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Papel da Instrução, Demonstração e Feedback Pedagógico

4. Realização da Prática Profissional

4.5 Papel da Instrução, Demonstração e Feedback Pedagógico

No processo de ensino aprendizagem, a instrução revela ter de uma importância fulcral, porque proporciona a existência de correto desempenho dos alunos nas tarefas propostas pelo professor (Silverman, 1994).

É através da instrução que o aluno entende o que vai fazer e como vai fazer. Desta forma, no momento da transmissão da tarefa o professor deve ter uma comunicação “fluida, enfatizando, pelo bom uso da voz, pela entoação ou repetição, os aspetos essenciais da sua comunicação, devendo, ainda, dirigir o seu olhar para vários participantes, garantindo, assim, maiores condições de atenção e comunicabilidade” (Rosado & Mesquita, 2011, p. 95).

Uma das minhas preocupações iniciais no momento da instrução era que os alunos estivessem atentos, pois, para Rink (1985), o facto de os alunos estarem atentos proporciona que estes tenham mais facilidade em entender a tarefa, mais concretamente, os objetivos e o espaço onde é executado a situação de aprendizagem. Segundo Rink (1985) uma das estratégias para ter a atenção dos alunos é a forma clara como o docente transmite a informação. Confesso que, inicialmente, senti dificuldades em transmitir a informação de forma clara, atendendo que me encontrava no início do processo de ensino, estando bastante nervosa, insegura e com receio de cometer algum erro. Porém, com o decorrer do EP, a comunicação/exposição tornou-se mais clara e fluída, focando-me apenas nos critérios de êxito das situações de aprendizagem.

Tendo em conta que os alunos apresentavam alguns comportamentos disruptivos no momento da instrução, umas das estratégias utilizadas, foi assegurar o silêncio de todo o grupo e somente depois realizar a transmissão das instruções. Esta estratégia era aplicada em cada um dos grupos.

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Outra preocupação era que os discentes ouvissem claramente as instruções. Assim, tinha em atenção a minha posição garantindo que estes se encontravam próximos de mim, no meu campo de visão e em condições para que a mensagem chegasse em perfeitas condições. De modo a perceber se os alunos estavam a compreender o que estava a ser dito utilizei o questionamento e, com base na resposta do aluno , percebia se tinha ou não de repetir ou mesmo clarificar a instrução.

De acordo com Rosado e Mesquita (2011, p. 71) “retemos melhor o que vemos do que o ouvimos” assim sendo, ao longo do EP procurei acompanhar os momentos de instrução com a demonstração. A demonstração, é uma das estratégias que o professor pode utilizar para afirmar a sua competência e autoridade (Bento, 2003). Tendo em conta este pensamento, tive a necessidade e a preocupação de treinar previamente as habilidades motoras de modo constituir um modelo de aprendizagem. No entanto, também é importante que sejam os alunos a demonstrar, porque permite que o professor se foque nos aspetos mais importante do exercício (Mesquita & Rosado, 2009). Desta forma, também utilizei alunos para demonstrarem as situações de aprendizagem. O facto de os alunos terem preenchido um questionário de apresentação, permitiu-me saber que alunos poderiam exemplificar. Assim, nas diferentes modalidades, recorria aos atletas federados para demonstrarem as habilidades motoras. Por outro lado, também recorri a alguns alunos que apresentavam comportamentos disruptivos com o objetivo de motivá-los para a prática dos exercícios e faze-los perceber que possuem capacidades, contribuindo para a melhoria da sua autoestima.

Antes de iniciar a demonstração tinha atenção à posição em que se encontravam os alunos, estando estes, normalmente numa posição lateral de modo a visualizarem adequadamente a situação de aprendizagem.

“(…) relativamente aos passos introduzidos nesta aula, os alunos tiveram dificuldades. Porém, após demonstrar várias vezes, todos os alunos conseguiram aprender e executar sem dificuldade.

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Para Mesquita (1997) os feedbacks pedagógicos (FB) promovem um ensino eficaz. De acordo com Pestana (2006), o FB é a informação utilizada pelo professor que ajuda o aluno a melhorar o seu desempenho na tarefa.

No meu ponto de vista o FB é uma ferramenta importante que o docente deve utilizar porque permite orientar o aluno na realização da tarefa através da correção ou da motivação. Sendo uma ferramenta importante é necessário que o professor não o encare como um momento único, mas sim pontual. Para além disso, o docente após emitir o FB inicial deve esperar para observar novamente a exercitação do aluno e dar outro feedback consoante o seu desempenho (Rosado & Mesquita, 2009).

Uma das dificuldades sentidas durante o EP está relacionada com o elevado número de alunos por turma e a sua irrequietude . Esta situação dificultou um acompanhamento mais individualizado, recaindo a minha opção por feedbacks coletivos em detrimento dos feedbacks individuais.

Senti dificuldade em iniciar o ciclo de FB na modalidade de basquetebol, pois esta era uma modalidade que não tinha tanta convivência. Desta forma, tive necessidade de melhorar os meus conhecimentos sobre a modalidade, visualizar jogos de basquetebol e trocar informações com o NE. Estas estratégias não só aumentaram o meu conhecimento em relação à modalidade como me ajudaram a desenvolver a capacidade de observação, permitindo-me detetar os erros e as dificuldades que cada um dos alunos ia apresentando.

Ao longo da prática pedagógica procurei não só dar FB corretivos mas também, FB positivos de modo a aumentar a motivação e o prazer em realizar a situação de aprendizagem.

Com base na minha experiência, concluo que o FB é uma ferramenta fundamental no processo de ensino e aprendizagem, permitindo orientar e melhorar o desempenho dos alunos na realização das tarefas, potenciando resultados positivos nas aprendizagens.

“(..) decidi por começar a parte fundamental através de uma revisão/exercitação dos conteúdos anteriormente lecionados. Ao longo da exercitação fui dando feedbacks sobre a execução das habilidades motoras.

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“(…) relativamente à parte fundamental, para que os alunos percebessem como montar a figura, eu escolhi determinados elementos da turma para exemplificar, esta exemplificação foi sempre acompanhada de feedbacks corretivos.”

(Reflexão da aula nº 15, dia 18/10/16, turma do 11º ano)