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SÃO DOIS PRA LÁ E DOIS PRÁ CÁ: a educação infantil em Campinas

NOME DA NAVE-MÃE 31 LOCAL ANO INSTITUIÇÃO

1 Leonel Brizola Jd. Marisa 2008 Associação Movimento

Educacional - AME 2 Professor Anísio

Teixeira

Jd. Fernanda II 2008 Associação Movimento Educacional - AME

3 Professor Paulo Regius Neves Freire

Satélite Iris II 2008 Associação Movimento Educacional - AME

4 Professor Darcy Ribeiro Vida Nova 2008 Obra Assistencial São João Bosco

5 Professor José

Aristodemo Pinotti

Vila Reggio 2009 Associação Chance Internacional

6 João de Medeiros Calmon

Vista Alegre 2009 Instituição Casa das Crianças Caminho Feliz 7 Ministro Gustavo

Capanema

DIC VI 2009 Casa dos Menores de

Campinas 8 José Bonifácio Coutinho

Nogueira

Residencial Cosmos

2009 Instituição Casa das Crianças Caminho Feliz 9 Professor Zeferino Vaz Alto Belém 2010 Associação Educacional

Brasileirinhos (AEB)

10 Dra. Zilda Arns Parque das

Indústrias

2010 Associação Chance Internacional

11 Professor Pierre Weil Parque

Universitário de Viracopos.

2010 Associação Nazarena Assistencial e Beneficente (ANA)

12 Vandir Justino da Costa Dias

Novo Mundo 2010 Associação Chance

Internacional

13 Professor Milton Santos Jd. Ouro Preto 2010 Associação Chance Internacional

14 Antônio Vieira de Oliveira

Parque Shalon 2011 Associação Chance Internacional

15 Dom Edward Robinson Barros Cavalcanti Cidade Satélite Iris 2012 Associação Evangélica Assistencial – AEA 16 Mayara Masson Christofoletti

Jd.do Lago II 2012 Associação Movimento Educacional – AME

17 Governador Eduardo Henrique Accioly Campos

Vila Esperança 2015 Associação Chance Internacional

18 Célia Aparecida Jordão Velardi Gaspar Res. Porto Seguro 2015 Associação Nazarena Assistencial – ANA 19 Conceição Anita Mendes Ferreiro Girondo

Jd. Ibirapuera 2015 Associação Chance Internacional

20 Rubem Alves Jd. Campos

Elíseos

2015 Associação Chance Internacional

21 Profª. Elenice Aparecida de Moraes Ferrari

Jd. Bassoli 2015 Associação Chance Internacional

Fonte: Diário Oficial do Município de Campinas, 2011 – 2015 e portal do G1-Campinas, 2015.

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No governo do PDT cada instituição recebeu o nome em homenagem a uma personalidade do país ou da cidade que lutou pela qualidade da educação no Brasil (Cf. Rovêdo, 2010, p.12). No governo PSB, as entidades recebem nome em homenagem a políticos, familiares de vereadores entre outros, embora todos, de certa maneira, foram pessoas que contribuíram com programas educacionais na cidade ou no país.

Nesse quadro, podemos observar que existem na cidade 21 CEIs Naves-Mãe atendendo as crianças de 0 a 6 anos em período parcial ou integral. As dezesseis primeiras naves atendem nos dois períodos, enquanto as cinco naves inauguradas no governo do PSB, em 2015, atendem em período integral (das 07h20 às 18h). Na verdade, essa era a promessa desse governo, isto é, e educação integral a educação infantil no município.32

O segundo fato a ser observado é a distribuição dos CEIs pelas ONGs cogestoras, que demonstram duas coisas: a primeira é que, a exceção de duas naves, todas as demais entidades mantenedoras são organizações de cunho religioso; a segunda, desdobramento da primeira, revela a supremacia de entidades evangélicas como mantenedoras das instituições, conforme podemos observar abaixo:

Quadro 10 – Distribuição das Naves por entidades mantenedoras

Entidades mantenedoras

Nº de CEIS atendidas

Caracterização das mantenedoras

Associação Movimento

Educacional – AME

04 Esta entidade não apresenta registros na internet sobre sua formação, missão ou origem. O que pesquisei com antigos funcionários é que é uma entidade formada por ex-diretoras das cinco naves que eram geridas pela Fundação Douglas Andreani e foram devolvidas a administração pública em 2011. Estas diretoras entraram no processo seletivo de cogestoras e foram contempladas para gerirem as naves.

