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Proteger a propriedade intelectual e os segredos comerciais

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4.4. Segurança no Comércio Electrónico

4.4.3. Proteger a propriedade intelectual e os segredos comerciais

Para além dos meios para garantir a segurança dos recursos informacionais, quer seja quando estão armazenados em bases de dados de servidores, quer quando estão em trânsito, existem outros meios de protecção, nomeadamente, a protecção da propriedade intelectual.

Marcas de água digitais

As marcas de água digitais são marcas electrónicas que se depositam em documentos digitais, sejam estes de texto, imagem, áudio ou vídeo e que identificam o autor (copyright). O fim destas ferramentas é proteger a propriedade intelectual em formato digital contra o plágio, cópia não autorizada ou uso abusivo. Outro fim destas ferramentas passa pela evidência como meio de prova em casos de trocas comerciais em que a informação tenha sido interceptada e/ou adulterada. As marcas de água digitais são desenhadas para serem completamente imperceptíveis para os utilizadores dos ficheiros. Distribuem-se ao longo de todo o ficheiro, para evitar que possam ser manipuladas. Apesar disso, é possível condicionar essas marcas através de software específico, por programadores e utilizadores mais experientes.

SUMÁRIO

O estado da segurança na Internet é pobre. A infra-estrutura Internet não disponibiliza qualquer suporte para serviços de segurança, pelo que a segurança individual dos sistemas varia enormemente. No entanto, à medida que as necessidades de segurança aumentam, novos mecanismos e protocolos são desenvolvidos e explorados.

A segurança de qualquer sistema é função do controlo da organização sobre esse sistema, pelo que, na maioria das situações, o aumento da segurança passa pelos vendedores de sistemas de segurança e pela implementação que é feita, tanto em termos do sistema como do cumprimento das normas. Novos serviços estão a aparecer através da adopção de novos protocolos de segurança. Por exemplo, o sucessor do actual protocolo Internet (IPv4), o IPv6, tem já desenvolvimentos para garantir a confidencialidade, a autenticação e a integridade, pelo que a própria Internet passará a ter serviços de segurança integrados.

A segurança perfeita num mundo imperfeito não existe. A crença de que se pode construir um sistema seguro é questionável. Por isso, a questão da segurança na Internet terá que passar, necessariamente, por questões de confiança. As políticas requerem confiança na infra-estrutura (componentes de hardware e software) e as pessoas têm que confiar no sistema para existir um funcionamento correcto. Serão as pessoas a decidir no que confiar, pelo que a questão da segurança terá uma forte componente não técnica para a sua resolução.

Gestão da Informação

Segurança e Confiança no Comércio Electrónico 65

5.E

NQUADRAMENTO

L

EGAL

A Internet é um local virtual onde se podem realizar inúmeras operações de diversos tipos. Muitas destas operações representam muito mais do que a simples troca e publicação de informação. Principalmente em áreas como o comércio electrónico, onde existem vendas de bens, transferências financeiras e de dados pessoais, de entre outras actividades, a harmonia tende a ser muitas vezes quebrada e a auto-regulação, por que se caracterizou desde sempre a Internet, começa a necessitar de um apoio externo.

À medida que aumenta o número de transacções e o volume de negócios realizados, é cada vez mais pertinente criar legislação específica para determinadas acções que se realizam na Internet, de forma a garantir a boa relação entre as partes. Sendo que a legislação comum, que regula as actividades de superfície, é também aplicável para as actividades realizadas através da Internet, o problema que se coloca é a conveniência de certos requisitos legais para as actividades electrónicas. Por exemplo, a validade de certos documentos electrónicos impressos e a questão das assinaturas electrónicas.

Por isso, convém analisar se será necessário desenvolver nova legislação, ou até um novo ramo do direito, para regular as actividades no ciberespaço, ou se serão suficientes e adequadas as leis já existentes e os ramos jurídicos já consagrados, como o direito do audiovisual, das telecomunicações e da imprensa, talvez mediante as necessárias adaptações e correcções, para que se possam melhor adaptar à nova realidade.

Necessariamente, a legislação existente terá que sofrer alterações, no sentido de poder abarcar especificidades que advêm das características da Internet, como sejam a sua estrutura de controlo descentralizada, o alcance global com carácter multinacional e o seu grau de automatização.

Neste sentido, é prioritário que as diferentes organizações nacionais definam os limites legais de utilização da rede e formulem regulamentos que dêem garantias às partes intervenientes no negócio (OECDc, 2003). Há, no entanto, que ter prudência nessa regulamentação, para não se perderem as vantagens advindas do carácter auto-regulado da Internet e para não limitar o desenvolvimento tecnológico inerente ao ciberespaço. Será, assim, necessário promover um desenvolvimento concertado entre as tecnologias e as estruturas sociais para que, em resultado deste desenvolvimento, se possam encontrar soluções legais inovadoras. Sem uma completa compreensão do ciberespaço e da cultura que lhe é inerente, corre-se o risco de a regulamentação a desenvolver ser limitativa e rapidamente ficar desactualizada. O esforço de traçar analogias com as normas já existentes pode-se tornar uma tarefa inglória, sem a aplicabilidade que possa promover o uso da Internet como forma de negociar e retardar, ou mesmo aniquilar, o seu potencial.

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Devido à forma global como a Internet está disseminada, qualquer projecto de regulamentação ganhará com um diálogo concertado entre estados e até com organizações de estados, como seja a União Europeia, no sentido de se conseguir uma uniformização dos procedimentos, que leve a uma uniformização dos direitos e garantias para os intervenientes. A este propósito convém referir projectos já avançados, como sejam aquele que o Global Internet Project apresentou já à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e à União Internacional de Telecomunicações (UIT)vii, que consiste num conjunto de recomendações centradas nas áreas de regulamentação de redes, interoperabilidade e normas, regulamentação de conteúdos e serviços on line e propriedade intelectual, que poderá servir de base para regulamentações neste âmbito. Existe, também, um projecto de criação, no âmbito da Internet Societyviii, de uma Internet Law Task

Force (ILTF), a fim de definir um quadro jurídico capaz de fornecer respostas aos problemas jurídicos suscitados pela Internet.

Apesar de todas as dificuldades existentes em relação à implementação de projectos de regulamentação, existem diversos itens que têm que ser impreterivelmente considerados no estabelecimento das políticas que guiarão o processo de concepção dos elementos reguladores. Sendo que não se pretende aqui desenvolver qualquer tipo de modelo de regulamentação aplicável ao comércio electrónico, apresentam-se, de seguida, alguns pontos muito relevantes para esse desenvolvimento. Com isto pretende-se transmitir certas fraquezas existentes e que limitam o desenvolvimento mais rápido dos negócios electrónicos.