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Figura 6 Fluxograma da COAPIL Fonte: Dados da pesquisa

5.2 Cadeia Principal do Setor Leiteiro de Goiás

5.2.1 Insumos para Agropecuária, Indústria Laticinista e Outros.

5.2.2.2. Sistema de Produção

Devido a fatores climáticos, predominantemente das regiões de cerrado, fazem com que, a organização da produção, tenha determinadas características, devido ao perfil econômico e social do produtor e ao estilo de gerenciamento no sistema de reprodução, alimentação, manejo e ambientação dos animais.

Estas variáveis que se adaptam às condições de calor, umidade e moléstias, vão desde o tipo de gado, ao tipo de pastagens e forrageiras utilizadas, bem como certas vantagens próprias da região.

5.2.2.2.1 Perfil da Produção Leiteira

Na maioria, nem todos se dedicam exclusivamente à atividade leiteira. Há produtores de leite cuja renda é complementada por atividades agrícolas (culturas perenes e temporárias, principalmente) e outros que se voltam, a atividade de gado de corte.

Os produtores de leite em Goiás contam com a presença de forte infra- estrutura institucional e de mercado (organizações corporativas, cooperativas, e indústrias de lácteos); terras de relevo adequado à exploração da pecuária de leite em bases modernas; têm à sua disposição suplementos concentrados; custos mais baixos; propriedades que podem associar atividades econômicas, especialmente,

produção de leite e pecuária de corte; e serviços de assistência técnica e extensão rural (pública e privada).

Não se pode falar em “pequeno produtor” de leite em Goiás, associando ao tamanho das terras utilizadas no processo produtivo. As propriedades que exploram a atividade leiteira são relativamente grandes, quando comparadas com os de outros estados brasileiros. Havendo, portanto, propriedades com baixo volume de produção que ocupam grandes extensões de terra, sendo esses produtores, por excelência, os “extrativistas”. Tais fatos estão relacionados com o custo de oportunidade da terra, e explica a hegemonia da prática de uma pecuária extensiva baseada na alimentação a pasto, que na época da seca, é complementada por volumosos e concentrados.

A baixa adoção de tecnologias, explica a pecuária leiteira, ainda tradicional, sendo que o tipo de leite produzido em Goiás, é do tipo “C”, na classificação atualmente existente. Tal característica é indicação, portanto, de baixa densidade tecnológica na produção de leite no Estado, uma vez que a produção do leite dos tipos A e B requerem tecnologias mais sofisticadas.

Conforme os dados da pesquisa colhidos por Bressan et al. (1999), predomínio absoluto da produção de leite tipo C (cerca de 99,4%), no Estado. O leite tipo B representava 0,6% e o do tipo A não tem expressão.

A produção média por estabelecimento por dia, no Estado como um todo, é de 126,9 litros, variando entre 143,2 litros nas águas e 110,7 litros na época seca do ano. Em relação ao total de leite produzido, esta variação corresponde a 41,6% (Tabela 34)

Tabela 34 - Produção Média de Leite, por Regiões, na Atividade Leiteira - Goiás - 1998 (em litros/dia)

Especificações Centro Leste Noroeste Norte Sul Média Ponderada

Águas 143,0 132,8 149,2 117,7 146,2 143,2 Seca 111,2 99,8 96,3 78,5 115,6 110,7

Média 127,1 116,3 122,7 98,1 130,4 126,9

A sazonalidade é a variação da produção devido às estações. Quanto menor for a variação, maior o percentual de leite produzido na época seca do ano, em relação ao volume médio anual, e menor, portanto, a sazonalidade na produção. Uma forma de se verificar essa sazonalidade é por meio do índice da produção na seca em relação ao do período das águas.

Em Goiás, a sazonalidade é maior nas áreas com menor tradição na pecuária de leite, que chega a alcançar, índices entre a 6l% a 64% em determinadas regiões. A produção média em lactação é baixa, assim como é reduzido o período de lactação: 5,1 litros/vaca em lactação/dia, para uma lactação de 248 dias. Da produção média diária, por estabelecimento, de 142,4 litros, eram comercializados 122,7 litros diretamente com as indústrias e cooperativas de laticínios (Bressan et al.1999).

5.2.2.2.2 Fatores de Produção

Os fatores de produção são os recursos disponíveis de um estabelecimento para a produção de um determinado bem ou serviço. Por serem amplos, Bressan et al. (1999) fazem uma abordagem das mais tradicionais na economia agrícola: terra, benfeitorias e máquinas, motores e equipamentos.

a) Terra - Quanto à natureza da posse da terra, percebe-se na Tabela 35, que

os produtores de leite de Goiás são em sua maioria proprietários (86,1%) das terras que exploram a utilização do arrendamento, aumenta quando a ele se agrega à freqüência de produtores que arrendam terras, além de explorarem as suas próprias, que somadas chegam a constituir 10,4% dos produtores de leite no Estado. Apenas 2,0% dos produtores utilizam o sistema de parceira.

A terra representa, em média, em torno de 60% do capital imobilizado pelos produtores na atividade leiteira. No Estado como um todo, 91,7% dos produtores utilizam terras próprias e arrendadas, na produção de leite.

Esses dados sugerem que a rentabilidade do negócio leiteiro deve ser alta o suficiente para permitir sistemas como o de arrendamento e de parceira.

Tabela 35 Tipo da Posse da Terra na Atividade Leiteira - Goiás, 1998

Posse da terra Média Ponderada

Proprietário 86,1 Arrendatário 5,6 Proprietário/Arrendatário 4,8 Parceria 2,0 Posseiro 0,3 Outros (*1) 2,2

Fonte: Dados extraídos da Pesquisa Bressan et.al.(1999)

(*1) Outros comodatários, sociedades limitadas e condomínios, sendo mais comum na Região Centro, Norte e Sul do Estado.

- A área média dos estabelecimentos é próxima de 124 ha. Há uma relação positiva entre o tamanho de área e volume de produção. Cerca de 70,9% dos estabelecimentos encontram-se na faixa de até 100 ha e destes, 45,2%, têm menos de 50 ha.

- Em todo o Estado, em média, 91,2 ha são destinados à pecuária, dos quais 69 ha estão ocupados com a produção de leite. No entanto, há grandes variações entre regiões. Em geral, os produtores que mais contingenciam suas áreas de pecuária para a produção de leite, estão localizados, especialmente, nas Regiões Centro, Leste e Sul. As exceções a esse padrão são os da Região Noroeste e Norte;

- No Estado, predominam as propriedades com relevo plano e ondulado, sem variações expressivas entre os estabelecimentos situados nas diferentes regiões e entre produção;

- O valor médio das terras ocupadas com as atividades leiteiras é de R$ 1.018,17/ha (Tabela 36). O valor médio mais elevado encontra-se nas Regiões Centro e Sul, onde se concentra a produção de leite do estado.

Tabela 36 - Valor da Terra na Atividade Leiteira. 1998 (R$/ha)

Região Média Ponderada

Centro 1.145,46 Leste 590,03 Noroeste 869,75 Norte 437,01 Sul 1.036,19 Média Ponderada 1.018,17

b) Benfeitorias - A importância da participação do capital imobilizado em

benfeitorias, determina o nível da competitividade da atividade leiteira de Goiás, sendo as principais:

Tabela 37 - Freqüência de Benfeitorias - Atividade Leiteira. 1998