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naquela época [da implantação], os pais não procuravam tanto pela

1934-2015 Etapa da Educação

E, naquela época [da implantação], os pais não procuravam tanto pela

questão da liminar. Eu não sei, não tinha esse hábito ainda, ou não tinha sido divulgado ou eles não estavam tão informados nesse período. Então foi

tranquilo nesses dois anos. A partir do ano de 2011, que foi um ano mais difícil [...] os pais já vinham com essa informação da liminar (Diretor 2, 59 anos).

É a partir do ano de 2011, como vimos na Tabela 4, que a demanda na justiça aumenta. Isso coincide com o término da regra para o alinhamento, estabelecida na Resolução CNE/CEB n. 01, de 14 de janeiro de 2010110, que permitiu a matrícula da criança de cinco anos – durante o ano de 2010 – independentemente do mês de seu aniversário, caso, em percurso educacional, constasse matrícula e frequência por mais de dois anos na pré-

110 E, posteriormente, prorrogado por mais um ano (2011), pela Resolução CNE/CEB n. 6, de 20 de outubro de 2010.

escola. Com isso, infere-se que as primeiras demandas na justiça foram para matricular crianças que não tinham mais de dois anos de frequência na pré-escola ou cujas escolas não realizaram o alinhamento das matrículas.

Ao mesmo tempo, a implantação do ensino fundamental de nove anos foi um período conturbado para as escolas, e mesmo a data de corte, como vimos anteriormente, até então era flexível e não havia uma determinação em nível nacional pelo CNE. Estados e municípios normatizavam esta questão, as escolas resolviam sem muitos problemas e os pais não sentiam necessidade de recorrer à justiça. A educação infantil ia até os seis anos de idade e as crianças iniciavam o ensino fundamental completando sete anos durante todo o primeiro ano:

- Aqui na escola, essa implantação, no início, foi um pouco complexa. Porque eu tinha de fato um número maior de ajustes a serem feitos. Porque, até então, não existia uma data para este corte etário. Existia uma data, mas essa data

era mais flexível, nós tínhamos mais até o final do ano, e de repente instalou-se

uma data para ser cumprida através dessa data de corte. Esse ajuste precisou ser feito a partir das séries iniciais também. Então houve esses ajustes, algumas

crianças puderam ser antecipadas nesse início, outras, as famílias tiveram que fazer uso do recurso da liminar para que essa possibilidade se efetivasse (Diretor 2, 59 anos).

Com o boom de mandados de segurança para matricular a criança de cinco anos independente da data de aniversário, as escolas tiveram despesas adicionais, arcando com os custos dos processos na maior parte das vezes:

- A escola também, embora nós estivéssemos só cumprindo uma legislação, nós

também arcamos com alguns custos relacionados a esses processos. Porque

você perdeu o processo, a escola perdeu o processo, porque não é contra o governo do estado essa liminar. Ela chega a ser mesmo voltada à escola que não aceitou essa matrícula. Agora, por que a escola não aceitou a matrícula? Então nós acabamos até assumindo alguns custos, sim, nestas questões das 2ª instâncias. Não aqui em 1ª instância, entendeu? Nós perdemos a causa. Aí, no caso, vieram algumas custas em relação ao processo, algumas despesas que surgem (Diretor 2, 59 anos).

Entretanto não tiveram custo na adequação do material didático, pois, nos sistemas apostilados em questão, o material do 3º ano da pré-escola seguiu com os alunos para o 1º ano, chegando-se a só mudar a capa .

- Não teve muita alteração. O trabalho que era feito era muito parecido. Foi só

mudar a capa das nossas apostilas que vinham do sistema apostilado. Do 3º ano

do Infantil para 1º ano do Fundamental (Diretor 1, 60 anos).

