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“NEM SEMPRE ESTÁ DORMINDO AQUELE QUE TEM OS OLHOS FECHADOS”

No documento Os Números (páginas 43-47)

O VAZIO E O UM “SOMOS MAIS PAIS DO NOSSO FUTURO

“NEM SEMPRE ESTÁ DORMINDO AQUELE QUE TEM OS OLHOS FECHADOS”

1 9 9 5 T E M A 0.3 2 4

O grande Thoth – Hermes – revelou à humanidade 7 princípios que regem o mundo, assim como outros que devem ser descobertos pelo discípulo, podendo apenas ser confirmados por um adepto.

Apolônio de Tiana relaciona a natureza a 12 horas simbolizando cada hora um mistério relacionado com o desenvolvimento espiritual. Assim ele revelou o mistério de cada hora, mas não revelou claramente o “Mistério da Nona Hora”. Esse é reservado para cada um descobri-lo, por isto é intitulado por “O Número que não deve ser revelado”. Há uma correspondência direta entre a Nona Hora e o Nono Princípio de Hermes.

A revelação anterior é algo que grande parte dos estudiosos dos ensinamentos de Hermes nem

ao menos suspeitam da sua existência. A grande maioria dos hermetistas chega apenas até o nível sete, desconhecendo, ou não levando em conta 5 condições básicas para que os Sete Princípios possam se manifestar. Como não sabem da existência destes, conseqüentemente torna-se impossível o estabelecimento de qualquer relação com o Mistério da Nona Hora citado no Nuctemeron de Apolônio de Tiana.

Toda natureza é una, tudo veio do UM e tudo a Ele retorna. Coisa alguma pode existir independentemente do UM e as diferenciações resultam do distanciamento, da polarização. (Princípio da polaridade). O Um é o infinito e coisa alguma pode extrapolá-lo.

Para haver a creação tem que haver no mínimo uma ilusão de ter uma polarização do UM – desdobramento; o Continuum teve que se tornar descontinuum.

Ao nível do “Nada” não existe espaço, portanto tudo está num mesmo ponto, sem distâncias,

sem afastamentos, sem divisões de qualquer natureza. Tudo simplesmente está num infinito adimensional e, num nível assim, não há espaço algum a ser percorrido por qualquer mensagem. Tudo se faz sentir em tudo ao mesmo tempo, por isso não há fluir de tempo, então em tal nível o tempo simplesmente é. Coisa alguma lá acontece, mas se hipoteticamente acontecesse algo, aquilo seria instantâneo porque não haveria distâncias para serem percorridas e igualmente tempo para ser preenchido pelo evento.

Fora da creação tudo é atemporal e inespacial; ali reina o continuo. A creação pode ser definida como a transformação do contínuo no descontinuo, portanto o universo é uma descontinuidade dentro da continuidade, ou seja, algo dentro do “Nada”. A creação, que convencionamos chamar de universo imanente, é constituída por aparentes unidades, é portando algo que se pode definir como sendo de natureza “granular”, que permite ser medido e contado. Medir e contar caracteriza ao Mundo Imanente, uma ilusão de realidade.

Todas as coisas existentes no universo são constituídas por unidades aparentemente separadas.

A matéria pode ser fracionada até o nível dos átomos e, indo mais além, até o nível dos elétrons, prótons e de outras partículas ainda menores os “quakers”. Mais além dessas partículas, diz a ciência, haver energia e para além desse nível há uma condição indefinível, logicamente incompreensível para a

ciência. Esta fala de “buracos negros” uma concentração de matéria tão fantástica que toda a sua própria estrutura desmorona, que nem mais as ínfimas partículas podem existir como tais. Ali tudo é desfeito, não há mais granulação alguma, partícula alguma, tudo passa a ser uniforme atemporal e inespacial, portanto é aquilo que se chama “Nada” e que a Tradição já no Antigo Egito chamava de MA.

O

Querer Cósmico faz MA vibrar tornando aquilo que é contínuo em descontinuo, portanto originando uma creação. O Querer pode ser definido como o princípio ativo máximo do Cosmos e, de certa forma, inerente a própria da CONSCIÊNCIA.

O universo é constituído de descontinuidades – Logói – em número inconcebível constituindo

as unidades integrativas de tudo quanto há.

Mesmo entre as partículas mais ínfimas ainda existe um imenso espaço. A ciência diz que entre

uma partícula atômica e outra, por exemplo, entre um elétron e outro, entre um elétron e um próton, entre uma subpartícula e outra, entre um átomo e outro, há um espaço imenso Considerando-se o tamanho de um desses elementos, a distância entre uma partícula e outra se comparado com o tamanho da partícula, o espaço “vazio” é algo inconcebivelmente desproporcional. Portanto há muito mais espaço “vazio” do que ocupado pelas partículas. Pusemos a palavra vazio entre aspas porque na realidade o vazio inexiste no Cosmos. Onde julgamos existir o vazio existe o “Nada”, existe MA. Como diz a Teoria Quântica: existe informação.

Dividir MA, ou seja, fragmentá-lo, não é possível porque é um continuo. Hipoteticamente, por

mais que se dividisse MA cada fração ainda poderia ser dividida até um ponto de indivisibilidade absoluto, então a partir dali haveria sido atingido o continuo e, portanto o infinito.

As coisas existentes são basicamente constituídas por partículas ou por campos de vibração. Podemos pensar como uma singela analogia, o Cosmos sendo um “caldo” de MA no seio do qual existem partículas dissolvidas que constituem as creações.

O que dá a idéia de universo é o campo formado pelas coisas existentes. O universo é como que

uma bola constituída por partículas que interagem entre si formando um campo único, portanto esse campo é o universo. O universo é um campo energético – Luz Primordial – no seio de MA. MA permeia tudo e constitui tudo. As coisas nada mais são do que alterações vibratórias setorizadas em ínfimas porções de MA.

Dissemos antes que o Cosmos, de certa forma, é a própria consciência porque como tudo é MA,

tudo é Cosmo e Cosmos é Consciência Manifesta. Portanto tudo o que existe fora e dentro da creação é também Consciência.

Podemos dizer que consciência só se torna perceptível através da Mente, do Universo é Mental.

O Cosmo é parte integrante da natureza da Consciência, da natureza de MA, portanto MA é inerente á Consciência. Assim consciência permeia tudo, está em tudo.

Em MA só há a unicidade, a continuidade, não há descontinuidade alguma e constitui a essência

das estruturas. Assim tanto constitui as coisas como na sua intimidade quanto preenche o espaço considerado “vazio” entre as estruturas.

A creação foi um ato de querer e de consciência. Claro que a creação em sua ordenação perfeita

evidentemente foi um ato de consciência efetivado por meio da Mente, portanto a consciência transcende, isto é, precede a própria creação. Para crear foi preciso um querer e uma consciência do ato de crear. Por isto MA é algo inerente à consciência conseqüentemente ela é UNA está dentro e fora das estruturas integrando tudo numa só unidade.

Mesmo que tudo seja MA, mesmo assim há uma individualização relativa na constituição das

partículas do universo e o mesmo acontecendo no que diz respeito à consciência. É verdade que esta se setoriza; de uma forma geral ela se individualiza, mas não de forma absoluta, pois continua existindo sempre um elo integrativo, portanto sempre estando presente a continuidade. Podemos pensar na

consciência como algo com um grande número de níveis, nos níveis mais superficiais ela se individualiza, mas não nos níveis mais sutis.

Algo que seja contínuo, sem “granulação” alguma, sem descontinuidade alguma, algo maciço a

nível absoluto é onipresente e tudo que nele ocorra é de forma onipresente. Pensemos numa bola do tamanho do universo, totalmente compacta, sem granulação alguma, algo essencialmente uniforme. Tocando-se num ponto qualquer daquela esfera, por maior que ela for, ela com um todo tem ciência do toque ao mesmo tempo, não haverá tempo transcorrido para uma mensagem partir de um ponto, de um lugar e chegar a outro porque ali não há lugares diferentes, há apenas um lugar abrangendo tudo.

Vamos usar uma singela analogia para entendimento prático de um ato ao nível de continuidade

e de descontinuidade. Pensemos num conjunto de peças de um jogo de dominó. As crianças costumam brincar colocando as pedras erguidas uma junto da outra sucessivamente formando uma fileira. Depois fazem a primeira tombar e esta derruba a seguinte estabelecendo uma onda de pedras que vão caindo sucessivamente, ocorrendo assim como que uma onda de transmissão da primeira até a derradeira.