Obra Assistencial São João Bosco

01 Associação é ligada à Igreja Católica, que busca nas naves estabelecer metas de qualidade que contribuam para o desenvolvimento integral das crianças, proporcionando o acesso e a ampliação dos conhecimentos adquiridos (site da entidade) Associação Chance

Internacional

09 Denomina-se associação cristã. Entidade com sede no Brasil, Estados Unidos e Inglaterra, tem como lema “A CHANCE, existe para defender e socorrer a criança e ajudá-la a desenvolver todo o seu potencial como ser criado à imagem e semelhança de Deus”. (site da entidade)

Instituição Casa das Crianças Caminho Feliz

02 É uma ONG fundada em 2000 por

moradores voluntários do Bairro Satélite Iris para atender a população em

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Para muitas famílias este horário tanto de entrada quanto de saída não é viável, pois não coincide com o horário comercial de trabalho. Contudo, é bem aceito, porque as CEIs públicas da cidade, que recebem crianças a partir de 03 anos, atendem em período parcial.

vulnerabilidade. Não possui site e não encontrei nada ligado a nenhuma religião. Casa dos Menores de

Campinas

01 Instituição cristã, ligada às Igrejas Presbiteriana e Batista, de origem internacional, que realiza trabalho assistencial em diversos países para a população em vulnerabilidade social. No Brasil é responsável pela Casa dos Meninos. A filosofia da entidade é transformar a vida de crianças e adolescentes em situação de risco, suas futuras gerações e proporcionando-lhes um futuro produtivo de esperança eterna. (site da entidade)

Associação Educacional

Brasileirinhos (AEB)

01 É uma entidade sem fins lucrativos, atuando na Região do Campo Grande e Parque Oziel, tendo como sede a Igreja Matriz do Parque Oziel. Seu lema é acolher as crianças que estão fora da rede escolar. A entidade possui apenas um Blog que não tem muitas informações sobre a mesma.

Associação Nazarena Assistencial e Beneficente (ANA)

02 Entidade evangélica, ligada à Igreja do Nazareno, que tem como lema em seu trabalho junto a população em vulnerabilidade Conduzir a criança ao seu auto sustento e a poder compartilhar com outros nas suas necessidades. Conduzir a criança ao seu bem estar físico e social. (site da entidade)

Associação Evangélica

Assistencial – AEA

01 Associação é ligada à Igreja Presbiteriana de Campinas. Objetivos da entidade com as naves, de acordo com o site da ONG é a inclusão social das crianças, com um trabalho a partir da pedagogia dos sentidos, formar integralmente os futuros cidadãos.

Fonte: Sites33

O que se observa nas pesquisas realizadas sobre as cogestoras é que a exceção de duas naves cogestadas pela Instituição Casa das Crianças

Caminho Feliz, as demais unidades são geridas por entidades religiosas

cristãs. Isto nos leva a pensar na garantia da laicidade das instituições de ensino no município e também no país, conforme o que determinada a Constituição de 1988.

