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Índice de Tabelas

1. Do Projeto Regional do Mediterrâneo ao Grupo de Trabalho sobre as Construções Escolares

1.2. O Grupo de Trabalho sobre as Construções Escolares

No seguimento dos relatórios produzidos no âmbito do PRM, a OCDE decide, então, empreender em cada um destes países uma análise respeitante à situação das construções escolares, em concreto aos

54 Fazem parte do DEEB todos os países integrantes do PRM exceto Itália.

55 Em 1962 tem lugar em Londres uma conferência internacional sobre edifícios escolares, promovida pela Comissão Nacional do Reino Unido e pela UNESCO, que propõe, entre outras recomendações, a extensão do programa sobre construções escolares da UNESCO e a criação de um centro internacional, que desse resposta aos países da Europa e América do Norte.

56 Se no II Plano de Fomento (1959-1964) a formulação débil (RODRIGUES & LIMA, 1987) das questões sociais, não permite uma tradução na elaboração de políticas específicas; já o Plano Intercalar de Fomento (1965-67) marca um primeiro momento importante com uma “viragem do planeamento às necessidades sociais” (SILVA, 1984, p. 19), sendo que finalmente no III Plano de fomento é consolidada a orientação de que o investimento, nomeadamente ao nível da educação, deve abranger o ensino e investigação como um todo. Importa aqui assinalar, que no 2º contrato assinado com a OCDE o GTSCE irá colaborar na elaboração do III Plano de Fomento: “O Ministério das Obras Públicas, em seu nome e do Ministério da Educação Nacional, firmou o novo contrato que incluía especialmente uma colaboração do GTSCE no estudo dos objectivos educacionais a integrar no III Plano de Fomento, estudo em curso na equipa do PRM (2ª fase) que está funcionando no GEPAE do Ministério da Educação Nacional. Poder-se-á dizer que o 2º contrato se referia à aplicação ao caso concreto do III Plano de Fomento dos estudos empreendidos pelo Grupo no cumprimento do 1º contrato com a OCDE” (GTSCE-RELT-66-8)

79 aspetos económicos da construção escolar. Esta análise é realizada por uma equipa de dois especialistas, “constituída por um técnico de construções escolares do Bouwcentrum em Roterdão e um funcionário sénior da administração do Ministério da Educação do Reino Unido, comprometidos temporariamente para esta tarefa específica como consultores da Organização” (OCDE, 1968, p.11). Esta missão, realizada em novembro de 1962 e que envolveu a análise de documentos produzidos ao abrigo do PRM, documentos produzidos e facultados pelas autoridades portuguesas; audição de técnicos da JCETS57 (Junta de Construções para o Ensino Técnico e Secundário) e da DOCEP58 (Delegação para

as Obras de Construção de Escolas Primárias); e visitas a várias escolas no país (Lisboa, Porto, Coimbra, Beira Litoral, Beira Alta, Beira Baixa e Estremadura), tinha como objetivos:

a. Examinar com detalhe os procedimentos para implementar o programa de construção escolar no ensino primário e secundário;

b. Dentro do período disponível, estudar os edifícios criados nos últimos anos; c. Avaliação geral do ponto de vista financeiro;

d. Considerar formas em que a OCDE pode colaborar com as autoridades portuguesas para assegurar a maior valorização do investimento nos edifícios escolares (GTSCE-RELT-63-1)59

No relatório da missão, os seus signatários (McDowall e Nortenbrook) propunham a criação de um grupo de trabalho que pudesse garantir maior eficácia no trabalho das construções escolares em Portugal para “analisar os requisitos de escolas primárias e secundárias em Portugal e reexaminar criticamente nesta perspectiva as escalas actuais de provimento das escolas e trabalho externo”. Este grupo, da responsabilidade de dois ministérios (MOP e MEN) deveria “ser composto por representantes das artes ... arquitectos, pedagogos, engenheiros, economistas da construção e administradores ... ligado ao gabinete do primeiro-ministro, ... responsável pela coordenação geral do planeamento económico” (GTSCE-RELT- 63-1)60. Esta ideia é já adiantada, como referem os próprios autores do relatório por Engº Artur Macedo

Gonçalves61, no relatório de estágio realizado em Inglaterra em 1961, onde reconhece que,

seria vantajoso o estudo e investigação de novos processos de construir escolas primárias ainda que tal labor incidisse sobre edifícios do tipo “standard”. Para o efeito deveriam ser construídas algumas escolas-piloto. É nosso parecer que, sem agravamentos dos custos se

57 O decreto-lei nº 24337 de 10 de agosto de 1934 determina a nova denominação da Junta Administrativa do Empréstimo para o Ensino Secundário, passando a designar-se como Junta para o Ensino Técnico e Secundário (JCTES). À JCETS competia “orientar e dirigir as construções que o governo mande executar para instalação de liceus, residências de estudantes e escolas técnicas elementares” (Artigo 2º, alínea a).

