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Uma questão de direito? As legislações nacionais para a educação infantil brasileira

DESCENTRALIZAÇÃO, REFORMA DO ESTADO E PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADO NA EDUCAÇÃO: onde fica a educação

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL E EDUCAÇÃO: UMA QUESTÃO DE DIREITO?

3.2 Uma questão de direito? As legislações nacionais para a educação infantil brasileira

Ao se discutir políticas públicas para a educação infantil no Brasil, uma pergunta se faz muito pertinente: quem são as crianças pequenas brasileiras que frequentam as creches e pré-escolas?

Segundo estudos de Campos e Campos (2012), nos últimos anos há um aumento das crianças atendidas nas instituições de educação infantil. No tocante a pré-escola, evidencia-se uma preocupação maior em investir na etapa da educação mais próxima do ensino fundamental ou escolarizante, institucionalizando-o e universalizando-o. Mas, para as crianças de 0 a 3 anos, o aumento do número das demandas atendidas, principalmente nas camadas populares, cresceram, mas não de forma significativa. As políticas de cobertura organizadas para este setor recorrentemente pautam-se no sistema de parcerias com organizações de educação não-formal e os municípios. Ou seja, há todo um empenho em se organizar uma educação pobre para as crianças pobres, que são quem usufruem dos serviços educacionais públicos para esta faixa etária, pois são nas camadas populares que se encontram o maior número de crianças em idade de frequentar as creches, conforme as autoras discriminam:

O que podemos constatar é que a ―distância‖ entre creche e pré- escola foi ampliada ao longo dos anos, denotando uma tendência na política educacional a uma priorização da oferta educativa às idades mais próximas do ensino fundamental. A iniquidade dessa situação se traduz com mais força se confrontarmos o acesso com a renda familiar: em 2008, apenas 10,2% das crianças pertencentes ao quinto mais pobre da população frequentavam alguma creche, elevando-se significativamente esse percentual entre as crianças do quinto mais rico: 36,2%. Em 2009, essa situação pouco se alterou: apenas 11% de crianças do quinto mais pobre da população frequentavam a creche, elevando-se substancialmente este indicador quando se trata de crianças pertencentes ao quinto mais rico da população: 34,9%. Lembramos que, no Brasil, em torno de 70% das crianças com idades entre 0 a 6 anos pertencem a famílias cuja renda per capita é de até um salário mínimo, compondo o seguimento populacional mais atingido pela pobreza (IBGE) (CAMPOS e CAMPOS, 2012, p.18).

Tais dados apontam as precariedades com que as políticas públicas para a educação infantil no Brasil, principalmente para as crianças pequenas, sempre foram relegadas, num estado de quase clandestinidade. É praticamente como se educar e cuidar das crianças de 0 a 3 anos fosse uma atividade de pouco retorno dentro do cenário educacional nacional e, por isso, pudesse ser realizada de maneira não séria, não institucionalizada ou formal (ROSEMBERG, 2003).

Tal afirmativa se confirma no fato de que até a Constituição Federal de 1988, as creches brasileiras estavam legalmente sob a administração da assistência social, como um direito das mulheres trabalhadoras a um local de guarda e cuidado de seus filhos (as) durante seus horários de trabalho.

Todavia, na década de 1980, no Brasil, marcada por amplas discussões sobre a redemocratização e do processo de abertura política que poria fim ao período de ditadura militar que predominava no país desde 1964, inicia-se um movimento da sociedade pela garantia dos direitos sociais suplantados pela ditadura em todos os seguimentos sociais, como explicita Canavieira:

Após a Ditadura Militar, com o processo de redemocratização do país, os movimentos sociais recomeçaram a lutar por direitos que foram suprimidos ou que nem foram garantidos com o regime autoritário, daí porque a elaboração de uma nova Constituição era necessária. No que tange às lutas pelos direitos das crianças de 0 a 6 anos de idade à educação, foram sindicalistas, pesquisadoras e/ou professoras ligadas a instituições de pesquisa, universidades e a movimentos sociais que levaram à frente as bandeiras de luta, levantadas por mulheres trabalhadoras, operárias ou não (Canavieira, 2010, pp. 84-85).

