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Organograma 01 − Estrutura hierárquica do mercado bancário

1.3 RESPONSABILIDADE E SUSTENTABILIDADE NO MERCADO BANCÁRIO

1.3.1 Práticas de responsabilidade socioambiental no mercado bancário brasileiro

Além dos resultados das conferências internacionais sobre o meio ambiente, a entrada de grandes fluxos financeiros internacionais no Brasil, desenhou um contexto de maior exigência nos procedimentos de liberação de financiamento dentro dos parâmetros do desenvolvimento sustentável. Isso fez com que a comunidade financeira brasileira celebrasse pactos de responsabilidade socioambiental e sustentabilidade em suas estratégias de negócios, além da Agenda 21 Brasileira, tendo como objetivos o alinhamento ao sistema financeiro internacional.

Surgiram parcerias entre o mercado financeiro internacional e nacional e a sociedade civil para monitorar operações do setor. Passaram a utilizar sistemas de análises ambientais em setores industriais críticos, critérios para liberação de créditos a projetos de altos riscos ambientais e sociais e, ainda indicadores socioambientais em rotinas e procedimentos de financiamentos.

Nos bancos, os indicadores socioambientais podem funcionar como mecanismos para harmonizar padrões e estabelecer normas e políticas de acordo com a legislação, com a governança corporativa, além de diminuir a vulnerabilidade desses bancos nos projetos que financiam. Fazem parte desses mecanismos, a expertise na contabilidade ambiental que mensura adequadamente provisões, contingências e passivos ambientais no balanço social; o monitoramento da implantação e operação dos empreendimentos explicitado em índices ou indicadores para acompanhamento das metas, o cumprimento das exigências legais e as análises dos riscos potenciais apresentados pelos empreendimentos.

Alguns bancos brasileiros, suas subsidiárias e fundações também passaram a apresentar, como exemplos de responsabilidade e sustentabilidade, ações relacionadas à educação ambiental, ao desenvolvimento de arranjos produtivos locais, à preservação e recuperação ambiental de logradouros, dentre alternativas como reformas e melhoria do patrimônio histórico-cultural, aumento da capacitação de pessoas e estímulo ao trabalho voluntário para serviços à comunidade. E, desde 2001, bancos brasileiros vêm lançando produtos ditos “socialmente responsáveis”, como é o caso dos fundos de investimentos, cujas taxas de administração têm sido destinadas a projetos sociais.

Além disso, a adoção de critérios de gerenciamento de risco por alguns bancos tem resultado em maior facilidade na concessão de crédito a organizações que sinalizam adequadas práticas de gestão ambiental, ao mesmo tempo em que negam financiamentos àquelas suspeitas de utilização de mão-de-obra escrava ou mão-de-obra infantil, entre outros crimes. Embora algumas dessas ações estejam amparadas legalmente, alguns bancos brasileiros as consideram como prática de responsabilidade socioambiental ou corporativa.

Pesquisa realizada, anualmente, desde 2004, pela empresa de consultoria Management & Excellence, juntamente com a revista de finanças corporativas LatinFinance1, avalia o melhor desempenho em sustentabilidade social e governança

corporativa das 50 maiores organizações latino-americanas e confirma que as organizações mais bem colocadas na classificação mostram-se comprometidas com a responsabilidade socioambiental. Em 2008, organizações brasileiras foram líderes nos quesitos sustentabilidade, ações de longo prazo, transparência, responsabilidade ambiental e ética na América Latina, sendo que na seção destinada aos bancos, dos 17 primeiros, os seguintes foram selecionados: Banco do Brasil, Bradesco, HSBC Brasil, Itaú, Nossa Caixa, Votorantin, Santander Brasil.

Outra pesquisa, realizada por Durbin et al. em 2005, com trinta e nove bancos em vários países, incluindo bancos brasileiros, mostrou que o setor bancário, em geral, já reconhecia a importância de ser percebido como social e ambientalmente responsável, como indutor de políticas sociais e ambientais corretas. Nessa mesma linha, outra pesquisa realizada pela Ethical Investment Research Service, em 2006, mostrou que riscos sociais e reputacionais podem levar a grandes prejuízos para o valor da marca, especialmente em bancos de varejo. (Eiris, 2006, p. 6–8).

