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CAPITULO 4. RECIFE E A RPA 5: O CASO EM ANÁLISE

4.4. O SISTEMA DE TRANSPORTE NÃO MOTORIZADO EM RECIFE

Na atual estrutura administrativa da cidade do Recife, é de responsabilidade da CTTU/Recife subsidiar a elaboração de projetos para a provisão de vias que garantam uma circulação adequada e segura para os pedestres e ciclistas na cidade.

Em relação ao ciclista, em 2002 foram iniciadas as discussões para a elaboração de um projeto cicloviário para a Cidade do Recife e no ano de 2003, foi elaborado por essa Companhia o Projeto Cicloviário do Recife que prevê a implantação de 6 rotas cicloviárias na cidade, nas seguintes áreas: Centro (RPA1), Orla (RPA6), Capibaribe (RPA3), Beberibe (RPA2), Cordeiro (RPA4) e Tiradentes (RPA5). Cada uma dessas rotas tem planejamento próprio adequado à característica de cada área e prevê a construção de ciclovias, ciclofaixas e vias de tráfego compartilhado, como mostra a tabela 4.10 a seguir. É importante ressaltar que

a Ciclovia Centro, implantada em 2003, tem características diferenciadas das demais, ela é voltada preferencialmente às atividades de lazer nos domingos e feriados, e sua rota é formada por ruas do centro da cidade e segue o disposto na Lei Municipal nº 16.595/2000, que institui as rotas ecoturísticas para a cidade do Recife (CTTU/Recife, 2008b).

Tabela 4.10: Dados do Projeto Cicloviário do Recife Extensão das Rotas Cicloviárias (km)

Áreas Homogêneas

Ciclovia Ciclofaixa Partilhada Total

Extensão Executada (km) Data de Implantação Centro 1,4 3,5 - 4,9 4,9 2003 Beberibe - 7,0 17,6 24,6 - - Capibaribe 1,9 - 26,6 28,5 - - Cordeiro - 1,7 16,9 18,7 1,7 2005 Tiradentes - 4,0 7,4 11,4 5,0 2004 Orla 7,5 0,8 7,8 16,2 2,3 2004 Extensão Total 10,8 17,0 76,3 104,3 13,3 Fonte: CTTU/Recife , 2008b

Em relação ao pedestre de acordo com as informações obtidas por meio de entrevista com a Diretoria de Projetos da CTTU/Recife (abril, 2008) tem-se que:

ƒ “A Prefeitura do Recife vem elaborando e executando projetos para a requalificação e construção das calçadas, a partir de 2003, respeitando as normas de acessibilidade universal, sendo esses projetos executados principalmente nas áreas onde circulam um maior número de pedestres, a exemplo dos corredores de transporte (eg. nas Av. Conde da Boa Vista e Av. Norte, bem como na área central da cidade - RPA1) onde há um grande fluxo de pedestres em função da concentração de atividades, principalmente de comércio varegista. Estão sendo implantadas também na cidade, passarelas e faixas de pedestre, semaforizadas ou não, com o objetivo de propiciar uma maior segurança para a circulação daqueles que caminham. Ressalte-se que a maioria das ruas de pedestre em Recife estão localizadas na área central da cidade;

ƒ Para a aprovação de projetos novos de construção e de reforma das edificações situadas na cidade, bem como para a obtenção de licença para funcionamento de estabelecimentos de uso público, o interessado deverá apresentar a prefeitura um projeto de calçadas que deve ser elaborado de acordo com as normas de acessibilidade universal prevista para a construção das mesmas e estabelecidas na legislação pertinente;

ƒ Quando a Prefeitura pavimenta as vias da cidade, no projeto da via está inserido o projeto de calçadas, sendo a largura projetada para as calçadas definida de acordo com o que o uso do solo da via permite, bem como o que está estabelecido na legislação pertinente e dessa forma, há uma variação na largura das calçadas projetadas. Contudo, quando a obra de construção ou requalificação de calçadas é finalizada a responsabilidade pela manutenção das calçadas passa a ser do proprietário do imóvel localizado na via contemplada com a obra. É importante ressaltar que, esses projetos são elaborados pela Secretaria de Planejamento e executado pela URB/Recife e EMLUB/Recife, que são os órgãos da prefeitura responsáveis pela implantação e manutenção do sistema viário da cidade. A CTTU/Recife fica responsável em subsidiar a elaboração dos projetos das vias com estudos para a melhoria da mobilidade e da acessibilidade da população; e

ƒ Existe falha na articulação os órgãos da prefeitura envolvidos com a elaboração e execução desses projetos viários, gerando uma dificuldade para a implantação dos mesmos e na aplicação das sanções previstas em Lei pelo não cumprimento de alguma norma pertinente” (entrevista realizada em maio, 2008).

