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O período do Regime Militar

No documento EsAO Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (páginas 73-84)

carac-terizou como um momento histórico de grandes transformações em toda a conjuntura nacional bra-sileira. Ao longo de seus anos, o Brasil experimentou momentos de grande turbulência político-social. Os governos militares souberam contornar a situação nacional e buscaram defender os principais interes-ses da nação como um todo.

Foram anos nos quais o país vivenciou um grau de desenvolvimento socioeconômico, até então, nunca vi-vido. Ainda hoje, as benesses desse desenvolvimento estão presentes na sociedade brasileira e podem ser facilmente identificadas, por exemplo, nas principais instituições e órgãos governamentais, que embora te-nham sido criados há décadas atrás, permanecem em pleno funcionamento na atualidade e são fundamen-tais para o bem-estar social do povo brasileiro.

No que tange à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, durante os anos do Regime Militar, o esta-belecimento de ensino se manteve como uma insti-tuição a frente do seu tempo e, em todo período, foi capaz de cumprir sua missão institucional, contri-buindo para a grandeza do Exército e para a defesa dos interesses da sociedade brasileira.

Dessa forma, a EsAO esteve constantemente preo-cupada com a conjuntura política nacional, procuran-do orientar seus militares quanto às principais ques-tões político-estratégicas daquele momento histórico. Além disso, a Escola buscou valorizar o seu público interno, aperfeiçoou seu ensino militar, interagiu com a sociedade e manteve sempre em vista a defesa e a prática dos valores e tradições militares.

A EsAO diante da conjuntura política nacional Diante da conjuntura política nacional da década de 1960, a EsAO esteve continuamente preocupada com o que acontecia no Brasil e procurou orientar e manter seus militares bem informados diante de todas as mudanças que ocorriam. Sendo assim, uma série de atividades importantes foram realizadas em suas dependências.

Dentre essas atividades, pode-se destacar uma grande quantidade de palestras e conferências que

abordavam os principais temas políticos e sociais que, na época, correspondiam e se ligavam direta-mente aos mais relevantes interesses e anseios da sociedade brasileira.

Em setembro de 1966, por exemplo, o tenente-co-ronel Manuel Leitão Pereira discursou em uma con-ferência cujo tema foi: Guerra subversiva, guerra de superfície e reflexos na atividade de contrassub-versão. Na ocasião, a grande maioria dos militares da EsAO estiveram presentes e puderam obter uma melhor compreensão acerca dos assuntos tratados.

No ano seguinte, mais especificamente no dia 20 de abril de 1967, por meio das palavras proferidas pelo general José Pinto de Aráujo Rabelo, novo comandan-te da EsAO, ficou claro o posicionamento da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais diante da conjuntura política que se vivia naquele momento histórico.

Aos camaradas que servem neste

estabelecimento de ensino quero, nesta oportunidade, lembrar as

pesadas responsabilidades que

nos cabem a todos [...] no momen

-to em que se procura confundir,

desmoralizar e ridicularizar os princípios e os fundamentos da Revolução de 31 de março de

1964. Foi desta Escola, na pala

-vra magistral do então Chefe do

Estado-Maior do Exército, gene

-ral Humberto de Alencar Castelo

Branco, que partiu o brado de

alarme contra a subversão e

cor-rupção que o próprio governo na ocasião, procurava engolfar a

Nação. Esta Escola sempre sen

-sível a todos os movimentos em que se envolveu o destino do

País, tem enormes responsabili

-dades de, através daqueles que daqui partem após o término do curso, difundir e defender, por todos os rincões de nossa Pátria,

os princípios de ordem, respeito,

disciplina, autoridade e austeri

-dade implantados pela Revolução

de 64. Revolução que não foi um simples movimento armado, nem

a imposição de uma classe ou

gru-po, mas o anseio de todo um povo assustado e inseguro, que buscou

nas Forças Armadas apoio

ne-cessário à concretização de seus ideais de paz e tranquilidade. [...]

