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O reflexo aprendido: Qmá^ciansunento Pavioviano

No documento DE A N Á L I S E DO COMPORTAMENTO (páginas 34-36)

conhecim entos referentes ao condicionam ento pavioviano. M ostram os como n o ­ vos reflexos são aprendidos, qual a relação entre emoções e condicionam ento pavioviano e que novos reflexos podem perder sua força por m eio de um procedi­ m ento cham ado extinção respondente. Provavelmente, na sua atuação profissio­ nal como psicólogo, você irá se deparar com vários pacientes que desejam con­ trolar suas emoções, como, por exemplo, tratar algumas fobias. Você já sabe como

fazer as pessoas perderem seus medos: extinção respondente. Não obstante, alguns es­ tímulos produzem respostas emocionais tão fortes, que não será possível expor a pessoa diretam ente a um estímulo condicionado que elicie m edo (sem a presença do estímulo incondicionado) para que ocorra o processo de extinção respondente (enfraquecimento do reflexo). Algumas pessoas têm medos tão intensos, que a exposição direta ao estímulo condicionado poderia agravar mais ainda a situação.

Im agine alguém que tenha um a fobia m uito intensa a aves. Já sabemos que, para que se perca o m edo de aves, o indivíduo deve ser exposto a esses animais (estím ulo condicionado) sem a presença do estím ulo incondicionado para a res­ posta de medo que foi em parelhado a aves em algum m om ento da sua vida. Não podemos, no entanto, sim plesm ente trancá-lo em um quarto cheio de aves e esperar pelo enfraquecim ento do reflexo. Isso ocorre porque, em primeiro lugar, dificilmente conseguiríamos convencer alguém a fazer isso. Em segundo lugar, o m edo pode ser tão intenso, que a pessoa desmaiaria; ou seja, não estaria mais em contato com o estímulo condicionado. Por último, o sofrim ento causado a esta pessoa fugiria com pletam ente às norm as éticas e ao bom senso. Felizmente, contam os com duas técnicas m uito eficazes para produzir a extinção de um reflexo que am enizam o sofrimento: co n tra c o n d icio n a m en to e d e sse n sib i­ liz a çã o sistem á tica .

O contracondicionam ento, como sugere o próprio nom e, consiste em condi­ cionar um a resposta contrária àquela produzida pelo estím ulo condicionado. Por exemplo, se um determ inado CS elicia um a resposta de ansiedade, o contra­ condicionam ento consistiria em em parelhar esse CS a u m outro estímulo que elicie relaxam ento (um a música ou um a m assagem, por exemplo). A Figura 2.10 ilustra dois exemplos nos quais h á contracondicionamento. As duas situações estão divididas em três momentos: (1) os reflexos originais; (2) o contracondicio­ nam ento e (3) o resultado do contracondicionam ento. No exemplo em que há o cigarro, temos, em um primeiro m om ento, dois reflexos: tom ar xarope de Ipeca e vomitar; fum ar e sentir prazer. Se um a pessoa tom ar o xarope algumas vezes im ediatam ente após fumar, depois de alguns em parelham entos, fum ar pode passar a eliciar vômito no indivíduo, o que, provavelmente, dim inuiria as chances do indivíduo continuar fumando.

Uma outra técnica m uito eficiente e m uito utilizada para se suavizar o pro­ cesso de extinção de um reflexo é a dessensibilização sistem ática (Figura 2.11). Esta é um a técnica utilizada com base na generalização respondente. Ela con­ siste em dividir o procedim ento de extinção em pequenos passos. Na Figura 2.7, vemos que, quanto mais diferente é o cão daquele que atacou a pessoa, m enor é o m edo que ele produz, ou seja, m enor é a m agnitude da resposta de medo. Suponha que alguém que tenha u m medo m uito intenso de cães consiga um em prego m uito bem -rem unerado para trabalhar em u m canil e resolva procurar

j

Xarope de ipeca + Vôm ito

i

Cigarro Vômito

Rato Ansiedade

Rato Relaxamento

' 0 X arope de Ipeca (que co n té m e m etina ) é usado para e lic iar v ô m ito em pessoas q ue in ge rira m substâ ncias venenosas.

C o n trac o n d ic io n a m en to . Esta técnica consiste sim plesm ente do em parelh am ento de estím ulos que elidam respostas contrárias (p. ex., ansiedade versus relaxam ento; prazer versus desconforto).

u m psicólogo para ajudá-lo a superar seu pavor de cães. O profissional não poderia sim plesm ente expô-lo aos cães que lhe provocam pavor para que o medo dim inua (ele não precisaria de u m psicólogo para isso, nem estaria disposta a fazê-lo). Será possível, nesse caso, utilizar com sucesso a dessensibilização sistemática. Em função da generalização respondente, a pessoa em questão não tem m edo apenas do cão que a atacou (supondo que a origem do medo esteja em um ataq u e) ou de cães da m esm a raça. Ela provavelm ente tem medo de cães de outras raças, de diferentes tam anhos e formas. Alguns medos são tão intensos, que ver fotos ou apenas pensar em cães produzem certo medo.

Para utilizar a dessensibilização sistemática, seria necessário construir um escala crescente da intensidade do estím ulo (hierarquia de ansiedade), ou seja, descobrir, para aquela pessoa, quais são os estímulos relacionados a cães que eliciam nela m aior ou m enor medo. Um exemplo seria pensar em cães, ver fotos de cães, tocar em cães de pelúcia, observar, de longe, cães bem diferentes daquele que a atacou, observar, de perto, esses cães, tocá-los, e assim por diante, até que a pessoa pudesse entrar no canil em que irá trabalhar sem sentir medo.

4 2 O reflexo aprendido: Condicionam ento Pavloviano

Figura 2.11

D essen sibilização sistem átic a. A dessensibilização sistemática é um a técnica: expõe-se o in divíd uo gradativam ente a estím ulos que eliciam respostas de m enor m agnitude até o estím ulo condicionado original.

É m uito comum, na prática psicológica, utilizar em conjunto contracondi- cionam ento e dessensibilização sistem ática. No exem plo anterior, ju n to à exposição gradual aos cães e aos estím ulos sem elhantes, o psicólogo poderia utilizar um a m úsica suave, por exemplo.

No documento DE A N Á L I S E DO COMPORTAMENTO (páginas 34-36)