Dentre as ações e estudos mais recentes elaborados pela CTTU/Recife, para a melhoria da circulação de pedestre tem-se18 (CTTU/Recife, 2008b):

Em fase de Projeto:

ƒ Projeto de Requalificação Urbana do Pólo São José, no centro da cidade, com o objetivo de diminuir os conflitos diários entre veículos e pedestres, que prevê a interdição de ruas para o tráfego de veículos em horário comercial, priorizando então o fluxo de pedestre nessa área e nesse horário, atendendo dessa forma ao critério geral da mobilidade urbana: primeiro o pedestre;

ƒ Projeto Piloto da Rua de Santa Rita, no centro da cidade, que determina que: essa rua passará a ser preferencial para a circulação de pedestre, que só circulará na mesma veículos autorizados (de serviços e de moradores), que será permitido estacionamento, bem como a atividade de carga/descarga na mesma apenas das 18:00hs as 06:00hs; ƒ Projeto da Rua Sete de Setembro, localizada no centro da cidade, que uma área onde se

concentra um grande número de ambulantes. Esse projeto foi elaborado com base numa

pesquisa realizada nessa rua e resultou na seguinte proposta para a melhoria da circulação de pedestres na mesma e nas ruas do seu entorno: um trecho da Rua Sete de Setembro será uma rua de pedestre e outro trecho haverá alargamento da calçada em função da redução da faixa de rolamento. A implantação dessa ação prevê o ordenamento do comércio informal para proporcionar uma maior fluidez do tráfego tanto para pedestres quanto para veículos na área; e

ƒ Programa Mobilidade Responsável, que tem por objetivo geral melhorar a circulação de pessoas e de veículos na cidade, em caráter permanente. Para que seu objetivo seja atingido, a implantação desse Programa deverá acontecer mediante a realização de ações integradas entre a da Prefeitura, a população, as empresas e a imprensa.

Em execução:

ƒ Requalificação de 8 km da Orla de Boa Viagem, área sul, com melhoria da iluminação e do paisagismo, dos passeios e das calçadas e construção de ciclovia, para garantir acessibilidade e melhoria da mobilidade da área;

ƒ Adequação das calçadas do Corredor Leste/Oeste, que se inicia no centro e vai até a área oeste da cidade (Av. Caxangá), com a requalificação urbana de uma das mais importantes avenidas da cidade, a Av. Conde da Boa Vista, além das Av. Governador Carlos de Lima Cavalcanti e Benfica, bem como a Praça do Derby, que conta com calçadas acessíveis e reforma do pavimento. Com essa ação, vinte mil metros de passeios receberam piso intertravado e rampas, seguindo as normas de acessibilidade vigentes. Parte dessa obra da Av. Conde da Boa Vista, bem como as obras, já realizadas, na Av. Guararapes, Rua do Sol, Rua do Hospício e Rua da Aurora, localizadas no centro da cidade, foram realizadas com Recursos do Ministério das Cidades captados pela prefeitura. Ressalte-se que a obra da Av. Guararapes encontra-se publicada no Caderno de Boas Práticas do Ministério das Cidades;

ƒ Requalificação urbana de um trecho a Av. Norte, entre a Rua da Aurora até a Av. Agamenon Magalhães, com melhoria dos passeios e das calçadas, construção de baias para ônibus e de uma ciclovia (1,47km de extensão); e

ƒ Execução de pequenas obras pontuais em toda a cidade do Recife, para a melhoria das calçadas que estão trazendo desconforto para a circulação do pedestre, sendo essas intervenções são feitas, em sua maioria, mediante solicitação das comunidades.

Executado:

ƒ Melhoria e requalificação das calçadas na Rua Madre Deus e da Moeda, no bairro do Recife Antigo, área central da cidade;

ƒ Requalificação da Av. Beira Rio, nos bairros da Madalena e Torre, área noroeste da cidade, com a implantação de uma ciclovia e de passeios para caminhadas;

ƒ Requalificação do corredor de ônibus da Av. Caxangá, que substitui os giros à esquerda por giros de quadra ao longo da via, aumentando e melhorando a segurança do pedestre nas travessias.

Finalizando as ações da Prefeitura do Recife, é ainda importante ressaltar que esta vem realizando Conferências Municipais na área transporte e trânsito periodicamente. As principais questões apontadas pela III Conferência de Trânsito e Transporte Urbano, realizada em 2007, em relação ao transporte não motorizado e a acessibilidade estão nos Anais dessa Conferência, que é o Anexo 1 desse trabalho (CTTU/Recife, 2008d).

4.5. A LEGISLAÇÃO DA CIDADE DO RECIFE PARA CALÇADAS E PASSEIOS