Uma melhor percepção sobre as crianças ocorre em torno de questões verificadas no dia a dia das escolas. Em geral, as famílias são menos numerosas e as crianças acabam

sendo um objeto de consumo , um objeto de desejo delas. A criança de hoje não mais

resolve os conflitos sociais na rua, os conflitos sociais são resolvidos na escola ; a educação

social, do respeito ao próximo e ao bem público, é dada na escola; há uma erotização das

crianças muito acentuada, elas ouvem coisas, assistem coisas, e pulam etapas , cada vez mais fazem menos exercício , são verdadeiras consumistas . Estas questões têm tornado

as crianças contemporâneas mais espertas ou, ao contrário, mostram que elas têm sido

alijadas de algumas coisas que eram consideradas características da infância?

- Olha, eu percebo uma criança muito esperta... É uma infância diferente. Mas que

tem sido alijada de algumas coisas por essa esperteza. Hoje a criança é um

objeto de consumo. É um objeto de desejo da família. Igual ele quer um carro novo, ele quer um filho. Aí, ele quer um filho daquele jeito... aí ele oferece para este filho tudo o que ele quiser, todas as oportunidades. As crianças estão cada vez mais crianças obesas e cada vez mais fazem menos exercícios. Então, essa criança, não mais resolve os conflitos sociais na rua, os conflitos sociais são

resolvidos na escola. Agora, a educação social do respeito ao próximo, que vai

dar o respeito ao sinal de trânsito, ao bem público, é na escola. Quando criança, a gente tinha menos acesso ou nenhum acesso ao consumo. Hoje, as crianças são

verdadeiras consumistas. Há uma erotização das crianças muito acentuada, elas ouvem coisas, assistem coisas, e pulam etapas (Diretor 1, 60

anos).

Em relação à questão de como percebem o desenvolvimento das crianças que foram antecipadas, relatam que há diferenças: algumas estão se saindo muito bem, enquanto que outras, quando submetidas a uma programação mais densa, tipo esquemão , no 2º ano, – com leituras longas e mais tarefas de casa –, sentem-se cansadas e a maturidade faz falta. Em contraponto, os pais não tiveram tanta certeza de que fizeram o melhor para seus filhos. Nesse sentido, coaduna-se com a ideia de que seria preferível pecar pelo

excesso e deixar essa criança mais madura do que a turma, do que ela [ter que] correr atrás da turma . Assim, levanta-se como polêmica a pertinência dos testes psicopedagógicos,

que validaram a criança de cinco anos no ensino fundamental, exigidos por juízes em decisões de mandado de segurança.

- Quando a criança já entra na Educação Infantil com essa idade um pouco antecipada, depois vai refletir lá no Fundamental [...]. E algumas mães se arrependem. Não no 1º ano, porque não mudou nada, mas no 2º ano, na hora

que as coisas vão apertando, essa maturidade faz falta, dá um certo cansaço. O esquemão já entra... leituras longas, mais tarefas de casa, tem uma

programação. Aí essa criança, não é que ela não tem a competência cognitiva, ela está um pouco imatura, ela se cansa facilmente, ela resiste mais. Então algumas mães falam, agora eu não vou acelerar, não. Eu me arrependi de ter

acelerado a minha . E algumas, não. Porque são as diferenças mesmo. Particularmente, eu acho que é preferível pecar pelo excesso e deixar essa criança mais madura do que a turma, do que ela [ter que] correr atrás da turma (Diretor 1, 60 anos).

Pergunta-se, então, por que não deixar a criança de cinco anos na educação infantil? Mesmo com o enfoque no desenvolvimento de aspectos cognitivos, esse é o período em que a infância é mais considerada, em que ainda se respeita o brincar, o descansar, o

repousar, o trabalho com o lúdico, o trabalho com o concreto, a criança tem a oportunidade de manipular, de cheirar, de pular, de correr, tem a psicomotricidade e o trabalho com as artes que é tão diversificado... , e que contempla ainda

- [..] o social, contempla o afetivo, ele contempla o lúdico, ele contempla as operações concretas, ele contempla as áreas da natureza e da sociedade, que você vê lá quem tem a parte experimental quando ele estuda ciências, ele tem noção de uma linha evolutivo-histórica, quando ele começa a falar de identidade, eu, a família, o meu contexto histórico, uma árvore genealógica... Então ali tudo é contemplado com a criança. Então se ela tem 4 anos, 5 anos ou 6 anos, eu não

vejo um sofrimento ali. Porque é Educação Infantil. Mesmo ela sendo associada

a esses aspectos cognitivos, eu vejo que a Educação Infantil respeita muito

ainda o brincar, o descansar, o repousar, o trabalho com o lúdico, o trabalho com o concreto, a criança tem a oportunidade de manipular, de cheirar, de pular, de correr, tem a psicomotricidade e o trabalho com as artes, que é tão diversificado (Diretor 1, 60 anos).

