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EXPERIÊNCIA DE AULA UTILIZANDO A METODOLOGIA DE APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (PBL) E O

5. PERCEPÇÕES DOS ALUNOS E AVALIAÇÕES

Um ponto importante na análise da dinâmica pelos alunos foi a percepção em relação à importância da comunicação entre os participantes para conseguir atingir os objetivos da atividade. A professora, durante a realização da atividade, anotou algumas falas interessantes proferidas pelos participantes, como: “vocês vão falando e eu vou fazendo”, “quem tem que ensinar quem está vendado é quem não está vendado”, “vira o triangulinho”, “gira 180 graus”, “pode ir descendo a figura”,

“mais para a direita”. Pode-se perceber as dificuldades inerentes na comunicação com as pessoas e como é necessário situar-se no contexto da atividade e na posição do aluno para que a troca de informações seja efetiva e para que o objetivo seja alcançado.

Foi solicitado ao grupo que, ao final da atividade, e dentro do tempo estipulado de trinta minutos, fizesse uma avaliação do problema utilizado, autoavaliação da participação, e também a avaliação da participação dos colegas.

Na avaliação do problema, as professoras não deixaram explícito qual era o problema a ser trabalhado, limitando-se a definir o objetivo a ser alcançado pela atividade. Essa atitude foi tomada de forma proposital, para que pudesse ser avaliada a percepção dos participantes. No entendimento das professoras, o problema era conseguir trabalhar habilidades como planejamento e organização, trabalho em equipe e comunicação. Os participantes do grupo laranja entenderam que o problema era o desenvolvimento de habilidades e competências, mais especificamente no trabalho do professor com alunos com necessidades especiais. Somente três alunos do grupo azul preencheram a definição do problema, como sendo: “resolver o tangram”, “montar figuras de tangram com os olhos vendados” e “auxiliar um deficiente visual a montar um quebra-cabeça”. Os dois alunos do grupo rosa que definiram o problema utilizaram a definição: “formar figuras usando o tangram com os olhos vendados”. Com esses exemplos percebe-se que um mesmo problema pode ser percebido de formas diversas pelas pessoas, de acordo com o seu histórico de vida, contexto social, conhecimentos e experiências prévias.

Na autovaliação, foi solicitado que os participantes avaliassem a si mesmos e os outros membros da equipe, considerando a sua participação e contribuição para a realização da atividade. Ver apêndice 2. A escala de avaliação utilizada foi: (E) Excelente, (B) Bom, (R) Regular e (I) Insuficiente. No grupo laranja, todos os participantes se autoavaliaram e avaliaram os colegas do grupo como tendo participação excelente. No grupo azul um aluno fez somente a autoavaliação, sem avaliar os colegas do grupo e outro aluno não fez a autoavaliação e avaliou somente os colegas do grupo. Ainda no grupo azul, três alunos se autoavaliaram como participação excelente, dois como boa participação e um como regular. Interessante notar que um aluno que se autoavaliou como regular teve todas as avaliações

excelentes por parte de seus colegas de grupo. No grupo rosa, um aluno fez somente a autoavaliação, sem avaliar os colegas do grupo e quatro alunos se autoavaliaram como participação excelente e dois como boa participação. Percebe- se que, mesmo todos os grupos tendo cumprido o objetivo da atividade no tempo máximo estipulado, mesmo assim algumas pessoas se autoavaliaram, ou a seus colegas, como tendo uma participação que poderia ter sido melhor.

Após a realização da dinâmica, as professoras contextualizaram o tema PBL e fizeram uma apresentação dos principais tópicos, de forma com que os alunos pudessem associar a prática realizada com a teoria. Foram apresentadas as principais características, definições para a escolha de um problema, a origem do PBL, os papéis dos alunos e dos docentes, as vantagens e desvantagens, formas de avaliação e, por fim, exemplos de aplicação do PBL utilizando também um vídeo. Durante e após a aula expositiva, os alunos puderam contribuir com suas percepções em relação à realização da atividade. Os depoimentos foram gravados em vídeo pelas professoras.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência de utilização da metodologia PBL em sala de aula foi muito gratificante. Foi possível verificar os inúmeros benefícios em proporcionar aos alunos uma aula prática, dinâmica, motivadora, em que as alternativas de solução para o problema somente poderiam ser encontradas com colaboração entre os colegas, comunicação efetiva e troca de conhecimentos. Pode-se observar que os alunos estavam comprometidos com a busca de alternativas e entrega de resultados, e que todos os grupos conseguiram encontrar formas inovadoras de resolver a atividade no tempo determinado.

Considera-se que a experiência foi enriquecedora, e a avaliação feita pelos alunos comprova que foram trabalhados os aspectos de desenvolvimento de habilidades e competências.

7. REFERÊNCIAS

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