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Com o objetivo de demonstrar todas as etapas desenvolvidas no processo formativo proposto, descreverei brevemente como foram as oficinas realizadas no Colégio. Vale ressaltar que essas oficinas, para os estudantes do Ensino Médio, foram ações planejadas do Subprojeto-PIBID para serem realizadas em 2015, no Colégio parceiro. Além disso, as oficinas foram importantes para os alunos-bolsistas experimentarem na prática os conhecimentos adquiridos durante a etapa preparatória para as apresentações da aula-espetáculo “O quinto criador: O público”.

Após a finalização das atividades preparatórias para a monitoria dos alunos-bolsistas no Colégio, eles escolheram por afinidade ou interesse as oficinas que gostariam de participar como monitores (Dramaturgia, Viewpoints e Composição de cena). Antes de iniciarem suas oficinas, passaram pela etapa de planejamento

das mesmas (plano de curso e plano de aula). Para uma melhor compreensão, descreverei a seguir como foram desenvolvidas as oficinas.

6.3.1 Dramaturgia

Os alunos-bolsistas escolheram quais oficinas gostariam de participar como monitores39 no Colégio.

Tivemos a formação de duas turmas de oficina de Dramaturgia, cada turma com três alunos-monitores diferentes. A turma um realizou oito encontros, das 14h às 17h, às terças-feiras. A turma dois realizou oito encontros, das 14h às 17h, às quintas-feiras. As oficinas ocorreram no turno oposto ao das aulas regulares, durante os meses de agosto e setembro de 2015.

Antes de começar a primeira oficina no Colégio, como pode ser verificado na foto seguinte, divulgamos inscrições com cartazes espalhados nos murais, também fizemos ações como leituras dramáticas dos textos que os alunos-bolsistas criaram na oficina preparatória, além da divulgação feita em todas as salas com o auxílio da profª Antonieta Brito, supervisora do Subprojeto no Colégio.

Figura 33– Alunos-monitores (atores) e estudantes (plateia)em leitura dramática. Divulgação da oficina de Dramaturgia, Colégio Estadual Luiz Viana Filho, agosto de 2015, Jequié-BA.

Foto: Arquivo dos alunos-bolsistas do PIBID.

Tivemos um número razoável de inscrições, porém, houve durante o decorrer das oficinas algumas evasões por conta de um projeto anual, a “Feira de Ciências”, o qual, como já mencionado antes, ocorreu durante mesmo período. Tal

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- Alunos-monitores das turmas de oficina de Dramaturgia: Emanuelle Nascimento, Nágela Almeida, Joadson Prado, Luan Rodrigues, Lincoln Aguiar e Leonam Sandes.

projeto mobiliza os estudantes para diversas atividades pontuadas e relacionadas às disciplinas obrigatórias. Contudo, os alunos que ficaram em todo o processo tiveram boa produtividade: a turma 1 produziu 16cenas dramatúrgicas e a turma 2 produziu 9 cenas dramatúrgicas.

Estímulos diversos foram utilizados para que os discentes do Colégio entendessem a estrutura do texto dramático para o teatro, bem como para criação de produções textuais. Previamente estabelecidas, músicas, frases aleatórias, imagens e jogos de improvisação foram utilizados como provocações durante toda a oficina. Além disso, apreciação e leituras coletivas de peças teatrais, na íntegra e fragmentos, que apresentavam a diversidade que as estéticas teatrais trazem durante o percurso da história do teatro.

Como preparação inicial para a construção dramatúrgica, assim como já mencionado, foram utilizados diversos Jogos teatrais, de Spolin (2008) e outros jogos de Boal (2002).

Figura 34- Aluno-monitor Lincoln Aguiar aplica jogos. Oficina de Dramaturgia, Colégio Estadual Luiz

Viana Filho, agosto de 2015. Jequié-BA.

Foto: Arquivo dos alunos-bolsistas do PIBID.