é necessário que estejamos alerta

contra todos aqueles que, por inte

-resses pessoais ou de grupo, por ambições políticas ou influências ideológicas, querem, em nome de uma democracia que não amam, nem desejam, de uma liberdade

utópica e irreal sufocar a demo

-cracia e destruir a liberdade. Não

podemos nos descuidar da ação daninha dos que pretendem

desu-nir as Forças Armadas, dividi-las, e

incompatibilizá-las com a opinião

pública, com a intenção dolosa de

derrubar o baluarte permanente de defesa das nossas instituições

[...] tradições [...] e valores. [...] na

nossa crença, no nosso entusias

-mo, na nossa vontade de bem ser

-vir, na determinação de cumprir a todo custo nosso dever [...] os

arrivistas, os demagogos, os cor

-ruptos e subversivos encontrarão a barreira intransponível que im-pedirá a realização de seus apeti-tes inconfessáveis1.

Ainda em 1967, no dia 6 de junho, foi ministrada uma palestra pelo coronel Câmara Senna sobre as atividades comunistas na América do Sul,

particular-1Discurso proferido pelo general José Pinto de Aráujo Rabelo realizado na cerimônia de posse do comando da

EsAO. Consta no Livro Histórico da EsAO (1966-1975).

O período do Regime Militar

(1964-1985)

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mente no Brasil. Ocorreram também conferências e palestras sobre temas como a Missão de Observação de Caparaó, a infiltração subversiva no meio estu-dantil, a política econômica do governo, a infiltração comunista no clero, dentre outras.

Encerrando as principais atividades daquele ano, no dia 27 de novembro, ocorreu uma conferência cujo tema era o comunismo. O objetivo principal do evento foi reverenciar os militares mortos durante a Intentona Comunista de 1935 e esclarecer aos parti-cipantes quais foram os principais fatos ocorridos no movimento revolucionário.

O fim da década de 1960 foi marcado por eventos que abordaram questões de caráter político. Dentre eles, cabe ressaltar uma palestra ministrada pelo pro-fessor Gustavo Corção, tratando sobre as

caracterís-ticas da ação comunista, e uma palestra ministrada pelo general Moacyr de Aráujo Lopes, cujo assunto tratava sobre a guerrilha.

A partir da década de 1970 passou a haver um gra-dativo afastamento das questões relacionadas à políti-ca. Com isso, a Escola foi, aos poucos, se afastando da seara política e passou a se concentrar cada vez mais em assuntos atinentes ao campo profissional.

Sendo assim, de 1970 até meados da década de 1980, começou a haver uma preocupação maior com as questões propriamente militares. Deu-se início, então, a uma maior valorização dos recursos hu-manos, houve um aperfeiçoamento de currículos e da metodologia, passou-se a empregar técnicas de ensino mais modernas e as atividades escolares pas-saram a ter um sentido mais prático e menos teórico.

De acordo com Bethlem,2 pode-se definir política nacional como a determinação e a adoção de objeti-vos nacionais, ou seja, aquilo que uma determinada nação almeja obter e aquilo que ela deseja ser.

Sendo assim, para se cumprir a política nacional, uma nação conta com o poder nacional, caracteriza-do pelo conjunto de tocaracteriza-dos os bens e atributos que a nação possui e que permitirão, se bem utilizados, o atingimento dos seus objetivos. O caminho ou a forma para, por meio do uso do poder nacional, se atingir os objetivos nacionais, caracteriza a estraté-gia nacional.

A partir dos conceitos supracitados, pode-se pensar em questões político-estratégicas de uma nação como objetivos de grande importância elaborados por seus governantes. Para que tais metas sejam plenamente atingidas, há necessidade da elaboração de estratégias bem definidas e adequadamente empregadas. Dessa forma, questões político-estratégicas representam as-suntos fundamentais para um determinado país.

Durante os governos militares, a Escola de Aper-feiçoamento de Oficiais manteve uma atenção espe-cial com relação às questões político-estratégicas

2BETHLEN, Agrícola. Os Conceitos de Política e Estraté

-gia. Revista de Administração de Empresas. Rio de Janei

-ro, V. 21, p. 7-15, jan./mar. 1981.

brasileiras, procurando manter seus militares a par dos assuntos referentes ao tema.

