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19 Maria Wanderley e Sueli de Azevedo.

3.3 Programas de urbanização de favelas

3.3.4 Programas da CDHU Jardim Santo André

O projeto de Urbanização Integrada do Jardim Santo André desenvolvido pela CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - é um dos maiores programas da companhia e tem como objetivo a recuperação urbana e ambiental de uma gleba de cerca de 150 hectares, ocupada irregularmente desde 1980 por quase 7.000 famílias no município de Santo André.

A área está situada no extremo leste do município de Santo André, divisa com Mauá, e caracteriza-se por uma região de "mar de morros" com uma topografia movimentada e recortada por vales estreitos e profundos e encostas com altas declividades. No interior da área e, principalmente, ao sul e a leste da gleba, encontram-se encostas recobertas por bosques nativos da mata atlântica |fig.45| Intervenção realizada

no Jardim Imbuias I, onde a canalização do córrego São José, importante afluente da Represa Guarapiranga, criou o p r i n c i p a l e l e m e n t o d e articulação da favela reunindo uma via de pedestres, espaços livres e de convivência da população. Projeto Urbanístico de Paulo Bastos, colaboração de Fany Galender. Fonte: Fundação Bienal de São Paulo. Favelas Upgrading. 2002.

|f i g . 4 6| A I n t e r v e n ç ã o realizada no Parque Amélia priorizou a canalização de córregos permitindo a abertura da novas vias para veículos de lixo e manutenção urbana, ao longo destas vias criou-se um sistema de espaços livres para o lazer. Projeto de João Walter e O d i l é i a T o s c a n o . F o n t e : Fundação Bienal de São Paulo. Favelas Upgrading. 2002

ameaçados pela constante expansão do assentamento. As cumeeiras dos morros ao sul definem a divisa da área de proteção dos mananciais da bacia da represa Billings, e a leste o limite da bacia do rio Tamanduateí, também protegida por lei.

A gleba é composta por dois lotes de urbanização, o Lote 1, ao norte, onde se encontram as favelas Lamartine e Dominicanos e o Lote 2, ao sul, onde estão localizadas as favelas Toledanos, Cruzado, Campineiro e Missionários. No centro da área encontram-se empreendimentos da CDHU, constituídos de condomínios de prédios de cinco pavimentos, que se apresentam como fragmentos de tecido urbano a se integrarem à cidade e aos núcleos favelados através do programa de urbanização.

Um dos principais objetivos e desafios do programa é consolidação dos assentamentos e a retenção da expansão da ocupação sobre as áreas frágeis e vegetadas, protegidas pela legislação ambiental.

O conjunto de intervenções na área é composto por ações em diversas frentes da atuação pública tais como urbanização da favela, programas de geração de renda, programas de saúde e educação, capacitação profissional, programas de crédito pessoal, etc, que são chamados programas de PIIS (Programa Integrado de Inclusão Social), ou Urbanização Integrada, como segue:

-Reordenamento físico dos assentamentos, dotando- os de toda infra-estrutura urbana, serviços e equipamentos

implantação de propostas que elevassem tais ocupações à condição de novos bairros dotados de valores urbanos significativos para os moradores, de modo a construir um sentido de coletividade.

Os conceitos adotados neste programa são aqueles definidos e utilizados por Oriol Bohigas nas intervenções realizadas em Barcelona, Espanha, onde "ações pontuais programadas" ou também chamadas "metástases benignas" promoviam a recuperação de áreas degradadas da cidade através da "irradiação positiva" da construção de diversas praças e espaços públicos.

Busca-se, desta forma, a qualificação dos espaços públicos de maneira a se diluir as fronteiras urbanísticas e simbólicas entre o bairro que se intervém e o bairro formal. Cria-se uma rede referencial de espaços públicos, onde se atribui significado cultural como fator de vinculação deste novo bairro à cidade legalmente constituída (FRANÇA, 2000).

Segundo UEMURA (2000), até maio de 2000, foram executadas obras em 67 favelas, beneficiando cerca de 8 mil famílias. Para tanto 1.752 novas moradias haviam sido construídas, correspondendo à remoção de cerca de 21% das famílias. Até esta data havia sido atingido 37,6% da meta de

obras previstas pelo programa e haviam sido gastos 70% dos recursos financeiros.