No começo, alguns estudantes mostraram-se resistentes, pois esperavam uma aula de teatro que houvesse trabalho corporal, interpretação e criação de personagens. Mas, quando foi explicado pelos alunos-monitores que tudo fazia parte do processo, eles se motivaram, principalmente quando utilizamos os jogos improvisacionais que despertaram a criatividade deles antes de partir para a construção das dramaturgias.

Figura 35 - Estudantes participantes da oficina produzindo a escrita de suas cenas. Oficina de

Dramaturgia, Colégio Estadual Luiz Viana Filho, agosto de 2015, Jequié-BA.

Fotos: Arquivo dos alunos-bolsistas do PIBID.

A Oficina culminou na apresentação da leitura dramática dos textos produzidos pelos discentes do Colégio com atuação dos mesmos e orientados pelos monitores-bolsistas para a comunidade escolar.

Cada texto produzido pelos estudantes seguia o entendimento próprio no que se refere à escrita, à estrutura e ao estilo dramatúrgico, com o objetivo de preservar a liberdade artística e a criativa individual. Algumas cenas dramatúrgicas produzidas pelos participantes da oficina de Dramaturgia estão no ANEXO E desta pesquisa.

Figura 36– Leituras dramáticas das cenas criadas pelos estudantes com orientação dos alunos-

monitores. Auditório do colégio Luis Viana Filho, agosto de 2015, Jequié-BA.

Fotos: Arquivo dos alunos-bolsistas do PIBID.

Nas primeiras criações, foram diagnosticadas algumas dificuldades que influenciaram na compreensão do que é em si um texto de teatro. Elementos característicos de romances e de contos eram muito frequentes nas produções. No ambiente de Ensino Médio, trabalhando com a faixa etária que variou entre 14 e 18 anos, os alunos-monitores tiveram que lidar com entendimentos enraizados,

motivando então, a necessidade de orientação para mostrar que a estrutura de um texto escrito para o teatro se diferencia dos demais gêneros literários, tendo em si conceitos e termos próprios.

Além desses desafios iniciais, os espaços cedidos pelo Colégio para a realização da oficina de Dramaturgia não foram devidamente adequados às necessidades que, às vezes, interferiram na aula como: ruídos sonoros externos e sala de informática com computadores danificados. Essa questão traz a reflexão provocativa sobre o lugar da arte na escola. Poderá um dia o teatro, ou qualquer arte usada como campo de conhecimento para aprendizado dos alunos, ocupar melhores espaços na escola?

Na avaliação processual que fiz com os alunos-monitores, observamos que cada construção feita por eles trazia questionamentos e sentimentos bem pessoais. Sentimentos que muitas vezes eles não tinham “coragem” de discutir em público e através de personagens fictícios, acabavam falando deles mesmos.

Refletimos que esse processo foi importante para os estudantes, principalmente quando levamos para o ambiente escolar um gênero literário que não é tão estimulado pelos professores da Educação Básica. Geralmente, são mais enfatizadas as categorias literárias da Épica e da Lírica em relação à Dramática. Nesse processo, o PIBID de Teatro pôde compartilhar essa experiência tanto com os participantes das oficinas, quanto com os professores do Colégio que algumas vezes estavam presentes acompanhando o processo.

Ressalto, portanto, a importância de os alunos-monitores experimentarem o ensino de criação dramatúrgica e a relação com o planejamento teórico-prático das aulas para aplicá-las nas oficinas no ambiente escolar.

6.3.2 Viewpoints (vps)

Os alunos-bolsistas também escolheram quem queria atuar como monitor da oficina de Viewpoints40 no Colégio. Ocorreu nos meses de setembro a outubro, nas terças-feiras, das 14h às 17h. Da mesma maneira, antes de iniciar a oficina houve, como visto no tópico anterior, a oportunidade dos bolsistas experimentarem na prática e na teoria do jogo proposto pelo vps, e, com isso, possibilitou o planejamento dos dez encontros no decorrer do processo da oficina.