33

Segue os sites consultados para pesquisa das instituições: a) http://www.chance.org.br ; b) http://www.ossjb.org.br/ ; c) http://www.iorm.org.br ; d) http://www.esperancasemlimites.org.br; e) http://aebeducacao.blogspot.com.br/ ; f) http://www.aeacampinas.org.br/

O Estado laico é aquele que tem sua legitimidade radicada na soberania popular. Ele não só dispensa a legitimidade conferida pelas instituições religiosas como é imparcial em matéria de religião. O Estado laico respeita todas as crenças, religiosas e antirreligiosas, desde que não atentem contra a ordem pública. Ele não apoia nem dificulta a difusão das ideias religiosas nem das ideias que consideram a religião fruto da alienação individual e/ou social. Respeita, igualmente, os direitos individuais de liberdade de consciência e de crença, de expressão e de culto (CUNHA, 2013, p. 927).

Essas instituições, em sua maioria, apresentam como missão ―levar‖ ou ―conduzir‖ as crianças a Deus. Como elas podem realizar tais ações dentro de um sistema laico de ensino? E como fica o trabalho pedagógico a ser organizado para as crianças de religiões de matizes africanas ou ateias? Sua liberdade de culto não é respeitada?

Essas são questões importantes que foram surgindo durante as pesquisas nas naves, pois as diretoras entrevistadas, ao indagar sobre a religião das funcionárias, não assumiram que no processo seletivo este pode ser um critério de desempate, principalmente porque são contratadas pelas ONGs. Tal fato é um dos principais entraves dessa política pública, pois ao se isentar da gestão dessas instituições, atribuindo poderes às instituições religiosas, o governo municipal abre precedentes para que a contratação aconteça de acordo com os critérios particulares de cada cogestora e não pela SME.

No entanto, as diretoras alegam que contratam de acordo com o perfil das funcionárias, mas, coincidência ou não, todas (os) profissionais que atuam nas duas naves pesquisadas são a maioria evangélicos (as), independente de qual denominação, isto é, seja batista, nazareno ou presbiteriano. Além desses, existem outras congregações cristãs, como as Testemunhas de Jeová. Esta preocupação da garantia da laicidade na abordagem do trabalho pedagógico na unidade se faz presente na fala das supervisoras entrevistadas.

Um pouco da ideologia das ONGs entram na organização das naves. A gente vai na nave e tentar tirar um pouco do que é passado, dizendo que a escola é laica, não pode ter predomínio de uma religião só, uma coisa só, ficar incutindo o que acredita. Porque a OP comentou em off, que teve um problema danado com um pai que era testemunha de Jeová, que não pode cantar parabéns e deu o maior trabalho a orientadora pedagógica, pois no dia do aniversário ela tinha

que avisar o pai e a criança não ia na instituição porque tinha bolo. Um dia ela esqueceu de avisar a família e o menino estava na escola e aí tiveram que deixar o menino separado e aí dar um pedaço de bolo para ele e dizer que era merenda da escola, meio que... mas que enfim... (Yuca, supervisora, entrevista cedida em 06/2015)

A questão da laicidade, da mesma forma que o pai traz para dentro da escola a religião, a escola também traz. A OP disse “ai, (...), as meninas reúnem as crianças para fazer orações, né e tem pais que questionam: porque que a gente faz as orações”. E ai eu falei para ela a escola é laica você não pode trazer para a escola estes rituais religiosos, não dá para você fazer isso. Você tem que instituir dentro da escola atividades e brincadeiras pedagógicas e tal e a religião não pode ser cravada numa rotina. Virou uma rotina rezar com as crianças todos os dias. Quer dizer eu tenho meu Deus, você tem o seu, cada um tem o seu. Da mesma forma que as professoras trazem as questões religiosas, os pais também trazem e você tem dificuldades para administrar isso, como no caso de ter que esconder a criança na hora do aniversario. É complicadíssimo isso, é delicado mexer neste assunto religioso. Em nome de um Deus, você exclui os deuses dos outros. (Xênia, supervisora, entrevista cedida em 06/2015) Outro dado que o ―Quadro 10‖ suscita é que se verifica um acentuado número de naves geridas pela Instituição Chance Internacional. Na verdade, no atual governo do PSB, todas as naves são geridas pela ONG, que em seu site faz claras alusões a uma educação cristã para as crianças em vulnerabilidade social. Seu objetivo é ―nobre‖, pois busca lutar pelos direitos sociais da criança que não estão sendo respeitados seja pela omissão da família, da sociedade ou do governo. Porém, sua missão compromete o princípio da laicidade quando coloca que A CHANCE existe para defender e socorrer a criança e ajudá-la a desenvolver todo o seu potencial como Ser criado à imagem e semelhança de Deus.34 É importante destacar que esta entidade possui unidades educacionais praticamente em todas as regiões da cidade, levando- nos a indagar: está se formando um monopólio dessa instituição e de seus pressupostos na educação infantil oferecidas em parceria público-privado em Campinas? Quais os objetivos dessa monopolização?

