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2 A estética da força no Sensacionismo de Fernando Pessoa

2.4. O tempo e o sonho presentes no Sensacionismo

Aqui é importante considerarmos como pensar o tempo em uma sensação do abstrato. Como calcular o tempo de uma sensação? Não podemos. Fernando Pessoa nos coloca em um tempo mutável, que não é ordenado, que não é sucessão e sim duração e movimento. O presente é uma cintilação, quando se presentifica já se fez passado. Uma faísca que marca esse tempo sem medida. Podemos observar isso neste trecho do poema de “A passagem das horas” de Álvaro de Campos:

Sentir tudo de todas as maneiras, Viver tudo de todos os lados,

Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,

Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo. (CAMPOS, 2006, p.310)

José Gil nos auxilia na compreensão do “sentir tudo de todas as maneiras”, mostrando como esse processo é sofisticado, e é o gatilho para toda a possibilidade da poesia de Fernando Pessoa:

Como sentir tudo de todas as maneiras? Dando a cada sensação uma autonomia, cuidando de seguir o maior número possível de fluxos sensoriais sem os misturar, de os intensificar precisando os seus contornos, apreendendo o conjunto múltiplo e diverso e desenvolvendo ao mesmo tempo cada singularidade. (GIL, s/d, p.135-136)

Para que isso ocorra é preciso desenvolver inúmeras técnicas, experimentações. Encontramos muitas descrições de como atingir esse processo no Livro do Desassossego.

Para sentirmos tudo de todas as formas possíveis e ao mesmo tempo, precisamos abolir o tempo como linear, só é possível perceber o tempo no instante. No poema que é o foco deste trabalho observamos como o tempo é trabalhado como sensação, ele não tem mais o papel de marcar o espaço, ele age no corpo, dessa forma trabalha todos os espaços ao mesmo tempo. Podemos observar a captação do tempo da sensação neste trecho do poema “Na Floresta do Alheamento”:

Sinto em mim séculos de conhecer aquellas arvores e aquellas flôres e aquellas vias em desvios e aquelle sêr meu que alli vagueia, antigo e ostensivo ao meu olhar que o saber que estou n’esta alcova veste penumbras de vêr...

(PESSOA, 2013, p.75-76)

A passagem do tempo é transposta em forças, ele sente os séculos pela forma que reconhece as árvores, é um conhecer em desvios, e, nesses desvios olha-se e seu olhar é consciente da floresta em que se encontra. Também podemos refletir a questão do tempo em outra passagem do poema:

Tinhamo-nos esquecido do tempo, e o espaço immenso empequenara-se-nos na attenção. Fóra d’aquellas arvores próximas, d’aquellas latadas afastadas, d’aquelles montes últimos no horizonte haveria alguma cousa de real, de merecedor do olhar aberto que se dá ás cousas que existem?... (PESSOA, 2013, p.77)

O tempo já não está mais no senti-lo passar, pois o tempo da sensação é outro, é o faiscar do instante. Ele é deixado de lado, como uma bola que a criança não brinca mais. O espaço também não importa mais, ele vai diminuindo conforme perde sua força, aquela paisagem do real começa a receber a crítica de sua necessidade. Afinal se: “tudo é uma sensação nossa” o “olhar aberto”, as coisas que existem se dão através das sensações dos objetos e não do espaço em que estão inseridos, mas sim através da nossa relação de fluxo contínuo com eles.

Observemos outro trecho do poema “Na Floresta do Alheamento”: “Na clepsydra da nossa imperfeição gotas regulares de sonho marcavam horas irreaes... Nada vale a pena, ó meu amôr longuinquo, senão o saber como é suave que nada vale a pena.” (PESSOA, 2013, p.77) É reforçada aqui a ideia de não linearidade temporal, a clepsydra deveria auxiliar na marcação temporal, dando um ritmo regular, mas a única regularidade que temos aqui são as gotas de sonho. Talvez ela nos mostrasse que só se marca o tempo com “horas irreaes”. A consciência, peça chave da possibilidade de múltiplas sensações se apresenta aqui reforçando o “nada vale a pena”, pois, ter consciência disso vale mais do que “nada valer a pena”.

Em seu poema em prosa “Na Floresta do Alheamento”, Fernando Pessoa nos mostra um mundo visto sob o olhar do sujeito que está no processo de fragmentação, que prolifera as sensações subjetivas, afirmando a estética da força, tal como apresentada por Álvaro de Campos. O que nos interessa aqui é captar o mundo pela intensidade da sensação, da força, que nos faz proliferar as sensações. A floresta do alheamento nos ensina a sonhar, nos mostra o estado morfo do corpo e da “alma”. Apontado caminhos para a prática sensacionista, um estado de consciência. É através desse poema que veremos como as questões apontadas nessa dissertação se apresentam no texto.