Do ponto de vista da recuperação ambiental, UEMURA avalia que os resultados ainda não haviam sido

alcançados, nem ao menos parcialmente, pois a dispersão dos recursos e pulverização das obras por diversas sub- bacias do programa contrapuseram-se à diretriz inicial, que era de priorizar as sub-bacias com maior concentração de esgoto. O objetivo de melhorar a qualidade da água encontrava-se comprometido, pois diversos coletores estavam interrompidos fazendo com que os esgotos não fossem transportados para fora da bacia hidrográfica.

3.3.4 Programas da CDHU Jardim Santo André

O projeto de Urbanização Integrada do Jardim Santo André desenvolvido pela CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - é um dos maiores programas da companhia e tem como objetivo a recuperação urbana e ambiental de uma gleba de cerca de 150 hectares, ocupada irregularmente desde 1980 por quase 7.000 famílias no município de Santo André.

A área está situada no extremo leste do município de Santo André, divisa com Mauá, e caracteriza-se por uma região de "mar de morros" com uma topografia movimentada e recortada por vales estreitos e profundos e encostas com altas declividades. No interior da área e, principalmente, ao sul e a leste da gleba, encontram-se encostas recobertas por bosques nativos da mata atlântica |fig.45| Intervenção realizada

no Jardim Imbuias I, onde a canalização do córrego São José, importante afluente da Represa Guarapiranga, criou o p r i n c i p a l e l e m e n t o d e articulação da favela reunindo uma via de pedestres, espaços livres e de convivência da população. Projeto Urbanístico de Paulo Bastos, colaboração de Fany Galender. Fonte: Fundação Bienal de São Paulo. Favelas Upgrading. 2002.

|f i g . 4 6| A I n t e r v e n ç ã o realizada no Parque Amélia priorizou a canalização de córregos permitindo a abertura da novas vias para veículos de lixo e manutenção urbana, ao longo destas vias criou-se um sistema de espaços livres para o lazer. Projeto de João Walter e O d i l é i a T o s c a n o . F o n t e : Fundação Bienal de São Paulo. Favelas Upgrading. 2002

ameaçados pela constante expansão do assentamento. As cumeeiras dos morros ao sul definem a divisa da área de proteção dos mananciais da bacia da represa Billings, e a leste o limite da bacia do rio Tamanduateí, também protegida por lei.

A gleba é composta por dois lotes de urbanização, o Lote 1, ao norte, onde se encontram as favelas Lamartine e Dominicanos e o Lote 2, ao sul, onde estão localizadas as favelas Toledanos, Cruzado, Campineiro e Missionários. No centro da área encontram-se empreendimentos da CDHU, constituídos de condomínios de prédios de cinco pavimentos, que se apresentam como fragmentos de tecido urbano a se integrarem à cidade e aos núcleos favelados através do programa de urbanização.

Um dos principais objetivos e desafios do programa é consolidação dos assentamentos e a retenção da expansão da ocupação sobre as áreas frágeis e vegetadas, protegidas pela legislação ambiental.

O conjunto de intervenções na área é composto por ações em diversas frentes da atuação pública tais como urbanização da favela, programas de geração de renda, programas de saúde e educação, capacitação profissional, programas de crédito pessoal, etc, que são chamados programas de PIIS (Programa Integrado de Inclusão Social), ou Urbanização Integrada, como segue:

-Reordenamento físico dos assentamentos, dotando- os de toda infra-estrutura urbana, serviços e equipamentos

públicos, áreas comerciais, etc;

-Construção de novas moradias para reassentamento de famílias ocupantes de áreas de risco, de preservação ou de frente de obras de urbanização na própria área do Jardim Santo André ou em área de apoio;

-Recuperação Ambiental das áreas degradadas e de preservação e implantação de sistemas de áreas verdes e de lazer;

-Consolidação e Regularização urbanística e fundiária das áreas urbanizadas;

-Promoção Social e Econômica da população através de Programas Complementares e fomento à cidadania e

26

participação comunitária. .

Este programa de urbanização tem como pressuposto básico a regularização fundiária da gleba para a posterior venda financiada dos lotes urbanizados à população residente. O estrito respeito do projeto a toda legislação urbanística e ambiental vigente nos âmbitos federal, estadual e municipal é determinante e impõe a remoção de inúmeros barracos em faixas non aedificandi ao longo de linhas d'água e nascentes, desocupações das cotas elevadas dos morros e restrições quanto à ocupação de encostas muito íngremes.

