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Século XV Século XII Século

2.3 Principais Obras do Período Arcaico:

De acordo com Coutinho (1976, p. 67), “[...] as principais obras do período arcaico cujos manuscritos existem, em sua maior parte, na Torre do Tombo ou na Biblioteca de Lisboa, com a menção do século em que se supõe terem sido escritas” – algumas delas já estão transcritas e publicadas enquanto outras permanecem inéditas – estão abaixo relacionadas:

I. SÉCULOS XII a XIV II. SÉCULO XIV a XV

III. SÉCULO XV a XVI

Cancioneiros Trovadores- cos (da Ajuda, da Vaticana, Colocci- Brancuti), Nobiliários, Orto do Esposo, Vergéu de Prazer e Consolação, Túngalo, Barlaam, Castelo Perigoso, Santos Mártires, S. Aleixo, S. Bento, S. Agostinho, S. Nicolau, Bíblia, Diálogos de S. Gregório, Vida de D. Telo, Flores de Dereito, Livro d´alveitaria, Livro de Esopo, Demanda do Santo Graal e Livro de Joseph ab Arimathia

Estória Geral, Corte Imperial, Estória de Vespasiano, Vita Christi, Crônica da Fundaçam do Mesteiro de Sam Vicente, Crônica da Ordem dos Frades Menores e Legenda Áurea

Ho Flos Sanctorum, Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, Livro de Montaria de D. João I, Leal Conselheiro de D.

Duarte, Virtuosa Benfeitoria do Infante D.

Pedro – obras de Fernão

Lopes, Gomes Eanes de Azurara e de Rui de Pina,

Crônica do Condestabre, Sacramental, Boosco deleitoso, Espelho de Cristina, - obras de Gil

Vicente, Sá de Miranda e Jorge Ferreira

Tabela 2.1 – Principais Obras do Período Arcaico da Língua Portuguesa (Fonte: COUTINHO: 1967, p. 67)

Somam-se às obras acima a messe de textos que se encontram em obras e publicações várias, a saber: Dissertações Cronológicas e Críticas de João Ribeiro; nos Documentos Inéditos de Oliveira Guimarães; nos Documentos Históricos da

Cidade d´Évora de G. Pereira; nos Portugaliae Monumenta Historica; no Arquivo Histórico Português de Braamcamp Freire; na Revista Lusitana e no Arqueólogo Português.

É importante ressaltar que para o conhecimento da língua portuguesa em sua fase arcaica são importantes tanto os textos em versos (lírica medieval) quanto os textos literários em prosa. Em relação aos textos em versos, cumpre-nos ressaltar:

A documentação lingüística fornecida pelo conjunto da lírica medieval galego-portuguesa é riquíssima: seus dados são essenciais para o conhecimento do léxico da época. O fato de serem poemas de estrutura formal em versos rimados os torna fundamentais, no que concerne a estudos de história da língua, para o conhecimento de fatos fonéticos desse período, como sejam, por exemplo, questões referentes aos encontros entre vogais (hiatos/ditongos), ao timbre vocálico (abertura/fechamento), vogais e ditongos nasais/orais. A morfologia tanto a nominal como a verbal também tem nessa documentação uma fonte fundamental. A questão da sintaxe aí representada deve ser considerada, tendo sempre presente que o caráter excepcional e variável é essencial na construção poética. (MATTOS E SILVA, 1991, p. 32).

Em relação aos textos literários em prosa, é importante destacar:

Para o conhecimento da língua na sua fase arcaica é fundamental a produção em prosa literária. A documentação poética e a não-literária se complementam para o conhecimento do léxico do português arcaico. A prosa literária documenta abundantemente a morfologia nominal e verbal, as estruturas morfossintáticas dos sintagmas nominal e verbal. Sobretudo é importante para o estudo das possibilidades sintáticas da língua, porque não sofre as limitações, já ressaltadas, da documentação poética e jurídica. Para os estudos fonéticos oferece restrições decorrentes de não s e poder sistematizar com o mesmo rigor, relativamente possível para a documentação seriada não-literária, as relações entre som e letra, e por não oferecer os recursos formais da poesia.

O fato de essa documentação não ser, em muitos casos, localizada, impede também que por ela se possa chegar a dados sobre a variação dialetal de então, quando é possível uma aproximação pela documentação jurídica.

Quanto à cronologia dos fenômenos lingüísticos, embora não seja possível uma seriação estreita, como o é, para a documentação não- literária, toda ela datada, é possível, contudo, a partir de um corpus criteriosamente selecionado – se não datado, pelo menos situável em um determinado momento desse período – estabelecer um estudo diacrônico no âmbito do período arcaico com base nesses textos em prosa literária. Sem dúvida, é nesse tipo de texto que se podem entrever, com mais amplitude, os recursos sintáticos e estilísticos disponíveis para o

funcionamento efetivo da língua nesse período, já por serem textos extensos, já pela variedade temática. (MATTOS E SILVA, 1991, p. 38 – 39)

Uma da mais completas relações das obras representativas do português arcaico, no entanto, foi elaborada por Ivo Castro em sua obra Curso de História da

Língua Portuguesa (1991). Para ele,

A produção regular de documentos em português só é conhecida a partir da segunda metade do século XIII: em 1255 começam a ser escritos em português alguns dos documentos saídos da chancelaria de D. Afonso III e em 1279 D. Dinis torna sistemático o uso do português como língua dos documentos oficiais. Pode assim usar-se o ano de 1255 como divisória. Antes desse ano, temos a chamada produção não-literária, cujo mais antigo documento conhecido é a escritura de fundação da igreja de Lordosa (ano de 882). É constituída por textos latinos em graus diversos de pureza, desde os muito fiéis aos modelos clássicos até outros que quase poderíamos classificar de românicos, ainda que revestidos de um leve véu alatinado. É evidentemente neste últimos que as possibilidades de encontramos formas e características do português antigo se multiplicam. (CASTRO, 1991, p. 182)

Castro (1991, pp. 183 - 192), apresenta-nos as seguintes obras pertencentes à fase arcaica da língua portuguesa: