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Esquema 5 – A esquematização na situação de interlocução (GRIZE, 1996, p 68)

4.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE

Para a realização da análise, seguimos os seguintes passos:

1º PASSO – Com base nos níveis N1, N2 e N3, situamos co(n)textualmente o nosso objeto de pesquisa, o que implica em observar elementos do discurso que incidem sobre a constituição do gênero de discurso e, por conseguinte, do texto – material empírico analisado.

2º PASSO – seguindo a análise dos níveis propostos por Adam (2011) para a realização da análise de textos concretos, descrevemos o nível sequencial-composicional do gênero de discurso capa de revista. Para tanto, nos respaldamos nos níveis N4 e N5. Nessa ocasião, validando as definições teóricas acerca da capa de revista, observamos a sua composicionalidade e plano de texto pelo viés da multimodalidade discursiva, o que significa a consideração do projeto verbovisual que compõe o gênero de discurso capa de revista. Desse modo, quando tratamos da capa, de um modo geral, usamos um código constituído pelas duas letras inicias do nome da revista Época (Ep) e Veja (Ve), seguidas do número da edição, conforme podemos exemplificar com o quadro a seguir, para o qual utilizamos dois exemplares do corpus, respectivamente, a primeira capa de Época e a primeira capa de Veja.

Quadro 8 – Código utilizado para a análise das capas de revista

Revista Edição Código

Época 205 Ep205

Veja 1752 Ve1752

Fonte: Autor.

3º PASSO – Descrevemos e tabulamos os dados com base nas categorias de análise propostas para o estudo das Rds. Aqui, além de quantificarmos as ocorrências linguísticas,

realizamos as descrições, observando as Rds construídas de Lula pelas revistas, ou seja, realizamos as análises das Rds separando-as por cada uma das revistas.

Nesse momento da análise, tomamos, conforme mencionamos na fundamentação teórica, as revistas Época e Veja como os locutores da ação de linguagem, os leitores/interpretantes como os alocutários, ou seja, a quem o discurso é dirigido e, por fim, Lula foi tomado como o tema tratado e sobre o qual dedicamos nossa atenção nas análises.

Vale mencionar que a análise foi realizada com base na capa de revista, considerando- a como um texto verbovisual. Logo, nossa análise considera os três elementos mais fortes do gênero de discurso capa de revista, a saber: a imagem principal, a chamada principal e o seu subtítulo. Desse modo, a depender do papel realizado pelos recursos verbais e visuais partimos da imagem para o texto, ou do texto para imagem, buscando compreender o papel de cada elemento para a construção das Rds.

Além disso, utilizamos o recurso do sublinhado sempre que estivermos analisando uma das categorias, a fim de marcar nos exemplos o elemento que se enquadra em dada categoria de análise.

4º PASSO – Associado ao passo anterior, em decorrência dos dados obtidos pela descrição dos dados tabulados, realizamos a interpretação dos enunciados verbovisuais que compõem as capas de revista e que, consequentemente, constroem as Rds dos tema tratado.

Para a análise, identificamos os enunciados de cunho linguístico-textual (verbais) com um código que considera os elementos composicionais da capa de revista selecionados para análise, a saber: para a chamada principal, utilizamos a sigla CP+ código da revista; para os subtítulos, usamos a sigla SUB + código da revista. Vejamos:

Quadro 9 – Código utilizado para a análise dos enunciados das capas

Elemento composicional da capa de revista (sigla)

Código da revista

Código para análise dos enunciados

Chamada principal (CP) Ep205 CPEp205

Subtítulo (SUB) SUBEp205

Chamada principal (CP) Ve1752 CPVe1752

Subtítulo (SUB) SUBVe1752

Fonte: Autor.

Embora seja esse o momento em que tratamos dos enunciados linguisticamente materializados na capa de revista, ressaltamos que não será dispensada a análise conjunta do elemento visual que a compõe, haja vista defendermos que a Rd na capa de revista é construída pela relação verbovisual que compõe o gênero.

5º PASSO – Dados os resultados obtidos com as análises das Rds de Lula nas capas de Época, realizamos, quando relevante, a comparação desses resultados com os achados da análise das Rds nas capas de Veja, observando as convergências e divergências com que as revistas, isto é, os locutores, elaboram a construção das Rds do tema tratado.

Após termos percorrido esse trajeto, acreditamos ter sido possível vislumbrar analiticamente as Rds de Lula nas capas de Época e de Veja, assim como perspectivar estudos que se desenvolvam a partir dos resultados dessa pesquisa.

Feitas as devidas considerações teórico-metodológicas, passemos às análises do

CAPÍTULO 5

5 ANÁLISES DAS REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS DE LULA NAS CAPAS DE ÉPOCA E VEJA

Neste capítulo, realizamos a análise do corpus. Em primeiro lugar, procedemos à análise do gênero de discurso capa de revista, considerando os níveis do discurso e do texto que corroboram para a realização dessa ação de linguagem. Em segundo lugar, dividimos a análise com base nos veículos midiáticos de comunicação selecionados para compor o nosso

corpus; descrevemos e interpretamos as Rds do tema tratado (Lula); e, na realização da

análise das capas de Veja, tecemos algumas comparações entre as revistas, a partir dos resultados obtidos da análise de Época, observando semelhanças e diferenças entre as marcas textuais e as Rds evidenciadas. Além disso, considerando o caráter de complexidade do gênero, ou seja, a multimodalidade que o constitui, a análise verbovisual será feita conjuntamente, observando a contribuição da imagem para a construção de sentidos do texto, bem como para a construção das Rds de Lula.