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5. ORGANIZAÇÃO E MOVIMENTO DOS ENCONTROS REFLEXIVOS:

5.1 Primeiro Momento: conhecendo as professoras e suas práticas

Nesse item reunimos os cincos primeiros encontros realizados por acreditarmos que estes revelam o modo de ser e fazer das professoras no processo de inclusão escolar na Escola Florescer.

O primeiro encontro realizado dia 10/09/2014 teve como objetivo provocar o interesse, envolvimento e colaboração das professoras no desenvolvimento da pesquisa-ação. Nesse sentido, buscamos inicialmente contemplar a dimensão

pessoal das professoras que pode ser mobilizada quando se propõe uma dinâmica reflexiva.

A formação docente ao investir na dimensão subjetiva considera a vida dos professores, seu trabalho, suas dificuldades, anseios e angústias (LIMA, 2005). Nesse sentido, iniciamos com uma dinâmica denominada “entrevista cantada” (Apêndice G)34 para descontrair e fazer as professoras refletirem sobre seu ofício através de perguntas a respeito de fazeres e saberes docente que eram respondidos com músicas. As professoras participaram com entusiasmo e alegria. Cantaram e se identificaram com trechos das canções. Em seguida, discutiram se concordavam ou não com as respostas cantadas. Com essa dinâmica conseguimos, ainda, que as professoras refletissem a respeito da profissão de professor, os fazeres que são atribuídos a essa função, as escolhas, dificuldades, e práticas que permeiam o dia a dia.

As professoras expressaram suas opiniões concordando ou discordando das músicas cantadas fazendo relação com suas concepções. A questão que gerou mais discussão foi: “o que faz você continuar nessa profissão?” no qual a resposta era: “É o amor que mexe com minha cabeça e me deixa assim, que faz eu lembrar dos alunos e esquecer de mim”. As professoras relataram que a profissão docente requer muita dedicação e força de vontade para não desistir do ofício, por ser árdua com muitas responsabilidades e uma série de problemas, como falta de recursos, sobrecarga de trabalho, salários defasados, indisciplina dos alunos, famílias desestruturadas, entre outros fatores.

O exercício do magistério é visto pelas professoras como uma profissão extremamente importante para sociedade, mas que não é devidamente valorizada. Em suas falas prevaleceram depoimentos sobre as limitações e dificuldade da profissão. As professoras revelaram o reconhecimento de que acabam desenvolvendo outras funções, como: mãe, psicóloga, assistente social, médica, embora não reconheçam essas funções como sua. Isso implica na perspectiva de que, talvez, os estudantes da escola tenham demandas educacionais que não são apenas escolares.

34 A entrevista cantada foi uma dinâmica elaborada pela pesquisadora adaptada da dinâmica

cantada-Educar para transformar e crescer http://valdinere123.blogspot.com.br/2012/03/dinamica-01- dinamica-cantada.html.

As falas que se seguem, extraídas da discussão ilustram esse pensamento: [...] eu amo minha profissão’, mas tenho consciência de que ela é muito árdua. São muitos problemas. Essas crianças são carentes de tudo, principalmente de carinho. Nós, muitas vezes temos que ser mães dessas crianças dizer a eles que precisam tomar banho, escovar os dentes porque a família é totalmente ausente. (Violeta) [...] mãe, psicóloga e até médica muitas vezes acabamos sendo porque estamos com essas crianças 4 horas na escola e vemos o descaso da família e não podemos nos isentar de ajudar. Eu sei que não é nossa função, mas acabamos nos envolvendo mais do que deveríamos [...] É uma carga grande de trabalho que na maioria das vezes levamos para casa. (Lírio)

Nossa profissão é muito desvalorizada não temos reconhecimento nem dos pais[...] fazemos coisas que seria função da família[...] (Girassol).

As crianças trazem para escola os problemas de casa por isso se o professor não tiver amor, não consegue. (Jasmim)

O contexto social vigente impõe à prática educativa uma quantidade grande de demandas ao educador que é convidado a repensar a sua atuação em sala de aula de maneira a mobilizar diferentes saberes articuladamente para enfrentar os desafios da sua profissão e atender as exigências atuais (MIZUKAMI et al. 2006).

