• Nenhum resultado encontrado

Outras Formas de pagamento

Sistema de Pagamento 65%

3.3.2. Outras Formas de pagamento

Para além das formas de pagamento atrás apresentadas, existem outras que, pela sua metodologia, podem ser consideradas enganosas para o consumidor. Esta ideia surge devido ao tipo de serviços às quais estão ligadas, considerados socialmente condenáveis. Na realidade, são meios de pagamento muito cómodos, pecando somente, em alguns casos, pela falta de controlo de custos por parte do utilizador. O meio de pagamento por intermédio de um ISP fez parte de uma tentativa

Gestão da Informação Segurança e Confiança no Comércio Electrónico

42

plenamente conseguida de expandir o acesso à Internet e que se traduziu na redução dos custos para o utilizador.

3.3.2.1. Pagamentos através dos custos das chamadas, por intermédio do operador de telecomunicações

Este meio de pagamento não é, normalmente, considerado uma forma pura de pagamento. Nesta modalidade, paga-se um serviço de Internet em que a factura é emitida pela companhia fornecedora de comunicações. No entanto, pode ser considerada uma forma de pagamento, uma vez que o montante pago pelo cliente à companhia de telecomunicações é posteriormente repartido, sendo que uma certa percentagem, consoante os casos, vai para entidades terceiras que fornecem outros serviços com inerência à ligação Internet. Dentro desta modalidade podem-se considerar dois tipos de pagamento: à companhia fornecedora de serviços Internet (ISP – Internet Service Provider), a qual pode ter o retorno desta prestação de serviços através de mensalidades pagas directamente pelo cliente e através da navegação dos seus clientes e através de pagamento por chamadas de valor acrescentado, em que a ligação é taxada por um preço mais elevado e o montante da diferença é depois reenviado para a empresa fornecedora dos serviços.

3.3.2.2. Chamadas de valor acrescentado

Motivado pela desconfiança dos utilizadores quanto ao pagamento de bens e serviços na Internet, foi desenvolvido, há já algum tempo, o pagamento por chamadas de valor acrescentado. Trata-se de uma modalidade em que os utilizadores, para terem acesso a conteúdos específicos, fazem a descarga de um pequeno programa para o seu computador, o qual estabelece uma ligação especial para aceder à Internet. Esta ligação só é especial porque, em vez de ser taxada ao preço de uma chamada local, como é habitual para estes serviços de Internet em Portugal, é taxada por um valor acrescentado bastante mais elevado. O diferencial é depois pago pela empresa de telecomunicações às empresas fornecedoras destes serviços.

Este tipo de pagamento é normalmente associado a sítios com conteúdos socialmente censuráveis. Garante o anonimato dos utilizadores, uma vez que não existe qualquer tipo de ligação pessoal entre o utilizador e qualquer outra entidade. Essa associação somente poderá ser feita através da factura do telefone e em relação ao responsável pelo pagamento, pelo que será sempre hipotética e dificilmente certa.

3.3.2.3. Prestação de serviços ISP (Internet Service Provider)

Como foi exposto no Capítulo 3, uma empresa pode actuar no mercado através do fornecimento de serviços Internet. Este tipo de negócio obtém o seu retorno através do pagamento de mensalidades fixas cobradas ao cliente. Pode, porém, promover outras formas de retorno.

Gestão da Informação

Segurança e Confiança no Comércio Electrónico 43

Em Portugal, no final da década de 1990, a Internet registou um crescimento muito acentuado, fruto da disseminação de empresas que ofereciam o serviço Internet de forma gratuita para o utilizador, de entre outras coisas. Esta oferta não implicava, contudo, o não retorno financeiro desse serviço para as empresas. Estas, mediante acordo com a empresa de telecomunicações (somente a Portugal Telecom na altura), recebiam uma percentagem de cerca de 30% do valor gasto pelos clientes da PT na transmissão de dados, ou seja, da navegação na Internet. Esta é uma forma de cobrar serviços completamente transparente para os utilizadores, uma vez que estes não pagam mais para deles usufruírem.