No universo acontece assim, num evento qualquer a informação vai passando de partícula a partícula, uma partícula vai comunicando à seguinte a mensagem numa sucessão. A informação se transmite de uma partícula para outra é o que faz com que exista a decorrência de tempo, isto é, a cronologia, o fluir do tempo.

Considerando-se que o dominó como se fosse constituído por só uma peça, esta ao ser derrubada o todo cairia de uma só vez, não haveria a transmissão uma onda sucessiva de quedas, portanto o espaço da fila e nem tempo a ser transcorrido entre a queda da primeira e da derradeira peça existira. No universo é assim também, há uma sucessão imensa de “grânulos” para a mensagem ir se transmitindo sucessivamente de uma para outra, e isso é o que constitui a cronologia.

A creação é “granular”, é descontinuidade. Como analogia nós podemos dizer que se comporta

como uma fileira de peças de dominó, mas ao nível de MA, nível de consciência, e de níveis outros que estudaremos no futuro. Ele a nível essencial é uno, portando tudo aquilo que a lhe for inerente é algo continuo. Para qualquer evento a nível essencial não há tempo transcorrido para algo se transmitir, tudo se faz instantaneamente.

Algo ao nível de consciência que ocorra num ponto qualquer do universo abrange todo ele ao

mesmo tempo, num estado praticamente de onipresença. Ele e UM, comporta-se como se fosse uma peça única do dominó que usamos como singela analogia.

Pelo que dissemos, tenhamos em mente que a consciência é única abrangendo todo o Cosmo,

que ela não é uma descontinuidade e sim uma continuidade. Sendo assim tudo aquilo o que ocorrer num ponto do Cosmo em nível de consciência atinge todos os pontos ao mesmo tempo. Como dissemos antes, num plano superficial a consciência, assim como muitas outras coisas estão individualizadas, separada, mas num nível mais profundo, mais sutil não existe separação alguma, conseqüentemente a nível sutil não há transmissão alguma pois não há espaço de separação real entre as unidades para fazer com que a mensagem tenha que passar de uma descontinuidade para outra.

Há patamares em que as coisas do universo são isoladas, em que há descontinuidade, mas não

em tudo e em plenitude. Coisas como consciência, vida, etc. não são individualizadas. As coisas são constituídas de níveis, individualizadas por diferentes níveis. Nos níveis em que existe a descontinuidade tem que haver transmissão que pode ocorrer por diferentes modos. Mas nos níveis em que há continuidade transmissão não tem sentido de ser, porque ali há onipresença.

Em nível de consciência pensa-se que existem miríades de formas de consciência, mas não é assim. Parece haver consciências independentes porque elas estão parcialmente isoladas. Há condições que envolvem, que bloqueiam, que separam a consciência mas nunca chegando ao nível de uma separação absoluta. A individualização é limitada; num nível mais profundo ela se mantém UNA, se mantém como um continuum. O que está limitado não é a consciência em si, mas a manifestação dos diferentes níveis e planos.

Podemos usar outra analogia Admitamos uma sucessão de lâmpadas acesas. Dentro de certo patamar cada bulbo pode ser considerado uma unidade isolada, com características próprias, diferentes, portanto, das demais. Mas, em termo de energia todas são unas, não há corrente própria de cada lâmpada. Ligadas em série tudo o que ocorrer em nível de energia com uma delas se reflete nas demais, se uma queima todas as demais se apagam porque a corrente elétrica é una para todas as lâmpadas.

Em decorrência do que referimos nesta palestra podemos entender que os seres de todo o universo estão integrados entre si de muitas maneiras, que em nível de mente precisa de meios de transmissão, de sistemas de integração, e tudo isso sujeito a condição de espaço e de tempo. Mas, fora disso existe a interação em nível de consciência e esta une todas as coisas do Cosmo de uma maneira absoluta, não sujeito a fluir de tempo nem a espaço, simplesmente tudo é AQUI e AGORA.

A UNICIDADE

“O CORAÇÃO HUMANO RECUSA-SE

No documento Os Números (páginas 43-47)