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CAPÍTULO IV – PESQUISA COREOGRÁFICA

4ª FASE jan-fev

4.1.2. O Processo Performativo.

Tendo como referência a pesquisa realizada neste estudo, o processo performativo pode ser entendido como o conjunto de ações implementadas com o objetivo de divulgar a obra criada apresentando-a ao público, não se limitando ao dia da apresentação do espetáculo, mas abrangendo também todas as atividades que precedem esse dia e que não têm a ver com a fase de criação coreográfica. O processo performativo, pode decorrer em paralelo ao processo coreográfico uma vez que não é necessário aguardar que a coreografia esteja finalizada para começarem os preparativos de implementação da performance. A fase de criação dos elementos que complementam a obra coreográfica tanto pode ser considerada como pertencendo ao processo coreográfico como ao processo performativo pois há alguns elementos que são criados durante o processo coreográfico e que o podem influenciar, como foi o caso da escrita dos poemas e da conceção do ambiente sonoro, ou num momento mais avançado, já durante o processo performativo, como foi o estudo do figurino e das luzes, e as gravações no estúdio de som.

O processo performativo da obra Inspiração teve início com um período de preparação que incluiu a definição do figurino, as gravações no estúdio de som, o estudo das luzes e as Sessões Fotográficas e Videográficas para ter imagens que ajudassem a divulgar o espetáculo. Após o último ensaio coreográfico, iniciaram-se os ensaios performativos que incluíram os Ensaios de Aperfeiçoamento, os Ensaios Corridos, os Ensaios Assistidos e os Ensaios de Manutenção. Realizaram-se também diversas ações com vista à divulgação do trabalho junto dos responsáveis pelos espaços que podiam acolher a apresentação pública da obra coreográfica e à preparação dos respetivos espaços de atuação, particularmente os bastidores e o palco. E para mediar a concretização das tarefas necessárias à preparação e implementação da performance foram utilizados diversos instrumentos de trabalho.

A figura 37 demonstra a complexidade do processo performativo, destacando os diferentes constituintes, nomeadamente os agentes, os espaços e os procedimentos, que serão descritos nos itens seguintes. Os agentes são as pessoas que participaram na pesquisa e a sua contribuição é analisada no ponto 4.1.3.2. colaboração complementar e no ponto 4.1.3.3. colaboração de implementação. Os espaços são os locais onde decorreu o processo performativo e os procedimentos são todas as atividades desenvolvidas e instrumentos utilizados para preparar e implementar a performance. No ponto 4.1.2.3. a cronologia relata os acontecimentos distinguindo os diferentes períodos em que decorreram.

Figura 37 – Representação esquemática do processo performativo

PR

OCE

SSO

PERF

OR

MA

TI

V

O

AGENTES Bailarina-

Coreógrafa Ensaios Performativos, performances

Mestre de Yoga Ensaios assistidos, apoio de

implementação

Revisora Revisão dos poemas, ensaios assistidos

Costureira Confeção do figurino

Técnico de áudio Gravação e edição dos sons

ESPAÇOS

Estúdio de Yoga

Ensaios performativos, ensaios assistidos, sessões videográficas, espaço

performativo

Estúdio de Dança Sessões Fotográficas

Outros espaços Espaço performativo

PROCEDIMENTOS

Preparativos

Sessões fotográficas e videográficas, estudo do figurino e das luzes, gravações

no estúdio de som

Instrumentos de Trabalho

corpo, respiração, meditação em movimento, mesa e banco, colunas de

som, computador (câmara de vídeo e Windows Media Player, Adobe CS4, Windows Movie Maker), 3 projetores, câmara de vídeo e tripé, cadeiras, ficheiro

de som ou CD, fato, maquilhagem, produtos cabelo e fita adesiva.

Ensaios Performativos

Ensaios de aperfeiçoamento, ensaios corridos, ensaios assistidos, ensaios de

manutenção

Performances

Preparação (palco, som, luzes, camarins, vestir, maquilhar, pentear, fita adesiva) e

performance (corpo, respiração, meditação em movimento, dança)

4.1.2.1. Os Espaços.

O Estúdio de Yoga, para além de funcionar como espaço de ensaio durante o processo coreográfico, foi também espaço performativo, nos dias das Sessões Videográficas e das Sessões de Apresentação pública da obra. Nesses dias houve um cuidado especial com a preparação da sala. Ao longo do processo performativo comecei a vislumbrar a hipótese de utilizar o Estúdio de Yoga como espaço de apresentação pública da obra. Primeiro comecei por fazer os ensaios performativos assistidos, quando convidei a minha professora de Yoga e a sua aluna para verem a obra e darem a sua opinião, e mais tarde, depois de já ter feito várias apresentações noutros espaços, comecei a fazer estas Sessões de Apresentação particulares, preparando o espaço para apenas 2 ou 3 pessoas de cada vez. O Estúdio de Dança ficou reservado para as Sessões Fotográficas por ter uma parede branca suficientemente grande e desimpedida, algo que o Estúdio de Yoga não tinha. Estas Sessões Fotográficas realizaram-se para produzir fotografias que iriam ser usadas para divulgação do trabalho.