É, neste contexto de efervescência de luta por conquistas de direitos fundamentais, que nasce a Constituição Federal brasileira, promulgada em 05 de outubro de 1988, tendo como marco ser a constituição mais democrática e humanista já desenvolvida no país. Oriunda da luta dos movimentos sociais, segundo Barbosa (2013), a Carta Magna brasileira foi inspirada na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, tendo como objetivo a devolutiva dos direitos civis, econômicos, políticos e culturais que a ditadura usurpou da população durante sua vigência.

A Constituição teve ampla participação da população e dos movimentos sociais, que, pela primeira vez na história brasileira, tiveram a oportunidade de sugerir propostas à carta maior, em que fossem alicerçados direitos que lhes foram alijados com a ditadura militar.

A Constituição de 1988, portanto, significou a consagração das reivindicações feitas pelos movimentos sociais que objetivavam resolver o problema das desigualdades sociais que se intensificavam cada vez mais no país, como podia ser observado por decorrência do aumento generalizado da inflação naquela década, o que tornava as condições de reprodução social comprometidas para grande maioria da população. Aquele era um momento em que o Brasil atravessava uma das piores fases, até então, em sua trajetória econômica, na medida em que se assistia ao esgotamento do modelo de substituição de importações que no passado havia tornado o Brasil uma das economias mais dinâmicas do mundo. Apesar disso, o país estava experimentando um novo período democrático, que tivera fim desde 1985, mesmo que o Presidente da República ainda tivesse sido eleito de modo indireto. Portanto, esse era um período em que os movimentos sociais e a população de modo geral tinham liberdade para debater as questões da sociedade brasileira e apresentar propostas para o texto constitucional. Era um momento singular porque significava a oportunidade que os setores mais progressistas da sociedade tinham para propor soluções que revertessem às desigualdades que se aprofundaram nas décadas anteriores, quando o país apresentava enormes êxitos na sua economia, mas em um ambiente político comandado pela ditadura militar (RIBEIRO, 2013, p. 10).

Ribeiro (2013) e Canavieira (2010) discutem em suas pesquisas que houve neste período uma efervescência da militância social, apresentando uma análise dos marcos regulatório a partir do ponto de vista desta militância. Neste contexto, apontam que a educação infantil, durante grande parte de sua história até os anos de 1970, esteve sempre atrelada a uma política

compensatória, de baixo custo e, por consequência, de baixa qualidade, gerida pelas políticas dos organismos multilaterais, como já foi explicitado. Elas tinham como base a oferta de políticas assistenciais para a cobertura nas creches, muitas vezes agindo no improviso e para a pré-escola uma política escolarizante, concebendo-a como salvadora do fracasso escolar no ensino fundamental. Com a abertura pós-ditadura e o processo de redemocratização do país, essa passa a ser duramente criticada pelas e pelos militantes dos movimentos sociais voltadas (os) para a pequena infância.

Esta militância criticava o caráter assistencial deste tipo de política e apontava que os resultados apresentados não provocavam mudanças estruturais que possibilitassem avanços na cobertura, pois geravam incompletude no serviço prestado, principalmente nas creches, bem como sua baixa qualidade que levavam fatalmente a um processo de exclusão das crianças mais pobres.

Segundo Canavieira (2010), na efervescência deste momento histórico, foram as (os) profissionais da área e as (os) pesquisadoras (es) das universidades que, juntamente com as (os) companheiras (os) sindicais, levaram à frente a bandeira do reconhecimento da educação infantil de qualidade, organizada em espaços adequados, pautadas no binômio cuidar e educar, enquanto direito das crianças de 0 a 6 anos brasileiras e de suas famílias, sendo opção destas últimas, a matrícula.