Pautar o trabalho pedagógico pela laicidade é um dos pontos mais discutidos dentro das secretarias de educação e das unidades educacionais brasileiras. Apesar da legislação determinar que a escola é laica, ela abre

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precedentes ao incitar o ensino religioso como disciplina ―facultativa‖ do ensino fundamental, assim como ter dois projetos de lei tramitando no congresso que visam a formação de professores para esta disciplina. Cunha (2013 e 2016) apresenta um quadro claro dessa situação nas instituições públicas ao apresentar dados do relatório da Prova Brasil de 2013, quando 70% dos diretores afirmaram que existem algumas ações de cunho religioso ocorrendo no interior das instituições escolares.

A cruzada pelo ensino religioso nas escolas públicas teve sua culminância na Base Nacional Curricular Comum, cuja proposta apresentada em setembro de 2015 inseriu essa disciplina como parte da área de Ciências Sociais. Deixando de lado o absurdo epistemológico de tal inserção, vale registrar que o fato de a BNCC incluir uma disciplina determinada pela Constituição como facultativa terá o efeito previsível de fazê-la mais facilmente facultatória, como de fato o é nas escolas onde a direção e o corpo docente se juntam no intuito proselitista que juram não ter. A propósito, os dados da Prova Brasil de 2013 são claríssimos: 70% das escolas públicas de Ensino Fundamental ministravam aulas de ensino religioso. Dentre as que o faziam, 54% confessaram exigir presença obrigatória; e 75% não ofereciam atividades para os alunos que não queriam assistir a essas aulas. É preciso prova mais contundente da obrigatoriedade de fato de uma disciplina facultativa de direito? (CUNHA apud VEIGA, 2016, s/p. Entrevista concedida ao diretório da ANPED)

Como vemos, a discussão da laicidade tem muitas direções e nosso ponto está relacionado aos critérios de contratação de professores pelas ONGs e os princípios que regem essas organizações e que interfere na educação das crianças. Contudo, há outros pontos, como uma reunião de esforços, dentro dessa lógica privativista dos programas de atendimento a educação infantil, de pautar-se pela oferta de uma educação cristã, eivada de valores religiosos defendidos por apenas uma parcela da sociedade, que tenta impor suas crenças a uma grande maioria da população.

Para exemplificar essa inquietação, trago o relato de uma professora de educação infantil da rede, que ao discutir sobre a religiosidade africana e seu lugar na escola das crianças pequenas, conta que ao fazer seu ritual dentro do terreiro espírita do qual faz parte, precisou durante os dias determinados pelo ritual, usar uma vestimenta toda branca e usar um turbante também branco. As crianças ficaram curiosas quando a viram e ela explicou de forma simplificada o que era o ritual que tinha passado. Ao final do período, uma menina negra,

tímida, que nunca se expunha no grupo, esperou todos saírem, foi até a professora e tirou do bolso uma guia e disse, sorrindo: ―professora eu também sou‖, depois guardou a guia no bolso e foi embora para casa sorrindo.