Ventura (2005), ao pesquisar 30 bancos no Brasil concluiu que quase todos os respondentes declararam ter alguma ação como sendo de responsabilidade social e que os arranjos estruturais para a prática social nos bancos foram criados a partir do ano 2000. E, embora os bancos não tenham sido pioneiros nesse movimento, têm tido papel relevante no Sistema Financeiro Nacional, inclusive exportando conceitos ações e modelagem de estruturas para matrizes estrangeiras. Desde então, e de forma crescente, a adoção de

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Corporate Study: a sustentabilidade nas maiores empresas da América Latina. Inclui empresas do Brasil,

México, Argentina, Chile, Peru e Venezuela e foram avaliados 140 critérios nas três áreas (governança, sustentabilidade e responsabilidade social), cruzando indicadores financeiros, análise de riscos e processos, regras de governança e de gerenciamento, auditorias, ações na área social e ambiental entre outros pontos. Obs.: Contudo, fazem parte da lista das melhores empresas, algumas líderes em reclamações de consumidores (setor de telefonia), empresas multadas por agressão ao meio ambiente (prospecção de petróleo), empresas de bebidas alcoólicas e de tabaco (Nota da autora).

normas internacionais, de publicação de balanços sociais, de auditorias ambientais têm sido alguns dos instrumentos utilizados pela comunidade financeira para fortalecer a percepção dos consumidores e investidores comprometidos com responsabilidade socioambiental. 1.3.1.1 Balanço social de bancos no Brasil

Ventura (2005) mostra que o uso de balanços sociais, índices e indicadores de sustentabilidade, mesmo sendo um assunto novo nos bancos brasileiros, têm grande utilidade no processo decisório desses, pois os auxiliam em mudanças nos processos internos e elevam o comprometimento com a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental.

A contabilidade social derivou da ciência contábil e surgiu em países europeus no início da década de 1970, a partir da Conferência de Estocolmo. Nessa mesma época, a sociedade civil organizada pressionou para maior atuação das organizações em prol do interesse público, e aos poucos, a prática da responsabilidade social foi sendo disseminada. Alguns dos primeiros exemplos dessa prática foram o balanço social na França, em 1972 e o relatório corporativo no Reino Unido, em 1975.

O balanço social é o espaço de divulgação das ações de responsabilidade para com a sociedade e o meio ambiente e, normalmente, obedece a critérios de comunicação, que procuram revelar e reforçar vínculos não financeiros. Apresentado sob variados formatos, o balanço social relata aos acionistas e demais interessados, que incluem consumidores, empregados, sindicatos e organizações não governamentais, os investimentos realizados, projetos e ações sociais desenvolvidos pela empresa na área social durante o ano.

No Brasil, os primeiros interesses sobre balanço social começaram na década de 1980, mas somente no fim dos anos 1990, segundo a Federação Brasileira de Bancos – Febraban concretizaram-se num instrumento de disseminação e internacionalização do exercício de responsabilidade social em nível corporativo nos bancos, conforme Ventura (2005).

Ainda, segundo Ventura (2005), no Brasil, os modelos de balanços sociais, embora apresentem inovações, ainda prendem-se ao caráter mais quantitativo do que qualitativo e com parcas informações sobre as aplicações das verbas e dos resultados efetivamente alcançados pelas organizações participantes. Também, desde 1993, quando foi publicada pela Febraban, a primeira edição do balanço social dos bancos, vêm sendo divulgadas as iniciativas comunitárias dos bancos nas áreas da educação, saúde, geração de renda, assistência social, de preservação do meio ambiente, de estímulo aos esportes e à cultura.

A cada ano, o setor financeiro busca aperfeiçoamento e novas iniciativas, visando a sistematização, a organização e a formalização do papel das instituições financeiras em termos de responsabilidade socioambiental e de práticas de sustentabilidade, segundo a

Febraban.

