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6 METODOLOGIA

6.5 PROCEDIMENTOS

O trabalho de pesquisa aconteceu em um período de quatro meses, ou seja, dois bimestres (de março a julho). A maioria dos encontros ocorreu duas vezes por semana, nas terças e quintas-feiras. Entretanto, tiveram encontros que foram realizados em outros dias de acordo com a disponibilidade da professora. Nesses momentos, foi proposta a aplicação de jogos cooperativos pela pesquisadora sendo uma vivência por semana no total de 19 jogos. Já o segundo encontro semanal foi reservado para a realização de algumas atividades lúdicas cooperativas e/ou finalizar algum jogo não concluído anteriormente.

Esses recursos lúdicos foram baseados no livro Manual de Jogos Cooperativos de autoria do canadense Jim Deacove, nos livros Brincando e Aprendendo com os Jogos Cooperativos e Jogos Cooperativos na Educação Infantil, do autor brasileiro Reinaldo Soler. Além disso, utilizaram-se três jogos cooperativos de tabuleiro da Family Pastimes e da Peaceable Kingdom. Esses jogos envolvem dados, bolas, música, números, letras, quebra- cabeças, cartas, tabuleiros e, especialmente, pessoas. Dessa maneira, foram nomeados de acordo com os autores e caracterizados pela pesquisadora da seguinte forma:

a) dança das cadeiras cooperativas: uma nova versão para dança das cadeiras; b) achados e perdidos: uma versão diferente de esconde-esconde;

c) quebra-cabeça cooperativo: montagens de quebra-cabeça; d) tênis boliche: outra possibilidade do boliche;

e) dado bola: brincadeira com bolas e dados; f) cubra seu dinheiro: desafio de esconder moedas;

g) jogos de criação de estórias: construção de histórias coletivas; h) lista de compras: versão diferenciada de caça ao tesouro; i) abraço musical: brincadeira com música e abraços; j) eco-nome: brincadeira de identificação de nomes; k) cor: desafio de movimento e cores;

l) famílias: desenho de animais e imitação;

m) amarelinha cooperativa: nova visão da amarelinha; n) duas pessoas, uma bexiga: desafio de dança com balões; o) passeio do bambolê: brincadeira de bambolê cooperativo; p) alfabeto vivo: jogo de letras e movimento.

q) “Hoot Owl Hoot”: jogo das corujas;

r) “Max”: jogo do gato e os bichos da floresta; s) “Princess”: desafio de salvar a princesa.

Esses jogos cooperativos mencionados acima foram descritos com riqueza de detalhes de acordo com as propostas de seus autores e encontram-se nos anexos (cf. Anexo A) deste trabalho de pesquisa. E a maioria das aplicações seguiu essa ordem mencionada acima, mas alguns sofreram modificações conforme o cronograma que será abordado mais adiante.

Em relação aos procedimentos, inicialmente aconteceu o contato com a direção da escola para a autorização da pesquisa (cf. Apêndice A), que se mostrou bastante interessada no trabalho. Esse contato foi relatado anteriormente, realizando-se em dezembro de 2014. Já no mês de fevereiro de 2015, houve um retorno à instituição para conversar com as professoras do 2° período, a fim de ter o apoio de uma para a aplicação dos jogos cooperativos com as crianças. Algumas recusaram o convite para participar da pesquisa, mencionando que demoraria muito tempo e atrapalharia o andamento do trabalho pedagógico delas. Entretanto, outras educadoras interessaram-se na proposta e acabou sendo feita a escolha por uma turma inclusiva, visto que poderia ajudar na maior integração entre as crianças conforme relatos da professora e da direção da escola.

Em março de 2015, na primeira reunião de pais ou responsáveis, foi explicada toda a proposta da pesquisa e, consequentemente, todas as etapas a serem realizadas. Dessa forma, os responsáveis mostraram-se interessados e firmou-se o compromisso de participação das crianças por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (cf. Apêndice B).

Posteriormente, iniciou-se a observação do ambiente de sala de aula, das relações entre as crianças, das relações delas com a professora. Além disso, buscou-se identificar a presença de atividades lúdicas e /ou cooperativas desenvolvidas e o nível de envolvimento dos alunos nestas práticas para compreender o contexto deste espaço. Esses momentos de observações aconteceram duas semanas antes de iniciar a aplicação dos jogos.

Durante essas semanas, foi realizada a entrevista semiestruturada com a professora para conhecer um pouco dessa profissional, o perfil das crianças da turma segundo a sua percepção; além disso, identificar se já se praticava ações lúdicas e se os jogos cooperativos estavam presentes no espaço da escola antes de as ações serem realizadas. Assim, a transcrição dessa conversa se encontra nos apêndices (cf. Apêndice E).

Vale ressaltar também que foi apresentada a proposta de aplicação dos jogos cooperativos para as crianças que foram colaboradoras de extrema relevância nesta pesquisa.

Assim, elas demonstraram interesse em estar participando desses momentos lúdicos e já perguntaram quando iniciariam esses jogos. Além disso, construiu-se um cronograma de aplicação dos jogos cooperativos e das atividades lúdicas cooperativas a serem desenvolvidas, que foi apresentado no projeto de dissertação e reformulado com a introdução de novos jogos (cf. Apêndice G).

No dia 26 de março de 2015, iniciou-se a aplicação dos jogos cooperativos mediada pela pesquisadora no espaço da escola. Muitos dos jogos foram realizados dentro da sala de aula e alguns no pátio, uma vez que os horários combinados de aplicação coincidiam com os horários de outras turmas no parque de areia e no parque coberto. Dessa forma, acabava ficando muitos alunos fora de sala, que podia incomodar as outras turmas. Portanto, os jogos cooperativos que exigiam um espaço maior foram executados no pátio e os outros na sala mesmo. Um exemplo de aplicação está nos apêndices para melhor compreensão dos fatos (cf. Apêndice I).

Esses momentos lúdicos concretizaram-se em 25 encontros, totalizando 19 jogos cooperativos, sendo que três eram jogos de tabuleiro provenientes de outros países, porque não há jogos desse tipo disponível no mercado brasileiro, uma vez que os jogos cooperativos são de origem americana.

As vivências dos jogos cooperativos tiveram a duração média de 25 a 45 minutos por encontro e foram finalizadas na primeira semana de julho de 2015. Dois momentos tiveram a colaboração da professora (de grande importância) na pesquisa em que ela realizou a filmagem do jogo e a mediação da roda de conversa. Essas atividades foram registradas por feito de fotografia, de filmagens e gravação em áudio, com o consentimento dos responsáveis.

Após cada aplicação do jogo, houve uma roda de conversa com todos os participantes (média de 10 a 12 presentes no dia), a fim de que relatassem suas impressões e sentimentos a partir dessa prática lúdica, fazendo uma avaliação dos momentos do jogo (o que acharam? Gostaram ou não? etc.). Essa dinâmica de roda de conversa tinha a duração máxima de 20 minutos por encontro e teve seus diálogos gravados em áudio. Um exemplo de roda de conversa foi colocado nos apêndices para ilustrar como se deu essa socialização de experiência em grupo (cf. Apêndice J).

Ao final do processo, realizou-se uma outra entrevista semiestruturada com a educadora para ver a percepção sobre essa prática dos jogos cooperativos e como as crianças se comportaram ao longo dessa dinâmica dentro de sala de aula (cf. Apêndice F); por fim, todas informações coletadas foram transcritas a fim de serem analisadas pela pesquisadora.