58 Cabia à Direcção-Geral dos edifícios e monumentos nacionais através da Delegação para as Obras de Construção de Escolas Primárias, ao abrigo da Lei nº 2107 de 5 de Abril de 1961, “1º Promover a construção nos terrenos para o efeito adquiridos, ou por empreitada ou por outra forma mais adequada às circunstâncias e de acordo com os projectos-tipo aprovados pelo governo, das escolas primárias abrangidas por esta lei; 2º Promover nos mesmos termos, a construção das cantinas escolares, satisfeitas as condições estabelecidas na legislação especial aplicável” (Base VII).

59 Ver inventário corpus documental anexo 1 60 Ver inventário corpus documental anexo 1

61 Estágio realizado em 1961, como bolseiro do Instituto de Alta Cultura com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. GONÇALVES, Artur Eduardo de Macedo (1961) Construções escolares para o ensino primário. Relatório de um estágio em Inglaterra.

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poderiam obter melhores soluções quer sob o ponto de vista construtivo, quer funcional. Seria útil que estes estudos se estendessem ao desenho e construção do mobiliário, visando dar-lhe maior leveza, maior utilidade e, possivelmente, tornando-o mas económico (GTSCE- RELT-61-1)62

No seguimento deste relatório realizado pelos conselheiros da OCDE iniciou-se uma troca de correspondência entre os vários organismos relacionados com as construções escolares em Portugal e entre estes e a OCDE. Esta troca de correspondência centra-se em duas questões fundamentais para as autoridades portuguesas, a localização deste grupo de estudo sobre as construções escolares; e a sua composição. A discussão em torno da dependência do grupo de trabalho e da sua composição prolonga- se até final de 1963, altura em que é assinado um contrato entre com a OCDE de adesão ao programa DEEB e que mais tarde dará origem à criação do Grupo de Trabalho sobre as Construções Escolares.

Esta discussão em torno da localização do grupo de trabalho sobre as construções escolares é realizada, neste período, não só entre os dois ministérios responsáveis pelas construções escolares,

Se é incondicional o nosso acordo ao papel e composição preconizado, pensa-se que a localização proposta pela OCDE, no plano da presidência do conselho, não se afigura a mais conveniente.

O MOP pelo papel que lhe cabe na construção em geral e em especial pela forma como, em ligação com os outros ministérios, edifica as obras que lhe são destinadas, poderá enquadrar com vantagem o referido grupo de trabalho.

Em face das referências ao MOP e em particular a esta Junta, contidas no relatório que agora se aprecia, a localização assim estabelecida não parece contrária aos desígnios da OCDE.

Afigura-se então perfeitamente resolúvel o problema proposto pela OCDE dentro da actual estrutura da Junta, organismo que além do lugar que ocupa na construção escolar possui já uma efectiva e directa ligação com o MEN (GTSCE-COR-63-2)63

A referida missão, no seu relatório, propunha efectivamente que se constituísse um grupo de trabalho destinado a estudar os aludidos problemas respeitantes às construções escolares. Era sua opinião que esse grupo deveria integrar-se na presidência do conselho por as respectivas funções interessarem em igual medida a dois ministérios, o MEN e o MOP. Este último propõe que o grupo funcione no seu âmbito, embora dele façam parte também representantes do MEN. É uma solução possível, como seria possível a solução inversa de o grupo funcionar no MEN, com representantes do MOP (GTSCE-COR-63-3)64

62 Ver inventário corpus documental anexo 1

63Carta enviada pelo presidente da JCETS a 25 de março de 1963 e dirigida ao ministro das obras públicas. Ver inventário corpus documental anexo 1

64Carta enviada por MEN ao MOP a 26 de julho de 1963, em resposta a carta enviada por Francisco Mello d’Aguiar sobre gabinete de estudos das instalações escolares e regulamento provisório deste gabinete. Ver inventário corpus documental anexo 1

81 mas também dentro da estrutura do Ministério das Obras Públicas.

