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O PAPEL DA EMOÇÃO NO DESENVOLVIMENTO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO

A EMOÇÃO: TEMAS E ABORDAGENS

1.5. O PAPEL DA EMOÇÃO NO DESENVOLVIMENTO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO

O desenvolvimento da criança é indissoluvelmente ligado ao do seu meio social. Por "ligado", não devemos entender que seja determinado única e exclusivamente por influências exteriores, ou que o ser humano, em seus primórdios actue exclusivamente em função das suas sensações interiores, instintos ou quaisquer que sejam as suas denominações. Existe, sim, uma complementaridade de relacionamento que implica já uma relação dual, essencial para o desabrochar do ser bem como para o viço da natureza.

No entender de Damásio a palavra ligações e a sua contextualização no âmbito das neurociências "... refere-se à ligação de coisas e acontecimentos, tal como podem ter acontecido historicamente; refere-se às representações mentais dessas coisas e desses acontecimentos, tal como os experimentamos; e também se refere à ligação neural entre os circuitos cerebrais necessários para manter o registro das coisas e dos acontecimentos e para transferir esse registro para padrões neurais explícitos." (2000, 262).

Para Wallon, não é possível a separação da criança do seu meio, nem existe indivíduo fora de uma sociedade. Todo o ser vivo implica num meio que é o seu "complemento indispensável", por exemplo, a ave implica num meio aéreo, o peixe num meio aquático (Wallon, 1976a). O estudo da criança exige, portanto, o estudo dos meios ambientais onde ela se desenvolve. Diz-nos, ainda, ser impossível determinar com exactidão o que é espontâneo e o que é determinado exteriormente, não se tratando de acções distintas que se justapõem, mas de realizações onde cada um dos dois factores interage com aquilo que está em poder do outro. De certa forma, com isto também concorda Jung (1950), que nos fala, na sua explicação do conceito de alteridade (ou a"transacção", também psíquica) que onde está a oposição, ali estará também, a identidade. É, da mesma forma, para Wallon, na acção recíproca entre a criança e o seu meio que se encontra o fundamento primordial da acção educativa.

Para que conheçamos a criança, e para que possamos exercer sobre ela uma determinada acção, é necessário que consideremos o seu ser total, o que vem a significar o conjunto das suas condições de existência. Ao longo do tempo, variam as relações entre ser e meio, adaptando-se o ser, existindo este em acordo com as suas próprias necessidades e em sintonia com os recursos disponíveis para a sua satisfação.

O ambiente começa por existir, para todos os seres vivos, como um meio físico. Porém, caracteristicamente na espécie humana, logo é sobreposto ao meio físico, o meio social, sendo este que se apresenta como vital à criança, envolvendo-a totalmente desde o seu nascimento. No início, a criança está indissoluvelmente unida ao seu ambiente numa espécie de "osmose" onde são confundidos o seu ser individual ou orgânico, e o seu ser social. A consciência de si, pela qual ela poderá dissociar-se tarda até cerca dos três anos de idade.

A diferenciação é mútua e solidária, e todo o progresso no conhecimento de um eu individualizado implica uma progressão concomitante na aptidão para imaginar a sociedade (conhecer além de si).

Precedendo ao nascimento do eu individual, existe portanto uma fusão da criança com o ambiente. Wallon chama a isto de simbiose, tipo de relação específica que a une às suas condições de existência, e que evolui com a sua maturação e as modificações destas condições concomitantemente e em função do seu próprio desenvolvimento. Por exemplo, citamos a ampliação do seu espaço vital, quando da aquisição da marcha.