Para além do Centro de Yoga, a obra foi apresentada noutros locais, a maioria com características de auditório, onde o espaço entre o público e a bailarina estava bem delimitado: Aula Magna em Lisboa, auditório do DeCa em Aveiro, auditório da Casa da Cultura Jaime Lobo e Silva na Ericeira, auditório da Casa das Histórias em Cascais, sala estúdio do Teatro da Trindade em Lisboa, auditório da Associação Cultural Zona Livre em Vila Real, auditório do Teatro Ribeiro Conceição em Lamego. No Museu MU.SA em Sintra, a apresentação teve outros contornos por ser realizada num espaço com características diferentes. O Foyer do museu teve de ser preparado especialmente para esta atuação. Retiraram-se os quadros da parede do fundo, e alguns objetos que estavam colocados no chão, criou-se um espaço com cadeiras para o público e delimitou-se o espaço com os 3 projetores que levei para fazer a iluminação.

4.1.2.2. Os Procedimentos.

Neste item apresento 4 vídeo-documentários que mostram as várias atividades que implementei no decurso do processo performativo. A sua visualização possibilita ao leitor ser transportado para os locais onde a pesquisa foi realizada e observar as situações, como se tivesse estado presente no momento. Nos 4 vídeo-documentários mostro, respetivamente, a preparação do processo performativo, os instrumentos de trabalho utilizados, as diferentes fases dos ensaios performativos e a forma como preparei as atuações e me adaptei aos diferentes espaços onde a obra foi apresentada. Para aceder aos vídeo-documentários deve-se clicar na imagem ou no link curto que consta da legenda.

O leitor pode ver estes vídeo-documentários de seguida na internet, sem regressar ao documento no final de cada vídeo.

Este vídeo-documentário descreve a preparação do processo performativo que inclui: as Sessões Fotográficas, as Sessões Videográficas, a conceção do Figurino, as Gravações no Estúdio de Som e o Estudo das Luzes.

Vídeo 22 - Vídeo-documentário Preparação do Processo Performativo. Copyright [2017] by Raquel Oliveira. (Clicar na imagem ou aceder em https://goo.gl/0n5d0m)

Neste vídeo-documentário mostro os instrumentos de trabalho que utilizei no processo performativo.

Vídeo 23 - Vídeo-documentário Instrumentos de Trabalho do Processo Performativo. Copyright [2017] by Raquel Oliveira. (Clicar na imagem ou aceder em https://goo.gl/EVOxpv)

Neste vídeo-documentário descrevo as diferentes fases dos ensaios performativos que incluem: os Ensaios de Aperfeiçoamento, os Ensaios Corridos, os Ensaios Assistidos e os Ensaios de Manutenção.

Vídeo 24 - Vídeo-documentário Os Ensaios Performativos. Copyright [2017] by Raquel Oliveira. (Clicar na imagem ou aceder em https://goo.gl/bJllSb)

Neste vídeo-documentário descrevo a forma como preparei as atuações e me adaptei aos diferentes espaços onde a obra foi apresentada.

Vídeo 25 - Vídeo-documentário As Performances. Copyright [2017] by Raquel Oliveira. (Clicar na imagem ou aceder em https://goo.gl/7OlPy1)

4.1.2.3. A Cronologia.

Fazendo uma análise do Diário de Pesquisa Prática foi possível identificar diferentes períodos no Processo Performativo, que decorreram entre novembro de 2014 e setembro de 2016. A cronologia do processo performativo foi delineada tendo em conta as diferentes tarefas realizadas com vista à preparação das apresentações públicas da obra e as características distintas dos diversos ensaios performativos: 1ª Fase (novembro 2014); 2ª Fase (março a setembro 2015); 3ª Fase (outubro a dezembro 2015); 4ª Fase (janeiro e fevereiro 2016); 5ª Fase (março a setembro 2016) – (ver figura 38)

Figura 38 – Representação esquemática da cronologia do processo performativo

A 1ª Fase do processo performativo começou em novembro 2014, passados 5 meses do início do processo coreográfico. No dia 29 e 30 de novembro de 2014 fiz 2 Sessões Fotográficas, uma de Yoga e outra de Dança, nas quais, ao contrário dos 3 primeiros

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1ª FASE nov 2014 Preparação da

performance sessões fotográficas, idealizar figurino

2ª FASE