Neste movimento, a participação da Organização Mundial para a Educação Escolar (OMEP), que tinha a frente Vital Didonet

Conclamou a sociedade a lutar por seus direitos na época da constituinte e, com este chamado, nasce a Comissão Nacional Criança e Constituinte que organizou e liderou o movimento conhecido como ―Constituinte: Lute por Mim – a criança e o adolescente: propostas para a Assembléia Nacional Constituinte‖. Esse movimento envolveu vários segmentos da sociedade civil em torno da organização de estratégias políticas, cujos objetivos consistiam na articulação com deputados e senadores, visando à obtenção de compromisso por parte dos constituintes com as reivindicações do movimento. Em todos os estados foram criados fóruns de mobilização e discussão sobre as reivindicações do movimento (CANAVIEIRA, 2010, p. 84).

Dessa forma, afirma Faria (2005), o movimento feminista configura-se como um dos primeiros movimentos organizados a lutar pelos direitos das

mulheres a serem mães e ao mesmo tempo poderem trabalhar, estudar, namorar. Direitos estes que somente seriam providos quando seus filhos e suas filhas tivessem assegurado a matrícula na educação infantil salvaguardada.

Das lutas pela constituinte e, a posteriori, da elaboração de documentos e legislações que realmente garantam a importância da educação infantil enquanto direito das crianças de 0 a 6 anos e suas famílias, nascem novos movimentos sociais que lutam pela causa da pequena infância, sendo o Movimento Interforuns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB) o principal deles, com reconhecimento nacional e internacional da sua mobilização em prol da pequena infância.

Embora a Constituição garantisse o direito das crianças de 0 a 6 a educação infantil pública, gratuita e laica em espaços organizados para sua educação e cuidados, apenas o documento não garantia, como ainda não garante, que estes direitos sejam realmente atendidos. Assim, o MIEIB e os Fóruns de Educação Infantil, desde o início dos anos de 1990, estão na luta para que tais direitos sejam praticados em todos os municípios do país.

Criado em 1999, o MIEIB realiza a articulação entre os 26 fóruns de educação infantil constituídos em diferentes municípios e estados brasileiros. Sua função é realizar discussões relacionadas a ações concretas que visem à garantia dos direitos das crianças de 0 a 6 anos, bem como no desenvolvimento de um papel político de formação continuada das (e dos) profissionais que atuam na educação infantil brasileira.

Retomando a discussão sobre legislação, a Constituição Brasileira se configurou como um documento que vinha ao encontro das aspirações da população pela conquista de direitos individuais e coletivos que não puderam ser exercidos nas duas décadas de comando da ditadura no país, ainda que a então bancada do governo exercesse manobras para que nem todas as reivindicações da população fossem atendidas.

No tocante à educação, esta legislação privilegiou, como nas constituições anteriores, a obrigatoriedade da centralidade dos esforços governamentais no ensino fundamental, que se tornou obrigatório para as crianças e jovens entre 7 e 14 anos.

No entanto, será esta lei que, pela primeira vez na história nacional, atenderá às reivindicações das lutas das mulheres pelo direito de trabalharem a terem suas crianças cuidadas e educadas em espaços organizados para a educação plena das complexidades da primeira infância. E reconhecerá a educação infantil como direito da criança e de sua família, sendo a matrícula na primeira etapa da educação infantil creche e pré-escola opção das famílias. A Constituição garante também, a saída da educação infantil da secretaria de promoção e assistência social para a secretaria da educação.

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

[...]

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (BRASIL, 1988).

Além deste reconhecimento, a Constituição apresentou, em seus artigos, como a educação nacional deveria ser organizada em relação à elevação da educação como um dever do Estado e da família, bem como os princípios que a regem:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade.

VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (BRASIL, 1988).

 Os marcos da categorização dos profissionais da educação, bem como a responsabilização dos entes federados, da união e dos municípios para com cada etapa da educação nacional em um sistema de colaboração;

 O reconhecimento do acesso ao ensino gratuito como direito público e subjetivo;

 Instituiu o valor mínimo a ser gasto com a educação;  A organização e garantia da alimentação escolar;

 A criação de um Plano Nacional de Educação (PNE) com vigência de 10 anos para nortear a educação no Brasil.

