• Nenhum resultado encontrado

Objetivos do estudo e caracterização das participantes

Capitulo 2 – Gestão de Laboratórios de Análises Clínicas e o fator concorrencial

I. Objetivos do estudo e caracterização das participantes

Conforme foi salientado em capítulos anteriores, a presente investigação tem como objetivo geral compreender qual a influência das características da função na satisfação dos colaboradores de dois Laboratórios de Análises Clínicas que se distinguem entre si quanto ao tipo de gestão que os norteia. Portanto, como objetivos específicos este estudo pretendeu-se:

 Analisar e compreender a relação entre a satisfação e as características das funções desempenhadas pelos colaboradores das organizações;

 Comparar a satisfação entre as duas organizações com estilos de gestão diferentes;  Compreender o tipo de estratégias utilizadas para fomentar a satisfação dos

colaboradores;

 Determinar quais as oportunidades de melhoria e respetivas medidas em prol do incremento da satisfação.

De forma mais detalhada e para levar a bom porto os objetivos propostos, o presente estudo contou com a participação dos técnicos de análises clínicas que exercem as suas funções em duas organizações distintas: organização de gestão privada – Laboratório Privado (LL); organização de gestão pública – Laboratório Público (LH).

Ambas as organizações atuam na zona norte do país. Por isso, o público-alvo das duas organizações é portanto o mesmo, ou seja a população residente no município em que se inserem as organizações, população esta que nos censos de 2011 foi avaliada em 120.391 habitantes (Barbosa, Matins, Rosado, & Rosa, 2013).

Atualmente coexistem neste município, 4 laboratórios de Análises Clínicas e Saúde Pública8 e cerca de 32 postos de colheita (ERS, 2013) cujas colheitas seguem ao fim da manhã

para laboratórios sediados fora deste município, mais concretamente para Viana do Castelo, Porto e Braga.

Sendo os técnicos de análise clinicas a base deste estudo importa caracterizá-los. Em concreto, os técnicos de análises clínicas integram-se numa categoria de carreira mais abrangente denominada de técnicos de diagnóstico e terapêutica. Desta categoria fazem, ainda, parte os técnicos de saúde ambiental, higiene oral, ortóptica, radiologia, fisioterapia e dietistas. Estes profissionais são altamente qualificados e que prestando uma intervenção

54

significativa na comunidade, quer a nível individual, quer quando integrados em equipas multidisciplinares, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e bem-estar das populações.

Estes são profissionais altamente treinados e com elevados conhecimentos científicos que lhes permitem auxiliar no diagnóstico, prognóstico, tratamento, monitorização e prevenção de doenças. Contudo, estão sujeitos também a certos a riscos de saúde, dado o seu permanente contato com material biológico. Além do mais, trabalham sobre a pressão de disponibilizar os resultados com a máxima brevidade e exatidão possíveis. Desta forma, estes profissionais encontram-se em constante stress tanto a nível psicológico como físico o que pode levar a diversas variações quanto à satisfação no seu local de trabalho, se as suas expetativas não forem correspondidas.

Importa assim conhecer a amostra deste estudo, constituída por diferentes organizações e equipas. Para efeito faremos uma caracterização conjunta dos participantes no estudo e suas organizações. Para garantir o anonimato das organizações convencionou-se chamar à organização de gestão privada laboratório L e à organização de gestão pública laboratório H.

o Caracterização do Laboratório L e do grupo de participantes Laboratório L:

O laboratório L (LL) é um laboratório de gestão privada de carácter familiar, o primeiro laboratório privado implementado naquele município, surgindo em 1980, em resposta às dificuldades dos utentes em se deslocarem para Braga ou para o Porto para aí realizar as suas análises.

Este laboratório surge em resultado da identificação de uma crescente necessidade de resposta por parte da população nesta área da prestação de serviços de saúde. De forma acompanhar as necessidades da população e em prol da prestação de um serviço de melhor qualidade, Após um exaustivo processo de auditorias internas e externas, em 2001 o laboratório L conquistou o certificado de qualidade atribuído pela SGS ICS da Certificação do seu Sistema da Qualidade, segundo a norma NP EN ISO 9001:2008.

Na documentação recolhida, durante o processo de investigação, e relativamente à missão deste laboratório constam como propósitos9:

Prestar um serviço de Análises Clínicas de excelência e rigor técnico, não descurando a ética; e acrescentar valor ao diagnóstico clínico.

55

Atualmente o presente laboratório de gestão possui uma afluência média de 163,4 clientes diários10. Além do serviço prestado na sede deste laboratório ainda efetua colheitas em

dois postos de colheita nas redondezas da cidade e possui também um serviço de colheitas ao domicílio. A equipa é constituída por sete Técnicas de Análises Clínicas, um diretor Técnico Especialista, uma Assistente Laboratorial, três Assistentes de Secretariado e uma Assistente Operacional. Apenas as Técnicas de Análises Clínicas participaram no estudo. As participantes têm idades compreendidas entre os 26 e os 59 anos, são todas do sexo feminino e apenas três das colaboradoras são casadas, com uma média de 2 filhos. Quanto às suas habilitações académicas todas possuem formação especializada, sendo que duas delas possuem bacharelato, duas possuem pós-graduações e as restantes três possuem o grau de Licenciatura.

o Caracterização do Laboratório H e grupo de participantes Laboratório H:

O laboratório H (LH) é um laboratório pertencente a uma estrutura de gestão hospitalar pública desde 197011. Atende diariamente toda a população do município em regime de

consultas externas, internamento, ambulatório e urgências.

O presente laboratório funciona 24 horas por dia, de segunda-feira a domingo, com uma equipa técnica constituída por um Médico Especialista e uma Farmacêutica Especialista, os atuais coordenadores do Laboratório e que servem de interlocutores da equipa junto da chefia do laboratório); dez Técnicos de Análises Clinicas, uma Técnica de Secretariado e uma Assistente Operacional.

O LH de momento ainda não é um laboratório com certificado de qualidade, segundo a norma NP EN ISO 9001:2008.

A sua ligação à gestão hospitalar resulta, em média, num atendimento diário de 150 doentes12, provenientes do serviço de urgência, internamento e consulta externa.

A missão deste laboratório é fornecer e analisar dados clínicos que vão ser úteis ao médico apelidando-se por isso " meios complementares de diagnóstico"13.

As participantes do estudo foram as 10 técnicas de análises clínicas do serviço. As participantes têm entre os 31 e 56 anos de idade, sendo que são todas casadas, com uma média de dois filhos, á exceção de uma delas que é solteira. Apenas duas colaboradoras

10 Informação fornecida pela gestão do laboratório. 11 Informação fornecida pela gestão do laboratório.

12 Informação fornecida pela Técnica coordenadora do laboratório. 13 Informação fornecida pela Técnica coordenadora do laboratório.

56

possuem o grau de bacharelato, outras duas são mestrandas e as restantes seis são licenciadas em Análises Clínicas.