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O Contexto Tecnológico

No documento WWW/INTERNET 2012 (páginas 96-99)

O CONTEXTO TECNOLÓGICO-MUSICAL

2.2 O Contexto Tecnológico

Segundo Coll e Illera (2010) a importância das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) cresce cada vez mais na sociedade atual, conhecida por sociedade da informação (SI). De acordo com esses autores, diante desse contexto o conhecimento e o domínio das TIC são necessários, pois possibilitam a aprendizagem além da sala de aula.

(GRAELLS, 2007 apud RAPOSO, 2012) acrescenta que o uso das TIC leva a novas formas de ler e escrever, ou seja, ao que ele chama de lectoescrita eletrônica, cujo conteúdo encontra-se em diversos suportes como o computador, os telefones celulares, os tocadores de mp3 digitais, etc. A principal característica destes é a leitura não linear, quase simultânea de vários textos e a possibilidade de escrita coletiva.

A partir do paralelo entre competências lectoescritoras nos suportes tradicionais e digitais, Raposo (2012) propõe o termo alfabetização lectoescritora digital como sendo “[...] o processo de aquisição de habilidades que permite aos sujeitos comunicarem-se e situarem-se de maneira eficiente no mundo digital.” (RAPOSO, 2012, p.72). Para a autora a comunicação e expressão no meio digital implicam no domínio de competências de leitura e de escrita nesses suportes.

Baseados nesses pressupostos, Coll e Illera (2010) propõem competências básicas no âmbito das TIC para a formação de adultos, conforme tabela 1.

Tabela 1. Competências básicas em TIC.

Fonte: (COLL e ILLERA, 2010, p.303).

As competências básicas em TIC na formação das pessoas adultas Dimensão: os sistemas informáticos

(hardware, software e redes)

1. Conhecer os elementos básicos do computador e suas funções;

2. Instalar e desinstalar programas (seguindo as instruções da tela ou do manual);

Dimensão: o sistema operacional

3. Conhecer a terminologia básica do sistema operacional (arquivos, pastas, programas, etc.).

4. Salvar e recuperar a informação no computador e em diferentes suportes (pendrives, disco rígido, pastas, etc.);

5. Realizar atividades básicas de manutenção do sistema (antivírus, cópias de segurança, eliminar informações desnecessárias, etc.);

Dimensão: uso da internet 6. Utilizar os navegadores de internet (navegar, armazenar, recuperar, classificar e imprimir informações).

7. Utilizar os buscadores para localizar informações específicas na internet.

8. Enviar e receber mensagens de correio eletrônico, organizar a agenda de endereços e anexar arquivos.

9. Utilizar as TIC responsavelmente como meio de comunicação interpessoal em grupos (chats, fóruns, etc).

Dimensão: uso de programas básicos

10. Utilizar um editor de textos para redigir documentos, armazená-los e impirmi-los;

11. Utilizar um editor gráfico para fazer desenhos e gráficos simples e armazenar e imprimir o trabalho;

12. Utilizar uma ferramenta de apresentação para organizar e expor a informação;

Dimensão: atitudes necessárias com as TIC

13. Desenvolver uma atitude aberta, responsável e crítica frente às contribuições das tecnologias;

14. Valorizar as vantagens que a tecnologia oferece para a aprendizagem de todo tipo de conhecimentos a para a comunicação.

Segundo estudos de Palfrey e Gasser (2011), Coll e Illera (2011), Raposo (2012) e Ohler (2011), cada vez mais as tecnologias serão utilizadas em diversas áreas do conhecimento e com diversas funções na sociedade.

Os futuros profissionais necessitarão de competências para atuar num mundo cada vez mais informado e informatizado.

Conforme apontam Palfrey e Gasser (2011), a geração net é compreendida pelos sujeitos nascidos depois da existência das tecnologias digitais. Palfrey e Gasser (2011), em consonância com Prensky (2001) denominam esta geração de Nativos Digitais. Para estes sujeitos, o ciberespaço apresenta oportunidades para aprenderem a criar, expressar e desfrutar novas obras de arte.

Ao falar sobre a educação para as crianças da Era digital, Ohler (2011) aponta para a existência de duas perspectivas, a do ensino para duas vidas ou para apenas uma. Segundo o autor, a perspectiva de ensinar como se os alunos tivessem duas vidas é favorável que os alunos tenham uma vida tradicional na escola, desconectada da vida digital. Nesta perspectiva as tecnologias digitais são tidas como um problema por serem caras e por distraírem. A perspectiva de ensinar como se os alunos tivessem uma vida apenas é favorável à integração das repercussões sociais, ambientais e pessoais de um estilo de vida tecnológico no currículo escolar. Os professores devem ajudar os alunos a viver uma vida integrada, incentivando-os a utilizar a tecnologia na escola, na comunidade e na sociedade de forma criativa e responsável, ensinando-os a serem cidadãos digitais. O autor afirma que algumas escolas já começaram a abordar questões acerca da “educação para a formação de um caráter digital”.2 (OHLER, 2011, p.01). Segundo o autor é preciso criar programas formais de cidadania digital que lidam com a educação para a formação de um caráter na Era digital. Para Ohler (2011) a única forma de orientar os alunos para se tornarem cidadãos digitais é incorporar as tecnologias digitais, tão familiares a eles, na escola.

