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Problemáticas da Subcategoria 2.A (Dispositivos de informação)

6.3 INTER-RELAÇÃO ENTRE FATORES E PROBLEMÁTICAS

6.3.1 Categoria 1: Infraestrutura Física (47 fatores)

6.3.2.1 Problemáticas da Subcategoria 2.A (Dispositivos de informação)

Para que de fato os usuários possuam capacidade de planejar as viagens e possuírem controle durante todas as etapas dos deslocamentos, é necessário que seja oferecido a eles a facilidade de acesso, localização, alcance, distribuição e disponibilidade da informação. Para isso é preciso a ampla presença dos diversos tipos de dispositivos de informação, mas também a boa qualidade desses equipamentos e da sinalização, questão que muitas vezes é um problema para os usuários (AARHAUG; ELVEBAKK, 2015; HERSH, 2016; LEWIS et al., 2015; ØKSENHOLT; AARHAUG, 2018; WESTERHEIM; HAUGSET; NATVIG, 2007).

Alarmes no embarque Acessocomputad. e smartphones Consultarotas internet Aplicativoscom inf.tempo-real Dispon. Acessib. mapas Inf. emPainéis eletrônicos PosicionamentoPainéis eletrônicos Desincronização aplicativos, GPS

Disp. Usabilidade Quadro de horários Qualid. dispositivos de informação

Presença sistema de som Inf. noexterior do veículos Inf. dispositivos acessíveis Inf.condições de acessibilidade Inf.lotação dosveículos Inf. Confirmação linha embarcada Inf. próx. paradas ou próx. chegadas Inf. pts. de interesse próx. estações Inf. sobrelocais de assistência Inf. mudanças e alterações

Inf.tempo-real

Inf. incorretas desatualizadas Inf. funcionamento do sistema Inf. disponib. veículos acess. Distribuição, acesso da informação Imagens +textos simples Inf. Tátil ou em Braille

Contraste visual posic. informação Inf.redundante multisensorial Comunicação simples e clara

6.3.2.1.1 Problemática P 2.1: Distribuição da informação e tecnologia

Iniciando-se pelos dispositivos tecnológicos, tanto na etapa de planejamento, quanto durante o trajeto, é presente em muitos sistemas de transportes e trânsito a disponibilização das informações pela internet para os usuários realizarem consulta, planejamento de rotas e visualização das condições dos espaços (BROOME et al., 2010; CASEY; BRADY; GUERIN, 2013; LEFEBVRE; LEVERT, 2014; MARQUEZ et al., 2017; RISSER; IWARSSON; STAHL, 2012; STARZYNSKA et al., 2015; VELHO, 2018), além de se localizarem pelos serviços de Geolocalização e GPS (CASEY; BRADY; GUERIN, 2013; HERSH, 2016; LEWIS et al., 2015; KONG; LOI, 2017; LAMONT; KENYON; LYONS, 2013; MARQUEZ et al., 2017; RAPP et al., 2018; SWAINE, et al., 2014; WONG 2018). Tal sistema de informações permite informações em tempo-real em aplicativos, com informação de partidas e chegadas de veículos (CASEY; BRADY; GUERIN, 2013), sendo também possível acompanhar possíveis mudanças operacionais e falhas nos veículos (STARZYNSKA et al., 2015).

No entanto uma das questões envolvidas é que nem todas pessoas com deficiências possuem acesso a computadores e smartphones (LAYTON; STEEL, 2015; LEFEBVRE; LEVERT, 2014; ØKSENHOLT; AARHAUG, 2018; SIU, 2013). Além disso, devido à falta de acessibilidade desses dispositivos, limitações cognitivas ou a falta de familiaridade com a tecnologia, muitos usuários não conseguem se adaptar aos dispositivos, sendo assim excluídos das informações disponibilizadas por eles (HERSH, 2016; SIU, 2013; STROBL et al., 2016; SUNDLING, 2015). Um outro problema comum é a dessincronização e desatualização das informações, podendo levar os usuários a desorientação e até mesmo a situações que os expõe a riscos e condições inacessíveis (WONG, 2018).