Nesse contexto, incluem-se as iniciativas do Programa Ambiental das Nações Unidas, o gerenciamento sustentável dos ativos e a adoção de índices para monitorar o envolvimento do sistema financeiro com questões de sustentabilidade e compromisso com ecofinanças, cujos desdobramentos se basearam nas diretrizes da Carta de Princípios do Equador e dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela Agenda 21 Global. Contudo, segundo Roberto (2006), embora o setor bancário brasileiro figure nas publicações especializadas como um dos grandes investidores sociais, os dados dos relatórios e balanços sociais ainda não são transparentes e precisam ser aprimorados para que a sociedade saiba quais são as ações socioambientais e os critérios utilizados, pois como agentes intermediadores de crédito, os bancos têm importância significativa para e como se dá o desenvolvimento da economia. Além disso, os bancos podem ser responsabilizados pelos seus investimentos, no caso de prejuízos sociais e ambientais, de acordo com o princípio poluidor-pagador.

1.3.1.2 Índices de sustentabilidade empresarial e normas certificadoras de responsabilidade socioambiental em bancos

Além da publicação de balanço social para divulgar ações sociais e ambientais, a partir dos anos 1990, a indústria brasileira passou a dar maior importância à gestão ambiental e à responsabilidade socioambiental. Muitas organizações criaram unidades para esse fim e se submeteram a certificação do tipo ISO 14000.

A indústria bancária começou a articular-se e a adotar posicionamento similar, com utilização de índices para mensuração da sustentabilidade com ações e estratégias contabilizadas em seus balanços sociais.

Nessa época foi criado Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE, formado por um grupo de instituições brasileiras, incluindo a Bovespa, que o preside e é responsável pelo cálculo e pela gestão técnica do índice.

O ISE tem como objetivo espelhar o crescimento das organizações brasileiras em termos de responsabilidade social, além de promover e incentivar práticas de sustentabilidade ambiental no mercado brasileiro. Para o cálculo desse índice são considerados elementos ambientais, sociais e econômico-financeiros, além dos grupos de indicadores que abrangem critérios sobre o produto e sobre governança corporativa. Esse índice deve complementar as seguintes perspectivas:

• gerais e de natureza do produto, o qual verifica o posicionamento da empresa em termos de participação em acordos globais, de publicação de balanços sociais e de qualidade do produto;

serem sociedades anônimas obedecem à legislação específica. (Bovespa, 2005, p. 4).

Para composição do ISE e para que a empresa seja aceita no conceito, são analisados conjuntos de critérios de políticas, gestão, desempenho e cumprimento legal, nas dimensões ambiental, social e econômico-financeira,

No que se refere à dimensão ambiental, as instituições financeiras são avaliadas separadamente das demais organizações do mercado, mas no final, todas são avaliadas em termos de comprometimento com a sustentabilidade e responsabilidade socioambiental e tem sido bem classificadas. (Bovespa, 2005, loc. cit.). Os bancos do Brasil, Bradesco, Itaú fazem parte desse índice, desde 2005, quando o ISE foi criado.

Outros índices de sustentabilidade, como Dow Jones Sustainability Index e o Financial Times Sustainability – Ftse4, integram critérios econômicos, sociais e ambientais em suas análises de mercado e contemplam, além de organizações industriais, instituições financeiras em vários países.

O Dow Jones Sustainability Index World surgiu em 1999 e foi o primeiro índice de desempenho financeiro em nível global e ao qual algumas organizações brasileiras passaram a integrar, a partir de 2000. Esse índice é atribuído às organizações percebidas pelos julgadores como mais capacitadas, em termos econômicos, responsabilidade socioambiental, transparência, governança corporativa, relações com investidores e qualidade de gestão. Os critérios avaliados para uma organização pertencer a este índice são:

• Atração e Retenção de Talentos; • Balanço Ambiental;

• Balanço Social;

• Cidadania Corporativa / Filantropía; • Desenvolvimento de Capital Intelectual; • Educação Corporativa;

• Engajamento junto às partes interessadas; • Governança Corporativa;

• Gerenciamento de Riscos e Crises; • Indicadores Laboriais;

• Padrões para Fornecedores; • Planejamento Estratégico; • Política de Gestão Ambiental; • Relacionamento com o Cliente; • Relações com Investidores;

• Sistemas de Mensuração / Balanced Scorecard; • Solidez Financeira.