Com isso, no ano de 1967, por exemplo, foi re-alizada uma conferência na EsAO, proferida pelo general Albuquerque Lima, ministro do interior, que tratava sobre a valorização da região amazônica, temática de grande importância político-estratégica para o Brasil.

No ano seguinte, houve uma nova conferência, proferida por Magalhães Pinto, ministro de relações exteriores, que abordou aspectos sobre a política de energia atômica do governo, outro assunto de gran-de relevância.

Na década de 1970, dentre os assuntos que foram abordados nas conferências e atividades da Escola, pode-se destacar temas relativos à Amazônia brasi-leira e também as preocupações com estudos que vi-savam solucionar os problemas agrários brasileiros.

A EsAO também manteve a presença contínua de militares estrangeiros, realizando curso de aperfeiço-amento juntamente com os brasileiros, além de rece-ber, quase que anualmente, a visita de adidos milita-res de vários países do mundo e diversas autoridades militares estrangeiras. Essas práticas caracterizaram ações estratégicas que contribuíram sobremaneira para que o Brasil mantivesse um relacionamento polí-tico-militar saudável com essas nações.

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A partir de meados da década de 1940, a Esco-la de Aperfeiçoamento de Oficiais passou a estudar e transmitir aos seus alunos muitos ensinamentos adquiridos ao longo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Durante o Período Militar (1964-1985), deu-se continuidade ao estudo, aprimoramento e transmissão desses ensinamentos, que se configu-ravam como parte fundamental do aperfeiçoamento dos militares que cursavam a Escola.

Sendo assim, nos exercícios militares, particular-mente nas manobras escolares realizadas pelos alunos da EsAO, eram postos em prática conhecimentos sobre a arte da guerra e sobre o pensamento militar que ha-viam sido desenvolvidos no referido conflito mundial.

Durante essas manobras escolares, os alunos estudavam com grande ênfase as operações defen-sivas que englobavam a ação retardadora, o retrai-mento, os movimentos retrógrados, dentre outras. Além disso, aprofundavam seus conhecimentos nas operações ofensivas de ataque, contra-ataque, marcha para o combate, aproveitamento do êxito e transposição de curso d’água.

Nos exercícios militares também se empregava a combinação das armas e serviços e eram realizados estudos das operações nos escalões corpo de exérci-to, divisão, grupos táticos, regimento e batalhão. Es-tudava-se também, de forma detalhada, os fatores da decisão, trazidos pelos franceses na década de 1920.

Dava-se grande ênfase para o trabalho de co-mando, para a redação de documentos de planeja-mento, ordens de execução e para a confecção de ordens de operações. Além disso, diante do contex-to mundial da Guerra Fria, havia também operações planejadas sob a perspectiva de ameaça atômica.

Outro evento importante, relacionado ao ensino, foi a criação do Curso de Preparação. Esse curso foi estabelecido, inicialmente, em caráter experimental e de 1964 até 1967 foi verificado se seria relevante dar continuidade a ele ou não. Ele tinha um caráter obri-gatório, com uma duração de cerca de cinco meses e representou o pioneirismo do ensino a distância na Es-cola, sendo ministrado por meio de correspondências.

O ensino militar

Seu objetivo principal era a atualização e a complementação dos conteúdos teóricos e prá-ticos fundamentais para o cumprimento das atri-buições de um comandante de subunidade. Seu conteúdo didático era composto por assuntos que abrangiam pontos comuns a todas as armas, ser-viços e ao quadro de material bélico, mas também possuía conteúdos específicos de cada especiali-zação militar.

Após o curso de preparação, por ocasião da chegada à EsAO, os alunos faziam uma avaliação inicial que contemplava todos os assuntos minis-trados durante o curso a distância. No ano de 1967, foi decidido que o curso de preparação deveria ser mantido pelos anos subsequentes, tendo em vista

que os resultados observados durante o período ex-perimental alcançaram um nível além do esperado.