Essa discussão sobre a docência nos leva a pensar sobre a identidade do professor. Quem é esse sujeito que, apesar de tantas dificuldades desenvolve o ofício do magistério? Quais são suas motivações e expectativas? Que perfil tem? Algumas dessas questões foram evidenciadas nas falas das professoras, ao lembrarem os motivos que as fizeram escolher essa profissão. Violeta afirmou que o motivo da escolha profissional pelo magistério foi decorrente da limitação de cursos e afinidade com a área, bem como a vontade de ser professora pela paixão de ensinar, muito embora não desconsidere os problemas que a educação apresenta e que refletem na prática pedagógica, continua com entusiasmo pela profissão. Lírio destacou o exemplo de uma antiga professora como essencial no interesse e escolha pela profissão. Jasmim e Girassol falaram que a escolha foi ocasionada por influência da família, como podemos verificar nas falas abaixo:

Eu tive que fazer magistério porque na minha família todas as mulheres eram professoras e na época era uma profissão de prestígio social. No início, não me via como professora, até pensava em trabalhar na educação, mas não como professora, pensava em

trabalhar na secretaria, mas aí acabou que fiz o magistério e comecei a lecionar e estou até hoje [...] as dificuldades são grandes de quem esta em sala de aula, mas eu gosto do que escolhi sim pra minha vida (Girassol).

Eu sempre quis ser professora e na época era limitado os cursos oferecidos no 2º grau. Fiz magistério porque sempre achei que me identificava com a profissão, que tinha vocação e gostava de crianças. Quando passei no concurso me senti realizada até porque precisava trabalhar. Apesar dos problemas que dificultam nossa prática eu amo ser professora e sou apaixonada pela profissão. (Violeta).

Eu também tive influencia da família, minhas tias, minhas primas, todas faziam magistério e naquela época era uma profissão valorizada e não tinha os problemas que tem hoje (Jasmim).

[...]eu acredito que me tornei professora pelo destino mesmo , não foi reflexo da família nem vontade desde criança, mas foi porque achava que era uma boa profissão pelo reflexo de minha professora[...](Lírio) Esses discursos nos permitem generalizar que a identidade das professoras do magistério está circunscrita por papéis sociais e motivações decorrentes da influência da família, gênero, condições socioeconômicas e limitação de cursos. O discurso das professoras indica que a escolha pelo curso de pedagogia ocorreu por razões que não estão relacionadas à formação e à profissão de professor. As pesquisas sobre essa temática (FRANCO 2012, LIBÂNEO 2005) revelam que os estudantes têm pouco interesse em ser professor por ser uma profissão desvalorizada e com baixos salários.

A dinâmica descrita acima deu início ao processo de rememorar situações da vida pessoal e profissional que facilitou o desenvolvimento da segunda vivência denominada: “Vasculhando o fundo do baú”. Esta foi desenvolvida com base na proposta do Jogo de Areia (Sandplay) que é um procedimento metodológico utilizado como estratégia vivencial nos estudos da corporeidade em que os participantes constroem cenas com miniaturas em caixas de areia possibilitando expressar as subjetividades de forma reflexiva (CAVALCANTE, 2008). O jogo de areia é uma estratégia que tem como fundamento a reflexividade no qual prioriza os aspectos subjetivos dos participantes e contribui com os processos de autoformação. Já tínhamos utilizado esse recurso em outro momento de formação docente e acreditávamos que seria atraente e motivaria a participação das

professoras, bem como, poderia ser uma ferramenta a contribuir para a formação das professoras através de movimentos reflexivos.

Essa dinâmica objetivou oportunizar as professoras expressarem momentos marcantes de sua experiência como educadora. A técnica utilizada consistiu na construção de cenas com o uso de miniaturas para a representação de um “real simbólico”. Assim, as professoras foram convidadas a criar um cenário baseadas nos elementos reais de suas vidas, marcada por subjetividades e sentimentos. Essa dinâmica evidenciou aspectos e dimensões subjetivas, provocou a produção de sentidos e impulsionou um movimento reflexivo sobre o qual as professoras se defrontaram com suas próprias experiências, refletindo sobre elas.