 E, por fim, mas não menos importante, será a partir da Constituição que o Estado e a educação se tornarão laicos, com tudo que esta definição implica.

Neste contexto, será a partir da Constituição Federal de 1988 que a educação infantil passa a ser vista como um direito das crianças pequenas e de suas famílias, bem como um dever do Estado, não obrigatório para as crianças de 0 a 3 anos e, a partir da Emenda Constitucional 59 de 2009 e da Lei nº 1276/2013, a oferta em pré-escola para crianças de 4-6 anos passa a ser obrigatória, ainda que não seja impeditivo para a matrícula no ensino fundamental.

A grande diferença é introduzida pela Constituição de 88. Não que ela seja mágica ou uma espécie de panaceia geral para todos os males. Na verdade, esta Constituição incorporou a si algo que estava presente no movimento da sociedade e que advinha do esclarecimento e da importância que já se atribuía à Educação Infantil. Caso isto não estivesse amadurecido entre lideranças e educadores preocupados com a Educação Infantil, no âmbito dos estados membros da federação, provavelmente não seria traduzido na Constituição de 88. Ela não incorporou esta necessidade sob o signo do Amparo ou da Assistência, mas sob o signo do Direito, e não mais sob o Amparo do cuidado do Estado, mas sob a figura do Dever do Estado. Foi o que fez a Constituição de 88: inaugurou um Direito, impôs ao Estado um Dever, traduzindo algo que a sociedade havia posto (CURY, 1998, p. 11).

Este novo paradigma para a educação infantil, de acordo com Cury (1998), faz com que esta saia da pasta da Assistência e passe para a pasta da Educação, e com isso comece a ser pensada, gestada e gerida dentro dos parâmetros educacionais, tendo o binômio cuidar e educar como sinônimos

indissociáveis de educação, e não mais como formas de prestar assistência e amparo as crianças de 0 a 6 anos.

Neste contexto, intensifica-se a organização de políticas, diretrizes e formas organizacionais para esta etapa da educação básica, bem como se aumenta o número de pesquisas na área, agora sob o viés da educação. Pesquisas e legislações que primavam pela garantia do direito das crianças pequenas, a partir da construção de uma sociologia e uma pedagogia da infância.

A partir da Sociologia da Infância a criança não é entendida como uma criança essencial, universal e fora da história. A Sociologia da Infância vem problematizando a abordagem psicológica e biológica de compreensão da criança, pois recusa uma concepção uniforme da infância, visto que mesmo considerando os fatores de homogeneidade entre as crianças como um grupo com características etárias semelhantes, os fatores de heterogeneidade também devem ser considerados (classe social, gênero, etnia, raça, religião etc.), tendo em vista que os diferentes espaços estruturais diferenciam as crianças (ABRAMOWICZ E OLIVEIRA, 2010, p. 10). O quadro abaixo apresenta um resumo das principais legislações e resoluções que foram criadas para orientar a ação pedagógica e a organização da educação infantil tanto pelo poder público e professores (as), quanto pelos gestores (as) e articuladores (as) de políticas públicas para esta etapa da educação a partir da promulgação da constituinte.

Quadro 13: Principais legislações e documentos que norteiam as diretrizes para a educação infantil de 1988 a 2014

ANO LEGISLAÇÃO Principais definições

1988 Constituição Federal (CF)

Lei que define e reconhece a educação infantil como direito das crianças de 0 a 6 anos e suas famílias e dever do Estado.

1989 ―Creche Urgente‖ De acordo com Faria (2005), oriundos dos estudos feministas nacionais e internacionais, este documento, dividido em cinco livros, configura-se como a primeira política pública pensada para a educação infantil, organizado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e do Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo. As discussões organizadas no documento apontam tanto o direito à educação infantil para as crianças e suas famílias, como o dever do Estado pela sua oferta gratuita e de qualidade.

do Adolescente (ECA) 6 anos elegidos pela CF e que estabelece as formas normativas de participação e controle social nas políticas para a infância.

