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CAPÍTULO V METODOLOGIA E OBJETO DE ESTUDO

4. Procedimentos

Numa primeira fase, recorremos ao órgão de Administração e Gestão do Agrupamento de Escolas a que pertence o Centro Escolar que integra a Unidade de Ensino Estruturado em estudo, sita no concelho de Viseu. A nossa deslocação ao agrupamento teve lugar no dia oito de fevereiro de dois mil e treze. Aqui solicitámos, junto de uma assistente operacional, o agendamento de uma reunião com o Diretor a fim de lhe dar a conhecer os objetivos da investigação, assim como o modo como a mesma iria decorrer no terreno e consequentemente solicitar, por escrito, a sua autorização no sentido de que o trabalho de campo pudesse ser concretizado. É de ressaltar que o Diretor se disponibilizou para nos receber no imediato momento e, no mesmo momento, anuiu na consecução do projeto, procedendo à assinatura e carimbo da devida declaração de autorização (e.g. Anexo 12).

Ainda no mesmo dia, deslocámo-nos ao Centro Escolar e na qualidade de investigadora, estabelecemos, casualmente, um contacto preliminar com o professor de educação especial, através da coordenadora deste Centro. Estabelecidas as apresentações, justificámos a nossa presença aqui e depois de explicitados os objetivos da investigação, o tipo de estudo, o papel que cada um desempenharia, o tempo aproximado de que iríamos dispor, e de assegurarmos ainda a confidencialidade do protocolo, questionámos o professor no sentido de saber se o mesmo estava disposto a colaborar, tendo sido a resposta prontamente afirmativa.

No dia dois de março, foi estabelecido o segundo contacto pessoal, com outro dos intervenientes neste estudo, a professora de educação especial, que desde este momento revelou total disponibilidade para cooperar com a realização da entrevista. Este contacto proporcionou-se, por intermédio igualmente da coordenadora de estabelecimento do Centro Escolar em questão, num intervalo de uma ação de formação sobre PEA, que nos encontrávamos a frequentar, e cuja organização estava a cargo destes professores de educação especial em colaboração com outras entidades.

Numa nova deslocação ao Centro Escolar, e no seguimento de uma conversação com estes professores, e sem que tenha havido necessidade de solicitar para visitar as instalações do Centro Escolar e em particular a sala de ensino estruturado, os professores de educação especial tiveram a amabilidade de nos dirigir esse convite.

Aqui, solicitámos autorização para fotografar o espaço com o intuito das fotografias nos fornecerem uma perceção geral do meio, de como se encontrava organizada a sala de ensino estruturado e para podermos usar em conjunção com outras fontes. Prontamente, o professor de educação especial ofereceu-se para nos facultar as fotografias que havia tirado para a ação de formação atrás referida, às quais tínhamos acedido visualmente, como todos os outros participantes.

Tendo sido tiradas com o objetivo de dar a conhecer aos participantes a organização e funcionamento da sala de ensino estruturado, tal como nos transmitiu o docente de educação especial desta unidade, solicitámos a sua autorização para as podermos utilizar (e.g. Anexo 12) dado que se enquadrava no nosso contexto de estudo. "Desta forma, uma fotografia é como todas as outras formas de dados qualitativos" (Bogdan & Biklen, 2010, p. 185).

Posteriormente, e por intermédio da docente de educação especial, estabelecemos contacto telefónico com as educadoras e com as mães que, após auscultação por parte desta professora, se disponibilizaram para participar neste estudo. A explicitação dos objetivos da investigação, o tipo de estudo, o papel que cada um desempenharia, o tempo aproximado de que iríamos dispor e a asseveração da confidencialidade do protocolo, foram informações transmitidas telefonicamente e posteriormente, aquando da realização da entrevista.

O agendamento de todas as entrevistas foi feito através de contacto telefónico, sem que, no caso das educadoras e das mães, tenha havido contacto pessoal anterior. As entrevistas ocorreram entre os meses de abril e junho de 2013, de acordo com a disponibilidade de cada um dos intervenientes, tendo-se verificado a necessidade de proceder a novos agendamentos com as educadoras e com as mães, devido a contratempos quer da nossa parte, quer da parte destas entrevistadas.

Quanto ao local para a realização das entrevistas foi sempre sugerido pelos entrevistados correspondendo, no caso dos professores e educadoras, a salas livres, tranquilas e adequadas do próprio Centro Escolar, em horário pós atividade letiva; e no caso das mães, à esplanada de umas piscinas por questão de aproveitamento de tempo, já que aqui teriam que aguardar pelos seus filhos, enquanto decorria a aula de natação. Este espaço era igualmente tranquilo, bastante aprazível e propício à concretização das

entrevistas, tendo as mesmas decorrido no mesmo dia, ainda que em horas diferentes, e sem qualquer interrupção.

Após a realização destas, e tal como já foi referido neste capítulo, as entrevistas e os trechos das entrevistas, citados neste estudo, foram transcritos com as pausas, com os gestos e reações dos entrevistados com vista a uma melhor exatidão na apresentação dos factos. É de sublinhar que, e de forma a assegurar esta exatidão, todos os entrevistados autorizaram a gravação integral da entrevista a quem foi assegurada a total confidencialidade do conteúdo da mesma e a sua destruição no término do estudo.

Após a conclusão de cada entrevista, procedemos de imediato à sua transcrição de forma a assegurar a maior fidelidade da reprodução das expressões corporais e não- verbais, as quais se encontram expressas nas observações (e.g. Anexos 4, 5 e 6). A representação destas expressões surge numa tentativa de impedir o que Kvale (2011, p. 124) reconhece estar disponível de imediato para os participantes, aquando da realização de uma entrevista, isto é, a "(...) interacción social viva en donde la extensión

temporal, el tono de la voz y las expresiones corporales (...) pero no son accesibles al lector fuera del contexto de la transcripción".

A transcrição integral de cada uma das entrevistas e respetiva análise de conteúdo encontram-se em anexo (e.g. Anexos 4, 5 e 6), correspondendo todo o seu conteúdo, ao discurso oral dos interlocutores.

Por último, no dia nove de julho de dois mil e treze, deslocámo-nos novamente à sede do Agrupamento de Escolas, onde mantivemos contacto pessoal com o Diretor solicitando cópia da proposta de criação da UEEA e respetivo despacho da Direção Regional de Educação competente, assim como informação sobre as parcerias e/ou protocolos que o Agrupamento tem celebrados com outras entidades para a UEEA. Mais uma vez, houve um bom acolhimento por parte deste, diligenciando desde logo, no sentido de nos encaminhar para a docente responsável pela área para que esta nos facultasse os referidos documentos, que viemos a obter no dia onze, através de solicitação escrita (e.g. Anexo 12), tal como havia sido combinado.

No capítulo seguinte apresentamos os principais resultados da pesquisa de campo.