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Particularidades fonéticas da prefixação Algumas observações de natureza prática sobre

realidade lin-

6. Particularidades fonéticas da prefixação Algumas observações de natureza prática sobre

prefixos:

1. A. Existem na língua algumas palavras começadas por a, uma espécie de prefixo a que se chama a prostétíco. A partícula foi principalmente usada na língua antiga: alagoa, arroído,

alimpar, arrecear, alevantar, etc. De um modo geral, a língua moderna repudiou, como

arcaizante, o a prostético, aliás em voga no linguajar plebeu de Portugal, Galiza e Brasil. Contudo, escritores actuais empregam-no, por vezes num tom vagamente humorístico, como neste passo de Teixeira-Gomes: «Pus-me a caminho, e logo o espírito se alimpou dos requentados azedumes».

2. ANTE, AN TI. Os dois prefixos têm significação diferente e origem diversa: ante vem do latim e designa anterioridade, precedência: anti vem do grego e exprime negação, antagonismo:

antemuro, antepassado; antipático, anti-revolucionário. Quem não tem presente o valor destas

duas partículas, é levado em algums casos a confumdi-las. Assim, há quem escreva erroneamente, seguindo por vezes um uso antigo: anticipar, antidatar, antidiluviano, etc. Corrija-se para

antecipar, antedatar, antediluviano.

3. com. Antes de vogal e de /, m, n, e r, perde o elemento nasal (m): coevo, colaborar, comigo,

conexão, correspondência. Ainda hoje há quem na leitura e até na escrita procure reconstituir a

forma antiga: comigo, conrespondência. É o instinto etimológico em acção. Trabalho inútil: perdeu-se

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ia a consciência do prefixo, e as palavras são tidas como simples, de uma só umidade.

Hoie, a forma com só se usa antes de b ou p: combatente, compaixão. Há para isso uma razão fonética: os fonemas b e b labiais, procuram ter ao pé de si um fonema da mesma natureza; por isso se conserva o m também labial. Já quando com tem a seguir outro fonema, adopta a forma con:

confiança conterrâneo, convivência.

4. DÊS, DIS. Deu-se uma confusão entre os dois prefixos, cuja origem e evolução, aliás, ainda não estão suficientemente esclarecidas. No tempo dos Clássicos e ainda não há muito, escrevia-se indiferentemente disvelo ou desvelo, dispender ou despender, disculpar ou desculpar,

dissemelhante ou dessemelhante, dispertar ou despertar, etc,

O dicionarista Morais condenava as grafias disparar, disfavor, disvelo, dissaborido, dispertador, etc., que denumciavam, dizia ele, «uma afectação mulheril, por tentar amolecer a pronúncia do es em is». Hoje o prefixo ais está em recuo, vencido pelo seu concorrente. Deve porém dizer-se que nos primeiros livros de Oliveira Martins se nota predilecção acentuada por ele, como se vê pelas

formas desacompanhado, disenvolvimento, etc. Esse morfema, além do seu significado de «dispersar», «separar», é usado com preferência na linguagem técnica, com sentido piorativo:

dispepsia = má digestão, dispneia = respiração difícil, etc. Tem, nestes casos, origem grega.

5. IN, EN (EM). Também com estes dois prefixos se dão certas confusões; mas, evitadas já pela escrita, afectam sobretudo a língua falada. O prefixo in, que, para efeitos fonéticos, segue as normas do prefixo com, tinha no latim as significações que conserva em português - ideia negativa: inútil,

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com este segumdo sentido, a linguagem corrente e popular converteu normalmente o in no prefixo

en, em. Assim: embarcar, encovar, enterrar. De modo que o prefixo in é hoje empregado

normalmente para formar antónimos e, com a segumda significação, palavras mais ou menos literárias: incorporar, imbricar, invólucro, incinerar, ingurgitar, intumescer. Não é pois de estranhar que, a pai destes termos, escrevamos ou possamos escrever as formas menos cultas: encorpar ar,

embricar, envólucro, encinerar, engorgitar, entumescer.

6. PRÉ e PER. Houve também confusão entre estes dois prefixos, porque tanto pré como per podiam ter em latim significado superlativo. Assim, os Clássicos escreviam pertender, per ciar o. Ainda hoje é frequente esta confusão, como se pode ver nas duas formas, pergumtar e pregumtar, ambas toleradas não há muito tempo na ortografia oficial.

7. PRÉ e RE. Antes da reforma ortográfica de 1911, escreviam-se assim estes compostos: presentir,

resaltar, resentir, etc. Contudo, pronumciavam-se com ss: é que se decompumha mentalmente o

prefixo e a palavra simples, de muito conhecida que era. Já em preságio, a pronúncia oscila entre z e ss, porque, sendo o elemento ságio geralmente desconhecido, há tendência para ver na palavra uma só umidade de pensamento.