Assim, considera-se que, na educação infantil, a criança tem um desenvolvimento completo, e as capacidades vão sendo internalizadas por ela de uma maneira muito

tranquila porque se faz uma associação, com as outras necessidades do desenvolvimento da criança .

Então eu vejo que [na educação infantil] a criança vai crescendo já com essas

capacidades sendo desenvolvidas ou sendo internalizadas por ela de uma maneira muito tranquila, porque eu vejo que há uma associação com as outras necessidades de desenvolvimento da criança (Diretor 1, 60 anos).

Entretanto, nem sempre as políticas públicas favorecem a permanência da criança nesta etapa, como veremos abaixo.

II - A construção histórica da Lei Estadual n. 20.817/2013

Viu-se anteriormente que, em 2011, o MPF de Pernambuco – 2ª Vara da Justiça Federal – obteve antecipação de tutela, em caráter liminar, suspendendo as disposições das Resoluções nºs 01/2010 e 06/2010 do CNE e outras normas de igual conteúdo – no que tange à proibição de matrícula no ensino fundamental de crianças com idade inferior a seis anos após o dia 31 de março –, e garantindo o acesso de crianças com seis anos incompletos ao ensino fundamental, desde que comprovassem sua capacidade intelectual por meio de avaliação psicopedagógica. Em 12 de abril de 2012, na sentença desta Ação

Civil Pública, confirma-se a decisão que antecipou os efeitos da tutela, permitindo a regular matrícula no ensino fundamental, em todas as instituições de ensino do País, das crianças menores de 6 (seis) anos de idade em 31 de março do ano letivo a ser cursado (PERNAMBUCO, 2012). Como o ano já estava em curso, a aplicação da sentença ficou para 2013.

Em Minas Gerais, em 11 de julho de 2012, é publicada a Resolução Conjunta SEE/MG - SMED/BH N° 01, garantindo a toda criança que completar 6 (seis) anos de idade, no ano de 2013 – independente de data de aniversário e de avaliação psicopedagógica –, a inscrição no cadastro escolar para início do ensino fundamental.

Em decisão em Embargos de Divergência pelo Tribunal Regional, em 04 de setembro de 2012, a sentença limita-se à Seção Judiciária de Pernambuco.

Com esta decisão o CNE reativou as referidas resoluções. Entretanto, em 26 de outubro de 2012, em Belo Horizonte, atendendo ao MPF na Ação Civil Pública nº 50861- 51.2012.4.01.3800, a Justiça Federal concedeu liminar suspendendo de imediato os efeitos das Resoluções nº 1 e 6/2010 do CNE, bem como dos demais atos posteriores que reproduziram o mesmo comando . Esta liminar flexibilizou a data de corte, facultando aos estabelecimentos de ensino que as crianças nascidas após o dia 31 de março pudessem ser matriculadas uma vez comprovada sua capacidade intelectual mediante avaliação psicopedagógica por cada entidade de ensino (MINAS GERAIS, 2012c). Como a decisão é do final de outubro/2012, a liminar teria efeito a partir do ano de 2013. Assim, em atendimento em janeiro de 2013, a SEEMG orienta as escolas da rede pública estadual a proceder a avaliação psicopedagógica das crianças que com seis anos após o dia 31 de março.111

Em decorrência de tanto vai e vem, viu-se tanto a aplicação dos testes em todas as redes de ensino quanto a procura, por pais indignados, de orientações para manter seus filhos no fluxo em que se encontravam, sem pular etapas, ou, ao contrário, para acelerar sua escolaridade. E não é somente em Minas Gerais que se verifica esta situação: o Conselho Pleno do estado do Paraná recebe uma consulta da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME/PR, alegando no ofício:

Temos recebido, quase que diariamente, indagações dos prefeitos e secretários municipais de educação sobre a obrigatoriedade ou não da matrícula de crianças com seis anos incompletos no ensino fundamental (PARANÁ, 2012, p.1).

