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Os participantes da pesquisa16 foram Cabos e Sargentos da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, que estavam em formação continuada obrigatória no CFAPM17, um dos requisitos para ascensão profissional18. Os candidatos a policiais militares no Rio Grande do Norte, de acordo com a legislação vigente19, devem ter escolarização equivalente ao Ensino Médio, muito embora, 70% dos candidatos do último concurso público, eram detentores de curso superior ou estavam cursando essa fase da Educação Superior e idade entre 19 e 30 anos, até a data da inscrição (MATTA; SILVA, 2011).

Nesse aspecto, é importante destacar que alguns Estados da Federação como Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Distrito Federal e Minas Gerais, já alteraram suas respectivas legislações, passando a exigir escolarização

Disponível em: https://www.modalisa.com/applications/exemples-enquetes.php. Acesso em: 01 fev 2017.

16É imperativo registrar que o objetivo inicial da pesquisa era realizá-la com os alunos-

oficiais, tendo em vista a formação desses policiais ser mais extensiva, sendo conclusa em três anos, o que ensejaria a reaplicação da fase empírica, o que não foi possível, haja vista a PMRN não haver realizado concurso público há mais de 10 anos.

17Conforme o Regulamento da PMRN e a Lei de Promoção de Praças da PMRN (Op. Cit). 18 Apesar de bastante criticado pelo seu formato com características similares aos das

Forças Armadas, o Regulamento da PMRN prevê que para uma mudança de cargo deve haver uma capacitação técnica, conforme será detalhado neste capítulo.

19Decreto Estadual Nº 15.293, de 31 de janeiro de 2001, que rege os requisitos para ingresso na carreira policial militar.

mínima em nível superior para ingresso nas forças policiais, civis ou militares, seja para os cargos de execução ou administração20.

Atualmente, na PMRN há duas formas de ingresso, sendo uma para o cargo de soldado PM e outra para investidura do cargo de oficial PM, como abordado anteriormente.

Esclarece-se que os concursos são distintos, como também é o processo de formação. Para os cargos de soldado PM, a formação é realizada durante nove meses, com carga horária mínima de 960 (novecentas e sessenta) horas-aula, e máxima de 1.920, horas-aulas, operacionalizadas no Centro de Formação e Aperfeiçoamento da Polícia Militar, devendo perfazer 240 dias letivos. A legislação rege o ingresso e a ascensão funcional foi recentemente atualizada, conforme a citação abaixo:

Art. 31. O Curso de Formação de Praças (CFP) terá a duração de 240 (duzentos e quarenta) dias letivos, com carga horária mínima de 960 horas/aula e máxima de 1.920 horas/aula e habilitará a Praça Militar Estadual às promoções até a graduação de Cabo da PMRN ou do CBMRN. (RIO GRAND E DO NORTE, 2014).

No que concerne à formação para o oficialato, o curso é em nível de graduação, denominado de Curso de Formação de Oficiais (CFO), com aproximadamente 3.900 horas-aula, realizado em três anos, na APM. De acordo com o projeto pedagógico da formação inicial, o oficial da PMRN, deve ter o seguinte perfil:

O Curso de Formação de Oficiais da APMRN está comprometido com o perfil desejado pela sociedade contemporânea, por isto, a instituição mantenedora e a mantida garantirão as condições necessárias para que o graduando (oficial) esteja capacitado a

20 Acresce-se, também, que se encontra em tramitação na Câmara dos Deputados um projeto de lei que torna obrigatória a exigência da escolarização de nível superior para todas as PMs, conforme o link a seguir:

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/472166-PROJETO- EXIGE-CURSO-SUPERIOR-PARA-INGRESSO-NA-POLICIA-E-NO-CORPO-DE- BOMBEIROS.html. Acesso em: 10 nov 2015.

compreender as questões-técnicas, legais, sociais e científicas nos mais variados segmentos do campo de atuação do policial militar, bem como a desenvolver o exercício do comando em nível tático e estratégico, apresentando flexibilidade intelectual e adaptabilidade contextualizada no trato de situações diversas presentes ou emergentes no campo da segurança pública (sic) (PROJETO PEDAGÓGICO/CFO PMRN 2013-2017).