Esse exemplo demonstra como a defesa da educação democrática e laica é importante, pois apenas com uma escola que aceite todas as formas de liberdade de culto pode permitir que esta criança possa Ser, possa usar sua guia sem medo de represálias. Parafraseando Guy Coq, a laicidade não é uma

opção, é ela que permite a liberdade de opção (GUY COQ apud CUNHA, 2016,

s/p).

Outro fato que chama a atenção nos sites pesquisados é o caráter assistencial que o trabalho ofertado pelas entidades aponta. Em todos eles figura-se uma preocupação com as crianças em vulnerabilidade social e econômica. Destaca-se o anúncio/oferta de matrículas para as crianças e auxílio às famílias (sobretudo às mães) em todas as unidades educacionais. Exemplificando: há ofertas para exercer função remunerada no CEI, assim como obter qualificação profissional através do acesso a determinados cursos como panificação, manicure e cabeleireiro, entre outros.

Estamos às voltas do caráter assistencialista que permeou sempre as instituições de educação infantil na história. Um legado que as conquistas democráticas, como a Constituição Nacional buscou suprimir ao retirar as creches da Secretaria de Assistência, repassando para a pasta da Educação.

Durante minha pesquisa de campo, pude observar nas falas das profissionais, nas ações dessas com as crianças e suas famílias, de que o CEI busca solucionar os impasses da educação infantil empoderando as ONGs de caráter assistencial: o projeto visa acolher às crianças oferecendo vagas na unidade, enquanto para as famílias está reservado algum tipo de qualificação profissional.

O problema é que esse tipo de serviço é visto pelas famílias como um favor, quando, na verdade, é um direito. É com o dinheiro dos (as) contribuintes que as crianças e seus familiares são assistidos. O que significa que não estamos diante de um favor, mas do dever do Estado de restituir e ofertar serviços aos seus contribuintes. A população não deve nada à prefeitura, é a prefeitura que deve à população um espaço para cuidar e educar seus filhos e

suas filhas, bem como possibilitar, às mães, meios de subsistência através da profissionalização.

E este espaço tem e deve ser gratuito, pois se trata de um direito adquirido. As famílias precisam compreender que o atendimento à demanda, na educação infantil, deve ser realizado sem nenhum ônus para a mesma, ainda que este ocorra em instituições geridas por entidades conveniadas; ainda assim, ele dever ser gratuito à população.

Em Campinas, há uma descentralização do acompanhamento ao trabalho pedagógico desenvolvido nas unidades de educação municipais. Para tanto foram criados cinco Núcleos de Ações Educacionais Descentralizados (NAEDs), um para cada região da cidade. Nesses espaços, atuam uma (um) representante regional, supervisores (as) e coordenadores (as) pedagógicos (as) com as seguintes tarefas: atender a população da região na resolução de problemas com as unidades de ensino e os (as) profissionais das unidades escolares; ofertar formação continuada os (as) profissionais da educação; supervisionar e orientar as práticas pedagógicas desenvolvidas nas instituições educacionais sobre sua responsabilidade. Cada NAED, portanto, tem seu centro de recursos humanos (RH), ele mesmo, descentralizado.

Em relação às Naves-Mães, cada núcleo possui a exceção do NAED Leste, determinado número de unidades escolares sobre sua supervisão, sendo função de seus (suas) profissionais a responsabilidade por supervisionar e acompanhar o trabalho pedagógico desenvolvido nas instituições. Por tudo isso, causa inquietação a distribuição das Naves-Mãe por NAED e suas implicações para a exclusão social, que pode estar embrenhada no programa. Vejamos o quadro abaixo:

Quadro 11 – Distribuição de Naves-Mãe por NAED

NAEDS Quantidade Centros de Educação Infantil Leste 00 NÃO TEM NAVE NESTA REGIÃO Leste Norte 03 Antônio Vieira de Oliveira

José Aristodemo Pinotti

Governador Eduardo Henrique Accioly Campos

Noroeste 08 José Bonifácio Coutinho Nogueira