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Com o intuito de divulgar as inscrições para a oficina de Vps no Colégio foram realizadas algumas ações-intervenções durante o intervalo entre as aulas, como poderá ser verificado nas fotos a seguir:

Figura 37– Divulgação oficina de Viewpoints. Pátio do colégio Luis Viana Filho, setembro de 2015,

Jequié-BA.

Fotos: Arquivo dos alunos-bolsistas do PIBID.

Os alunos-monitores experimentaram com os estudantes do Colégio os exercícios vivenciados no período preparatório, adequaram-se ao espaço cedido e observamos que o formato de oficina em turno oposto das aulas regulares, dificulta a vinda dos estudantes por diversos motivos: Cansaço pela chegada do final do ano; outras atividades escolares; alguns alunos moram longe da escola, dentre outros.

Além disso, avaliamos que, talvez, seja melhor oferecer oficina em dias corridos, tipo uma semana inteira ou 15 dias, do que uma vez por semana em período de dois meses, por exemplo. Detectamos que alguns alunos não deram continuidade por conta dessa quebra de um encontro semanal.

Figura 38– Participantes e monitor Pyter Rodrigues (em pé, foto à direita) em Oficina de Viewpoints.

Colégio Luis Viana Filho, setembro de 2015, Jequié-BA.

Fotos: Arquivo dos alunos-bolsistas do PIBID.

No final da oficina também foi realizada uma abertura de processo no auditório do Colégio, na qual, os alunos convidados para assistir também poderiam participar, se quisessem, de uma espécie de jogo elaborado pelos monitores.

Figura 39– Espaço para abertura de processo. Finalização da oficina de Viewpoints. Colégio Luis

Viana Filho, setembro de 2015, Jequié-BA.

Fotos: Arquivo dos alunos-bolsistas do PIBID.

6.3.3 Composição de cena

Os alunos-bolsistas também escolheram quem queria participar como monitores da oficina de Composição de cena41. Antes, assim como as demais oficinas, foi feito, uma intervenção no Colégio para divulgar a oficina e as inscrições.

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Os alunos-bolsistas apresentaram suas composições de cena criadas durante a fase preparatória comigo para apresentarem como divulgação na intervenção no Colégio, no momento do intervalo (recreio) dos alunos, em alguns espaços como refeitório e no auditório.

Figura 40-Divulgação oficina de Composição de cena. Colégio Luis Viana Filho, novembro de 2015,

Jequié-BA.

Fotos: Arquivo dos alunos-bolsistas do PIBID.

A oficina de Composição de cena foi a última a ser realizada no Colégio, em novembro de 2015. Como já tínhamos avaliado que nas oficinas anteriores tivemos evasão de estudantes por conta de que a oficina fora oferecida em encontros semanais, resolvemos oferecer essa última, em oito encontros sequenciados. Isso favoreceu maior envolvimento dos alunos e menor evasão.

A mostra final foi apresentada nos espaços do Colégio durante o intervalo (recreio) e, assim, finalizamos todas as atividades de monitoria dos alunos-bolsistas.

Figura 41- Mostra oficina de Composição de cena. Colégio Luis Viana Filho, novembro de 2015,

Jequié-BA.

Fotos: Arquivo dos alunos-bolsistas do PIBID.

Para finalizar as oficinas no Colégio, elaboramos um certificado e entregamos aos alunos como comprovação de suas participações nas oficinas de Dramaturgia, Viewpoints e de Composição de cena.

Figura 42-Mostra oficina de Composição de cena. Colégio Luis Viana Filho, novembro de 2015,

Jequié-BA.

Fotos: Arquivo dos alunos-bolsistas do PIBID.

6.4 EXPERIMENTO III: AULA ESPETÁCULO “O QUINTO CRIADOR: O