Ao término da construção do cenário cada professora descreveu oralmente a sua representação socializando um pouco da vida pessoal e profissional com as colegas de profissão. Esse foi um momento de muita emoção marcado pela sensibilização de todas.

O cenário de Girassol nos chamou atenção por ela ter escolhido uma boneca grande para representar a professora e bonecas pequenas para representar os alunos. A curiosidade por entender este cenário era uma constante.

Fonte: Arquivo da pesquisadora

Ao explicar a montagem, a professora disse que se sentia muito feliz com seus alunos, sabia de sua responsabilidade para aprendizagem deles e que os educandos a enxergava como uma pessoa importante em suas vidas. Essa

conotação, de forma subliminar pode indicar a ideia que a professora tem a respeito do papel do professor e do aluno, tal qual, o professor como superior, detentor de conhecimento e os alunos inferiores, que “nada sabem”. Verifiquemos no trecho baixo a fala de Girassol

Eu não sabia inicialmente como representar uma parte de minha experiência e coisas que considero relevante na minha vida profissional, mas quando fui olhando para esses objetos fui fazendo uma relação com minha experiência de professora e foi surgindo uma representação que os alunos costumam fazer (pausa)... Eles me veem como grande como importante. Eles sempre me desenham nas cartinhas como uma fada com poderes. Eu acho interessante essa relação que eles fazem e gosto de como eles me veem porque eles percebem nossa importância (transcrição da gravação).

Percebemos nessa fala que a professora demonstra gostar dessa forma que é tratada pelos alunos, como cerne da sala de aula, o que reforça a inferência de que sua abordagem se aproxima de elementos da pedagogia tradicional.

Confirmamos essa ideia quando Girassol ao conversar com um aluno disse que ela era professora e, portanto, tinha muitos conhecimentos que eles por serem alunos ainda não tinham conquistado:

A aula acontece e as crianças estão em silêncio. Girassol faz no quadro a correção do ditado realizado quando percebe que dois alunos estão conversando. Ela afirma: vocês não vão ser ninguém desse jeito. Eu não estou aqui para ficar brigando com vocês não[...] eu já sei de tudo isso aqui, mas vocês não sabem de nada. A professora continua a atividade do quadro e por alguns minutos os alunos fazem silêncio e fazem a atividade, mas em seguida, voltam a conversar e não se concentram mais na atividade. (observação – 22/03/2014)

Ao longo da história da educação os professores tiveram práticas autoritárias para desenvolver o processo de ensino aprendizagem. Com as mudanças do modelo educacional de tradicional para construtivista, o professor deixou de ser o detentor do saber que por meio de sua prática autoritária ministrava as aulas e, passou a ser o mediador do conhecimento, aquele que utiliza do diálogo para resolver situações de conflito por meio de práticas significativas baseadas na troca de conhecimentos e saberes (MIZUKAMI, 1986).

Na prospecção de contribuir com a formação do sujeito pensante, autônomo e participativo através de práticas educativas democráticas voltadas para vivência da cidadania, acreditamos ser imperativo o professor compreender o seu papel na construção do saber crítico do aluno.

A educação dita tradicional, ou “bancária”, nas palavras de Paulo Freire (2002), não mais se sustenta diante da complexidade social na qual estamos inseridos. Nessa direção é necessário desconstruir a ideia do professor como transmissor de conteúdos que ocupa o lugar de centro do processo de ensino aprendizagem e os alunos de aprendizes reprodutores de uma educação bancária. Para tanto, o professor precisa conceber sua atividade pedagógica enquanto mediadora das aprendizagens para a formação integral dos discentes.

Considerar o educando como sujeito e protagonista exige mudanças nas formas de conduzir a prática educativa. Paulo Freire (2002, 1994) situa que uma educação problematizadora e crítica precisa ser fundamentada no diálogo, com objetivo de superar a relação opressor-oprimido. Para Paulo Freire (1994) o diálogo é formado por uma relação horizontal entre A e B, em que o debate e o respeito entre professor e aluno são imprescindíveis.