A tecnologia, portanto, embora seja útil e aumente o acesso à informação, pode não ser amplamente acessível. Muitos usuários assim, relatam dificuldades com tecnologias e processos automatizados (BJÖRKLUND et al., 2011; LEFEBVRE; LEVERT, 2014; ØKSENHOLT; AARHAUG, 2018; SUNDLING, 2015). A simples substituição dos atendimentos e dispositivos tradicionais de informação, sem oferecer aos usuários outra alternativa ou auxílio é visto como um grande problema, resultando em exclusão, ansiedade e frustração (ØKSENHOLT; AARHAUG, 2018; SUNDLING, 2015).

Outros dispositivos importantes que também estão atrelados à tecnologia e informações em tempo-real são os painéis eletrônicos e os sistemas de som responsáveis por informar, realizar anúncios e alertar os passageiros sobre os principais eventos do sistema. Quando atuam de forma conjunta, permitem a informação de forma multissensorial melhorando a acessibilidade e inclusão. Dessa forma, os usuários consideram importante a presença dos painéis tanto nas estações ou paradas, quanto no interior dos veículos (STARZYNSKA et al., 2015; WESTERHEIM; HAUGSET; NATVIG, 2007). A mesma coisa é relatada para os sistemas de som que também devem estar bem distribuídos nos diversos ambientes de uso do transporte público (AARHAUG; ELVEBAKK, 2015; CASEY; BRADY; GUERIN, 2013; HERSH, 2016; ØKSENHOLT; AARHAUG, 2018; WESTERHEIM; HAUGSET; NATVIG, 2007).

Além da falta de disponibilidade desses equipamentos os usuários relatam outros problemas. Um deles é o mau posicionamento dos painéis eletrônicos nos veículos, o que muitas vezes compromete a visibilidade das informações por todos (STARZYNSKA et al., 2015). Quanto aos sistemas de som, usuários reclamam da baixa qualidade dos equipamentos sendo as informações difíceis de serem compreendidas, o que é um problema especialmente para aqueles com deficiências auditivas (AARHAUG; ELVEBAKK, 2015; HERSH, 2016; LEWIS et al., 2015; ØKSENHOLT; AARHAUG, 2018; WESTERHEIM; HAUGSET; NATVIG, 2007).

Já em relação aos dispositivos tradicionais como mapas do sistema, usuários destacam a importância de se ter mapas táteis e acessíveis (HERSH, 2016; SIU, 2013; STARZYNSKA et al., 2015) ou ainda outros sugerem que é desejável a integração com tecnologias e GPS (SWAINE, et al., 2014). Passageiros também citam sobre a presença dos quadros de horários no interior dos veículos. No entanto, muitas vezes, eles afirmam que possuem dificuldades para lê-los e entendê-los (AARHAUG; ELVEBAKK, 2015; BROOME et al., 2010; LAMONT; KENYON; LYONS, 2013; LAW; EWENS, 2010; RISSER; IWARSSON; STAHL, 2012; STARZYNSKA et al., 2015), além de serem frequentemente mal posicionados (STARZYNSKA et al., 2015).

6.3.2.1.2 Problemática P 2.2: Identificação de linha e serviço

Em seguida, no momento do pré-embarque, muitas pessoas possuem dificuldades de identificação e visualizar as informações contidas no exterior dos veículos (AARHAUG; ELVEBAKK, 2015; BROOME et al., 2010; CASEY; BRADY; GUERIN, 2013; GRANT et al., 2010; HERSH, 2016; STARZYNSKA et al., 2015). Uma outra dificuldade é quando o sistema utiliza um mesmo código de linha para serviços ou atendimentos diferentes, dificultando a identificação correta pelo usuário (MONTARZINO et al., 2007). Diante disso, os passageiros ressaltam a importância de o exterior dos veículos possuírem uma melhor comunicação visual, apresentando cores e tamanho das informações de forma mais acessível possível aos usuários (BROOME et al., 2010; CASEY; BRADY; GUERIN, 2013; MONTARZINO et al., 2007; STARZYNSKA et al., 2015).

6.3.2.1.3 Problemática P 2.3: Alarmes de embarque e desembarque

Enfim na hora do embarque, é comum a presença de alarmes sonoros e visuais em especial quando são acionados equipamentos como rampas e elevadores veiculares (STARZYNSKA et al., 2015; VELHO, 2018). Tais equipamentos embora alertem as pessoas à volta e as deixem melhor preparadas quanto à presença dos usuários com deficiência, alguns dos usuários se sentem constrangidos por se tornarem o centro das atenções com o evento (STARZYNSKA et al., 2015; VELHO, 2018).