Para que compreendamos essa evolução, devemos segundo Wallon (1968), reportarmo-nos à vida inicial da criança, isto é, à sua vida embrionária e fetal. Constatamos então uma verdadeira simbiose entre ela e a sua mãe. Esta é uma simbiose fisio1ógica, mas onde já encontramos a dualidade entre a criança e as suas condições de existência, ainda totalmente concentradas na mãe. O nascimento desata os vínculos dessa simbiose, que no entretanto, dentro de formas variadas, vai subsistir por um longo período. Exceptuando-se a autonomia respiratória, o bebé está sob dependência total e absoluta da sua mãe para a satisfação das suas necessidades de sobrevivência. Também, durante este primeiro período que corresponde ao redor dos três primeiros meses de vida, a criança acrescenta uma experiência emocional acerca de todas as reacções inerentes às suas necessidades que são obtidas por intermédio da sua mãe. É a necessidade característica da sua própria inaptidão de satisfazer, por si própria, as exigências essenciais da sua vida que determina na sua evolução uma orientação essencial para a compreensão do que é atributo do ser humano (Wallon, 1976a). É, portanto, uma orientação dirigida às pessoas, à sociedade. Constata-se, segundo Wallon, que a esta simbiose alimentar sucede rapidamente uma outra, a simbiose afectiva. Com a idade de três meses, a criança já sabe endereçar às pessoas do seu convívio, e muito

particularmente à sua mãe, não apenas gritos relacionados com as suas necessidades concretas, mas ainda sorrisos e sinais de contentamento que já representam um elo puramente afectivo. A partir dos seis meses desenvolve-se o estado afectivo ou emotivo, quando a criança sobrevive por meio da sua alimentação concreta tanto quanto por meio dos seus contactos humanos. Ela é capaz de expressões emocionais bastante variadas, cuja gama é tanto mais extensa quanto o seu ambiente forneça ocasião de trocas mais frequentes e diversamente motivadas.

A emoção é o que "solda" o jovem ser ao seu ambiente. Mas é nesta simbiose com o ambiente que ele desperta para a vida psíquica. As primeiras reacções do recém- nascido são puramente impulsivas e sem utilidade prática; a intervenção constante do ambiente é de uma importância vital. Ele é, segundo Tran-Thong, (1969), um ser em que todas as reacções têm de ser completadas, compensadas e interpretadas. Incapaz de efectuar qualquer acto por si próprio, é manipulado por outros, e será nos movimentos de outrem que as suas primeiras atitudes tomarão forma.

As conexões fisiológicas são estabelecidas por condicionamento entre as manifestações espontâneas da criança e as reacções provocadas no ambiente. Mas esta simples associação fisiológica desdobra-se logo noutra que a faz passar ao plano da expressão, da compreensão e das relações individuais. Os efeitos obtidos tornam progressivamente mais intencional a manifestação emotiva. Ela torna-se um intermediário com resultados normalmente seguros. E é mais um novo campo que se abre à atenção, à sagacidade emergente da criança.

Quais são os sinais de um sucesso provável? Eles localizam-se na pessoa cuja atenção é requerida. Os seus gestos, atitudes, fisionomia, voz, entram também no domínio da expressão, que é portanto retroactiva – eferente quando traduz os seus desejos, aferente para a disposição que estes desejos repercutam ou suscitam em outrem. Dentro desta reciprocidade, as primeiras manifestações psíquicas da criança, que vêm a ser exactamente as reacções expressivas, são impregnadas da influência do meio humano, que age não apenas de forma positiva, mas como o real iniciador da construção do psiquismo infantil. O ser biológico da criança é um ser incompleto que complementa o ambiente social constituinte da sua condição de existência específica e que define o seu ser social. Poderíamos dizer tratar-se do mundo que ao distinguir-se do ser lhe propicia a consciência da sua identidade.

Na concepção Walloniana a natureza social da criança define-se primeiramente de forma "negativa" (segundo Zazzo (1964)) pela sua incapacidade de sobreviver sem a intervenção de outrem, e posteriormente "positiva", alguns meses após o nascimento, nas suas expressões emocionais, o que permite a maturação nervosa e orgânica. O ser social, indissociável do biológico, não por que sejam redutíveis um ao outro, mas por que aparecem como estritamente complementares desde o nascimento, sendo impossível visualizar a vida psíquica de forma a não considerar o conteúdo das suas relações recíprocas com o social. Se as atitudes do ser humano implicam na possibilidade de viver em sociedade, inversamente elas necessitam do meio social para se desenvolverem. É a"condição humana". Já que a existência do homem se desdobra entre exigências do seu organismo que lhe são comuns com outras espécies animais, e as da sociedade, que são comuns à sua espécie, na alvorada da sua vida, a infância, podemos constatar uma verdadeira osmose bio-social que possibilita a ascensão ao estatuto de humanidade.