2

Diante de destas questões, entende-se que é preciso mais do que integrar e se apropriar das tecnologias na escola. É preciso orientar os alunos da Era digital para que se tornem cidadãos sociáveis, responsáveis e éticos, promovendo assim, uma cidadania digital.

Já Põldoja (et al., 2011) defende que nas últimas décadas, escolas de muitos países têm investido no emprego das TIC. O autor afirma que muitos países têm implementado a avaliação do desempenho de professores no uso das TIC através da abordagem de competências. Dentre as iniciativas apontadas pelo autor, destacam-se algumas, conforme tabela 2.

Tabela 2. Iniciativas internacionais para o desenvolvimento de competências tecnológico-educacionais, adaptado e traduzido pelas autoras.

Fonte: (PÕLDOJA, ET AL., 2011, p.122-124)

Nome Sigla Principais objetivos

Internacional Computer Driving License

ICDL/ECDL Conhecimentos e conceitos básicos de Tecnologia da Informação (TI). Nível básico de alfabetização digital.

UNESCO ICT Competency Framework for Teachers

ICT-CFT Aperfeiçoamento do uso das TIC em atividades profissionais através de um modelo nacional de competência. Este modelo apresenta seis

subdomínios em relação ao trabalho dos professores:

visão política, currículo e avaliação, pedagogia, TIC, organização e administração e desenvolvimento profissional de professores.

National Educational Technology Standards for Teachers

NETS-T O Modelo Nacional de Tecnologia Educacional para Professores foi desenvolvido em 2008 pela Internacional Society for Technology in Education (ISTE). Seu objetivo é tornar os professores em modelos para alunos com conhecimentos e habilidades da Era digital.

Educational Technology Competency Model/ DigiMina Project

ETCM Segundo Põldoja (et al., 2011) este modelo está baseado no ISTE NETS-T/2008 e busca desenvolver competências de professores no ensino primário, secundário, profissional e superior. O modelo é composto por um núcleo com cinco áreas de competências para o contexto tecnológico educacional na Era digital:

1. Facilitar e inspirar os alunos em um ambiente digital;

2. Projetar e desenvolver experiências de aprendizagem e ambientes de aprendizagem;

3. Modelagem e concepção de ambientes de trabalho;

4. Promover a cidadania digital e a responsabilidade;

5. Engajar-se em um crescimento profissional.

Conforme Põldoja (et al., 2011) nos Países Baixos o modelo de competências em TIC para professores tem sido na linha do (NTES-T), onde as competências são agrupadas em subdomínios: currículo, pedagogia, desenvolvimento profissional, organização, políticas, ética, inovação e técnica.

No Reino Unido a avaliação das competências em TIC dos professores é mais geral, utilizando testes online como parte do exame de professores, chamado Qualified Teacher Status (QTS).

Na Estônia o modelo adotado, segundo Põldoja (et.al., 2011) foi o Educational Technology Competency Model (ETCM). O ETCM está baseado no Internacional Society for Technology in Education (ISTE) NTES-T, desenvolvido em 2008. Segundo o autor, o Projeto DigiMina engloba um software baseado na Web que avalia o desempenho de professores em suas práticas. Este software recupera informações de repositórios de aprendizagem de softwares utilizados pelos professores, avaliando as competências em diferentes níveis, diante de soluções para problemas autênticos. Ao final das interações com essa tecnologia, o DigMina apresenta um perfil de competências destes professores.

Acredita-se que o uso as tecnologias digitais a exemplo dos objetos de aprendizagem (OA), das ferramentas online, juntamente às TIC no âmbito educacional venha contribuir para uma educação motivadora e atualizada, preparando o aluno para atuar numa sociedade que se baseia na informação.

Entende-se que essas competências próprias do contexto tecnológico apresentadas nesta subseção não são específicas do contexto musical. Porém considera-se que sejam fundamentais para que o sujeito desenvolva competências tecnológico-musicais.

Na próxima seção, tratar-se-á da composição musical digital no contexto educacional, realizada através do computador e de tecnologias digitais online como uma das maneiras de desenvolver competências para este contexto.

3. A COMPOSIÇÃO MUSICAL DIGITAL NO DESENVOLVIMENTO DE

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