No geral, o prefixo ré só aparece em palavras do fumdo antigo da língua. Escritores como Eça tentaram com ele novas criações, mas foram mal sucedidos: repenetrar, remergulhar, reenfiar, r

eper correr, etc., são neologismos queirozianos, formados para evitar a perífrase «de novo», «outra

vez», mas que a língua afinal veio a repudiar.

7. Os sufixos. - O estudo dos sufixos é mais importante ainda, em Estilística, que o dos prefixos. Estes acres-

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centam quase sempre à palavra simples uma ideia puramente intelectual: de lugar (antecâmara), de tempo (previsão), de companhia (concorrer), de negação (desfeito, impuro), de repetição

(relembrar), etc. Pode, num ou noutro, haver um matiz ligeiramente afectivo, pois que os conceitos

de negação, intensidade, etc., se acompanham não raro de movimentos da sensibilidade; mas, por via de regra, são instrumentos intelectuais e não propriamente afectivos.

É nos sufixos que a descarga das paixões se dá com maior energia. Os sentimentos que vulgarmente agitam a nossa alma e que se resumem, afinal, no amor e na aversão que manifestamos de ordinário pelas coisas e pelas pessoas, reflectem-se perfeitamente em algums dos sufixos. É a esses que dedicaremos maior atenção. Suponhamos esta palavra

- livro. Vejamos como algums sufixos a podem modificar sentimentalmente: 1. Lê este livrinho: contém preciosas lições.

3. O pai repreendeu o filho por ler aquele livreco. 4. Na mesa, estava um livrório que ninguém lia. 5. Havia por toda a sala livralhada sem fim. 6. O seu saber para nada servia, era todo livresco.

É curioso que, de todos os derivados de livro, mencionados pelos dicionários usuais, só dois não têm significado afectivo. São eles: livrete = livro pequeno, caderneta, e livreiro

- o que trata com livros. Todos os outros têm, mais ou menos, valor sentimental. Daqui se vê a

grande importância dos sufixos na nossa língua. Fomos sempre, em todos os tempos, homens sentimentais e escarnecedores. Os sufixos retraíam essa feição dupla e contraditória do nosso temperamento: delicadeza lírica e observação galhofeira e motejadora.

No primeiro exemplo, o sufixo -inho deu à palavra não tanto um significado de pequenez, como mais ainda de

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ternura. Livrinho pode não ser um livro pequeno, pode ser um livro com as dimensões vulgares; mas é certamente coisa querida e apreciada. É verdade que o sufixo -inho serve para formar diminutivos; mas a noção de pequenez anda ligada geralmente em nosso espírito à de ternura, simpatia, graciosidade. É com esse sentido que empregamos ordinariamente o morfema. Paizinho,

mãezinha, não querem dizer «pai pequeno», «mãe pequena», mas pai e mãe muito queridos. Jaime

Cortesão captou perfeitamente este alcance poético do sufixo, como representante das misteriosas delicadezas do nosso sentimento:

«Língua lírica, franciscana, repassada de ternura e de piedade, nenhuma outra é mais rica de diminutivos carinhosos. Duma criança diz-se quase sempre criancinha; duma mulher idosa, uma velhinha; e aos pobres dá-se-lhes logo esmola chamando-lhes pobrezinhos. Já na «Crónica dos frades menores», do século xiv, se chama assim aos pobres. Língua crepuscular, de confidência, apta em sumo grau às meias tintas, criou essa palavra, cheia de fragilidade e mimo, para a mulher adolescente - menina; do crepúsculo matinal dirá a manhãzinha; e quando a tarde cai ou a noite se ensombra, a

tardinha ou a noitinha». (O humanismo umiversalista dos portugueses, pág. 75).

Como somos, porém, gente apaixonada, e facilmente vamos de um extremo ao outro, não é de surpreender que o mesmo sufixo evoque em nós sentimentos depreciativos. A pequenez física pode traduzir insuficiência moral. Por isso o povo diz: «Homem pequenino, ou velhaco ou bailarino». Veja-se a seguinte frase: «O homenzinho não está bom de cabeça». O sufixo -inho (aquele z é uma espécie de consoante de ligação, um infixo) dá um tom pejorativo à representação, alude

depreciativamente à pequenez moral. Enfim, essa partícula, nos seus diferentes empregos afectivos, é uma das mais características da língua portuguesa e que melhor exprime a susceptibilidade algo feminina do nosso temperamento.