Este modelo de desenvolvimento possibilita a superação das dificuldades inerentes aos reducionismos organicistas ou sociais. Difere sensivelmente das concepções de Freud e Piaget, autores que, apesar das numerosas diferenças conceituais, têm em comum a visualização do desenvolvimento psicológico na criança a partir do seu ser biológico, feito de impulsos transmitidos pela espécie ou de equipamento reflexo hereditário. A influência do ambiente é considerada como necessária e mesmo profunda, porém agindo de uma forma ocasional ou limitativa, sendo o biológico o factor inicial e determinante no desenvolvimento da criança.

Tanto Freud como Piaget comparam o primeiro estado psíquico da criança a uma esfera fechada, com apenas uma margem de contacto social com o ambiente. O desenvolvimento segue-se na forma de socialização do indivíduo, antes autista e egocêntrico. Para Wallon, citado em Huong (1976), ao contrário, a criança não é um sistema fechado, é antes um ser carente de coesão e influência e sujeito a interferências exteriores, as mais fortuitas. Ela é penetrada pelo ambiente, moldada por ele e as suas primeiras manifestações psíquicas são expressões emocionais e afectivas. A sociabilidade, que é bastante precoce, é em princípio sincrética, anterior a toda a distinção individual e discriminação entre o eu e o outro. O meio social exerce assim acção decisiva e estimulante no desenvolvimento.

A iniciação na vida psíquica é uma participação em situações que estão na estreita dependência daqueles que cuidam da criança. Quando estes cuidados (movimento, calor, afecto, presença, etc.) faltam ou quando se limitam a simples atenções concretas (alimentação e higiene), o indivíduo não sofre apenas no seu desenvolvimento psíquico, ele definha fisicamente; as funções vegetativas são também atingidas. Por intermédio de uma mútua compreensão afectiva é que se estabelece a simbiose com o ambiente, de capital importância nos primeiros estágios da vida.

O elo de ligação entre o indivíduo e o meio são as emoções. A dinâmica das emoções vincula-se ao materialismo dialéctico pela unidade indissolúvel que elas realizam nas suas manifestações entre o pólo orgânico e o pólo psíquico, entre as funções fundamentais da vida (modificações respiratórias, circulatórias, secretórias) e os abalos de consciência que sacodem o sujeito (Wallon, 1976a, 1976b).

Mas não é só como unidades somatopsicológicas que as emoções implicam a acção dialéctica. É de maneira específica pelos contrastes, contradições, conflitos intrínsecos ou interfuncionais que lhes estão vinculados. As emoções desorganizam o movimento na medida que este tem necessidade de precisão para efectuar as suas tarefas, razão pela qual muitos autores as consideram uma pura degradação da actividade; mas aos espasmos musculares pelos quais as emoções substituem o movimento, dão elas uma significação expressiva. A sensibilidade das emoções é visceral, puramente individual e subjectiva, mas as suas manifestações são espectaculares, comunicativas e como que rituais. Nas culturas onde as relações intelectua1izadas estejam pouco evoluídas, como podemos deparar em larga escala no Brasil, país de identidade multicultural com raízes europeias, africanas e indígenas, as emoções são objecto de verdadeiras instituições, destinadas, por meio de gesticulações, cantares, ritmos e simulacros apropriados, a provocar as reacções colectivas que as circunstâncias parecem exigir.