Os Cabos e Sargentos, por seu turno, são os integrantes da base institucional, sendo classificados como principais executores da atividade profissional, o que para essa perspectiva enriqueceu a pesquisa. São, especialmente, os profissionais desses cargos, enquanto policiais militares, que mais vivenciam as “ocorrência críticas”, demandam a utilização de uso de força e/ou de armas de fogo, e que podem atender aos questionamentos colocados na pesquisa.

Nessa perspectiva, a partir das formações iniciais dos dois níveis de cargos policiais-militares (Praças e Oficiais), conforme acima citadas e, com o intuito de sistematizar o encadeamento do trabalho empírico em possibilitar uma maior densidade e abrangência acerca dos objetivos da Tese, ora proposta, enfatiza-se que a escolha pelo cargo de Praças encontra razoabilidade, pois o Estatuto da PMRN estabelece que eles são os maiores executores das atividades policiais- militares, o trabalho de polícia, propriamente dito, realizado nas ruas.

Art. 36 – Os Subtenentes e Sargentos auxiliam e complementam as atividades dos Oficiais, quer no adestramento e no emprego de meios, quer na instrução e na administração, poderão ser empregados na execução de atividades de policiamento ostensivo peculiares à Polícia Militar. [...] Art. 37 – Os Cabos e Soldados são, essencialmente, os elementos de execução. (Grifei) (RIO GRANDE DO NORTE, 1976)

Dadas às condições e à legislação, buscou-se pesquisar os soldados e cabos em processo de formação continuada, durante o período da fase empírica da Tese. Contudo, pela inexistência de soldados participando da capacitação, optou-se por definir que seria uma turma de Cabos que estava concluindo o Curso de Nivelamento de Praças (CNP) e uma turma de Sargentos que estava concluindo o

Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), ambos em março de 2016, no Centro de Formação e Aperfeiçoamento da PMRN.

Diferentemente de outras atividades do mundo/mercado do trabalho, nas quais, inicialmente, o indivíduo adquire uma formação, geralmente, em entidades universitárias e após esse processo passa a exercer sua atividade (profissional e/ou ocupacional, dependendo da perspectiva teórica abordada), o policial militar faz a sua formação inicial tendo já ingressado na profissão, face à especificidade da condição de militar, pois ao ser aprovado em concurso público, que é constituído de quatro fases: exames intelectual, médico, psicológico, físico e investigação social, e ao ser matriculado no CFP, literalmente, é considerado um policial militar, mesmo em processo de formação inicial.

Após essa etapa, no caso do soldado, este sendo aprovado no CFP, posteriormente, por meio de convocação interna, fará outra formação para assunção a um novo cargo, que outrora era o Curso de Formação de Cabos (CFC) e atualmente denominado de Curso de Nivelamento de Praças21.

Conforme Dubar (1997), a institucionalização de uma profissão ocorre por meio da outorga de um diploma ou licence, que seria a autorização legal de uma atividade, que o executor detém, em virtude de uma concessão, oficialmente, conferida por instituições, devidamente, regulamentadas.

Essa abordagem de perspectiva interacionista defendida por Dubar, ainda, propõe o mandato, ou mandate, como sendo outro instrumento de legitimação de uma profissão. Portanto, seria a obrigação legal de assegurar o cumprimento de uma função. Defende o autor que essas duas dimensões de uma profissão constituem, portanto, as bases da divisão moral do trabalho (DUBAR, 1997, p.130).

Para uma melhor compreensão do nível de formação e profissionalização, atualmente, na PMRN e na maioria das PMs brasileiras (BRASIL, 1983), o candidato que conclui com aproveitamento o CFP, recebe o diploma de soldado da PMRN, conforme a perspectiva defendida por Dubar (1997).

