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3. AUTORRETRATO

4.3. O Ateliê de Aprendizagem: A Escola Cooperante

A Escola Secundária onde realizei o EP faz parte de um conjunto de estabelecimentos que se denomina Agrupamento, sendo a sede do mesmo. Esta estrutura surgiu de um processo de reorganização da rede escolar, no ano de 2011/12, que resultou da fusão de cinco estabelecimentos de diversos níveis de ensino. É uma instituição que se situa em Espinho, no distrito de Aveiro, a cerca de 20km da sede do concelho do Porto. É uma zona que começou a ser explorada para a pesca, mesmo que de forma sazonal, o que potenciou o desenvolvimento económico do concelho. Com o passar do tempo, Espinho foi- se tornando uma cidade cada vez mais moderna, vivendo da praia e da atividade turística, bem como da comercial, recebendo milhares de turistas, todos os anos, sobretudo na época balnear.

No que diz respeito à comunidade, a escola sede integra 1636 alunos, perfazendo um total de 2781 com os discentes dos restantes estabelecimentos do Agrupamento. Acrescente-se que, no total, são 253 o conjunto de educadores e docentes deste núcleo que, juntamente com 108 assistentes – técnicos e operacionais, procuram ir de encontro ao lema do Agrupamento ‘’A Educar para o século XXI’’.

Relativamente ao espaço físico e material, a instituição foi alvo de requalificação e modernização, no âmbito do Programa Parque Escolar. Este projeto permitiu melhorar as condições para potenciar aprendizagens significativas, a todos os alunos. O edifício principal foi aumentado para integrar os serviços administrativos, as zonas de convívio, a biblioteca e ainda a sala de professores e o espaço do Diretor e da sua equipa. Os restantes blocos, compostos por salas de aula, foram mantidos, tendo apenas sofrido uma pequena remodelação. Foram criados dois novos espaços. Um deles direcionado para as disciplinas específicas de Educação Tecnológica, Artes Visuais e Tecnologias de Informação e Comunicação. O outro integra o bar, o refeitório e o auditório.

Ao nível da EF, apesar de o material disponível não ser abundante, é o necessário para a lecionação de toda e qualquer modalidade, nas melhores

condições. Possui um pavilhão, um ginásio e dois espaços exteriores (futebol e basquetebol). Existe ainda uma rede de voleibol exterior e uma ‘’mini’’ pista de atletismo, com dois corredores e uma caixa de areia. De destacar que as instalações são variadas e de grande qualidade, sendo apenas difícil a prática, no exterior, em dias de chuva.

Quanto ao Desporto Escolar, são várias as opções disponíveis para os discentes: Natação, Ginástica de Trampolins, Ginástica Acrobática, Surf, Multiatividades, Rugby, Minitrampolim e Xadrez. É visível o envolvimento de todos os docentes de EF nestes projetos de desporto, fora do contexto sala de aula, fomentando uma maior interação entre todos.

Neste caso específico, a instituição foi, durante o ano letivo em curso, a minha segunda casa, que me acolheu da melhor forma e que funciona como um verdadeiro lar, capaz de cultivar o que de melhor existe em mim: esta paixão pelos alunos, pelo ensino, pela aprendizagem e pela EF. Penso que, acima de tudo, a escola não pode ser, em momento algum, um universo separado da comunidade, caso contrário, não será capaz de responder às necessidades da mesma. De acordo com Queirós (2014a), ‘’ser professor’’ é compreender os sentidos e a essência da instituição escolar, integrar-se por completo na comunidade e aprender com todos os seus intervenientes. É na escola e no diálogo com outros docentes que se aprende a profissão, seja através da reflexão ou da observação... São elementos e rotinas que nos permitem atingir a perfeição, ainda que utópica.

Por fim, mas mais importante de tudo, é importante compreender o lema da instituição em que me inseri: ‘’A educar para o século XXI’’, promovendo o sucesso, as atitudes e os valores e ainda a interação com o contexto envolvente. Nogueira (2014) menciona que a escola do século XXI deve manter-se aberta e disponível a projetos educativos originais, atenta às novas tendências pedagógicas, com criatividade para potenciar a concretização de projetos inovadores e aliciantes para a comunidade escolar. O mesmo autor acrescenta que a originalidade é a palavra de ordem no mundo em que vivemos, em que tudo parece já ter sido inventado e descoberto. De facto, a escola é multifacetada e não existem limites para a sua manifestação, sendo facilmente percetível a sua

importância, colaborando na construção da personalidade de todo e qualquer jovem. A escola deve ainda elevar os níveis de curiosidade, criatividade e reflexão dos discentes para que seja possível assegurar a formação e o desenvolvimento das suas capacidades intelectuais e humanas, no futuro, potenciando uma adaptação plena e sem adversidades, no mundo atual. Os próprios professores da instituição reconhecem a sua importância, tal como é possível observar nos excertos seguintes:

‘’A escola, para mim, é o pilar para o crescimento e educação das novas gerações. Sem a escola não seriamos capazes de educar as novas gerações e capacitar as mesmas para os desafios da vida futura.’’ / Professor 1 – 3 de abril de 2019 ‘’A escola de hoje é, do meu ponto de vista, o grande formador da sociedade de amanhã.’’ / Professor 2 – 3 de abril de 2019

Tendo em conta a sociedade em que vivemos, vincada pelo aumento da tecnologia e do mundo tecnológico, é preciso adaptar a nossa própria atuação, enquanto docentes, para sermos capazes de dar resposta não só às dificuldades, como também às potencialidades. Importa que não só a minha escola, mas também eu seja capaz de reinventar e elevar o trabalho do professor, trabalhando diariamente para chegar cada vez mais longe, através da reflexão e da continua procura da competência.

‘’Não serve de nada fazer, porque nos disseram que tínhamos de fazer. É preciso refletir, procurando avançar, progredir e melhorar. Até porque as contrariedades estarão sempre presentes, ao nível dos recursos humanos ou materiais, mas é algo que está inerente ao ser professor no Século XXI. Estou certa de que este desafio só será bom para mim e para o meu desenvolvimento individual, uma oportunidade para me transcender. O trabalho diário com as mais distintas dificuldades será um obstáculo, mas temos de acreditar e continuar a trabalhar.’’ / Espinho, 11 de setembro de 2018