Percebeu-se que os alunos, ao se familiariza-rem com os conteúdos didáticos no ano anterior, passaram a chegar à Escola em melhores condi-ções, em termos de conhecimento militar, para a realização do curso presencial.

Finalmente, cabe destacar que, de maneira ge-ral, durante o período de 1964 a 1985, ocorreu uma grande evolução no ensino militar da EsAO. Com isso, surgiram novas disciplinas, houve uma atua-lização de currículos, desenvolveram-se novas me-todologias, o ensino passou a ter um caráter mais prático e os discentes passaram a ter uma maior participação no processo ensino-aprendizagem.

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A valorização do pessoal, do ensino e a interação com a sociedade

Ainda durante os governos militares, a EsAO procurou estabelecer mecanismos de valorização de seu público interno e do ensino militar. A Esco-la também buscou manter uma interação saudável com a sociedade.

Com isso, foram instituídas premiações para os alunos destaques, foram realizados diversos elogios individuais, foram concedidas diversas condecora-ções militares, ocorreram palestras e conferências sobre como melhorar o ensino militar, palestras mi-nistradas por civis, dentre outras atividades.

Visando reconhecer o mérito de seus discentes, foi permitida a instituição do Prêmio General Nestor Penha Brasil.3 A homenagem foi uma iniciativa nor-te-americana por intermédio do chefe da Seção do Exército dos Estados Unidos da América, integrante da Comissão Militar Mista Brasil-Estados Unidos.4

Essa premiação passou a ser entregue ao oficial aluno que, dentre todos os alunos concludentes do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, mais se des-tacasse pelas qualidades de liderança e pelos atribu-tos militares.

Ainda no que tange a valorização de seu públi-co interno, é interessante observar a quantidade de elogios e condecorações militares destinadas aos integrantes da Escola no período em questão.

Entre os anos de 1964 e 1985, foram confeccio-nados mais de 8.400 elogios individuais a oficiais e praças da EsAO. Além disso, mais de 580 militares da instituição de ensino receberam condecorações diversas. Com isso, a média de elogios individuais foi de aproximadamente 392 elogios por ano e a mé-dia de condecorações foi de aproximadamente 26 por ano.

Esses números mostram claramente que o co-mando da EsAO mantinha uma constante atenção à questão da valorização e do reconhecimento do trabalho desempenhado pelos integrantes da Escola.

Outra preocupação da Escola de Aperfeiçoa-mento de Oficiais dizia respeito à valorização do ensino ministrado aos seus discentes. Dessa for-ma, foram realizadas palestras e conferências que buscavam melhorar cada vez mais a qualidade dos ensinamentos ministrados pela instituição de en-sino militar.

3Oficial-general oriundo da arma de artilharia. Criou e

organizou o Núcleo de Formação e Treinamento de Pa

-raquedistas do Exército Brasileiro, em 1943.

4Esta Comissão, criada no ano de 1942, consolidou a

aliança militar entre Brasil e EUA durante a Segunda

Guerra Mundial.

Nessas atividades, que visavam à melhora do ensino, eram tratadas questões referentes à orga-nização, planejamento e execução dos currículos escolares. Abordavam-se também assuntos sobre preparo e montagem de sessões de instrução, sobre a importância da educação militar, dentre outros te-mas referentes ao ensino militar.

A EsAO também procurou manter uma boa rela-ção com a sociedade civil. Sendo assim, ocorreram na Escola palestras ministradas por professores, religiosos, ministros de estado e deputados. Houve também visitas de membros de importantes institui-ções de ensino civil, como a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Além disso, foram realizadas atividades que de-monstravam o interesse da Escola em contribuir para amenização dos problemas sociais que o estado do Rio de Janeiro vivenciava. Como exemplo, pode-se citar o planejamento, coordenação e orientação da denominada “Operação Bonança”, por parte do co-mando da EsAO.

Essa operação se caracterizou por uma Ação Cívico-Social (ACISO) que promoveu um amplo mo-vimento de ajuda aos moradores do município de Itaguaí, Rio de Janeiro. Essas pessoas receberam auxílio nas áreas educacional, psicossocial, médico-sanitária, em obras públicas de infraestrutura, den-tre outras.