As organizações, que integram o grupo do Dow Jones Sustainability Index World - DJSIW beneficiam-se de regalias, tais como, reconhecimento de liderança junto ao público- alvo nas perspectivas econômica, ambiental e social, e também dos grupos de interesse – clientes internos, externos e sociedade civil. Além disso, a divulgação de pertencimento ao Dow Jones Sustainability Index World resulta em impactos positivos na imagem da empresa e em ganhos financeiros, dada a preferência dos investidores por estas instituições. No Brasil, cerca de oito organizações foram selecionadas, sendo duas do ramo financeiro: a Itaú Holding Financeira e o banco Bradesco.

O Financial Times Sustainability – Ftse4 Good Index Series – Financial Times Index Serie foi construído a partir de critérios para mensuração de desempenho de organizações comprometidas com a responsabilidade socioambiental, e para facilitar o reconhecimento e investimento nessas. Este índice avalia aspectos sobre investimentos responsáveis, sobre identificação de organizações ambiental e socialmente responsáveis, sobre níveis de evolução da responsabilidade corporativa e de melhores práticas em termos de riscos e impactos ambientais para a composição de uma cesta de produtos e formatação de fundos de investimentos.

Os índices são revistos anualmente e de forma independente pela Ethical Investment Research Service – Eiris. Faz-se uma pesquisa em nível mundial que inclui acompanhamento regular das informações das organizações participantes, material publicitário e coleta de dados por meio de questionários.

Como um dos objetivos deste índice é verificar a transparência de informações, a ausência destas sinaliza a falta de responsabilidade corporativa. Os dados utilizados na pesquisa são disponibilizados às organizações e podem servir aos participantes como incentivo à maior responsabilidade socioambiental, a posicionamento e conseqüente capitalização de benefícios em termos de imagem reputacional, de melhores práticas de gestão ambiental, em eco-eficiência, além de minimização de riscos socioambientais em suas carteiras.

1.3.1.3 Normas certificadoras de responsabilidade socioambiental em bancos

Com o intuito de sistematizar procedimentos relativos à política ambiental das organizações, normas ambientais passaram a ser elaboradas a partir de meados de 1990 no mercado brasileiro. Essas normas tiveram como objetivo assegurar ao público interessado ou stakeholders, que a empresa certificada gerenciasse impactos de suas ações, tanto no campo econômico, quanto no campo social e ambiental. Entre as normas instituídas estão a norma internacional Social Accountability 8000 (SA 8000) e a

International Organization for Standardization 14000 (ISO14000).

A norma SA 8000 credencia organizações que promovem o bem estar dos trabalhadores e lhes oferece condições de trabalho digno, de acordo com padrões baseados em normas internacionais de direitos humanos e nas convenções da Organização Internacional do Trabalho – OIT. Desenvolvida pela organização americana não governamental Social Accountability International – SAI, dedica-se a certificar a existência de responsabilidade social nas organizações, verificando condições de implementação e manutenção das condições de trabalho.

Tanto para alcançar a certificação da SA 8000 quanto para fazer parte do grupo de organizações que integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE, ou até mesmo para serem contempladas com financiamentos bancários, segundo a Bovespa, as organizações devem atender alguns requisitos, tais como:

• não se envolver ou apoiar trabalho infantil e/ou à utilização de trabalho forçado;

• proporcionar segurança e ambiente saudável para o trabalho;

• respeitar os direitos dos trabalhadores no que se refere à negociação coletiva;

• não se envolver ou apoiar qualquer tipo de discriminação; • não praticar disciplina via punições corporais ou mentais;

• respeitar a jornada de trabalho (não superior a 44 horas semanais, com um dia de descanso);

• pagar salários que satisfaçam as necessidades do trabalhador e sua família; e

• manter política de responsabilidade social em seu sistema de gestão. A norma ISO 14000 tem como objetivo normatizar ações empresariais minimizadoras de danos ambientais causados pelas próprias organizações, segundo a International Organization for Standardization (1996, 2000). Baseia-se no ciclo “planejar-fazer-analisar- agir” e auxiliam as organizações a gerenciar riscos ambientais rotineiramente, ou seja, dentro de um ciclo normal de gestão ambiental. Tem como escopo a implementação, manutenção e melhoria de um sistema de gestão ambiental para assegurar conformidade de suas ações, inclusive, perante terceiros. Além disso, sua política ambiental é documentada e divulgada junto ao público interno e externo.