Conquanto, de momento, nada esteja concretizado sobre a constituição e funcionamento desse grupo e, portanto, se desconheça a viabilidade de, com ou sem a participação daquele organismo internacional, ele ser incumbido do estudo das construções para os ensinos primário e secundário, julga-se não ser incompatível nem prematura admitir-se a imediata constituição de um núcleo de estudos privativo da DOCEP, até porque os elementos por este reunidos, após a sua constituição, muito podem contribuir para o abreviamento da procura das novas soluções (GTSCE-COR-63-4)65

Na parte final comenta-se a ideia da criação de um grupo de trabalho, sugerindo-se hipótese que se afigura mais aconselhável e que seria, nas suas linhas gerias, a organização dum especial sector de estudos, dentro da organização da Junta, com um papel de investigação dos problemas relacionados com as instalações do ensino primário e secundário (GTSCE- COR-63-2)66

Num aspeto a opinião dos dois ministérios com responsabilidade ao nível das construções escolares era concordante, que o grupo de estudos deveria estar sediado num dos dois ministérios e não junto da presidência do conselho, como era sugerido pela OCDE. O Presidente da JCETS sublinhava mesmo que

Contrariamente, porém, à hipótese admitida pela missão de a sua instalação ser feita no plano da presidência do conselho, julga-se mais conveniente a sua localização no MOP, o qual, pelas suas características dentro da administração pública, melhor enquadrarão organismo em causa (GTSCE-COR-63-5)67

Adoptem-se uma ou outra destas duas soluções (MOP ou MEN), parece que as ligações entre o grupo e os dois ministérios deverão estabelecer-se nos seguintes termos:

a. Administrativamente, dependerá, de forma exclusiva, do ministério em que estiver

integrado; (GTSCE-COR-63-3)

Na perspetiva destes dois ministérios, nomeadamente do MOP, a independência requerida pela OCDE para o funcionamento deste grupo não seria colocada em causa pelo fato de este se encontrar sediado num destes ministérios.

Como se concluiu que a formação dum grupo de estudos e de investigação é considerado de incontestável vantagem para o prosseguimento das realizações da Junta, foi-se conduzido a pensar na sua criação à luz das possibilidades e constituição deste organismo, o que não

65Carta enviada por Eng.º delegado da DOCEP a Eng.º diretor-geral dos edifícios e monumentos nacionais, a 8 de abril de 1963, propondo criação e composição de um núcleo no seio da DOCEP. Ver inventário corpus documental anexo 1

66Carta enviada pelo presidente da JCETS a 25 de março de 1963 e dirigida ao ministro das obras públicas. Ver inventário corpus documental anexo 1

67Carta enviada por José Maria Avillez, do MOP para Presidente da comissão Técnica de cooperação económica, a 19 de abril de 1963. Ver inventário corpus documental anexo 1

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quer dizer que não se tivesse como preocupação dominante dotar o grupo da necessária independência compatível com os objectivos a atingir (GTSCE-COR-63-2)

Finalmente, em novembro de 1963 é realizada em Portugal uma visita da delegação da OCDE, composta por M. Vincent, chefe da secção administrativa da direção dos assuntos científicos da OCDE, Liz Gibson, secretária da mesma direção e Guy Oddie, arquiteto consultor da OCDE e funcionário do ministério da educação do Reino Unido com o fim de

Em primeiro lugar, tratar de questões relacionadas com o contrato:

a. Designação do organismo governamental responsável (tendo em conta a vossa carta de 26 de abril, este organismo deve ser o MOP);

b. Definir grandes linhas de um programa de trabalho concordado pelas duas partes; Criação/implementação de um grupo de trabalho e de desenvolvimento: a sua estrutura; selecção dos seus membros; escalonamento do reembolso; modalidade de funcionamento (tempo parcial e tempo total);

Em segundo lugar, permitir ao nosso consultor familiarizar-se com os problemas da construção escolar em Portugal e de estabelecer um primeiro contacto com os técnicos portugueses. (GTSCE-COR-63-6)68

O primeiro contrato com a OCDE é assinado, assim, a 31 de dezembro de 1963, onde são definidas as condições de participação no “projecto especial relativo ao desenvolvimento e economia das construções escolares nos países do sul da Europa” (GTSCE-DESP-63-1)69. A 15 de Fevereiro de 1964 é criado o

Grupo de Trabalho sobre as Construções Escolares70, dedicado “ao estudo da planificação e do

desenvolvimento da construção escolar, encarado sob a mais estrita economia” e que tinha como objetivos

- Estudo das normas para os locais, tanto em termos de espaço como de habitabilidade; - Determinação dos custos limites correspondentes à aplicação das normas referenciadas para cada um dos tipos de construção escolar visada. Tendente a ilustrar a investigação feita e a possibilitar a verificação do acerto destes aspetos elaborar-se-ão projectos-piloto;

68Carta de Alexander King (Diretor da Direção dos Assuntos Científicos da OCDE) para comissão técnica económica externa sobre visita de delegação da OCDE de 25 de setembro de 1963. Ver inventário corpus documental anexo 1.

