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O perfil dos alunos participantes envolvidos mais diretamente na pesquisa

I. Fundamentação Teórica

4. Foco nas estratégias de aprendizagem

2.3 O contexto da pesquisa

2.3.3 O perfil dos alunos participantes envolvidos mais diretamente na pesquisa

Como já citado, o desenho metodológico da pesquisa dividiu a coleta de dados em duas fases: Exploratória e de Implementação.

Com base nos objetivos que se pretenderam atingir em cada uma delas, os alunos apresentaram-se configurados:

1o. semestre – Fase Exploratória

− a classe como um todo, assistindo a aulas expositivas ministradas por mim, PP, − em grupos de seis, de quatro, de três alunos, trabalhando por meio de tarefas;

2o. semestre – Fase de Implementação

− pares de alunos, trabalhando mediante o uso de tarefas (Fase de Implementação).

Nesse sentido, por ocasião dessa segunda fase da pesquisa, em que o foco voltava- se para a interação dos aprendizes configurados em pares, foi preciso selecionar alguns deles que se envolveriam de maneira mais direta na pesquisa, participando de gravações audiovisuais, durante a interação em pares, confeccionando diários semanais, respondendo a questionários e a entrevistas com regularidade, a fim de permitir um acompanhamento mais detalhado durante essa fase da investigação.

Primeiramente, aventei com meus coordenadores a possibilidade de que a participação dos alunos, nesse trabalho de coleta de dados, pudesse ser considerada pela instituição como um Estágio de Nível Básico, já que projetos de estudo para estágios e de iniciação à pesquisa envolvendo professores e alunos são incentivados pela mesma.

Assim, diante de tal consentimento, devido a pesquisas desse teor serem bem- vindas nesse centro universitário, ao final do 1o. semestre, no dia 18/06/01, fiz um convite verbal e aberto a todos os alunos.

Expliquei-lhes, prontamente, em que consistia a pesquisa, seus interesses e objetivos, sua natureza e metodologia e que os alunos que desejassem se envolver como participantes diretos estariam envolvidos, automaticamente, em um Estágio de Nível Básico.

Dessa feita, 21 alunos interessaram-se, de momento. Ao dar prosseguimento aos deveres desses aprendizes enquanto ‘estagiários’, como disponibilidade para elaborar diários semanais, após cada aula ministrada, de responder a questionários e a entrevistas e de serem focalizados pelos aparelhos audiovisuais em suas interações com seus pares, 5 desistiram, justificando falta de tempo, temeridade por não conseguir cumprir rigorosamente a confecção do diário e timidez. A partir daí, 16 alunos voluntariaram-se a participar mais ativamente na pesquisa.

No entanto, vale destacar que outros alunos não-participantes também responderam a questionários, auxiliando, assim, para que os dados coletados não permanecessem fixos apenas na visão desses 16.

O quadro a seguir apresenta um panorama representativo desses alunos que aparecem com nomes fictícios, a partir de um questionário aplicado no intuito de conhecê- los melhor. Observe-se na página seguinte:

Os alunos participantes diretos da pesquisa

Aline: tem 21 anos, é solteira e vendedora. Já estudou três anos de espanhol num CEL deste

município. Optou pelo curso por adorar idiomas e por acreditar que o fato de sabê-los ‘abre muitas portas’ no atual mercado de trabalho.

Beatriz: tem 20 anos, é solteira e atendente hospitalar. Já havia estudado a língua durante

quatro meses, em um curso de viagens promovido pelo hospital onde trabalha e ministrado por alunos estagiários de uma universidade pública do município. Escolheu o curso por gostar de idiomas e simpatizar com a idéia de trabalhar como tradutora e intérprete.

Clara: tem 19 anos, é solteira e estudante. Nunca havia estudado Língua Espanhola antes da

Universidade e declara ter optado pelo curso de Tradutor/Intérprete porque gosta muito de aprender idiomas diferentes, analisar a cultura de outros países e ler.

Dora: tem 26 anos, é casada e secretária. Também nunca havia estudado a língua antes da

Universidade e escolheu o curso por sua fascinação em aprender línguas estrangeiras.

Fernanda: tem 19 anos, é solteira e secretária. Já estudou língua durante três anos num CEL

de sua cidade e optou pelo curso devido a que desde pequena interessa-se por línguas estrangeiras.