Pesquisa desenvolvida, em nível mundial, por Weiller et al. em 1997, com a participação de bancos brasileiros, teve como objetivo detectar se a ISO 14000 seria capaz de incrementar o uso da informação ambiental na indústria financeira, especialmente nas decisões de créditos e investimentos.

Os resultados da pesquisa revelaram que a ISO 14000 é de relevante importância para a indústria bancária, em termos de informações ambientais e debates sobre as práticas relacionadas, sendo que os bancos de investimentos mostravam maior atenção às questões ambientais que os demais. Contudo, os bancos em geral, não faziam monitoramento do desempenho de seus credores para acompanhamento de potencial aumento do nível de risco ambiental relacionado aos empréstimos concedidos.

Além disso, o uso da informação ambiental pelos bancos de investimentos revelou-se tipicamente informal e, não obstante o conhecimento dos benefícios de cada informação, muitos acreditam que os dados disponíveis não eram suficientes nem adequados para dar suporte às decisões de investimentos. Também não houve indicações de onde e como obter dados relevantes que pudessem auxiliá-los na mudança dessa realidade.

A norma 14001 foi revista e publicada no ano 2000, após especificar e estabelecer critérios harmônicos e globalizados para um sistema de gestão ambiental. A norma ISO 14001, ao levar em conta a lucratividade empresarial e a gestão dos impactos ambientais, considera tanto a perspectiva econômica quanto a ambiental, o que a faz reconhecida como meio de controle de custos, de redução de riscos e melhoria do desempenho empresarial. Aplica-se à empresa como um todo e em atividades potencialmente danosas ao meio ambiente e estabelece as seguintes guias para os sistemas de gestão ambiental (International Organization for Standardization, 2000):

• avaliação das conseqüências ambientais das atividades, produtos e serviços oferecidas pela empresa;

• atendimento à demanda da sociedade;

• definição de políticas e objetivos baseados em indicadores ambientais definidos pela empresa;

• implicação na redução dos custos, na prestação de serviços e em prevenção; e

• definição de políticas e objetivos com base em indicadores ambientais, os quais podem revelar necessidades de redução de emissões de poluentes, níveis de utilização racional de recursos naturais, dentre outros.

Em seqüência, outras normas que derivaram da ISO 14000 já são utilizadas para o aprimoramento de decisões relativas à gestão e auditoria ambiental, inclusive no mercado financeiro, são as seguintes:

• ISO 14004 – Sistema de gestão ambiental – diretrizes, princípios gerais e técnicas de apoio;

• ISO 14010 – Diretrizes para auditoria ambiental – princípios gerais da auditoria ambiental;

• ISO 14011 – Diretrizes para auditoria ambiental – procedimentos de sistemas de gestão ambiental; e

• ISO 14012 – Diretrizes para auditoria ambiental – critérios de qualificação para auditores ambientais.

Por meio de planos ou de sistemas de gestão ambiental, essas normas orientam a estruturação, a operacionalização, o armazenamento e outras atividades das organizações, de forma a prevenir contaminações e a mitigar impactos. Em complementação a estes procedimentos, representantes de organismos de normalização, de agências governamentais de energia e da indústria vêm procurando disseminar normas de gestão de energia e construir mecanismos para conservação da energia e melhoria da eficiência na indústria para a América Latina.

Também as instituições financeiras têm procurado se utilizar dessas diretrizes e indicadores para dar apoio a suas estratégias e procedimentos de financiamentos, resguardando a si próprias de possíveis riscos e passivos socioambientais. Simultaneamente, o Banco Central do Brasil utiliza-se de instrumentos de supervisão bancária para disciplinar a atuação das instituições financeiras e não financeiras que compõem o Sistema Financeiro Nacional.