A avaliação psicopedagógica foi indicada, mesmo com a clareza estabelecida na LDB de que não se pode aplicar prova em crianças para acesso ao ensino fundamental. Segundo SILVA, , p. , o direito de acesso e permanência no ensino básico é público subjetivo e, ademais, é obrigatório, ou seja, independe de aferição de maior ou menor capacidade do sujeito . Ademais, a determinação jurídica, ao condicionar o acesso da criança ao ensino fundamental à realização de uma avaliação psicopedagógica, não apenas fere o princípio legal, mas, como assevera Gonzaga (2013), em Manifesto do CME de Belo Horizonte, impõe à educação infantil um currículo a ser seguido , de forma que:

Tal currículo estaria visivelmente em oposição ao que tem sido normatizado até então em âmbito nacional, por meio das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e demais documentos oficiais. Os princípios defendidos nesses documentos concebem a educação da pequena infância como um

compromisso com a educação integral da criança e não unicamente comprometida com o desenvolvimento de aspectos cognitivos (GONZAGA,

2013, p. 186). (Grifos nossos).

Em obediência à liminar, a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte (Semed) publica a Instrução de Serviço SMED n. 001/2013, de 05/06/2013, dispondo que, para o ano de 2014, a criança nascida entre 1º/04/2008 e 31/12/2008 deveria ser encaminhada pela Gerência Regional de Educação para avaliação psicopedagógica para definir o ingresso da criança no ensino fundamental ou sua permanência na educação infantil. Ocorreu desta mesma forma no âmbito da SEE/MG, que encaminhou para as escolas de sua rede normativas para o teste a ser aplicado nas crianças com data de aniversário após o dia 31 de março. Estas normativas foram alteradas posteriormente, em decorrência da publicação da Lei n. 20.817/2013.

Dado este contexto inicial, apresenta-se a construção história da lei estadual mineira, que teve a participação ativa do Fórum Mineiro de Educação Infantil (FMEI), envolvendo estratégias políticas que evidenciam o alcance do grau do conflito e das forças e disputas envolvidas nesta questão. Este Fórum realizou campanha junto aos Organismos Não Governamentais (ONGs), ao Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB), à Rede Nacional Primeira Infância (RNPI), aos Conselhos dos Direitos da Criança e dos Adolescentes, aos Conselhos Estaduais e Municipais de Educação e ao Ministério Público. Mobilizou, ainda, gestores públicos estaduais e municipais, sindicatos, pais e mães de crianças. Estes esforços visaram a garantir que as orientações legais e normativas

assegurassem o melhor atendimento educacional para as crianças durante a primeira infância (BAPTISTA, 2013, p. 14).

Nesta época, o Fórum criou o Blogspot anos é na Educação Infantil (http://5anosnaeducacaoinfantil.blogspot.com/), que informa em sua página ser pelo direito da criança ser criança , consistindo em um movimento contra antecipação obrigatória da entrada de crianças menores de 6 anos no Ensino Fundamental , pois a

educação para criança de 5 anos é a Infantil .

Encontra-se em Baptista e Lima (2013) que a luta por uma educação de qualidade não pode descuidar-se do:

Direito da criança de viver a sua infância e de tudo que este direito implica: brincar; aprender ludicamente; conviver em espaços que lhe garantam liberdade, autonomia, ampliação de suas experiências humanas. Defendendo a aprendizagem de acordo com as características da idade, preservando a infância e respeitando etapas do desenvolvimento infantil. Antecipar a entrada no ensino fundamental é uma forma de desconsiderar as especificidades da primeira infância que se constitui como um tempo próprio de formação humana (BAPTISTA; LIMA, 2013, p. 169-170).

