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A atividade que demarcou o início do curso foi sua aula inaugural. A primeira data marcada foi 21 de novembro de 2014, porém, em decorrência da baixa inscrição para o curso naquele momento, a data foi transferida para 20 de fevereiro de 2015. Como posto anteriormente, as prorrogações dos prazos ocorridas posteriormente implicaram a alteração da data novamente. Dada a primeira prorrogação, a aula inaugural foi remarcada para 06 de abril de 2015. Com a segunda prorrogação, passou para 06 de julho de 2015, data em que, efetivamente, ocorreu.

A aula inaugural iniciou no período da manhã com a conferência de aber- tura proferida pela Professora Dra. Silvia Cristina Yannoulas, da Universidade de Brasília (UnB). No período da tarde, ocorreram reuniões entre cursistas e tutores/as por polo para que se conhecessem. Essa reunião também serviu para que os/as cursistas tivessem o primeiro contato com o ambiente virtual de aprendizagem (Avea). Essa atividade foi considerada de presença obri- gatória. Para além desta, também foi obrigatória a presença nas avaliações presenciais nos polos, bem como na defesa do TCC, que ocorreria na Sede da UFSC.

5 O Módulo Introdutório foi ministrado pelo Prof. Dr. Adir Valdemar Garcia e pela Profa, Dra. Roseli Zen Cerny; O Módulo I pelo Prof. Dr. Lauro Francisco Mattei; O Módulo II pela Profa. Dra. Astrid Backer Ávila; O Módulo III pela Profa. Dra. Adriana D’Agostini; e o Módulo IV pelo Prof. Dr. Juares da Silva Thiesen. A Profa. Dra. Rita de Cássia Pacheco Gonçalves, à época vinculada à Universidade para o Desenvolvimento de Santa Cata- rina (Udesc), foi responsável pela "atividade reflexão-ação", que perpassava todos os módulos.

Passada a aula inaugural, os módulos começaram a ser desenvolvidos. Apesar de as Ifes envolvidas com o PNEPDS poderem organizar seus cursos incluindo outros materiais, optamos por manter apenas os módulos anterior- mente mencionados, fazendo alterações nas atividades propostas em cada um deles, com vistas a adaptá-las à realidade vivenciada no curso.

O material foi muito bem avaliado por professores/as formadores/as, tutores/as e cursistas.6 Cabe destacar que, além de estar disponível na pla- taforma digital do curso, o material também está disponibilizado no site do MEC para aqueles/as que não puderam cursar a especialização,7 mas que tinham interesse em refletir sobre a temática.

Com o objetivo de conhecer melhor os/as participantes do curso, logo no início foi postado no Avea um questionário que serviria de base para a construção do "perfil dos/as cursistas". Todos/as foram convidados/as a res- ponder espontaneamente. Do total de matriculados/as, 434 responderam ao questionário.

Para cada módulo, foi disponibilizado um vídeo de boas-vindas de cada professor/a formador/a para que os/as cursistas pudessem conhecê-los/as, permitindo uma maior proximidade. Esse vídeo foi gravado nas dependên- cias da UFSC, no Laboratório de Tecnologias (Lantec), que foi nosso parceiro durante todo o curso.

Dos 499 matriculados/as, 395 acessaram o Avea no primeiro mês. No decorrer do curso, uma cursista que o havia iniciado na UFMT solicitou trans- ferência para a UFSC, visto ter vindo residir no Rio Grande do Sul. Efetivamos sua matrícula no sistema interno e passamos a ter 396 cursistas ativos/as.