21 De acordo com a Lei Complementar 515/2014 (Lei de Promoção de Praças), o candidato que adentra, atualmente, na PMRN fará p CFP e de acordo com a classificação obtida neste curso será promovido a cabo e, posteriormente, a sargento. Esse, por seu turno, que outrora participava de um processo seletivo, para promoção seguinte, hoje é

convocado, também, conforme sua classificação obtida no curso inicial. Em certa medida, foi uma equiparação ao que a lei já previa para os Oficiais.

A partir de então, poderá participar de outros processos de formação profissional, que lhe garantirão outros diplomas e mandatos profissionais, por meio dos cursos de formação22 continuada, conforme a seguir:

a. Curso de Formação de Sargentos (CFS), com duração de oito meses,

com 720 horas-aula;

b. Curso de Oficiais Administrativos, caso ele já seja primeiro-sargento ou

subtenente, com duração de um ano, com 1200 horas-aula; e

c. Curso de Formação de Oficiais (CFO), com duração de três anos, com

3.900 horas-aula (graduação)23

Ainda há os cursos de aperfeiçoamento, especialização e de requalificação profissional. Os cursos de aperfeiçoamento e especialização são:

a. Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), para os segundos-

sargentos, com duração de aproximadamente 2 meses, com carga horária mínima de 240 horas-aula e máxima de 360;

b. Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO), com duração de 8

meses, com 510 horas-aula, para capitães; e

c. Curso Superior de Polícia (CSP), também com duração de 8 meses,

com 510 horas-aula, para majores e tenentes-coronéis.

Os cursos denominados de requalificação profissional são destinados a todos os policiais militares, os quais podem ocorrer na modalidade presencial e/ou a distância e variam em carga horária, de acordo com suas especificidades. Em média, duram de uma semana a um mês e têm uma carga horária de 40 a 200 horas-aula24.

Há alguns cursos de modalidades especiais, destinados às tropas especializadas, que podem durar de três a seis meses, com carga horária entre 500 e 1000 horas-aula. São os Cursos de Operações Especiais (COESP), de Ações Táticas (CATI) e o de Operações de Choque (COC). Essas capitações podem ser

22 O Estatuto da PMRN, Lei Estadual Nº 4.630, de 16 de dezembro de 1976e e a Lei Complementar Nº 515/2014 são os instrumentos legais que estabelecem os cargos e os cursos necessários para formações inicial e continuada da corporação.

23 O CFO, além de ser a formação inicial para os candidatos que ingressam na PMRN como aluno-oficial, também pode ser, ao mesmo tempo, inicial e continuada, para as pessoas que ingressaram na instituição no cargo de soldado.

24 O estabelecimento, processos e formas de execução desses níveis de formação profissional na PMRN estão definidos nas Normas para o Planejamento e Conduta de Ensino (NPCE/2008) da PMRN.

realizadas por qualquer policial militar, independente de sexo ou idade, desde que obtenha parecer favorável do seu comandante imediato, esteja apto, comprovadamente, pela Junta Policial Militar de Saúde (JPMS) e pela Comissão de Avaliação de Condicionamento Físico (CACF) e estejam classificados dentro do número de vagas de acordo com os índices alcançados no Teste de Aptidão Física (TAF) e/ou outro de avaliação técnica, caso o curso requeira.

Durante a fase empírica no CFAPM, os 57 participantes da pesquisa estavam realizando suas respectivas formações continuadas, que para soldados e cabos é denominada de Curso de Nivelamento de Praças (CNP) e para os segundos-sargentos é intitulada Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS).

Os 23 Cabos e 34 Sargentos (dos quais apenas um sargento do sexo feminino) trabalhavam, à época, na capital e no interior, em batalhões, companhias independentes, em unidades administrativas da PMRN e uma parte deles, também, à disposição de outros órgãos da administração pública do RN.