Todas essas questões vistas anteriormente aparecem expressas no

Livro do Desassossego. Em uma de suas passagens, o poeta porá em

relação a questão da abstração – nos apresentada anteriormente – e a questão do sonho, tecendo considerações sobre como o sonhador vivencia a experiência da abstração, o sonho permeia todo o Livro, sendo ele vital para que as sensações se multipliquem:

Porque eu não só sou um sonhador, mas sou um sonhador exclusivamente. O habito unico de sonhar deu-me uma extraordinaria nitidez de visão interior. Não só vejo com espantoso e ás vezes perturbante relevo as figuras e os décors dos meus sonhos, mas com egual relevo vejo as minhas idéas abstractas, os meus sentimentos humanos — o que d’elles me resta —, os meus secretos impulsos, as minhas attitudes psychicas deante de mim proprio. Affirmo que as minhas

proprias idéas abstractas, eu as vejo em mim, eu com uma interior visão real as vejo num espaço interno. E assim os seus meandros são me visiveis nos seus minimos. (PESSOA, 2013, p.115)    

O poeta mostra ter, assim, a capacidade de multiplicar as sensações do abstrato. Os sonhos são um meio privilegiado em que ele vê suas ideias abstratas e assim consegue não só presenciar as sensações mínimas, como, também, ver seus próprios mínimos, em uma pluralidade de sujeitos e sensações. E importante pensarmos que, para conseguir essa pluralidade de sonhos e sensações, deve-se criar condições para isso; uma dessas condições vem do isolamento: para conseguirmos cultivar as sensações é preciso se afastar de tudo aquilo que atrapalha esse processo, como as pessoas e as agitações do mundo. Dessa forma, segundo Pessoa, se aumenta a percepção para o estranhamento do mundo, entrando assim em um estado de experimentação. Além de diversos poemas de Álvaro de Campos em que tal situação de isolamento é descrita como condição para a criação, podemos nos remeter ao seguinte trecho do Livro do Desassossego em que Bernardo Soares explicita bem essa questão:

Fecho, cansado, as portas das minhas janellas, exclúo o mundo e um momento tenho a liberdade. Amanhã voltarei a ser escravo; porém agora, só, sem necessidade de ninguém, receoso apenas que alguma voz ou presença venha interromper-me, tenho a minha pequena liberdade, os meus momentos de excelsis.

Na cadeira, aonde me recosto, esqueço a vida que me oprime. Não me doe senão ter-me doido. (PESSOA, 2013, p.514)

Com o isolamento temos maior capacidade para sonhar, estamos libertos de um mundo opressor que nos escraviza, que seria o mundo “social”, com suas convenções. Ao nos mostrar a importância do sonho o poeta nos leva para o campo dos interstícios, esse pequeno espaço entre as partes de um todo, é nele que devemos nos focar para atingir o máximo das sensações. O sonho vai nessa direção, é um outro modo que Pessoa defende para esta aproximação da sensação. Para isso, precisamos intelectualizar as sensações,

vemos que só é possível inteligi-las por meio da linguagem, já que só por meio dela é que se logra intelectualizar a sensação, após a aprendizagem feita no sonho.

José Gil também nos auxilia na compreensão do pensamento de Bernardo Soares, pensando na sua construção poética:

Sonhar é aprender a sentir com as palavras (...). Na realidade, a forma abstracta que o sonho constrói, elabora-se com palavras, sendo as imagens e as emoções que a sensação primitiva atrai induzidas pela forma emocional resultante do ritmo dos versos. Quando sonho com imagens, diz B. Soares, vejo palavras e frases. (GIL, s/d, p.40)

Ao nos propor a busca das sensações no estado de sonho, o poeta rompe com a dominação imposta pelo espaço e tempo “normais”. José Gil nos aponta para a linguagem que se cria no sonho, uma realidade construída por palavras e ritmada pela sensação. Ao decompormos a sensação, até nos sonhos, criamos outras, desdobramos tempos e espaços. Desta forma experimentamos a abstração das sensações, nunca nos esquecendo de que, ao formar esse laboratório de sensações, Fernando Pessoa tem em vista sempre uma de suas máximas: “sentir tudo de todas as maneiras”.

Após todos esses desdobramentos e processos, as sensações já se encontram intelectualizadas quando será feito o processo de construção do poema, o material poético, toda essa nova criação de espaço e tempo, já está incorporada no poeta, como um grande arquivo em que só é preciso acessá-lo para ter diante de si uma porta aberta para sensações infinitas. Esse conjunto de caminhos labirínticos traçados por Fernando Pessoa nos coloca a frente de uma vida experimental, de uma realidade poética.