O programa está orçado em 123 milhões de reais, sendo 110 milhões de recursos do Governo do Estado, 3,5 milhões de recursos da Prefeitura Municipal de Santo André, responsável pelas obras de saneamento, e 9 milhões

|27| O c u s t o m é d i o d e urbanização por família nos programas municipais de Santo André foi de R$ 10.722,56, sendo, o custo para execução do projeto e infra-estrutura de R$ 4 . 4 3 2 , 5 6 , o u s e j a aproximadamente 40% do custo total da intervenção, os demais custos referem-se a: equipamentos sociais R$ 999,95 (9,32%); produção habitacional R$ 4.337,22 (40,44%); outros R$ 952,83 (8,88%). Fonte: DENALDI, Rosana. Políticas de u r b a n i z a ç ã o d e f a v e l a s : evolução e impasses. Tese de Doutorado, FAUUSP, São Paulo, 2003.

de recursos federais oriundos do programa Habitar-Brasil. O custo médio por família, portanto, é de quase R$ 18.000,00 incorporando os valores referentes à construção de equipamentos urbanos, alojamentos provisórios e recuperação ambiental das áreas degradadas.

O custo médio por família deste programa é quase o dobro do custo por família dos programas para urbanização de favelas do Município de Santo André. Provavelmente este alto custo se deve ao elevado número de remoções e conseqüente re-assentamento em novas unidades e às dificuldades de urbanização de uma área ambientalmente tão frágil com a presença de morros com altas declividades, rede hídrica densa e complexa e de matas a preservar.

A fragilidade do suporte físico, com inúmeras áreas de risco e áreas de difícil ocupação, e as restrições à ocupação |fig.47| Vista aérea do Jardim

Santo André, assentamento que congrega seis favelas com mais de 7.000 famílias em meio aos empreendimentos da CDHU. Em destaque os lotes 1 e 2 de urbanização. Fonte: Google acesso set/2006.

|fig.48| Vista parcial do assentamento ocupa um sítio c o m g r a n d e f r a g i l i d a d e ambiental, caracterizado por e n c o s t a s í n g r e m e s , parcialmente recobertas com vegetação natural, recortadas por vales encaixados, rede hídrica complexa e solos suscetíveis a erosão. A única área plana é o campo de futebol, característica marcante e comum nos assentamentos precários, demonstrando o apreço da população por este esporte.

determinadas pelo atendimento à legislação urbana e ambiental, impuseram um número muito elevado de remoções, elevando o custo do empreendimento. Estima-se que cerca de 67% do total de moradores serão removidos e reassentados em novas moradias ou em lotes urbanizados e regularizados nas áreas a serem consolidadas na favela. A companhia estadual pretende construir mais de 3.700 novas unidades no interior da gleba, 650 unidades em áreas próximas e 250 nos setores de ocupação consolidada.

O custo médio por família deste programa é quase o dobro do custo por família dos programas para urbanização

27

de favelas do Município de Santo André . Provavelmente este alto custo se deve ao elevado número de remoções e conseqüente re-assentamento em novas unidades e às dificuldades de urbanização de uma área ambientalmente | | 26 Conforme descrição do

programa Jardim Santo André na página na Internet da C D H U . D i s p o n í v e l e m : <http://www.cdhu.sp.gov.br>, acesso em 17/05/2006.

públicos, áreas comerciais, etc;

-Construção de novas moradias para reassentamento de famílias ocupantes de áreas de risco, de preservação ou de frente de obras de urbanização na própria área do Jardim Santo André ou em área de apoio;

-Recuperação Ambiental das áreas degradadas e de preservação e implantação de sistemas de áreas verdes e de lazer;

-Consolidação e Regularização urbanística e fundiária das áreas urbanizadas;

-Promoção Social e Econômica da população através de Programas Complementares e fomento à cidadania e

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participação comunitária. .

Este programa de urbanização tem como pressuposto básico a regularização fundiária da gleba para a posterior venda financiada dos lotes urbanizados à população residente. O estrito respeito do projeto a toda legislação urbanística e ambiental vigente nos âmbitos federal, estadual e municipal é determinante e impõe a remoção de inúmeros barracos em faixas non aedificandi ao longo de linhas d'água e nascentes, desocupações das cotas elevadas dos morros e restrições quanto à ocupação de encostas muito íngremes.