Anos de 1990

Cadernos de Educação Infantil (conhecido por

―Documento das

carinhas‖)

Durante os anos de 1990, Ângela Barreto, que chefiava a Coordenação de Educação Infantil (COEDI), coordenou a elaboração de uma série de sete cadernos sobre a organização da educação infantil no país o que tange a: critérios educacionais, organização espacial, referenciais curriculares entre outros; a partir de ampla discussão nacional entre pesquisadoras/es e profissionais da área, respeitando a diversidade cultural, econômica e estrutural do país. Estes cadernos apontavam as necessidades reais para a implementação de políticas públicas para esta etapa educativa, respeitando a e os agentes envolvidas/os no processo. Dos cadernos, o mais conhecido de todos é o Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças, que foi reeditado em 2009 e apresentado a parte neste quadro.

1996 Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional (LDB)

Lei que define a educação infantil como primeira etapa da educação básica, bem como as diretrizes organizacionais para a cobertura na educação das crianças pequenas, como: formação dos profissionais, matrícula, financiamento entre outras.

1998 Subsídios para o

credenciamento e o funcionamento das

instituições de

Educação Infantil.

Organizado coletivamente pelos Conselhos de Educação, Conselhos Municipais de Educação, Câmara de Educação Básica, consultores e especialistas, este documento ofertou uma contribuição significativa na formulação de diretrizes e normas organizadas para a primeira etapa da educação básica. 1998 Referencial Curricular

Nacional para a Educação Infantil (RCNEI)

Organizado em 1998 pelo MEC, este documento, dividido em três volumes, visava proporcionar uma uniformidade para a base curricular nacional para a educação infantil. O documento, que não é base obrigatória para as instituições, consiste em um conjunto de referenciais e orientações para a configuração do trabalho pedagógico. Cabe ressaltar que o documento não foi produzido a partir de consulta da sociedade e da comunidade escolar e acadêmica, o que fez com que apresentasse uma única concepção de educação infantil para todo o país, não valorizando a diversidade cultural de cada região e seus sistemas de ensino.

1999 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica

Paralelo ao lançamento do RCNEI, o Conselho Nacional lançou em 1999 as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, de caráter mandatório, com o intuito de

estabelecer base nacional de orientação às instituições de educação básica no tangente a seu desenvolvimento, articulação, organização e avaliação de seu trabalho pedagógico.

2000 1º Censo da Educação Infantil

Realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), a partir deste censo começa-se a ter informações mais precisas sobre a educação infantil brasileira.

2001 Lei n 10.172/2001 - institui o Plano Nacional de Educação (PNE)

Plano delineado a partir da LDB que estabelece as metas para o atendimento educacional brasileiro. Desde a implementação da LDB foram dois planos, sendo que em ambos a maior ênfase na cobertura esteve vinculada a pré-escola, que com o PNE de 2014 passa a ser obrigatória a matricula a partir dos 4 anos.

2006 Parâmetros Básicos de Infraestrutura para as

Instituições de

Educação Infantil

Este documento, lançado pelo MEC em parceria com a SEB e a Coordenação Geral de Educação Infantil (COEDI), faz parte dos Parâmetros Nacionais de Infraestrutura para as Instituições de Educação Infantil e tem como objetivo fomentar subsídios de organização da infraestrutura dos espaços educativos nesta etapa educacional, a fim de garantir que este vise à oferta de uma educação de qualidade para as crianças pequenas, que respeite suas singularidades e complexidades, sendo diferente da casa e de outros espaços que esta criança frequente. Espaço este que possibilite a criança exercer sua autonomia, sua criatividade e produzir culturas.

2006 Parâmetros nacionais de qualidade para a educação infantil. Vol. 1