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Economist a f ormando pela Universidade do Espírit o Sant o, é o governador reeleit o do est ado do Espírit o Sant o. Foi pref eit o da cidade de Vit ória ent re 1993 e 1996 e começou sua carreira polít ica em 1983 como deput ado est adual, cargo exercido por dois mandat os consecut ivos, onde f oi president e da Comissão de Finanças e Orçament o da Assembleia Legislat iva. Elegeu-se deput ado f ederal em 1991 e f oi membro da Comissão de Orçament o do Congresso Nacional. Em 1997 f oi nomeado pelo ent ão president e Fernando Henrique Cardoso para o cargo de Diret or de Desenvolviment o Regional e Social do Banco Nacional de Desenvolviment o Econômico e Social (BNDES) e, em 1998, f oi senador.

RESUMO

O at ual governador do Espírit o Sant o, Paulo César Har- t ung Gomes, explica como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) f oi f undament al para colocar as fi nanças ca- pixabas em ordem. O governo conseguiu, graças a uma peça orçament ária realist a, bat er recordes de invest i- ment os de recursos próprios, mesmo em ano de crise mundial. No ent ant o, segundo Hart ung, é preciso t omar cuidado para não perder o f oco na responsabilidade mes-

mo quando exist e a fl exibilidade para realizar uma po-

lít ica ant icíclica. Mant er os pés no chão é um exercício que deve ser prat icado em t empos de crise ou não.

ABSTRACT

The current governor of Espírit o Sant o, Paul o César Hart ung Gomes, expl ains how t he Fiscal Responsibil it y Law (LRF) was crucial f or organizing t he fi nances in his st at e. The government has succeeded, t hrough a real - ist ic budget al l ocat ion, t o set record invest ment s of it s own resources, even in years of worl d crisis. However, according t o Hart ung, one must be caref ul not t o l ose f ocus on t he responsibil it y even when t here is t he fl ex- ibil it y t o run count ercycl ical pol it ics. Keep f eet on t he ground is an exercise t hat must be pract iced in t imes of crisis or not .

CONFERENCIAS

CONFERÊNCIA

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é uma das heran- ças da const rução dos últ imos anos, marcados pela racio- nalidade e pelo bom senso. No moment o da t ramit ação do proj et o, eu est ava no Senado e t ive a oport unidade de ser um f ormador de opinião f avorável à aprovação. Na época, exist iam dois obst áculos. O primeiro era uma cer- t a percepção de que a lei t ravaria ainda mais a máquina pública e difi cult aria a ação governament al. Out ro dizia respeit o ao viés ideológico de que uma lei de responsa- bilidade fi scal se f azia necessária. E o t empo most rou que a melhor organização social, indiscut ivelment e, pos- sibilit ou ao país enf rent ar de uma f orma robust a os seus enormes desafi os sociais.

No Espírit o Sant o, a LRF nos aj udou e muit o. To- mei posse em 2003, com um est ado muit o desorganizado e inadimplent e. Havia uma dívida de aproximadament e R$ 1, 2 bilhão com f uncionários públicos, f ornecedores e prest adores de serviços. Era um quadro delicadíssimo e a primeira providência que t omei, ant es mesmo da posse, f oi pedir à Assembleia Legislat iva que não vot asse o orça-

ment o, porque ele nada t inha a ver com a realidade fi s-

cal do est ado. A Assembleia, os Poderes e as inst it uições permit iram que mandássemos um subst it ut ivo.

Nós pact uamos isso e t ivemos que reduzir a peça orçament ária em mais de 15%. Naquele moment o, co- meçamos um exercício de orçament o realist a. E a evolu- ção é not ável. Quero aqui, rapidament e, dar os números consolidados do est ado na realidade de 2011. A despesa de pessoal, hoj e, est á em 45, 16%; a dívida consolidada lí- quida percent ual sobre a receit a corrent e líquida, 8, 28%; e as operações de crédit o percent ual sobre a receit a corrent e líquida, 2, 45%. É uma mudança ext raordinária, porque, quando t omei posse, o est ado não t inha capaci- dade de invest ir em seus recursos. Mas agora, percent u- alment e, deve ser um dos est ados que mais invest e na sua arrecadação. No ano passado, invest imos com nos- sos próprios recursos mais de R$ 1 bilhão, o que é um valor muit o expressivo para um est ado pequeno como o Espírit o Sant o.

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Ainda t ivemos uma segunda experiência, quando acendemos o sinal amarelo, no pri- meiro sinal de crise, em 2007. Em set embro de 2008, com a eclosão da bolha do mer- cado imobiliário americano, est ávamos com a peça orçament ária pront a e com base em uma realidade econômica de bom cresciment o. Nesse moment o, recolhemo-nos, sent amos com os Poderes Execut ivo, Judiciário e Legislat ivo, com o Minist ério Público e o Tribunal de Cont as e conseguimos repact uar.

Para a nossa alegria, podemos dizer que a receit a arrecadada bat eu quase em cima da que f oi orçada. E, se olharmos os índices f ederais do Brasil, esse deve ser um dos poucos pont os f ora da cont a, o que nos permit iu ser próat ivos em 2009. O aj ust e

orçament ário permit iu que fi zéssemos, mesmo em ano de crise e de diminuição de

receit a, o maior invest iment o de recursos próprios da hist ória do governo capixaba. Por últ imo, quero expor uma preocupação. Nós precisamos, especialment e em t empos de crise, t er fl exibilidade para f azer moviment os ant icíclicos, mas sem perder a visão de responsabilidade. Muit o do que nós est amos podendo f azer agora é f rut o de um conj unt o de medidas est rut urais que t omamos ao longo da hist ória recent e do nosso

país. É f undament al mant er os pés fi ncados no chão mesmo no pós-crise.

Decidi fi car at é o últ imo dia do governo e não disput ar essa eleição.

Quero ent regá-lo absolut ament e organizado administ rat iva e fi nanceirament e.

Cost umo brincar que casei com uma viúva. Não reclamei e est ou cuidando bem dos

fi lhos, porque queria ser governador do Espírit o Sant o e j á sabia, quando me candida-

t ei, que encont raria uma sit uação muit o dif ícil e complicada. Quem encara um desafi o

como esse não t em direit o de reclamar. Mas meu sucessor vai casar com uma moça e ganhar um dot e no dia do casament o.

Senat or by t he St at e of Ceará f or t he period f rom 2003 t o 2011. In t he Senat e, he is a f ul l member of t he Commit t ee of Economic Af f airs, Const it ut ion, Just ice and Cit izenship and Regional Devel opment and Tourism. He is al so a Rapport eur f or t he Temporary Commission responsibl e f or anal yzing t he Senat e’s Administ rat ive Ref orm and of t he Proj ect f or t he new Int ernal Rul es of t he Senat e. He was Ceará’s Governor f or t hree t imes, most recent l y bet ween 1999 and 2002.