A seguir estão dispostas as Tabelas 1, 2 e 3 que, respectivamente, apresentam o perfil dos participantes da pesquisa por cargo e idade, estado civil e número de filhos. O quesito nível de escolaridade é abordo no capítulo 7, que faz a análise dos dados empíricos:

Tabela 1 - Faixa etária dos participantes versus Cargos

Faixa etária

Cabos Sargentos Total

Quantidade de participantes (%) Quantidade de participantes (%) Quantidade de participante s (%) De 31 a 35 anos 3 13,0% 3 5,3% De 36 a 40 anos 8 34,8% 8 14,0% De 41 a 45 anos 11 47,8% 11 32,4% 22 38,6% De 46 a 50 anos 18 52,9% 18 31,6% Mais de 50 anos 4 11,8% 4 7,0% Não informou 1 4,3% 1 2,9% 2 3,5% Total 23 100,0% 34 100,0% 57 100,0%

Fonte: Pesquisa realizada em março/2016 CFAPM/RN

São, predominante, dois polos distintos que se apresentam na Tabela 1. O primeiro é que os Cabos são mais jovens e se concentram na faixa etária de 31 a 45 anos de idade. Por seu turno, os Sargentos estão localizados na faixa etária 41 a mais de 50 anos de idade.

Essa primeira constatação representa que os Cabos têm entre 10 e 20 anos de serviço, portanto, de exercício da atividade policial. Nessa perspectiva, 50% teriam apenas 10 anos a mais de serviço, antes de se aposentarem; 36,4% teriam em torno de 15 anos até irem para reserva, e apenas 13,6 % deles teriam ainda 20 anos de serviço na atividade policial.

Essa constatação acerca do tempo de serviço que cada grupo profissional tem e quanto resta até sua aposentação, ou seja, em termos militares, a passagem do serviço ativo para inatividade, dar-se por meio da interpretação da Tabela 1, que trata da faixa etária dos participantes da pesquisa correlacionadas aos cargos.

Em que pese a Tabela 1 não constar a idade de ingresso na corporação, de cada grupo de participantes, a natureza do trabalho policial militar consigna em seu estatuto que os avaliados devem passar, em média, trinta anos de serviço ativo, atendendo compulsoriamente, por força desta lei, aos limites de acordo com o Quadro 2, abaixo:

Quadro 2 – Idade para aposentadoria compulsória das Praças da PMRN

GRADUAÇÕES IDADE

SUBTENENTE PM 56 ANOS

1º SARGENTO PM 54 ANOS

2º SARGENTO PM 52 ANOS

3º SARGENTO PM 51 ANOS

CABO E SOLDADO PM 51 ANOS

Fonte: Lei Estadual Nº 4.630/1982 (Estatuto dos Policiais Militares do RN)

Fazendo uma comparação entre a faixa etária e o tempo de serviço entre Cabos e Sargentos, na atividade policial-militar, ambos estão inseridos, majoritariamente, na faixa de 20 a 30 anos de experiência na profissão, sendo que 47,8% do Cabos têm de 41 a 45 anos de idade. No caso dos Sargentos, a idade é mais elevada, ainda, em que 32,4% têm entre 41 a 45 anos, 52,9% deles ficam na faixa de 46 a 50 anos e quase 12% já passaram dos 50 anos. Ou seja, estão em

vias de sua aposentação, conforme idade limite estabelecida pelo seu respectivo Estatuto.

O percentual mais expressivo do grupo dos Sargentos, que é 52,9%, classificados na faixa etária de 46 a 50 anos de idade, teria, em média, apenas sete anos de serviço até irem para inatividade, e 11,8%, desses Sargentos, já atendem aos requisitos necessários para a aposentadoria, pois já passaram dos trinta anos de serviço prestados e estão na iminência de completarem os 52 anos de idade, conforme descrito no Quadro 2.

A Tabela 2, a seguir, traça um perfil do nível de escolaridade dos participantes da pesquisa, que será de fundamental importância, assim como os demais dados do Questionário Social, para análise e correlação com os dados acerca da importância que esses profissionais atribuem à sua Tomada de Decisão.