Podemos observar no trecho abaixo de “Na Floresta do Alheamento” como Fernando Pessoa rompe o tempo, transformando-o em uma multiplicidade de possibilidades:

Ó horas multicolores!... Instantes-flores, minutos-arvores, ó tempo estagnado em espaço, tempo morto de espaço e coberto de flores, e do perfume de flores, e do perfume do nomes de flores!...(PESSOA, 2013, p.80)

O tempo não está mais lá para marcar uma regularidade, uma cronologia, mas ele se encontra coberto de flores, um tempo que não quer mais ser tempo.

Diante de tudo isso, fica-nos uma questão: Como conseguiremos adentrar nesse processo pessoano de multiplicação das sensações? Como viver no interstício entre “o sono e a vigília”? Para isso, é preciso que uma agressão se faça; agressão, pois, é uma ruptura tamanha que muitos não estarão dispostos a fazê-la. É preciso abolir o sujeito para sentir tudo de todas as maneiras, como veremos mais detalhadamente no próximo subitem.

Diante da questão do sonho na proposta do poeta, uma das primeiras impressões que temos ao adentrar na “Floresta do Alheamento” são os espaços intersticiais “entre o sono e a vigília”: “Sei que despertei e que ainda durmo” (2013, p.75). Vemo-nos aqui transportados também para um estado de sonho, o que nos coloca em atenção, pois é nesse estado que é possível proliferar a busca das sensações ao seu máximo.

Minha attenção boia entre dois mundos e vê cegamente a profundeza de um mar e a profundeza de um céu; e estas profundezas interpenetram-se, misturam-se, e eu nem sei quem sou nem o que sonho. (PESSOA, 2013, p.75)

Atentemo-nos aos espaços intersticiais que o poeta nos apresenta, vemos aí sua alusão ao Interseccionismo. Essa passagem nos levará a compreender o Sensacionismo, que vai se construído ao longo do poema. Aqui temos outra referência ao sonho que mostra-se confuso, está se misturando à realidade, o poeta não reconhece as profundezas pois as vê cegamente. Aqui forma-se um corpo de sensação.

Neste momento, vale salientar, que a escolha da estrutura do poema é feita através de verbos no pretérito imperfeito e no infinitivo, dando, desta forma mais espaço às sensações, que não se prenderão a certezas. Permitindo também que o espaço seja percorrido sem uma definição de tempo já que este, como dissemos é mutável, não ordenado.

Um vento de sombras sópra cinzas de propósitos mortos sobre o que eu sou de desperto. Cahe de um firmamento desconhecido um orvalho morno de tédio. Uma grande

angústia inerte manuseia-me a alma por dentro e, incerta, altera-me, como a briza aos perfis das copas. (PESSOA, 2013, p.75)

Percebemos aqui o caminho a ser percorrido ao lado do poeta, já temos a desconstrução em relação à imagem pré fixada do signos, ele nos recebe com “um vento de sombras” e este “sópra cinzas de propósitos mortos sobre o que sou de desperto”. Esses “propósitos mortos” atingem a parte corpo que está desperta, aquela que pode vir a fazer parte da realidade, e esta, se apresenta só como cinzas.

O tédio que permeia todo o Livro do Desassossego já se faz presente, “caído de um desconhecido”, que imagem melhor do abstrato que a do firmamento? O poeta torna-o ainda mais abstrato colocando-o como desconhecido, e a angústia que irá manuseá-lo trabalha em sua alteração, da mesma forma que atua nas árvores. A analogia é uma chave para conseguirmos a sensação que teriam as árvores em relação à “briza” (sic.).

Com uma lentidão confusa acalmo. Entorpeço-me. Bóio no ar, entre velar e dormir, e uma outra espécie de realidade surge, e eu em meio d’ella, não sei de que onde que não é este...

Surge, mas não apaga esta, esta alcova tépida, essa de uma floresta extranha. Coexistem na minha attenção algemada as duas realidades, como dois fumos que se misturam. (PESSOA, 2013, p.75)

Vemos que é através do sonho que as sensações têm maior potencialidade de proliferação, ele seria o melhor lugar para que outra realidade surja. A força que aqui se constrói, neste momento, com outra realidade, sem que aquele que se encontra nelas as compreenda. Esse jogo de sensações oxímoras, ou seja, opostas, estão sempre presentes na floresta e nos poemas de Pessoa, a sensação de acalmar-se com uma “lentidão confusa” nos joga nessa dualidade de sensações que ocorrem em um instante. E seguindo, para que nada escape à sensação, a realidade anterior se faz presente, e não apaga a outra, ambas vão construindo-se como uma teia que só se expande, nunca se contrai, acionando sempre novas forças no poema.

