matéria oito representa uma dose dupla de materialidade, de interesse pelas coisas mundanas. De outro ponto de vista o oito representa um “novo começo e nova vida”.

O

oito também é o primeiro número cubo ( 23 ). É o número da vida após a morte, pois significa à eternidade, o símbolo de infinito é um oito deitado.

A

Fig. 5 apresenta o oito em posição vertical e assim simboliza os dois mundo, o mundo espiritual e o material, com o fluxo de energia de cima para baixo e de baixo para cima. Mostra a interação energética entre espírito e a matéria. Para outras doutrinas representa o ciclo ( a roda das encarnações ), de nascimentos e de renascimentos que tende a se perpetuar se ano não se fizer presente outras condições inerentes a outros números, como por exemplo, o seis visando à transformação individual.

O

oito é um “moto continuo”, um vai e vem sem fim, em que se não se fizer sentir uma condição controladora de fora esse movimento tende a não parar.

A

gora podemos compreender porque sem a ação do mistério seis, o aperfeiçoamento, sem a transformação, jamais a pessoa tende a parar de reencarnar vezes seguidas. As doutrinas orientais falam freqüentemente da pessoa se libertar da roda das encarnações e é isto exatamente o que eles querem dizer.

Q

ueremos salientar que o circulo é o símbolo de infinito em um só plano enquanto o 8 é o infinito ente dois mundos ( fig. 5 ).

V

emos que existe em todos esses simbolismos ligados ao número oito um sentido de orientação, de direcionamento, por isso é que ele é símbolo de orientação. Podemos ver que o fluxo de orientação em qualquer das figuras pode ser revertido num sentido ou em outro, cabendo à pessoa o esforço de orientá-lo devidamente. Por isto no Budismo denominado a Óctupla Via, que diz respeito a um meio de libertação da existência terrena, e mais uma vez vemos ali a forma do algarismo 8 sugerindo a travessia da vida terrestre para a vida espiritual.

V

amos agora analisar simultaneamente os números abertos quatro, seis e oito.

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s números quatro como estudaram em outra palestra, é o número da estruturação. Como sempre existe no quatro o pólo oposto, uma coisa pode ser estruturada negativa ou positivamente, portanto trata-se de um número aberto. Por sua vez o seis é o número da transformação, do aperfeiçoamento. Também nele há um duplo sentido, algo pode se transformar tanto no sentido negativo quanto no positivo. Agora vejamos o seguinte: Se algo no mistério seis estiver positivo, uma transformação positiva não permite uma desestruturação ao nível do

quatro. Em outras palavras, o “mistério seis” pode “segurar” o mistério quatro. Assim sendo o quatro só se torna

negativo se o seis o permitir. O seis é mais forte que o quatro, o seis “controla” o quatro, pois se uma pessoa se transforma positivamente evidentemente não tem como ela se desestruturar.

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oito representado por um octaedro, também é um número aberto, pois uma orientação pode ser tanto no sentido negativo quanto no positivo, mas quando é no positivo o oito “segura” o quatro. Uma pessoa bem orientada não tem por onde se transformar negativamente e nem se desestruturar também Por isso a seqüência de perigos segue em ordem crescente: quatro... seis... oito.

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quatro pode contar com a segurança do seis, portanto mesmo aberto ele é um número menos perigoso que o seis, e este que o oito, pois pode ser controlado por ele. Por sua vez o oito é aberto e não tem outro número controlador. O único controle é aquele exercido pela própria pessoa, por isso é tido como o mais crítico dos números naturais.

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tradição chinesa diz que o oito é o símbolo do homem superior. “O homem superior mantém-se firme e não muda de direção”...

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nde mais está explicito os grandes mistérios do oito é provavelmente no I Ching, sistema místico divinatório popular na China. Mais do que um sistema ou método de adivinhação o I Ching é antes de tudo um sistema filosófico bem elevado É um sistema milenar na China e tanto o Taoísmo quanto o Confucionismo sofreram grande influência dele. Confúcio ( Kung Fu Tzu ), um dos mais esclarecidos Mestres da China, disse que se lhes fossem dados mais anos de vida ele dedicaria cinqüenta deles ao estudo do I Ching. A origem do I

Ching se perde na névoa do tempo. Diz a Tradição Chinesa que os trigramas figurativos do I Ching figuravam

no dorso de uma tartaruga do mar que, tal como um dragão, emergiu das ondas e se apresentou ao Imperador

Fo-Hi que viu nisso uma informação sobre o processo da criação do mundo em nove regiões . Segundo a

tradição, a Unidade criou e dividiu o mundo pelo seu próprio movimento e seu ponto de partida definiu o centro.

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ambém é atribuído a criação dos trigramas a um mestre chinês Pao Hsi há mais de 4.000 anos.

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sistema I Ching está baseado no princípios da bipolaridade das coisas, a bipolaridade Yin Yang do universo cuja representação gráfica é o TAO. Yin e Yang são aspectos complementares do que os chineses chamam de Tai Chi, que é a “causa última”, o princípio por trás de todas as cosias. Jophn Blofeld, em seu livro sobre o I Ching descreve o Tái Chi como o “Sempre Imutável, o Sempre Mutável, o Uno, o Todo. Nada e fora dele nada existe que não contenha todo ele. Todas as coisas vêm dele; nada surge dele. Tudo retorna a ele; nada entra ou sai dele. Ele É todas as coisas; não é coisa alguma”. ( Mistérios do UM ).

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s trigramas são constituídos por linhas inteiras e interrompidas e que são usadas para responder sim e não às perguntas formuladas. Na totalidade são oito trigramas, mas as combinações possíveis são 64 ao todo.

FIG. 6

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I Ching não é apenas uma curiosidade ou um simples divertimento. Nele estão implícitos princípios que chega ao nível da própria criação.

“AS ESTRELAS CONVERSAM ENTRE SI. A ALMA DOS SÓIS RESPONDE AO SUSPIRO DAS FLORES. AS CORRENTES DA HARMONIA FAZEM TODOS OS SERES DA NATUREZA SE HARMONIZAREM ENTRE SI .

NUCTEMERON - A OITAVA HORA - POLÔNIO DE TIANA.

No documento Os Números (páginas 151-156)