Tabela 2 – Escolaridade dos participantes (Cabos e Sargentos)

Escolaridade

Cabos Sargentos Total

Qnt de participante s (%) Qnt de participante s (%) Qnt de participante s (%) Ensino Fundamental completo 1 4,3% 1 3,3% 2 3,8% Ensino Médio incompleto 2 8,7% 3 10,0% 5 9,4% Ensino Médio completo 9 39,1% 20 66,7% 29 54,7% Ensino Superior incompleto 5 21,7% 2 6,7% 7 13,2% Ensino Superior completo 6 26,1% 4 13,3% 10 18,9% Total* 23 100,0% 30 100,0% 53 100,0%

Fonte: Pesquisa realizada em março/2016 CFAPM/RN Nota *- 04 Sargentos não responderam ao questionamento

Na Tabela 2, que representa o perfil dos informantes do estudo desta Tese, o predomínio dos cargos está na escolarização de Nível Médio, pois perfaz quase 40% para os Cabos e quase 70% para os Sargentos. Se observado, conjuntamente, isso totaliza 54,7% que detêm apenas o Ensino Médio.

Um fator que pode ter influenciado nesse quesito é que no RN ainda se mantêm a exigência, apenas do Nível Médio de escolaridade para ingresso na Corporação. Muito embora outras coirmãs, já tenham mudado tal exigência para nível superior. Até mesmo, na Polícia Civil potiguar, também, já exige a escolarização em nível superior para ingresso para escrivão e agente, cargos análogos, naquela instituição aos das Praças.

Deve ser levado, também, em consideração que na década de 90 do século XX para trás, quando a maioria dos informantes da pesquisa ingressaram na PMRN, a exigência era apenas de escolaridade de Nível Fundamental25.

Outro dado relevante, apesar de pequeno, é que, ainda, há policiais com apenas o Nível Fundamental de escolaridade. Nesse nível, dos 53 policiais que responderam à pergunta, há um Cabo e um Sargento.

Em se tratando de Nível Superior, destacadamente, aparecem os Cabos com 26,1%, que já concluíram um curso universitário, e 21,7% em vias de conclusão. Em dados comparativos, no grupo dos Sargentos13,3% são portadores dessa escolaridade e 6,7% estão cursando.

Em uma abordagem mais ampla e conjunta dos informantes da pesquisa, percebe-se que os Cabos têm maior nível de escolaridade, com mais de 25% tendo concluído um formação superior e mais de 20% em vias de conclusão. No caso dos Sargentos, em sua maioria, estão inclusos no nível do Ensino Médio, com mais de 66% dos que responderam. No grupo há predominância, também, de Nível Médio com quase 55% nesta faixa educacional, e que quase 10%, ainda, possui apenas o Ensino Médio incompleto.

O nível de escolarização que, em tese, proporcionaria uma melhor performance para expor suas considerações de forma escrita é um fator que diferencia os dois cargos. Os Sargentos estão concentrados com quase 60% dos

25 Nesse período, nos idos dos anos 80, do século passado, houve um concurso público para formação de sargentos da PMRN, no qual, soldados e cabos detentores de

certificado de conclusão do 2º Grau (atual, Nível Médio) foram dispensados de realizar a prova intelectual, pelo Comando da Corporação, à época, realizando, apenas, as demais etapas do certame. Informações fornecidas por um dos Comandantes do CFAPM e corretor ortográfico desta Tese.

participantes com escolaridade de Nível Médio, enquanto que os Cabos têm 26% com formação superior completa e 21% em vias de conclusão.

A seguir o estado civil dos PMs participantes da pesquisa:

Tabela 3 - Estado Civil dos participantes da pesquisa versus Cargos

Estado Civil

Cabos Sargentos Total

Quantidade de

participantes (%) Quantidade de participantes (%) Quantidade de participantes (%)

Casado (a) 18 78,3% 28 82,4% 46 80,7%

Solteiro (a) 5 21,7% 2 5,9% 7 12,3%

Não informou - - 4 11,8% 4 7,0%

Total 23 100,0% 34 100,0% 57 100,0%

Fonte: Pesquisa realizada em março de 2016, no CFAPM.