No Dossiê FMEI: 5 anos é na Educação Infantil , encontram-se as diversas ações da campanha realizada pelo FMEI, em julho de 2012, em decorrência da republicação da Resolução SEEMG n. 2.108, em 05 de julho de 2012, que incluiria no ano de 2013 um contingente considerável de crianças de cinco anos no ensino fundamental, a saber: (i) Carta aberta à comunidade – anos é na Educação Infantil! , esclarecendo e alertando a população e os gestores públicos sobre o impacto dessa republicação; (ii) Nota de esclarecimento aos municípios para que não façam alteração no Cadastro já realizado, uma vez que cada família interessada é que deverá procurar o município e solicitar a revisão da situação da criança; (iii) Carta ao Promotor da 23ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Belo Horizonte, solicitando orientações para a revogação da republicação, de forma a manter o texto publicado em 21 de junho de 2012; (iv) Abaixo- assinado encaminhado à Secretária de Educação do Estado de Minas Gerais, solicitando empenho para que sejam mantidas as orientações da primeira publicação; (v) Folder divulgando a campanha; (vi) Texto do NEPEI e do FMEI apresentando contribuições para o debate sobre a data limite para a matrícula no ensino fundamental, endereçado à Associação Nacional do Ministério Público.

Este dossiê apresenta ainda as manifestações de outras instituições que envolveram a temática no período de 2009 a 2013: (i) do Fórum Gaúcho de Educação Infantil

manifestando-se contrário à decisão judicial de aplicação de avaliações para diferenciar as crianças entre as que poderiam ingressar no ensino fundamental e as que não poderiam, punindo as não aptas por algo de que elas não têm culpa; (ii) da Campanha Nacional pelo Direito à Educação112 e da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) com manifestações contrárias e conclamando a sociedade a lutar contra a aprovação do Projeto de Lei – PLS 414/2008 PL 06755/2010 –, de autoria do Senador Flávio Arns, que intencionava tornar obrigatório o ingresso de crianças com cinco anos no ensino fundamental; (iii) da RNPI com propostas de mudanças nos itens relativos à idade de frequência à educação infantil e de ingresso no ensino fundamental, expressas no Projeto de Lei – PLS 414/2008 PL 06755/2010; (iv) do CME de Belo Horizonte, expressando repúdio ao processo de judicialização de questões pedagógicas , cuja tendência é a de desconsiderar importantes avanços teóricos e conquistas da área educacional ao se determinar, por meio de atos legais, temas que devem ser debatidos e problematizados em espaços que guardem as especificidades pedagógicas; e (v) Resposta da FaE da Universidade de São Paulo dirigida à Promotora de Justiça de Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos da Infância e Juventude da Capital, apresentando manifestações contrárias à transferência das crianças pequenas (3 anos) para as EMEIs, estabelecida na Portaria 4.448/08113 da Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo.

Segundo Baptista (2013, p. 16 , uma das estratégias empregadas pelo FMEI foi solicitar ao Deputado Rogério Correia que apresentasse projeto de lei determinando a data de ingresso no ensino fundamental . Assim, fruto de discussões e embates, em 16 de março de 2013 o projeto de Lei n. 3.871/2013 propunha o ingresso na rede pública com seis anos completos até o dia 31 de março do ano da matrícula. Em revisão da matéria em 2º turno, encontramos que procurou-se reconsiderar e reavaliar ainda mais cuidadosamente as posições que nos foram manifestadas pelos representantes do Fórum Mineiro de Educação e representantes dos pais cujos filhos se encontram na idade própria de ingresso no ensino fundamental . Dessa forma, conforme Baptista (2013, p.15),

112 Rede social que articula mais de 200 entidades de todo o Brasil, incluindo movimentos sociais, organizações não-governamentais, sindicatos, gestores, conselheiros educacionais, universidades, grupos estudantis, juvenis e comunitários e demais interessados em prol de uma educação pública de qualidade. 113 Dispõe sobre diretrizes, normas e períodos para a realização de matrícula da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos, na RME e nas Instituições privadas de Educação Infantil da Rede Indireta e Conveniada.