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Mobilidade Metropolitana – São Paulo e Paris

6. Região Metropolitana de Paris (IDF)

6.3. Moradia e Renda

No distrito de Paris, tanto em dados quanto no discurso cotidiano das pesso- as, as áreas no sudoeste são as que simbolizam os territórios de alta renda, e compreende o 7º, o 15º e 16º arrondissement.

As moradias de baixa renda são localizadas no extremo oposto do distrito central, onde as habitações sociais são mais presentes. Na escala metropo- litana, as camadas de alta renda se localizam ao longo do Rio Sena à oeste da região. Na primeira coroa, a continuação da área sudoeste e oeste são identificadas como aquelas de maior exclusividade de moradores de alta ren- da. Incluem bairros que se estendem na direção de Versaillhes e também de

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Mobilidade urbana e utilização energética

Saint-Germain-en-Laye.

Figura 6.06 Renda média da população do distrito

em relação à renda média da região até 50% de 50 a 75% de 75 a 100% de 100 a 125% de 125 a 150% mais de 150% sem informação Fonte: INSEE-DGI

Na primeira coroa, as áreas com maiores proporções de beneficiários do RMI4 (Revenu Minimum d’Insertion, em tradução livre para português Renda

Mínima de Inclusão) são aquelas situadas no departamento de Saint Denis, ao norte do distrito central. Assim como o RMI, o mapeamento das moradias ditas «de baixa renda » nos indica a estruturação da metrópole no que se refere a moradias e faixas de renda5.

4 A França possui um programa

de garantia de renda mínima para os franceses. O RMI, ou Revenu Minimum d’Insertion, garante recursos mínimos a todas as pessoas de 25 anos ou mais que possuam a guarda de alguma criança.

5 Uma moradia de baixa renda

é aquela onde a renda de seus moradores é inferior a 60% da renda média da população de Ile-de-France, estabelecido pelo INSEE. Em 2006, este valor era fixado em 845 Euros por pessoa para cada moradia. Como exemplo, um casal com dois filhos de menos de 14 anos é considerado de baixa renda se a renda mensal total for inferior a 1775 Euros.

Figura 6.07 Porcentagem das moradias

de baixa renda - IDF de 29,5 a 39% de 20 a 29,5% de 10,5% a 20% de 0,5 a 10,5% não divulgado Fonte: CAF Ile-de-France / IAURIF

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6 Elas são definidas na lei como zonas

caracterizadas pela presença de grandes conjuntos habitacionais ou de bairros de habitação degradada e por um desequilíbrio acentuado entre habitação e emprego. As Zonas Urbanas Sensíveis foram instituídas a partir do Pacte de Relance pour la

Ville, de 1996 e Ile-de-France. Em

1996 foram instituídas 157 ZUS em Ile-de-France, . A Loi d’Orientation

et de Programmation pour la Ville de

2003 confirmou as ZUS, assim como as ZFU,como areas de intervenção prioritárias e assinalou à políticas públicas os objetivos precisos de redução das desigualdades, em favor especialmente da moradia e do emprego. Ela criou também a Agencie

Nationale de Renovation Urbaine

(ANRU), que gerencia a renovação do parque de habitação nas áreas prioritárias da política urbana.

O número de moradias existentes em Ile-de-France segundo o censo do IN- SEE de 2006 é de 5 309 012 unidades. De 1999 a 2006 temos um crescimento de 0,6% de unidades, muito inferior ao crescimento populacional, que foi de 6,16%.

Outro importante mapeamento das condições mais desfavorecidas de mora- dia em Ile-de-France é a identificação das ZUS – Zonas Urbanas Sensíveis6.

Estas áreas representam 8% da população nacional francesa e 12% dos habi- tantes de Ile-de-France. O total de habitantes das zonas sensíveis em Ile-de- -France são 1 332 000 pessoas, ou seja, um em cada 8 habitantes da região residem em ZUS.

A verificação do aumento do número de pessoas beneficiárias de programas sociais de renda mínima concentradas nas áreas já identificadas com predomi- nância de habitações sociais oficiais mostra uma consolidação e reafirmação das áreas mais homogêneas de moradias de baixa renda.

Figura 6.08 Perímetro de ZUS em IDF

ZUS Fonte: http://sig.ville.gouv.fr/

Cartographie/FR

6.4. Trabalho

Em estudo do INSEE, realizado com dados de 2006, a região de Ile-de-Fran- ce conta com quase 5 273 000 assalariados, englobando os setores público e privado. A predominância é dos setores de atividades ligados aos serviços, que empregam 3 751 000 assalariados. O setor terciário, agregados comércio e serviços, representa mais de 84% dos empregos da região.

O setor de serviços representa a grande parte dos postos de trabalho nos três grandes anéis da metrópole, departamento de Paris, Pequena e Grande Coroa.

Tabela 6.07 Número de assalariados

em Ile-de-France

Fonte: INSEE / CLAP 2006 Total 1 642 000 1 952 200 1 678 600 5 272 800 Total Paris Pequena Coroa Grande Coroa Ile-de-France

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Mobilidade urbana e utilização energética

A indústria tem mais postos de trabalho na Pequena e Grande Coroa, assim como a construção.

A dotação de grandes eixos de infraestrutura é o principal fator a ser expli- citado quando falamos das localidades das empresas de grande porte. Se a logística principal requer a circulação de pessoas, a infraestrutura de circula- ção e transporte cotidiano ampla e facilitada é um dos principais fatores de escolha para a localização de sua sede. Se a logística principal diz respeito a materiais, então a localização para o escoamento de produtos e a aquisição de insumos é o regulador da escolha de sua localização. Como exemplo, as principais empresas globais possuem sua estrutura espalhada pelo mundo a partir das variáveis da logística de cada segmento da sua produção. As sedes das grandes empresas se concentram em cidades com grandes possibilidades de conexão mundial, e ainda se situam dentro dela a partir dos principais eixos de circulação cotidiana.

Na região de Ile-de-France, o IAU – Institut D’Amenagement Urbaine (Ins- tituto de Gestão Urbana), em seu estudo sobre a localização do trabalho na região, mostra a existência de polos de negócios e empregos a partir da den- sidade de empregos totais e indicadores como o volume total de assalariados, o número de grandes estabelecimentos e de postos de trabalho com mais de 100 trabalhadores. A partir destes critérios, o instituto aponta a existência de alguns polos, sendo os dois maiores na escala metropolitana são o Quartier Central des Affaires – QCA (Bairros Central de Negócios) no departamento de Paris e a região de negócios de La Defense – que se estende de Paris para os departamentos vizinhos. Outros polos são apontados como terciários es- pecializados em desenvolvimentos, como o eixo Front de Seine e Val-de-Sei- ne, o polo de Lyon-Bercy-Tolbiac e o polo de Montparnasse. Outros polos terciários de menor porte em desenvolvimento são identificados em Plaine Commune, Bagnolet-Montreuil e Malakoff-Montrouge.

Figura 6.09 Número de empregos por ha

600 300 150 50 10 0 Fonte: INSEE / CLAP (31.12.2006) /

DREIF / IAU IF 2009

Front de Seine

Lyon-Bercy-Tolbiac Montparnasse

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Figura 6.10 Número de empregos por 1 000 habitantes em IDF

600 300 150 50 10 0 Fonte: INSEE / CLAP (31.12.2006) /

DREIF / IAU IF 2009