Pensando nessa poesia oxímora, podemos nos lembrar do célebre estudo de Roman Jakobson, para quem os oxímoros atravessam o poema de Pessoa de ponta a ponta (1970, p.131) e têm como característica encontrarem uma coexistência no poema – que ele chama de dialética. O poeta nos coloca mais imagens para transpor essa sensação que constrói com palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que na leitura do poema se transforma em forças, em dinamismo, como podemos observar abaixo:

O movimento parado das arvores; o socego inquieto das fontes; o halito indefinível do rhythmo intimo das seivas. (PESSOA, 2003, p.77)

Atentemo-nos à questão da paisagem: ele já a conhece, vemos a paisagem na realidade não verbal, porém, para ser transformada em sensação estética é preciso que se passe pelo processo de desconhecer essa paisagem.

A entrada de um novo personagem nos auxilia nessa questão, pois é através dele que ele se desconstrói e se desconhece, transpondo assim o conhecer para uma nova realidade, através da irrealidade dessa “mulher”.

A alcôva vaga é um vidro escuro atravez do qual, consciente d’elle, vejo essa paysagem... e a essa paysagem conheço-a ha muito, e ha muito que com essa mulher que desconheço érro, outra realidade, através da irrealidade d’ella. (PESSOA, 2013, p.75,76)

De vez em quando pela floresta onde de longe me vejo e sinto, um vento lento varre um fumo, e esse fumo é a visão nítida e escura da alcova em que sou de actual, d’estes vagos moveis e reposteiros e do seu torpôr de nocturna. (PESSOA, 2013, p.76)

Aqui temos a visão do sujeito fragmentando-se, ele vê a si mesmo pela floresta, o que nos mostra a ideia de Fernando Pessoa em relação ao sujeito/objeto: ele não está mais na floresta, ele é a floresta e sente-se nela. Ele nos passa a sensação do instante, ele é a alcova, o fumo é a sua visão da presentificação. Podemos pensar que: toda imagem é uma espécie de corte do

real, ela supõe uma seleção. O objeto é em si mesmo um complexo de imagens. Não existe uma imagem fixa. Assim, há imagens que passam através o sujeito e outras que ficam, estas são trabalhadas pelo sujeito que as devolve para o objeto, criando assim um fluxo e não é mais possível distinguir o sujeito do objeto. Não existe no sujeito e objeto uma passividade, é tudo ao mesmo tempo, são múltiplos, um fluxo contínuo em que se juntam, criando um exterior- interior. É dessa dança relacional que nasce a poesia, na construção do universo Pessoano. “O meu intelecto atingiu uma flexibilidade e um alcance tais que me permitem assumir qualquer emoção que deseje e penetrar à vontade em qualquer estado de espírito.” (PESSOA, 1966, p.22)

Vemos também que ele sempre se volta para o sonho, em uma espiral que tem a função de buscar e transpor em palavras todos os momentos de força, colocando-nos a frente dessa realidade verbal:

Ó felicidade baça!... O eterno estar no bifurcar dos caminhos!... Eu sonho e por detraz da minha attenção sonha commigo alguem... E talvez eu não seja senão um sonho d’esse Alguem que não existe... (PESSOA, 2013, p.76)

A intersecção do “eterno estar no bifurcar dos caminhos” nos abre para a sensação presente no sonho, um sonho atento, consciente, e surge alguém por detrás dessa atenção que o leva ao questionamento de si, fazendo com que toda essa paisagem possa ser o sonho desse “Alguem que não existe”.

Carvalhos cheios de seculos nodosos faziam tropeçar os nossos pés nos tentáculos mortos de suas raizes... Plátanos estacavam... E ao longe, entre arvores e arvores de perto, pendiam no silencio das latadas os cachos negrejantes das uvas...

O nosso sonho de viver ia adeante de nós, alado, e nós tinhamos para elle um sorriso egual e alheio, combinado nas almas, sem nos olharmos, sem sabermos um do outro mais do que a presença apoiada de um braço conta a attenção entregue do outro braço que o sentia. (PESSOA, 2013, p.77)

Aqui fica claro como não temos mais o tempo linear, os carvalhos se mostram seculares, nodosos, pois feitos de amarras os tentáculos tentariam se

agarrar a este tempo linear que já está morto. Um carvalho feito de forças, ele não é composto somente pelas suas características biológicas, ele está cheio de séculos, como se guardasse dentro de si todos os instantes que por ali se passaram. A floresta nos apresenta imagens e as tira de nós no mesmo instante: “E ao longe, entre arvores e arvores de perto” o leitor é obrigado a ir abrindo mão de sua segurança, pois se vê envolto em imagens que aparecem e desaparecem a todo o instante, sendo levado pelo ritmo inconstante do poema, sendo deixado somente com as sensações que atravessam e fixam-se em seu corpo.

Seguindo, ele nos aponta para esse corpo que só se sabe através da sensação, o que o faz saber a presença de si e do outro é força, a sensação passada do peso de um braço sobre o outro.