A dinâmica das emoções é portanto o fundamento dos primeiros motivos de cooperação social e das representações comuns a um mesmo grupo. Os rituais cana- lizadores de intensas emoções, quer individuais, quer colectivas, ligam permanentemente o que é vivido na superfície e na profundidade da alma de um povo. A prática desses rituais confere ao indivíduo legitimidade e identificação, através da vivência dos símbolos das representações colectivas, conscientes mas sobretudo inconscientes. Da mesma maneira como uma árvore se alimenta da seiva que recebe da

terra através das raízes, as dinâmicas que jogam com a emoção trazem-nos energia de crescimento e servem ainda para a ligação do indivíduo com as suas raízes culturais, amplificação do ambiente. Uma cultura será tanto mais rica quanto mais exuberantes e espontâneos forem os rituais que seus indivíduos tiverem à disposição.

Sabemos, portanto, serem as emoções as premissas de uma vida simultaneamente social e intelectual. Mas, o que frequentemente ocorre quando se procura valorizar excessivamente aspectos reducionistas na aplicação de programas voltados ao desenvolvimento da criança? A inteligência tende a apagá-las, a reduzir o que lhes deu origem, na medida em que técnicas de fabrico as desviam para noções mais directamente em relação com a estrutura perceptivo-motora das coisas. Resulta daí um antagonismo entre as manifestações da vida afectiva e da vida intelectual, que tendem a impedir-se, eclipsar-se umas às outras, sem no entanto se suprimirem mutuamente, continuando cada uma por sua vez capaz de dominar e sempre manifestar-se como componente da acção, conscientemente ou não, provocando por vezes disjunções que atingem os estados patológicos.

As emoções têm, no sistema nervoso, e mais particularmente nos seus núcleos opto-estriados, centros que coordenam de maneira específica os efeitos fisiológicos próprios de cada uma, sendo esta a sua "substância bruta", a sua matriz, que entra em combinação ou concorrência com outras actividades igualmente despertadas pelas circunstâncias ou intenções do sujeito. No seu concurso, em que elas são susceptíveis de se modificarem mutuamente, uma ou outra pode acabar por vencer sistematicamente, e é assim que se vão elaborando novos comportamentos e que a vida psíquica pode evoluir sob a influencia combinada das disposições naturais e do ambiente (Wallon, 1971).

Mas, efectuando-se progressivamente por diferenciação, entre os dois e os três anos acontecerão as reacções alternantes e recíprocas, quando a criança tem sucessiva e continuadamente os papéis de autor e vítima (dar e receber um tapa) e que lhe permitem decompor a situação, então, em duas fases, uma activa e a outra passiva. Ela termina por se descobrir como distinta dos outros e por tomar consciência de si. Mas a sua pessoa está ainda incrustada na constelação familiar, a distinção entre o eu e o outro continua a ser global. Novas diferenciações ocorrerão na idade escolar. Os diversos grupos (de jogo, de trabalho) nos quais a criança pode entrar permitem multiplicar as suas relações

com o outro, de variar os papéis que pode desempenhar e de individualizar-se cada vez mais completamente (Wallon, 1968).

Ao longo dos três primeiros anos, a evolução psíquica da criança está ligada ao desenvolvimento dos diferentes sistemas intero, próprio, e exteroceptivo. Essas sensibilidades aparecem sucessivamente, apresentando entre elas importantes diferenças cronológicas, sendo tardia (mais ou menos aos doze meses) a sua junção. A partir daí, surge a consciência corporal, que vem a ser o resultado das ligações e diferenciações destas sensibilidades. Apenas ao redor dos três anos processa-se a delimitação daquilo que a criança se atribui como fazendo parte de si própria por oposição àquilo que lhe é exterior e estranho. Ao mesmo tempo que deriva do processo geral de psicogénese, a constituição da noção de corpo próprio assume grande realce, situando-se na confluência das necessidades interoceptivas e das relações com o mundo exterior, sendo portanto fundamental aos progressos posteriores da consciência.