Desde a primeira fase do curso (desenvolvimento das atividades até o Módulo IV), os/as cursistas foram acompanhados/as e orientados/as pelos/ as tutores/as que, por sua vez, foram acompanhados/as pela supervisão de tutoria e pelos/as professores/as formadores/as. Os/as tutores/as receberam formação periódica, e, para cada módulo do curso, foi realizada uma for- mação específica para aprofundar sua temática. Essa formação foi realizada pela equipe pedagógica e pelo/a professor/a formador/a de cada módulo, 6 O material foi produzido a partir do projeto de extensão "Desenvolvimento de materiais digitais para Curso de Formação Continuada a Distância", em nível de especialização e aperfeiçoamento universitário, no âmbito do Programa Bolsa Família na Educação, co- ordenado pela Professora do Departamento de Estudos Especializados em Educação da UFSC, Dra. Rozeli Zen Cerny.

juntamente à professora responsável pela atividade de reflexão-ação. Cabia aos/as professores/as formadores/as apresentar o tema do módulo pelo qual estavam responsáveis, bem como coordenar os debates. Os momentos de formação foram extremamente ricos, não só para os/as tutores/as, mas para todos/as os/as envolvidos/as com a formação. As discussões foram aca- loradas visto que se confrontavam, nesses momentos, visões distintas com relação à compreensão da pobreza e da desigualdade social, principalmen- te no que dizia respeito às soluções normalmente indicadas para diminuir ou mesmo erradicar esses fenômenos. O consenso acontecia no sentido de que todas as formas de luta eram importantes, porém, a maior diferença expressava-se na compreensão dos limites dessas lutas.

Os tutores/as tinham uma carga semanal de trabalho de 20 horas. Des- tas, oito eram de presença obrigatória, e 12 poderiam ser usadas para a re- alização do trabalho a distância. Os encontros presenciais eram dedicados à formação, bem como à definição das atividades e avaliações. Para além, era o momento em que o grupo podia trocar informações sobre o anda- mento das atividades durante a aplicação dos módulos, propor e organizar fóruns de discussão e formas de intervenção para evitar a desistência dos/as cursistas. Eles/as também eram responsáveis pela aplicação das avaliações presenciais nos polos. Esses encontros presenciais ocorreram aos sábados. O período da manhã deveria ser dedicado à discussão do conteúdo dos módulos, principalmente no sentido de dirimir as dúvidas dos/as cursistas, e o período da tarde para a aplicação das provas. Também foram responsáveis pela correção das avaliações, sempre acompanhados/as pelos/as professo- res/as formadores/as e pela equipe gestora.

Nossa preocupação era de que o/a tutor/a não fosse mero/a aplicador/a de atividades ou um/a corretor/a destas. Portanto, além da formação que recebiam, quando da elaboração das atividades que seriam desenvolvidas e das provas a serem aplicadas presencialmente nos polos, os/as tutores/as participavam ativamente do processo.

Um aspecto importante a destacar diz respeito à preocupação levanta- da, principalmente pelos/as tutores/as, com relação às atividades a serem desenvolvidas pelos/as cursistas, em especial a atividade de reflexão-ação, visto que algumas implicariam uma atuação direta junto às pessoas em situ- ação de pobreza e pobreza extrema. Essa preocupação era de duas ordens: 1) a preparação dos/as cursistas para efetuarem esse contato, por exemplo, em uma entrevista; 2) o risco de, pelo conhecimento prévio da existência de

uma visão moralizante sobre a pobreza, as atividades gerarem um resultado diverso do esperado, ou seja, que em vez de aproximar o/a cursista da reali- dade e fazê-lo/a enxergar essa condição de modo diferente, isso acarretasse um reforço do preconceito e viesse a prejudicar alguém. No decorrer do processo, essa preocupação mostrou-se importante, pois foi necessária uma intervenção mais pontual em várias situações em que cursistas se pronun- ciavam questionando o esforço de crianças, adolescentes e jovens e suas famílias para saírem da condição em que viviam.

Nosso esforço, com base na proposta política e pedagógica do curso, era que, após refletir teoricamente sobre educação, pobreza e desigualda- de social, os/as cursistas pudessem analisar a realidade social e o contexto escolar com mais propriedade, propondo modos para que as instituições a que estivessem vinculados/as, em especial a escola, efetivamente contribu- íssem para que crianças, adolescentes e jovens, bem como suas famílias se empoderassem para lutar por melhores condições de vida. A aposta era de que as reflexões teóricas se materializassem como prática.