Conforme a Tabela 3, o perfil dos participantes da pesquisa é, majoritariamente, de policiais militares casados. Com um total de quase 80% para os Cabos e mais de 82% para os Sargentos. Desses, quatro Sargentos não responderam ao questionamento. Se correlacionados conjuntamente, 93% dos participantes da pesquisa são casados. Voltar-se-á a essa análise quando da avaliação dos dados empíricos acerca da Tomada de Decisão, no capítulo 6.

Tabela 4 - Quantidade de filhos dos participantes da pesquisa versus Cargos

Quantidade de filhos

Cabos Sargentos Total

Quantidade de participantes (%) Quantidade de participantes (%) Quantidade de participantes (%) Nenhum 3 13,0% 1 2,9% 4 7,0% Um filho 5 21,7% 5 14,7% 10 17,5% Dois filhos 9 39,1% 12 35,3% 21 36,8% Três filhos ou mais 5 21,7% 12 35,3% 17 29,8% Não informou 1 4,3% 4 11,8% 5 8,8% Total 23 100,0% 34 100,0% 57 100,0%

A partir da Tabela 4, que apresenta o números de filhos dos participantes da pesquisa, é possível constatar que é, predominante, um número médio de policiais com a mesma quantidade de filhos, concentrando-se as maiores porcentagens na faixa de um e dois ou mais filhos, respectivamente, para os Cabos. No caso dos Sargentos, 35,3% representam, igualmente, a porcentagem dos que têm dois e três filhos ou mais.

Em uma análise conjunta com Cabos e Sargentos que participaram da pesquisa, apenas 7% não têm filhos. Por outro lado 17,5% têm apenas um. Já 36,8% têm dois filhos e 29,8% ficaram inseridos da faixa dos que tinham três ou mais filhos.

Do perfil traçado dos participantes da pesquisa, não é possível fazer a especificação exata dos locais onde desempenham suas atividades profissionais, haja vista, alguns dos 57 PMs deixarem de responder onde eram lotados26.

Por seu turno, os Sargentos, em virtude do cargo, também, desenvolviam/desenvolvem suas atividades profissionais nas cidades do interior, como comandantes de pelotões27.

Outra informação relevante é registrar, também, que fazia parte da formação continuada do CNP/2016.1, os efetivos dos 2º, 6º e 7º Batalhões da Polícia Miliar, respectivamente, nas cidades de Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros, totalizando 234 (duzentos e trinta e quatro) Cabos matriculados na 7ª turma do CNP28, os quais realizavam a capacitação nessas cidades, porém não participaram

26 Com o intuito de não exercer qualquer pressão sobre os policiais participantes, tendo em vista que há uma grande resistência por parte deles em fornecer depoimentos dessa natureza, temendo sofrer represália, em face da legislação castrense, está consignado no Questionário e foi informado, verbalmente, quando da aplicação do Questionário que não deveria haver qualquer identificação.

27 Em muitas cidades do RN, com aproximadamente 5 mil habitantes, o efetivo da Polícia Civil é muito reduzido ou inexistente, onde os delegados assumem, institucionalmente, mais de uma cidade. Nesse contexto, o Comandante do Pelotão que é, geralmente, um sargento PM é quem gerencia todo o policiamento local, cabendo aos delegados da Polícia Civil, apenas, a lavratura das ocorrências que envolvem prisão em flagrante delito. 28 O número exato por local de formação é CFAPM (105), Mossoró (38), Caicó (62) e Pau

da pesquisa, por questão de exiguidade temporal e logística operacional para contemplá-los.

No caso dos Sargentos, essa capacitação denominada Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS) é realizada apenas no Centro de Formação e