No desenvolvimento da criança, seria possível, segundo Wallon, comparar o seu primeiro estado de consciência a uma nebulosa onde se difundiriam sem delimitação própria das acções sensóriomotoras de origem endógena e exógena. Na sua massa acabará por acontecer um nó de condensação, o ego, mas também um satélite, o super- ego ou o outro. O ego e o outro formam um par, que traduz no plano psíquico a dualidade fundamental, primitivamente confundida, da criança e do ambiente, ser bio1ógico e social (Huong, 1976). Assim é desvelada, com toda a sua carga de possibilidades (no sentido do desenvolvimento), a dimensão onto1ógica do ser, na sua condição humana. E segundo Wallon, para que o indivíduo se aperceba da sua individualidade é necessário ter a noção de que é um ser de relações, o que se processa no âmbito social. Ele o é, não devido às contingências exteriores mas devido a uma necessidade interna. Ele o é geneticamente (Wallon, 1976a).

Na infância, o social repete o bio1ógico desde o nascimento, o ego (ou eu) e o outro constituindo-se conjunta e paralelamente, a individualização e a socialização. Wallon a propósito, escreveu que o ego e o seu complemento inseparável, o outro conduzem a pessoa de uma sensibilidade elementar aos horizontes os mais diversos, e muitas vezes os mais vastos da consciência individual ou colectiva (Wallon, 1976b).

O outro vem a ser, portanto, o segundo elemento do par antagónico por onde se introduz na consciência a distinção entre o eu próprio e os outros. O outro torna-se a

seguir companheiro permanente do eu, desempenhando um papel de intermediário entre o mundo interior e o mundo concreto do ambiente exterior, e traduzindo as veleidades do ego e a influência do alter sobre o ego. É a condição fundamental da vida psíquica.

Mas, mais concretamente, na dimensão corpórea, como ocorrerá o reconhe- cimento, por intermédio da emoção (mover de, para), da identidade? Acompanhemos o raciocínio de Wallon (1971):

"- Essencialmente função de expressão, função plástica, as emoções são uma formação de origem postural, e tem por arcabouço o tónus muscular. (Vejam-se os processos, por exemplo, de relaxamento, do Yoga, do "baixar do santo" nos rituais de Umbanda, da neurose de conversão, para citar alguns. N. do R.). A sua diversidade está ligada à hiper ou hipotensão do tónus, ao seu livre escoamento em gestos e em acções ou à sua acumulação sem saída e à sua utilização aqui e agora sob a forma de espasmo. Através do tónus que recebe as estimulações de todas as superfícies de excitação (exteroceptiva, interoceptiva, proprioceptiva), as emoções são a cada momento sustentadas pela soma das incitações que nascem no organismo ou que a ele afluem. Assim se explicaria a influência desproporcionada que pode ter sobre elas uma simples picada de alfinete. De qualquer sensibilidade que parta esta pequena excitação, os seus efeitos podem ser multiplicados pelo estado de tensão tónica que resulta das outras sensibilidades. Assim, as disponibilidades emocionais estão a todo instante em relação, por intermédio do tónus, com as diferentes sensibilidades, as quais medem e regulam, nos domínios da sua actividade, as reacções do organismo. Mas, quando uma destas regulações, a regulação metabólica, ou a neurovegetativa, por exemplo, alcança a supremacia, e logo a emoção dá lugar a manifestações de origem infra-psíquica, as quais por alguns de seus caracteres se opõem a certos caracteres essenciais das emoções. É o que se produz nos estados ciclotímicos, em que por períodos alternantes, a actividade retarda-se ao mesmo tempo que a contractura, a hipertonia ganha os aparelhos postural e visceral" (1971, 150-151).

A emoção corresponde a um estádio da evolução psíquica situado entre o automatismo e a acção objectiva, entre a actividade motriz e reflexa, de natureza fisio1ógica, e o conhecimento, fazendo o traço de união entre o movimento, que lhe preexiste, e a consciência que ela inaugura (Nadel & Best, 1980), embora em conflito com ambos.

No campo do conhecimento, do pensamento, para que percebamos o problema da inteligência prática ou das situações, sensóriomotora, a representação, ou inteligência discursiva, é necessário recorrer-se ao método genético e comparativo na sua globalidade.