A atividade de reflexão-ação, bem como as demais, mostraram-se de fundamental importância para o curso por dois motivos: 1) para iniciar os/as estudantes no processo de pesquisa e aproximá-los/as da realidade social; 2) para, posteriormente, substanciar a realização do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Também foi muito interessante ver que, nas reuniões semanais ocorridas durante todo o curso, os/as tutores/as traziam materiais, tais como vídeos, reportagens e textos para que os/as cursistas tivessem outros recursos para pensar e elaborar seus trabalhos. Isso foi mais um elemento que evidenciou o envolvimento dos/as tutores/as com a formação.

Como posto anteriormente, 499 cursistas foram matriculados, e apenas 395 acessaram o Avea no primeiro mês do curso, ou seja, 104 já podiam ser considerados/as evadido/as. Considerando a cursista transferida da UFMT, estavam ativos, no início, 396 cursistas. Cabe destacar que, desde essa cons- tatação, o trabalho de busca para que os/as cursistas retornassem começou a ser feito de forma intensa. Toda a equipe do curso envolveu-se com essa busca, sendo os/as tutores/as os/as principais responsáveis. Vários foram os contatos via Avea, Skype, telefone, tentando verificar o motivo de cada cur- sista para ter desistido e buscando alternativas para seu retorno. Contudo, em um grande número de casos, não tivemos sucesso.

No decorrer do processo, ao total, tivemos 304 alunos evadidos durante o desenvolvimento dos módulos e seis reprovados. Para os/as cursistas que decidiram retornar ao curso, foi organizado um processo de recuperação, tanto das atividades dos módulos como das avaliações presenciais. Isso de- mandou um esforço extra de toda a equipe, visto que implicou muito mais trabalho. Em alguns casos, foi necessário fazer a recuperação da recupera- ção. Mais adiante, quando tratarmos da avaliação do processo, teceremos algumas considerações a esse respeito.

Ainda durante o desenvolvimento do Módulo IV, a equipe (coordenação, professores/as formadores/as, supervisão de tutoria e tutores/as) começou a discutir o modelo de TCC a ser apresentado pelos/as cursistas. Depois de muita conversa, decidimos que o TCC deveria versar sobre um dos temas tratados nos módulos, quais sejam: 1) Educação, pobreza e cidadania; 2) Educação, pobreza e direitos humanos; 3) Educação, pobreza e organização escolar; 4) Educação, pobreza e currículo. Escolhido o tema geral, o/a cursis- ta poderia optar por aprofundar um ou mais aspectos do tema; relacionar o tema escolhido com outro tema de livre escolha; ou tratar de um dos temas, relacionando-o a uma ou mais atividades desenvolvidas nos módulos. Para além da parte teórica a ser desenvolvida, o/a cursista deveria apresentar um projeto de intervenção aplicável. Esse formato foi apresentado presencial- mente nos polos pelos/as tutores/as, antes do início da realização do TCC.

Ao final, o TCC deveria ter o seguinte formato:

- Introdução (entre cinco e seis páginas), em que deveria ser apresentado o tema escolhido, considerando os memoriais descritivos desenvolvidos ao longo do curso, garantindo uma descrição do percurso vivenciado pelo/a cursista, bem como uma apresentação do que seria desenvolvido no TCC;

- Capítulo I (entre 20 e 25 páginas), contendo a apresentação da temática a ser desenvolvida, uma justificativa com argumentos sobre a relevância e pertinência do tema escolhido, bem como os objetivos (geral e específicos) do trabalho;

- Capítulo II (entre oito e dez páginas), contendo um projeto de inter- venção na realidade que deveria estar alicerçado na atividade de reflexão- -ação, desenvolvida ao logo de todo o curso, e nos pressupostos teóricos apresentados no capítulo anterior. O projeto de intervenção deveria con- ter uma problematização da temática, com justificativa e contextualização histórica e geográfica, para além da definição de objetivos, metodologia,

público-alvo, resultados esperados, avaliação e previsão de cronograma para sua execução;

- Considerações finais (entre quatro e oito páginas).

O período de elaboração, defesa e entrega da versão final do TCC foi de junho a dezembro de 2016.

A seleção dos/as professores/as orientadores/as e o processo de