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6  PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS 122 

6.10  PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA A DISPOSIÇAO DE RESÍDUOS

Para os aterros de resíduos inertes Classe A devem ser considerados os seguintes procedimentos operacionais, extraídos das normas técnicas brasileiras:

a) Procedimento de Controle de recebimento dos resíduos da construção civil e resíduos inertes

Deve ser previsto um plano com controles de origem e quantidade dos resíduos recebidos e monitoramento periódico da qualidade dos resíduos dispostos, que permita a reconstituição da cadeia de responsabilidades. O monitoramento deve descrever:

 o método de amostragem utilizado, de acordo com a ABNT NBR 10007;  os métodos de análise e ensaios a serem utilizados sendo que nenhum

resíduo pode ser disposto no aterro sem que seja conhecida sua procedência e composição;

 a frequência da análise.

b) Procedimento de recebimento dos resíduos recebidos

 Somente devem ser aceitos no aterro os resíduos da construção civil e os resíduos inertes.

 Os resíduos de construção civil das classes B, C ou D devem ser encaminhados à destinação adequada.

 Os resíduos classificados como classe D devem ser armazenados temporariamente, protegidos de intempéries em uma área específica coberta, e encaminhados aos aterros específicos para resíduos perigosos.

c) Procedimento de Controle da disposição de resíduos em áreas de reservação de materiais segregados

 Deve ser apresentado um plano de manutenção da área de reservação de materiais segregados que contemple os procedimentos a serem mantidos para a garantia das condições de drenagem, isolamento e estabilidade geotécnica previstas no projeto, na área de reservação e após o encerramento das atividades.

d) Procedimento de Controle da disposição segregada de resíduos

 Os resíduos devem ser dispostos em camadas sobrepostas evitando-se o despejo pela linha de topo. Em áreas de reservação, em conformidade com o plano de reservação, a disposição dos resíduos deve ser feita de forma segregada, de modo a viabilizar a reutilização ou reciclagem futura.

 Devem ser segregados os solos, os resíduos de concreto e alvenaria, os resíduos de pavimentos viários asfálticos e os resíduos inertes.

 Pode ser ainda, adotada a segregação por subtipos, caso seja viável. e) Controle da disposição definitiva de resíduos

 Elaboração e apresentação de um plano de encerramento do aterro e uso futuro da área, com o objetivo de minimizar a necessidade de manutenção futura e a ocorrência de eventos de poluição ambiental. O conteúdo do plano deve abranger:

 descrição do uso futuro da área, após o encerramento das atividades;  procedimentos a serem seguidos no fechamento total ou parcial do aterro, incluindo a solução para cobertura final de forma a minimizar a infiltração de água na área, e a possibilidade de erosão e rupturas;  data aproximada para o início das atividades de encerramento;  previsão de monitoramento das águas superficiais e subterrâneas e

dos dispositivos de proteção ambiental, após o término das operações. f) Procedimento de monitoramento das águas superficiais e subterrâneas

 O sistema de poços de monitoramento, instalado na área do empreendimento, deve ser constituído de no mínimo quatro poços, sendo um a montante e três a jusante, no sentido do fluxo de escoamento preferencial do aquífero. Os poços devem ser construídos de acordo com a ABNT NBR 13895.

 Deve ser apresentado um sistema de monitoramento durante a vida útil e também ao longo do período pós-fechamento para os seguinte parâmetros:

 Águas subterrâneas;

 Aquífero mais próximo à superfície, podendo, esse sistema, ser dispensado, a critério do órgão ambiental competente, em função da condição hidrogeológica local;

 Águas superficiais mais próximas;

 Sistema de drenagem que impeça a percolação de águas precipitadas no entorno e o carregamento de material sólido para fora da área do aterro.

O plano de monitoramento do aterro deve:

 indicação dos parâmetros que serão monitorados em conformidade com o estabelecido pelo órgão ambiental competente;

 estabelecimento dos procedimentos para coleta, preservação e análise das amostras;

 estabelecimento dos valores para todos os parâmetros do plano, definidos pela tomada de amostras, em todos os poços da instalação e pontos estabelecidos para coleta, antes do início de operação;

 indicação e justificativa técnica para a frequência de coleta e análise dos parâmetros a serem monitorados.

g) Para o Controle Operacional deve ser previsto um plano de inspeção e manutenção, que vise:

 controlar regularmente, os sistemas de drenagem, principalmente após períodos de alta precipitação pluviométrica;

 controlar a estabilidade do aterro; h) Procedimentos para registro da operação.

Deve ser mantido na instalação, até o fim da vida útil e no período pós-fechamento, um registro da operação com as seguintes informações:

 descrição e quantidade de cada resíduo recebido e a data de disposição;  no caso de reservação de resíduos, indicação do setor onde o resíduo foi

disposto;

 descrição, quantidade e destinação dos resíduos rejeitados;  descrição, quantidade e destinação dos resíduos reaproveitados;  registro das análises efetuadas nos resíduos;

 registro das inspeções realizadas e dos incidentes ocorridos e respectivas datas;

Obs.: o registro deve ser mantido em caso de alteração de titularidade da área ou empreendimento, bem como para uma eventual apresentação de relatórios à autoridade ambiental competente.

Além dos procedimentos descritos anteriormente, é importante a inclusão dos seguintes tópicos no relatório:

 Procedimento de preparação do aterro Classe A.

Antes de iniciar a fase de operação, deve-se dar forma à vala do aterro, definindo o perímetro final. Na etapa seguinte, o aterro deverá ser acondicionado, mediante a preparação de taludes para que se possa iniciar a disposição da camada de impermeabilização por argilas (caso necessário), a delineação de bordas e caminhos perimetrais para o acesso dos veículos, a vala de drenagem pluvial perimetral e a cerca de proteção.

Figura 36 - Preparação do aterro.

Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP – FR, 2015.

 Procedimento de disposição dos resíduos.

Depois de realizado o controle de entrada, o caminhão recebe a autorização para o descarregamento e a indicação do local para tal. A medida que aumenta a área de disposição dos resíduos, deverão ser definidas novas zonas de disposição evitando o trânsito de caminhões por cima daqueles já dispostos e aguardando acondicionamento adequado.

 Procedimento de acondicionamento.

Depois que os resíduos tenham sido depositados no lugar indicado pela equipe do aterro, devem ser realizadas as operações de espalhamento e acondicionamento, transformando os montes de resíduos depositados em uma massa homogênea com dimensões definidas:

- espessura da massa de RCC; - comprimento e;

- largura da frente de disposição.

É importante definir os locais para a passagem dos veículos de disposição dos resíduos: caminhões com RCC, caminhões com terras, maquinaria de acondicionamento dos resíduos, etc. Fundo do aterro COTA superior Plataformas intermediárias Taludes

Figura 37 - Acondicionamento de resíduos recém dispostos. Fonte: RESUR. Aterro de RCC de Granada.

 Procedimento de encerramento final do Aterro Classe A.

Ao finalizar a atividade de disposição dos resíduos no aterro deverá ser realizado o encerramento deste, através de camadas de argila, terra de suporte e terra vegetal, adaptando a morfologia final do aterro já preenchido conforme a topografia do seu entorno. Por fim, se realiza o plantio de espécies autóctones que tenham pouca raiz, melhorando dessa maneira o aspecto paisagístico do local.

Figura 38 - Encerramento do aterro. Fonte: Acervo Técnico do Grupo IPD, 2015