Na dialogicidade educativa há uma dinâmica de respeito entre os sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem ao reconhecer que alunos e professores aprendem no diálogo, pois ambos têm muitos conhecimentos das experiências que vivenciaram. Nesse sentido, Freire (1984, p.15) enfatiza que a relação professor aluno deve ser pautada na igualdade e que o professor não pode se “colocar na posição do ser superior que ensina um grupo de ignorantes, mas sim numa posição humilde daquele que comunica um saber relativo a outros que também comunica outros saberes relativos”.

A coordenadora Jasmim iniciou a explicação do seu cenário falando sobre a importância da escola na vida das crianças, que em muitos casos já vivenciado por ela, enquanto professora e coordenadora, a fez entender que “ser professor é mais que apenas um profissional que transmite conhecimento”. Paulo Freire (1996, p. 21) declara que “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Ele ainda pondera que o professor não deve se limitar ao ensinamento dos conteúdos, mas, sobretudo, ensinar a pensar, pois “pensar é não estarmos demasiado certos de nossas certezas”. (FREIRE, 1996, p. 28).

Jasmim relatou casos de vários alunos considerados “problemáticos” e que para ela eram apenas vítimas de uma sociedade de desigualdades e de problemas sociais. No seu discurso, a professora aponta questões sociais que permeiam a educação afirmando que não é garantido a todos os indivíduo a participação plena na sociedade, ou seja, ainda não é possibilitado a todos o exercício da cidadania.

Já tive muitos alunos carentes que precisavam trabalhar para ajudar a família. Lembro de um que trabalhava na feira. Uma criança que cedo foi obrigado a largar os estudos porque as condições da família eram péssimas. Não tinham o que comer. Ele deixava de ser criança, né? Criança precisa estudar e brincar. Eu fico pensando que cidadania é essa dessas crianças e desse país? Quantas crianças pelo Brasil que não têm seus direitos sociais garantidos que deveriam esta na escola, mas precisam trabalhar [...]

A ideia de cidadania da professora jasmim esta entrelaçada com a compreensão de garantia dos direitos fundamentais, como da educação para todos. Nesse sentido, jasmim deixa claro seu entendimento de que a ausência de cidadania se presentifica na negação de escolarização das crianças em situação de carência.

Jasmim continuou sua fala descrevendo uma aula passeio que realizou com os alunos quando um educando em particular, que causava transtorno e que os professores o excluíam pelo mau comportamento, passou a participar da aula e demonstrar interesse.

Fonte: Arquivo da pesquisadora, 2014.

No excerto a seguir, Jasmim explica sua produção:

[...]Eu sempre tive alunos problemáticos. Quando assumimos um concurso sempre nos enviam para as escolas de periferia e pra turma que ninguém quer, né? Comigo foi assim. Lembro de um aluno em particular que quando ele chegou na sala eu já imaginei que ia ser problema. Não houve empatia entre ele e eu, mas eu precisava conquistá-lo. Ele não aceitava combinados e não respeitava ninguém, mas era isso que ele vivenciava na casa dele como podia ser diferente?! Ele não fazia nenhuma atividade, mas acho que fui conquistando aos poucos. Fui trazendo materiais que ele se interessava, música, poesia, jogos e ele foi se envolvendo. Era um ensino diferenciado, apesar de não ter estudado nada sobre inclusão, mas a gente vai ganhando experiência. Após uma aula de campo quando fomos conversar sobre a aula e fazer o registro dessa atividade foi que ele passou a participar da aula e demonstrar interesse. Nesse dia ele me pediu desculpa e agradeceu por ajudá- lo. Eu consegui que ele avançasse em outros aspectos apesar de não ter desenvolvido a capacidade leitora (a professora se emocionou).

A relação professor-aluno é um aspecto essencial nas práticas pedagógicas e no processo de construção do conhecimento. Aparece na fala de jasmim a compreensão de que o papel do professor é essencial no planejamento das estratégias pedagógicas e na motivação dos alunos para a participação das atividades e construção do conhecimento.

No enxerto acima, identificamos ainda, que Jasmim procurou manter uma relação com o aluno baseada no respeito e no diálogo buscando compreender seu contexto social de vida. Segundo Freire (1994) para uma boa interação entre professor e aluno a afetividade deve nortear o diálogo desencadeando um clima de confiança essencial para construção do conhecimento.