69Despacho-conjunto do MOP e MEN datado de 6 de dezembro de 1963, sobre projeto de acordo entre governo português e OCDE no que respeita ao projeto especial relativo ao desenvolvimento e economia da construção escolar nos países do sul da europa. Ver inventário corpus documental anexo 1.

70Entre 31 de dezembro de 1963, altura em que é assinado o 1º contrato com a OCDE, e 15 de fevereiro de 1964, data de criação do Grupo de Trabalho sobre as Construções Escolares, os trabalhos no âmbito do DEEB são realizados por um gabinete de estudos sobre instalações escolares, sob a responsabilidade da JCETS, encarregue do contato com a comissão técnica de cooperação económica externa, sobre os assuntos referentes ao projeto.

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- Análise da estrutura administrativa dos departamentos que presentemente têm a seu cargo a construção escolar com vista a garantir o eficiente uso das normas e custos limites, para a melhor rentabilidade dos investimentos que lhes são distribuídos (GTSCE-RELT-65-1)71

Enquadrado na 2ª fase do PRM72 o GTSCE seguia a mesma metodologia adotada para todos as equipas

do programa DEEB, que compreendia três fases: “Inquérito da situação existente, análise dos resultados e formulação de propostas” (OCDE, 1968, p. 15). Desta forma, e com uma equipa dirigida por Victor Quadros Martins73 com carácter multidisciplinar74 onde colaboravam profissionais de diferentes áreas75,

como definido no contrato assinado com este organismo internacional76, o desenvolvimento dos trabalhos

do GTSCE decorreu até finais de Junho de 196677 e focou-se nas três grandes áreas de intervenção

acima indicadas.

Uma das missões do GTSCE dizia respeito ao estabelecimento, “para cada um dos tipos de edifício escolar, de normas de área e de estabilidade ajustadas, por um lado às exigências dos conceitos e estruturas pedagógicas mais actualizadas e, por outro lado, compatíveis com os investimentos 71Projeto de relatório do trabalho realizado pelo GTSCE durante o período do 1º contrato. Ver inventário corpus documental anexo 1.

72Num documento datado de 26 de maio de 1965 é apresentada a programação geral dos trabalhos da equipa portuguesa para esta 2ª fase do PRM, sendo esta integrada no recentemente criado GEPAE (Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa) e sendo um dos seus membros de direção nomeado como organizador do projeto. São identificados, igualmente, neste documento os temas de trabalho (com especial relevo para a regionalização da planificação escolar) e os objetivos gerais para esta 2ª fase que compreendiam “a) revisão dos moldes, gerais e específicos, em que assenta o sistema educacional português; b) elaboração de planos de acção visando determinados objectivos de ordem quantitativa; c) criação de infraestruturas que garantem as indispensáveis condições de continuidade na preparação e execução do planeamento” (GTSCE- DC-INT-65-1). Resultante da “cessação da contribuição financeira especial dos EUA e o desinteresse progressivo da OCDE na condução de programas operacionais” (TEODORO, 2001, p. 225) esta 2ª fase do PRM que tinha o “objectivo assumido de transformar os planos de desenvolvimento a longo prazo em programas operacionais de médio e curto” não foi concretizada da forma como estava prevista. Apenas os trabalhos realizados no âmbito do DEEB (cuja equipa nacional era o GTSCE) em colaboração com o GEPAE, nomeadamente a Carta Escolar de Portugal Metropolitano, foram desenvolvidos. Foi diretor da 2ª fase do PRM José Manuel Prostes da Fonseca “eu estive com o PRM, com a 2º fase, fui o diretor da 2ª fase; a 1ª fase foi o Alves Martins, depois a 2ª fase fui eu o diretor do projeto” (PF, p. 5, l1-3).Ver protocolo da entrevista a José Manuel Prostes da Fonseca no anexo 3.