O programa está orçado em 123 milhões de reais, sendo 110 milhões de recursos do Governo do Estado, 3,5 milhões de recursos da Prefeitura Municipal de Santo André, responsável pelas obras de saneamento, e 9 milhões

|27| O c u s t o m é d i o d e urbanização por família nos programas municipais de Santo André foi de R$ 10.722,56, sendo, o custo para execução do projeto e infra-estrutura de R$ 4 . 4 3 2 , 5 6 , o u s e j a aproximadamente 40% do custo total da intervenção, os demais custos referem-se a: equipamentos sociais R$ 999,95 (9,32%); produção habitacional R$ 4.337,22 (40,44%); outros R$ 952,83 (8,88%). Fonte: DENALDI, Rosana. Políticas de u r b a n i z a ç ã o d e f a v e l a s : evolução e impasses. Tese de Doutorado, FAUUSP, São Paulo, 2003.

de recursos federais oriundos do programa Habitar-Brasil. O custo médio por família, portanto, é de quase R$ 18.000,00 incorporando os valores referentes à construção de equipamentos urbanos, alojamentos provisórios e recuperação ambiental das áreas degradadas.

O custo médio por família deste programa é quase o dobro do custo por família dos programas para urbanização de favelas do Município de Santo André. Provavelmente este alto custo se deve ao elevado número de remoções e conseqüente re-assentamento em novas unidades e às dificuldades de urbanização de uma área ambientalmente tão frágil com a presença de morros com altas declividades, rede hídrica densa e complexa e de matas a preservar.

A fragilidade do suporte físico, com inúmeras áreas de risco e áreas de difícil ocupação, e as restrições à ocupação |fig.47| Vista aérea do Jardim

Santo André, assentamento que congrega seis favelas com mais de 7.000 famílias em meio aos empreendimentos da CDHU. Em destaque os lotes 1 e 2 de urbanização. Fonte: Google acesso set/2006.

|fig.48| Vista parcial do assentamento ocupa um sítio c o m g r a n d e f r a g i l i d a d e ambiental, caracterizado por e n c o s t a s í n g r e m e s , parcialmente recobertas com vegetação natural, recortadas por vales encaixados, rede hídrica complexa e solos suscetíveis a erosão. A única área plana é o campo de futebol, característica marcante e comum nos assentamentos precários, demonstrando o apreço da população por este esporte.

determinadas pelo atendimento à legislação urbana e ambiental, impuseram um número muito elevado de remoções, elevando o custo do empreendimento. Estima-se que cerca de 67% do total de moradores serão removidos e reassentados em novas moradias ou em lotes urbanizados e regularizados nas áreas a serem consolidadas na favela. A companhia estadual pretende construir mais de 3.700 novas unidades no interior da gleba, 650 unidades em áreas próximas e 250 nos setores de ocupação consolidada.

O custo médio por família deste programa é quase o dobro do custo por família dos programas para urbanização

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de favelas do Município de Santo André . Provavelmente este alto custo se deve ao elevado número de remoções e conseqüente re-assentamento em novas unidades e às dificuldades de urbanização de uma área ambientalmente | | 26 Conforme descrição do

programa Jardim Santo André na página na Internet da C D H U . D i s p o n í v e l e m : <http://www.cdhu.sp.gov.br>, acesso em 17/05/2006.

| | Vista geral do lote 1 de urbanização, compreendendo 4 favelas e mais de 3.500 famílias. À esquerda, imagem que tem como base a foto de 2004 (com as ações de urbanização em andamento), à direita desenho ilustrando a solução urbanística final para esta área, onde se observa a remoção de vários setores do assentamento para a criação de áreas verdes de preservação (nas cotas mais altas dos morros), áreas para a construção de novas moradias (nas encostas), aberturas de vias, canalização de córregos e estabelecimento de um sistema linear de espaços urbanos (no centro da imagem), responsável pela configuração de uma nova centralidade no núcleo e que receberá equipamentos urbanos, tais como creches, posto de saúde e escolas, assim como espaços para o lazer. Deve-se observar que, para efeito desta de ilustração, não foram utilizadas nos setores de provisão habitacional tipologias habitacionais correntes da CDHU. Fonte: Google acesso set/2006 e desenho de Fábio Mariz Gonçalves (arquivo do autor).

fig.48

tão frágil com a presença de morros com altas declividades, rede hídrica densa e complexa e de matas a preservar.

A fragilidade do suporte físico, com inúmeras áreas de risco e áreas de difícil ocupação, e as restrições à ocupação determinadas pelo atendimento à legislação urbana e ambiental, impuseram um número muito elevado de remoções, elevando o custo do empreendimento. Estima-se que cerca de 67% do total de moradores serão removidos e reassentados em novas moradias ou em lotes urbanizados e regularizados nas áreas a serem consolidadas na favela. A companhia estadual pretende construir mais de 3.700 novas unidades no interior da gleba, 650 unidades em áreas próximas e 250 nos setores de ocupação consolidada.