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No segumdo exemplo, limito significa «livro pequeno», sem mais complicações sentimentais, como

pedrita e jardinziío significam «pedra e jardim pequenos». Mas reparamos bem que o sufixo acusa

certa tendência para nos introduzir em sentimentos de brandura ou depreciação. Em todo o caso, não tem o valor afectivo do seu parceiro -inho. Note-se que, para fugir ao matiz sentimental deste sufixo (-inho), actualmente usam-se outros processos de diminutivação, recorrendo até ao

estrangeirismo: mini-jornal, mini-saia, kitchenete (= pequena cozinha). Deste último há uma variante metafórica muito graciosa, cozinha de boneca, que só tem o inconveniente da sua longuidão.

O sufixo -eco do terceiro exemplo não ilude ninguém; livreco é um mau livro, pelo qual se nutre desprezo ou antipatia. O mesmo sentido pejorativo experimentamos em jornaleco, padreco (ou

padreca), malandreco, revisteca, etc.

Em livrório já temos um sentido aumentativo. Como tudo quanto é grande tende para o disforme, não é de estranhar que ande ligada aos sufixos aumentativos uma certa representação de fealdade, de grotesco. Livrório significará um «livro grande, mas de pouco valor». Para exprimir a ideia de grandeza pura, não temos sufixo, neste caso. Não podemos criar livrão; se formarmos o derivado

livralhaz, lá metemos, por via dos morfemas -alho e -az, um sentimento pejorativo. Positivamente,

os livros grandes não nos merecem grande respeito; efectivamente, a nossa literatura abumda em calhamaços que não são das suas coisas mais interessantes.

No quinto exemplo, livralhada suscita em nós uma ideia colectiva, sugerida pelo sufixo -ada, e outra, depreciativa, representada pelo morfema -alho. Logo, em princípio, o vocábulo livralhada contém três umidades semânticas: conceito de livro -f- de mau livro -f- de muitos livros.

Praticamente sucede que o segumdo conceito, inserido entre os dois, está mais apagado. Valem sobretudo o primeiro e o terceiro.

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Enfim, no sexto e último exemplo, introduzimos também um sentido desvalorativo, por meio do sufixo -esco. Evidentemente, «saber livresco» é sabedoria de pouco valor, extraída apenas dos livros e não da experiência da vida. Em palavras como grotesco, soldadesca, fradesco, pedantesco, etc., também se surpreende o mesmo intuito depreciativo. Já em principesco, cavalheiresco, dantesco, etc., se não dá o mesmo. Esta irregularidade de emprego provém talvez de que o morfema não é de origem nacional: veio-nos do italiano através do francês.

Isto é uma leve amostra da extraordinária riqueza da nossa língua em sufixos expressivos. Há outros que dão à palavra cambiantes afectivos: -acho, -aço, -az, -ejo, -elho, -engo, -iço, -oco, -orro, -oia,

-ote, -uco, -udo. São, para aqueles que conhecem os recursos da língua, um filão expressivo de

primeira ordem.

8. O diminutivo na literatura. - De quanto fica exposto, vê-se o largo predomínio do sufixo diminutivo afectivo na nossa língua. Seria interessante acompanhar o emprego desse morfema expressivo através da literatura. Damos aqui apenas algums exemplos.

Nos fins do século xv, princípios do século xvi, já Garcia de Resende empregava o sufixo -inho em tom de mofa, aludindo às escandalosas novidades do seu tempo em matéria de vestuário:

Agora vemos capinhas, muito curtos pelotinhos, pois que tudo são cousinhas.

Não é a pequenez dimensional que exprime propriamente o sufixo; é o desdém do autor por essa moda estrangeirada, tão contrária aos velhos costumes portugueses.

No século xvn foi falado o caso de certo frade que i

! í

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pregou por diminutivos num mosteiro de freiras. Quis lisonjear o sentimento das damas, e nada mais natural, na verdade, do que falar-lhes numa linguagem afectiva, lardeada de diminutivos de ternura, próprios das mulheres.

No século xvni, Bocage ataca um poeta menor, Belohior Curvo Semedo, conhecido poeticamente por Belmiro, usando à larga o diminutivo da chacota e pequenez artística:

Jumto ao Tejo, entre os tenros Amorinhos, as belmíricas musas pequeninas para agradar a estúpidas meninas haviam fabricado ums bonequinhos.

com eles os travessos rapazinhos, que são mui folgazões e mui traquinas,

armaram mil subtis alicantinas ’ ’ e os lançaram depois nums bispotinhos. Eis tágide louçã, de ebúrneo colo, a quem não vencerá, por mais que lute, o nosso Belmirinho, anão de Apoio,

Surge d’água e lhe diz: - Filhinho, escute, olhe com que notícia hoje o consolo: é poeta do rei de Lilipute! Passando para o século xix, vemos Garrett descrever assim as moças pretensiosas: «Há umas certas boquinhas, gravezinhas e esprimidinhas pela doutorice, que são a mais aborrecidinha coisa e a mais pequinha que Deus permite fazer às suas criaturas fêmeas» (Viagens na minha terra, ed. 1963, pág. 86). E António Nobre compor o seu curioso soneto diminutivo, dirigido a um seu condiscípulo, por alcumha o Misco:

Fazes-me pena, ao ver-te. Andas rotinho, como que envolto em transparente véu: pouco me falta para te ver nuzinho, pouco te falta para andar ao léu!