73Engenheiro de 1ª classe da JCETS.

74Em várias publicações da OCDE no âmbito do programa DEEB é sublinhada a importância da existência de uma equipa multidisciplinar: “Não é demais insistir no facto de que nenhuma solução real pode ser encontrada através do trabalho isolado de arquitetos ou engenheiros. O contributo dos pedagogos e dos educadores é indispensável, assim como daqueles que estão encarregues de definir a política de ensino e os que têm de resolver os problemas quotidianos neste domínio“ (ODDIE, 1966, p. 18). Ideia já veiculada em 1959, na Carta das Construções Escolares, publicada pela UIA (União Internacional dos Arquitetos) que referia no seu artigo 4º “Deve permitir, tendo em vista as necessidades pedagógicas, a colaboração dos educadores e arquitetos” (in Binário, nº 77, Fevereiro de 1965).

75Arquitetos: Maria do Carmo Matos, arquiteta de 3ª classe da JCETS; Augusto Artur Pereira Brandão, arquiteto de 2ª classe da JCETS e José Costa Silva, arquiteto 1ª classe da JCETS; Engenheiros: José João Colen Marques da Silva, engenheiro 3ª classe da JCETS; Artur Eduardo Macedo Gonçalves, engenheiro 2ª classe, chefe de secção de Lisboa da DOCEP; José Elísio Nascimento dos Santos, engenheiro 2ª classe da DOCEP; Pedagogos: Manuel Francisco Alambre dos Santos, chefe da 1ª repartição da Direcção-Geral do Ensino Técnico Profissional do MEN (no período do 2º contrato, representante do GEPAE); Pedro Campos Tavares, professor efetivo do Liceu Camões e António Henriques, diretor da Escola Técnica Elementar Eugénio dos Santos e professor metodólogo do ensino técnico. Colaboravam, ainda, na qualidade de peritos Artur Lopes Sequeira, chefe de secção da repartição pedagógica da Direcção-Geral do Ensino Primário (MEN) e Manuel João Meneses de Morais, professor de Educação Física da Escola Técnica Elementar Manuel da Maia; desenhador, medidor e membros de secretariado.

76Como sublinhado pela própria organização internacional, “A organização procurou assegurar que cada equipa nacional fosse composta por um equilíbrio de todos (ou quase todos) os especialistas relacionados com a efetiva execução do programa de construções escolares, a saber, educadores e pedagogos, arquitetos, engenheiros e/ou especialistas em custos de construção, sendo que nalguns casos, um economista também podia ser associado à equipa.” (OCDE, 1968, p. 13)

77Foram celebrados com a OCDE, no âmbito do programa DEEB, dois contratos: um primeiro entre 31 de dezembro de 1963 e 31 de dezembro de 1965 e um segundo entre 1 de janeiro de 1966 e 30 de junho de 1966.

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reservados à construção escolar”78 (GTSCE-DESP-71-1). Com efeito, a produção de normas que

atendessem aos aspetos qualitativos e quantitativos e que se preocupassem com a eficácia na utilização dos recursos e com a redução dos custos, constituía um dos objetivos primordiais do programa DEEB, pelo que o GTSCE dedicou a esta tarefa uma parte substancial do seu tempo79. Na perspetiva do

organismo internacional (OCDE) que coordenava e liderava o programa, só através do estudo e definição das normas seria possível analisar as implicações financeiras associadas às construções escolares e o seu modo de implementação, considerando-os mesmo os três tópicos fundamentais do projeto.

...o primeiro tópico principal é o das Normas. Apenas quando as normas tiverem sido estudadas é possível considerar as implicações financeiras para as cumprir. Estas dependem não só do custo por unidade, seja qual for a unidade – uma escolar, uma classe ou um aluno – mas também do número de unidades necessárias para o programa de expansão nacional. Assim o segundo tópico principal diz respeito aos Custos. Para saber o tamanho do cheque a passar, ou mesmo para saber quais os meios financeiros necessários, para assegurar que o dinheiro é convertido no tipo certo de edifícios, no momento certo e na localização certa. Por isso o terceiro tópico principal cobre os problemas da implementação. (OCDE, 1968, p. 21)

É neste último aspeto, da implementação e da forma como são geridas as construções escolares em Portugal que se centra outra das missões do GTSCE e que estará na origem de uma reforma administrativa neste domínio no início da década de 70. Com o intuito de apresentar sugestões

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