Deve-se observar também que a tipologia habitacional empregada pela CDHU, edifício isolado implantado em meio a platôs, não é a mais adequada às grandes declividades do terreno, resultando em grandes cortes e aterros onerando ainda mais o custo da unidade habitacional.

A padronização das edificações e a adoção de em elenco reduzido de tipologias de edifícios, pouco adaptáveis a terrenos de topografia mais movimentada; a utilização de patamares amplos de terraplanagem, para maior facilidade de trabalho das máquinas; a utilização de projetos urbanísticos bastante convencionais e equivocados para a situação de encosta são aspectos recorrentes na produção habitacional social produzida pelo Estado que acarretam a

| | Observa-se que a t i p o l o g i a h a b i t a c i o n a l empregada pela CDHU, edifícios isolados implantados em meios a platôs, exige uma forte alteração do meio físico através de cortes, aterros e grandes muros de arrimo envolvendo altos custos financeiros, ambientais e sociais. Busca-se adequar o meio físico ao modelo urbano quando o mais sensato seria desenvolver novos modelos edilícios e urbanísticos para situações de encosta. Foto do autor 2004.

fig.50

| | Escadarias construídas perpendiculares à encosta "descolam-se" do perfil natural do terreno criando custosas estruturas de concreto que mais se parecem com as "Muralhas da China". Foto do autor 2004.

fig.51

| | Vista geral do lote 1 de urbanização, compreendendo 4 favelas e mais de 3.500 famílias. À esquerda, imagem que tem como base a foto de 2004 (com as ações de urbanização em andamento), à direita desenho ilustrando a solução urbanística final para esta área, onde se observa a remoção de vários setores do assentamento para a criação de áreas verdes de preservação (nas cotas mais altas dos morros), áreas para a construção de novas moradias (nas encostas), aberturas de vias, canalização de córregos e estabelecimento de um sistema linear de espaços urbanos (no centro da imagem), responsável pela configuração de uma nova centralidade no núcleo e que receberá equipamentos urbanos, tais como creches, posto de saúde e escolas, assim como espaços para o lazer. Deve-se observar que, para efeito desta de ilustração, não foram utilizadas nos setores de provisão habitacional tipologias habitacionais correntes da CDHU. Fonte: Google acesso set/2006 e desenho de Fábio Mariz Gonçalves (arquivo do autor).

fig.48

tão frágil com a presença de morros com altas declividades, rede hídrica densa e complexa e de matas a preservar.

A fragilidade do suporte físico, com inúmeras áreas de risco e áreas de difícil ocupação, e as restrições à ocupação determinadas pelo atendimento à legislação urbana e ambiental, impuseram um número muito elevado de remoções, elevando o custo do empreendimento. Estima-se que cerca de 67% do total de moradores serão removidos e reassentados em novas moradias ou em lotes urbanizados e regularizados nas áreas a serem consolidadas na favela. A companhia estadual pretende construir mais de 3.700 novas unidades no interior da gleba, 650 unidades em áreas próximas e 250 nos setores de ocupação consolidada.

Deve-se observar também que a tipologia habitacional empregada pela CDHU, edifício isolado implantado em meio a platôs, não é a mais adequada às grandes declividades do terreno, resultando em grandes cortes e aterros onerando ainda mais o custo da unidade habitacional.

A padronização das edificações e a adoção de em elenco reduzido de tipologias de edifícios, pouco adaptáveis a terrenos de topografia mais movimentada; a utilização de patamares amplos de terraplanagem, para maior facilidade de trabalho das máquinas; a utilização de projetos urbanísticos bastante convencionais e equivocados para a situação de encosta são aspectos recorrentes na produção habitacional social produzida pelo Estado que acarretam a

| | Observa-se que a t i p o l o g i a h a b i t a c i o n a l empregada pela CDHU, edifícios isolados implantados em meios a platôs, exige uma forte alteração do meio físico através de cortes, aterros e grandes muros de arrimo envolvendo altos custos financeiros, ambientais e sociais. Busca-se adequar o meio físico ao modelo urbano quando o mais sensato seria desenvolver novos modelos edilícios e urbanísticos para situações de encosta. Foto do autor 2004.

fig.50

| | Escadarias construídas perpendiculares à encosta "descolam-se" do perfil natural do terreno criando custosas