Os valores e as tradições militares

No período de 1964 a 1985, um dos principais legados deixados pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais foi a manutenção da defesa e da prática

dos valores e tradições militares. Essas práticas, tão importantes para o Exército Brasileiro, foram evi-denciadas em comemorações, homenagens, confe-rências e solenidades diversas.

Quase que anualmente, foram realizadas con-ferências e comemorações que reverenciavam os militares mortos durante a Intentona Comunista de 1935. O nível de violência, as ações desleais e as trai-ções praticadas por militares que aderiram ao refe-rido movimento fizeram com que a Força Terrestre criasse uma grande aversão à ideologia defendida pela concepção comunista.

A vitória sobre esse movimento teve um grande significado para o Exército Brasileiro, e a EsAO passou a reverenciar aqueles que, na ocasião, perderam a sua vida no cumprimento do dever e na defesa das institui-ções democráticas brasileiras.

Também com o objetivo de manter uma memória viva acerca daqueles que perderam suas vidas no cumprimento de seu dever, em muitas oportunida-des, a Escola homenageou os militares que, no ano de 1949, morreram em um grave acidente ocorrido no campo de instrução de Gericinó. Na ocasião, du-rante uma demonstração de armamentos do Curso de Infantaria da EsAO, houve a explosão prematura de uma granada de morteiro 81mm a cerca de três metros de altura em relação ao solo e os estilhaços atingiram vários militares. Dentre os atingidos, onze militares não resistiram aos ferimentos e acabaram morrendo.

Outro fato histórico importante, continuamente relembrado em cerimônias e solenidades da Escola

de Aperfeiçoamento de Oficiais, foram os feitos heroicos dos militares que participaram da Força Expedicionária Brasileira (FEB), realizados nos campos de batalha da Itália.

A FEB se caracterizou como a principal parti-cipação de tropas brasileiras na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A atuação de seus militares e as vitórias conquistadas por seus integrantes contribuiu sobremaneira para que os aliados5 pu-dessem alcançar a vitória final contra as forças militares nazifascistas.

No que tange aos patronos militares, a Escola também procurou manter vivo o sentimento de re-conhecimento por tudo o que eles realizaram em prol do Exército Brasileiro e principalmente em favor da nação brasileira.

Com isso, anualmente, em comemoração ao aniversário das armas, quadro e serviços do Exército Brasileiro, foram realizadas solenidades castrenses e palestras que reverenciavam os pa-tronos militares e relembravam a importância que cada um deles teve para o Brasil em diferentes momentos históricos.

Finalmente, corroborando a ideia de manu-tenção da memória militar, particularmente em relação aos patronos militares, a EsAO, no ano de 1973, realizou a inauguração dos bustos dos patronos, na praça dos patronos, localizada no in-terior da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais.

5Países que se opuseram as Potências do Eixo (Alema

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eneral de exército

G

leuber

V

ieira

antiGo comandanteda esao, antiGo ministrodo exércitoe antiGo comandantedo exército

Como o senhor descreve o dia a dia da EsAO diante da conjuntura nacional que o Brasil vivia durante o Período Militar (1964-1985)?

Resposta: Respondendo sua pergunta, basicamente nada mudou na rotina escolar. Não havia a intromis-são da política. Claro que no âmbito dos instrutores se discutia a conjuntura, mas sem reflexo nos traba-lhos. Havia, sim, um regime intenso de aulas durante o dia inteiro.

Quais foram as principais mudanças ocorridas no ensino militar da Escola?

Resposta: O que se pode identificar como diferença fo-ram mudanças nas cargas horárias de cada matéria, o surgimento de novas matérias que foram introduzidas, enquanto outras foram suprimidas. Ocorreu a atuali-zação de currículos com o objetivo de harmoniatuali-zação com outras escolas como a AMAN e a ECEME, e foram mantidos os exercícios no terreno e as manobras es-colares. Pode-se citar uma diferença na metodologia. Antes, ocorriam muitas palestras, depois, a escola pas-sou a ser mais ativa, permitindo discussões dirigidas,

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