SUMÁRIO

Neste capítulo foram abordados temas relacionados com a interacção de negócio na Internet. Em primeiro lugar, analisaram-se os principais modelos de negócio existentes nas empresas que utilizam esta plataforma como meio de acção com os seus clientes, ou seja, como estas empresas ganham dinheiro.

Prosseguiu-se com o estudo do meio de interface humano-computador que, de uma forma remota, coloca em contacto agentes diferentes no sentido de ambos conseguirem atingir objectivos diferentes mas complementares. Foi apresentado um modelo de interacção que pretende sistematizar a forma como os utilizadores actuam na navegação nos sítios comerciais.

Por fim, abordou-se o tema dos meios de pagamento, resumindo, de forma genérica, as formas de pagamento mais utilizadas para se efectuarem retribuições por compra de produtos de forma electrónica. Apesar de levantarem problemas diversos quanto à sua utilização generalizada, resultam de implementações de modelos já idealizados. O desenvolvimento de meios de pagamento electrónicos passará mais pelo trabalho nestas implementações do que, necessariamente, pela reformulação dos modelos nas quais estas assentam.

Gestão da Informação Segurança e Confiança no Comércio Electrónico

Gestão da Informação

Segurança e Confiança no Comércio Electrónico 45

4.AI

NTERNET COMO AMBIENTE NÃO SEGURO

O surgimento do World Wide Web teve como consequência um desenvolvimento muito acelerado do CE, que desde o início da década de 1990 tem crescido exponencialmente. Apesar deste facto, estudos diversos mostram que os consumidores estão ainda relutantes em fazerem as suas compras on line, principalmente devido a razões relacionadas com factores de segurança (Dunsmore et al., 2001; Milloy, 2002; Vector21/UNICRE, 2003). Pela mesma razão, um significativo número de empresas hesita em efectuar um maior investimento em infra-estruturas que lhes permitam vender on line.

As preocupações acerca da segurança devem-se a diversos factores. O principal está relacionado com a característica fundamental da Internet, a de ser um sistema aberto.

A Internet pública é uma rede mundial de computadores ligados entre si, que possibilita o acesso a informação variada através de diversas tecnologias de comunicação. Milhões de sistemas utilizam a Internet, independentemente da sua posição geográfica e da sua nacionalidade. Por isso, encerra várias possibilidades de abuso e mesmo de crimes, com repercussões no mundo real à escala global.

A finalidade fundamental da Internet residia na troca de ficheiros entre computadores e em permitir um fácil acesso a computadores. Isto levou à criação de uma rede simples, que oferecia um bom serviço, mas que não garantia nada, nem sequer a entrega da informação ao seu destinatário (Mathy et al., 1999). A preocupação com a segurança na Internet só surgiu posteriormente.

Para além disso, sendo a Internet um sistema aberto, a rápida proliferação de software e sistemas de comunicação levou a um estado em que os utilizadores não podem conhecer todos os sistemas e arquitecturas utilizadas. Obviamente que isto leva a que os utilizadores fiquem mais vulneráveis perante falhas de segurança não previstas, que podem ser exploradas de forma malévola. Apesar de existirem soluções que podem ser efectivas no presente, o avanço tecnológico traz consigo novas ameaças e desafios. Para além disso, as soluções existentes têm que ser combinadas para, conseguindo protecção contra acções particulares, fornecerem uma protecção forte de todo o sistema, tendo esta que ser constantemente monitorizada.

Em contraste com a arquitectura aberta da Internet, a presente economia evoluiu para uma economia da informação, em que a segurança da informação é de importância fundamental (Stinson et al., 2000). Assim, temos uma situação que se reveste de uma tremenda oportunidade para o comércio global: uma infra-estrutura de comunicações global que suporta grandes quantidades de informação por um baixo custo de transmissão e uma economia global que tende a ser baseada na informação. No entanto, o potencial existente para o comércio global não poderá ser concretizado sem uma estrutura de apoio que garanta, de forma fiável e suportada, a segurança da informação.

Gestão da Informação Segurança e Confiança no Comércio Electrónico

46

Desta forma, a protecção dos recursos informacionais é um dos maiores desafios para os negócios electrónicos.