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Figura 6 Fluxograma da COAPIL Fonte: Dados da pesquisa

5.2 Cadeia Principal do Setor Leiteiro de Goiás

5.2.1 Insumos para Agropecuária, Indústria Laticinista e Outros.

5.2.2.1 Características do Setor Produtivo Lácteo Goiano

5.2.2.1.2 Perfil Sócio-Demográfico-Econômico do Produtor e Sua Família

Em Goiás, o perfil sócio-demográfico-econômico do produtor e sua família está envolto em grandes desigualdades sociais. O produtor de leite de Goiás vive, em maioria no meio rural, dedicam, cerca de 76% do tempo à atividade leiteira, a mão- de-obra familiar é mais utilizada no desenvolvimento da atividade do que a contratada; Uma parcela significante destes produtores (73%) manifesta-se

insatisfeitos com a atividade, em relação aos resultados econômicos que auferem na atividade leiteira, proporção inversa com o volume de produção; os produtores de menor volume, devido a preços diferenciados que são pagos pelo volume de leite comercializado.

Segundo Bressan et al. (1999) em pesquisa realizada e publicada “A Produção de leite em Goiás” faz uma análise do perfil sócio-demográfico do produtor e sua família, entre os pontos salientados, destacam-se:

- Predomínio do padrão de residência no meio rural, entre os produtores de leite; - Predomínio da presença de produtores casados, com um núcleo familiar

constituído, em média por dois a três filhos, além do cônjuge;

- Presença de mulheres à frente dos negócios é pequena, restrita a viúvas e desquitadas;

- Idade média do produtor ao redor de 48 anos, das esposas é cerca de 44 anos e dos filhos é 19 anos;

- Instrução: observou-se elevado percentual de produtores analfabetos ou apenas alfabetizados, entretanto a maior parte tem o primeiro ou segundo graus. A proporção dos que têm curso superior é de cinco em cada grupo de 100. As esposas têm, de modo geral, mais instrução formal que seus maridos. Entretanto, a pesquisa aponta uma ascensão dos filhos em relação aos seus pais;

a) Características da participação do produtor e sua família no processo de trabalho

A atividade leiteira é recente em Goiás, tendo em vista a experiência média dos produtores com esse ramo de negócio, que em média, é próxima de 17 anos, variando de acordo com a tradição na produção de leite, sendo uma boa parte deles (50%) encontram-se na faixa de dez anos ou menos de tempo dedicado à atividade (Bressan et al.1999).

Os produtores dedicam, em sua maioria, uma parcela significativa de seu tempo à atividade leiteira, sendo as propriedades administradas, geralmente, pelos proprietários ou por eles e membros de sua família, seja em nível gerencial, como no exercício de outras funções. Dentre as outras atividades que também contribuem como fontes de renda no agronegócio, encontram-se: o plantio de culturas anuais e permanentes, a exploração de pecuária de corte, e outras atividades fora da agropecuária (comércio ou o exercício de alguma profissão).

A mulher é peça importante no processo produtivo, com pelo menos um terço delas trabalhando em ocupações de rotina na atividade leiteira. A participação dos filhos no processo de trabalho é reduzida, sendo maior quando mais baixo for o nível de produção (Bressan et al. 1999).

b) Características da Mão-de-obra familiar e contratada.

Em média, a mão-de-obra familiar é mais utilizada no desenvolvimento da atividade do que a contratada (permanente ou temporária). Entretanto, a utilização desta, cai na medida em que se passa do nível mais baixo de produção, para o médio e alto. As esposas têm papel importante nas situações em que as famílias residem nas fazendas. A mão-de-obra permanente e temporária é mais utilizada nos níveis médio e alto de produção de leite. Mesmo os poucos produtores que registram seus empregados, raramente, recolhem os encargos sociais devidos (Bressan et al., 1999).

A produtividade do trabalho é baixa, sendo em média, de 62,4 litros/estabelecimento/dias/homem (l/e/d/h). Nas áreas de maior tradição leiteira, a produtividade por homem ocupado é maior, devido, provavelmente, ao tipo de rebanho em cada uma dessas áreas e à maior especialização da própria mão-de- obra empregada. Considerando-se apenas a mão-de-obra familiar, têm-se em média 146,8 l/e/d por homem ocupado na atividade. A variação entre regiões, no estado, é acentuada porque entre os produtores de menor volume de produção é maior a tendência de emprego desse tipo de mão-de-obra. São empregados, em média, 763,8 homens/estabelecimento/ano (h/e/a), na atividade leiteira em Goiás, apresentando uma grande variação nas regiões do Estado, variando de 3,0 e 2,0 equivalentes dias-homem (d-h). A mão-de-obra familiar responde, de fato, por cerca de 62% da força de trabalho efetivamente utilizada, sendo 38% são contratadas, seja sob a forma temporária ou permanente (Bressan et al.1999).

Desta forma, quando menor o volume de leite produzido por estabelecimento, maior a utilização de mão-de-obra familiar. Portanto, o efetivo aumenta de tamanho, com o volume da produção está relacionado com o tipo de pecuária extensiva, ainda praticada em todo o Estado. A mão-de-obra utilizada divide-se em contratada (temporária e permanente) e familiar. A mão-de-obra contratada predomina, em geral, nos estabelecimentos de maior tamanho no Estado e os que mais associam pecuária de leite com pecuária de corte.

Segundo Bressan et.al. (1999), a tendência, ainda que não linear, de quanto maior a produção de leite mais constante é o emprego da mão-de-obra temporária, diminuindo a relação entre a empregada na época da seca (em geral, em maior proporção) e a utilizada na época das águas.

A remuneração paga, em média, da diária paga a empregados temporários, foi na época da pesquisa, R$ 7,60. A variação entre regiões é pequena. Na média, os valores mais altos foram pagos a empregados temporários foram de R$ 8,50 e os mais baixos a R$ 6,70. O salário médio dos empregados permanentes variava entre 2,1 equivalentes salários mínimos para administradores e a 0,9 equivalente para ajudantes de ordenhadores. Poucos são os proprietários que fazem registro na carteira de trabalho de seus empregados permanentes e menor ainda o índice dos que, mesmo o fazendo, recolhem os encargos sociais devidos (Bressan et al.1999).

De modo geral, os empregados permanentes têm pelo menos instrução de primeiro grau, embora uma boa parte seja analfabeta. Esses dados indicam um alto potencial para melhor capacitação e treinamento dessa mão-de-obra, desde que utilizem recursos instrucionais que permitam fácil compreensão das técnicas e processos a serem aprendidos, principalmente no caso dos retireiros e seus ajudantes, e dos motoristas e tratoristas. (Bressan et al.1999).