Gisela: tem 20 anos, é solteira e funcionária pública. Também nunca havia estudado a língua

antes e confessa ter escolhido o curso, principalmente, por não haver vaga na Licenciatura, mas decidiu-se por ter facilidade com línguas. Está aguardando uma oportunidade de transferência.

João Carlos: tem 20 anos, é solteiro e auxiliar de escritório. Nunca estudou espanhol antes e

optou pelo curso porque gosta muito de estudar idiomas e por quer fazer um curso de comissário de bordo futuramente; acredita, portanto, ser esse o curso superior ideal.

Júlia: tem 19 anos, é solteira e professora de balé. Nunca havia estudado a língua antes e optou

pelo curso por identificar-se muito com o estudo de idiomas (estuda inglês há 18 meses), pelo mercado de trabalho em que está inserida ‘exigir’ sabê-los fluentemente e por ser um curso cuja mensalidade que está dentro de sua receita.

Kátia: tem 20 anos, é solteira e comerciária. Já estudou três anos de Língua Espanhola num

CEL e escolheu o curso porque gosta muito de línguas estrangeiras e quer aprimorar seu conhecimento em Língua Portuguesa. Já estudou, além do espanhol, francês e italiano e, atualmente, faz um curso livre de inglês para acompanhar a faculdade.

Laís: tem 25 anos, é solteira e graduada em Medicina Veterinária. Atualmente, sua ocupação

principal é ser universitária do curso de Tradutor/Intérprete. Há dois anos cursa Inglês e Espanhol num curso livre e declara ter escolhido o curso porque não se vê fazendo outra coisa senão estudar idiomas e por pretender montar uma escola de línguas no futuro.

Lia: tem 18 anos, é solteira e professora estagiária de ensino fundamental. Estudou Espanhol

num curso livre durante um ano e meio antes de ingressar na Universidade. Diz ter optado pelo curso devido a querer especializar-se em Inglês e Espanhol, pois tem a intenção de viver um tempo no exterior e atuar no ramo de Tradução e Interpretação.

Luisa: tem 28 anos, é solteira e estudante. Menciona nunca ter estudado a língua antes de

ingressar na Universidade e ter optado pelo curso devido a identificar-se muito com línguas e ter vontade de falá-las fluentemente.

Marina: tem 27 anos, é casada, tem dois filhos e é bancária. Nunca havia estudado a língua

antes e escolheu o curso porque gosta de aprender línguas estrangeiras e pretende melhorar seus conhecimentos de Língua Portuguesa.

Mirtes: tem 25 anos, é casada, operadora de caixa e tem uma filha. Já estudou espanhol e

francês num CEL de sua cidade. Atualmente, cursa o último estágio de italiano nesse mesmo centro e diz estar feliz por estar cursando o curso ‘de seus sonhos’.

Thaís: tem 22 anos, é solteira e artesã. Nunca estudou espanhol (estuda, atualmente, inglês em

um curso livre), mas diz gostar muito de estudar línguas. Escolheu a profissão porque quer atuar como tradutora e intérprete dentro e fora do país.

Tito: tem 21 anos, é solteiro e estudante. Também nunca havia tido estudado a língua antes e

optou pelo curso porque gosta de línguas e pelas boas oportunidades da profissão no mercado de trabalho.

Figura 10: Alunos participantes iniciais envolvidos mais diretamente na pesquisa

No entanto, desses 16 alunos que integraram, inicialmente, a Fase de Implementação da pesquisa, e o conseqüente projeto de estágio em que foram envolvidos, apenas 10 persistiram até o final, na confecção de seus diários semanais e nas respostas aos questionários aplicados (Clara, Dora, Fernanda, Gisela, Kátia, Laís, Lia, Luisa, Marina, Tito).

Os demais (Aline, Beatriz, João Carlos, Júlia, Mirtes e Thaís) desistiram de sua produção, no decorrer da Fase de Implementação. Quando questionados de o porquê não estavam entregando seus diários em dia, justificavam-se sempre pelo mesmo motivo: falta de tempo para a sua confecção após cada aula ministrada. 2 deles dissertaram em seus diários de uma a duas aulas, 2 pediram para desistir e 4 nem sequer os entregaram. Também não responderam aos dois questionários aplicados.

Uma vez visto o contexto em que a pesquisa aconteceu, passa-se, a seguir, à discriminação de cada um dos instrumentos de coleta de dados utilizados.