Tens a batina, pálido Misquinho, cor da esperança... e tem a cor do breu... No entanto assim foi Cristo, em rapazinho, e hoje é o duque de Morny no céu!

Por isso, ó flor ideal dos rapazitos, pacienciazinha, cose os farrapitos dessa batina. Toma a agulha e as linhas.

Dar-te-ia, crê, meu lindo pequerrucho, uma das penas orientais - um luxo! se eu fosse Deus, o pai das andorinhas.

Aqui a terna amizade anda associada a um sorriso de doce ironia, que os diminutivos exprimem admiravelmente. É bem um produto do temperamento de António Nobre.

Em Eça de Queiroz também encontramos o diminutivo utilizado em vários tons de significado. No trecho a seguir exprime a velhacaria, uma falsa, umtuosa doçura do negociante que quer impingir o seu produto. Trata-se do velho Abraão, judeu com loja de antiguidades, que pretende vender a Carlos da Maia um retrato de espanhola, a que ele chamou uma «maravilhazinha». Carlos ofereceu dez tostões. O judeu,

«num riso mudo que lhe abria entre a barba grisalha uma grande boca dum só dente, saboreou muito a «chalaça dos seus ricos senhores». Dez tostõezinhos! Se o quadrinho tivesse por baixo o nomezinho de Fortumy, valia dez continhos de réis. Mas não tinha esse uomezinho bemdito... Ainda assim valia dez notazinhas de vinte mil réis...

- Dez cordas para te enforcar, hebreu sem alma! - exclamou Carlos.

E saíram, deixando o velho intrujão à porta, curvado em dois, com as mãos sobre o coração, desejando mil felicidades aos seus generosos fidalgos...». - Os Maias, ed. de 1945, i, 199.

O beato Libaninho, do Crime do Padre Amaro, fala por diminutivos, que dão aos seus dizeres um tom de efeminada

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hipocrisia: - Ai, sossega, leãozinho! Não te percas, filhinho!

Por isso se diz, num romance de Érico Veríssimo: «Há coisinhas, palavrinhas, sorrisinhos, que ferem, que irritam, que fazem mal». (Clarissa, 3.a ed., pág. 48).

No estranho e belo soneto de Camilo Pessanha, Singra o navio, também os diminutivos formam a atmosfera da poesia e lhe dão um tom de ironia profumda e macabra:

Seixinhos da mais alva porcelana, conchinhas tenuemente cor-de-rosa, na fria transparência luminosa repousam, fumdos, sob a água plana.

Róseas conchinhas que a maré partira... dentinhos que o vaivém desengastara... conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos...

O sorriso doloroso e cruel do poeta perante a ruína fatal de quanto é belo no mumdo traduz-se maravilhosamente no uso daqueles diminutivos de ternura desdenhosa.

Enfim, no século xx, encontramos o sufixo arvorado em adjectivo, com o significado de

«afectuoso», como se vê deste passo de Alves Redol, não se sabendo propriamente se é criação sua, ou se é transplante do falar ribatejano do autor: «Os tempos, porém, iam duros. Onde andava agora a doçura tradicional da nossa gente, tão brandinha, tão -inhazinha?» (Barranco de cegos, 3.a ed., pág. 407).

Mas as manifestações de ternura caracterizam-se por sua intensidade e natural exagero. Era pois inevitável que também se apegasse ao sufixo um efeito superlativante. Os advérbios foram largamente afectados, na linguagem popular, por tal superlativação. Assim, o povo diz: «Ela mora

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linho de minha casa». Como quem dissesse: muito perto de minha casa. E o mesmo processo se

estendeu a outros advérbios, como agorinha, jàzinho, etc. Os escritores souberam aproveitar esses modos de dizer, como se vê neste passo de Machado de Assis: «Um deles, passando rentezinho com o Pestana, começou a assobiar a mesma polca». (Várias Histórias, ed. de 1955, pág. 69). E um escritor galego, Xavier Alcalá, numa crónica de jornal (El Ideal Gallego, 25/7/78), não duvidou colar o sufixo ao gerúndio para traduzir a marcha do tempo, que deslisa suave e incessantemente: «A vila vai morrendo, morrendinho».

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