A professora Violeta inicia falando um pouco de vários momentos de sua vida profissional e evidencia que a profissão já lhe proporcionou muitos momentos especiais de aprendizado com as crianças. Ela prossegue descrevendo seu cenário falando de um momento que considera mágico: a roda de música e conversa.

O cenário de Violeta também foi montado por bonecas para representar os alunos e a professora. Neste, percebemos que as bonecas são de tamanhos diferentes e estavam organizados em círculo.

Fonte: Arquivo da pesquisadora

No seguimento Violeta explica sua produção:

Apesar de não ter tantos anos assim de experiência, mas posso dizer que já aprendi muito na minha profissional, principalmente com as crianças que são nossos maiores mestres. Um momento que considero muito importante na prática do professor é quando podemos proporcionar as crianças momentos que eles possam falar, cantar, expor seus sentimentos e contar um pouco da vida deles. Eu vejo que a roda de conversa é um momento que eu posso olhar nos olhos dos meus alunos, conhecê-los um pouco cada dia. Na roda eles podem se ver todos como iguais, aprendem a ter respeito pelo colega e socializam suas experiências de vida que, às vezes são tão triste.

Violeta, ainda, descreve o momento da roda de conversa como essencial na prática docente, pois neste “espaço/tempo as crianças podem se ver como parte integrante de uma turma”, estabelecer diálogo, olhar para seus pares e aprender com eles, participar ativamente do trabalho pedagógico sendo sujeitos ativos de suas aprendizagens. Assim, refletiu sobre o seu compromisso social com a aprendizagem dos alunos no qual a relação professor-aluno acontece no diálogo e no respeito pelos saberes do educando, pois compreende que este traz consigo conhecimentos de mundo por serem seres histórico-sociais (FREIRE 1994, 1996).

Destacamos que a professora Lírio precisou se ausentar antes da realização desta dinâmica e, portanto, não vivenciou esta experiência.

No primeiro encontro, após esse momento de sensibilização, prosseguimos com a pauta apresentando os objetivos da pesquisa, os conceitos e o percurso

metodológico da pesquisa-ação. Discutimos os procedimentos de construção de dados e propomos momentos de formação nos quais pudéssemos refletir sobre a prática pedagógica, a partir das necessidades do grupo. Ressaltamos que a nossa proposta investigativa tinha como pressuposto oferecer às professoras participantes da pesquisa a possibilidade de uma prática reflexiva que poderia contribuir com a inclusão escolar dos alunos com deficiência.

Após a apresentação dos slides sobre os princípios teóricos metodológicos da pesquisa-ação discutimos as questões orientadoras da pesquisa, como dia e hora dos encontros. Em seguida, entregamos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE 35 e um questionário para conhecermos o perfil de cada professora. Na negociação dos encontros decidimos que seriam realizados quinzenalmente. Entretanto, a professora Violeta destacou que ficariam “muito distantes os dias para lembrar as questões que ocorreriam na sala de aula” e que precisariam ser discutidos no grupo. Já tínhamos a intenção de propor a construção do portfólio reflexivo como instrumento de formação docente, então, sugerimos que o portfólio fosse um espaço de reflexão das professoras na qual fosse registrado suas práticas, angústias, inquietações e dúvidas. Nenhuma das professoras se negou a fazer o registro reflexivo, então, combinamos que em nossos encontros faríamos leitura e discussão dos registros.

O 2º Encontro Reflexivo foi realizado no dia 23/09/2014 e teve como tema: Reflexões sobre a prática pedagógica. Nesse encontro, as participantes tiveram a oportunidade de discutir sobre prática reflexiva através do compartilhamento desse significado e da articulação teoria e prática.

Iniciamos com a dinâmica de socialização, que tinha como objetivo possibilitar uma troca de impressões entre as professoras a respeito da perspectiva da prática reflexiva. Para desencadear a discussão sobre este conceito propomos que cada professora retirasse do envelope uma tarjeta que tinha um recorte do texto

35TCLE é um documento que informa e esclarece o sujeito da pesquisa sobre os riscos da