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19 Maria Wanderley e Sueli de Azevedo.

4. ESTUDO DE CASO: A FAVELA NOVA JAGUARÉ

4.3 O suporte físico

A cidade de São Paulo localiza-se dentro de uma Bacia sedimentar (Bacia de São Paulo), unidade geológica composta de areias, argilas e cascalhos da Formação São Paulo e da Formação Caçapava (Grupo Taubaté), de idade Terciário-Quaternário embasada por rochas cristalinas de idade Pré-Cambriana. Junto às margens dos rios e córregos encontram-se depósitos de aluviões fluviais de argila, areia

49

e cascalho de idade Quaternária.

A área objeto de estudo insere-se sobre uma das regiões aflorantes do embasamento Pré-Cambriano, onde a litologia do tipo (p Amg) - zonas de movimentacão tectônica intensificada, composta basicamente por granitos e gnaisse, se encontra bastante alterada. A sudoeste da área em questão, ainda no limite da Favela, encontram-se áreas de sedimentos da Formação São Paulo composta

50

basicamente de areias, argilas e cascalhos.

A área onde se encontra a favela se localiza na margem oeste do Rio Pinheiros e se distingue pela presença de colinas terciárias com amplitude de até 70m e declividades médias de 20%. A margem oeste do rio Pinheiros é caracterizada pela presença de colinas próximas à margem do corpo d'água, resultantes do afloramento e erosão de estratos mais profundos, já a margem leste, caracteriza-se pelo amplo vale fluvial resultante da deposição de solos sedimentares, onde cotas mais elevadas

Є

|Fig.69| Corte passando pelo Setor 1 (encosta retaludada e reinvadida, ao sul da favela - A). A tipologia edilícia e urbanística empregada procura associar a c o n t e n ç ã o d o t e r re n o à edificação e o estabelecimento de vias públicas com baixa declividade e escalonadas, possibilitando um duplo acesso às moradias. Fonte: imagem do autor.

|Fig.70| Corte pela encosta chamada "Morro do Sabão" (voltada para a marginal do rio Pinheiros, ao norte da favela - B). Taludes vegetados e escadarias associadas às pequenas praças estabelecem a ligação entre a parte alta e baixa da favela. Fonte: imagem do autor.

| | 49 De acordo com a Carta G e o l ó g i c a d a R e g i ã o Metropolitana da Grande São Paulo elaborada pela Emplasa na escala 1:100.000 e com o Atlas Ambiental elaborado pela Prefeitura Municipal.

|50| S e g u n d o re l a t ó r i o elaborado pela COBRAPE - Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos.

|fig.71| Carta Geológica da Região Metropolitana da Grande São Paulo.

Fonte: EMPLASA

4.3 O suporte físico

A cidade de São Paulo localiza-se dentro de uma Bacia sedimentar (Bacia de São Paulo), unidade geológica composta de areias, argilas e cascalhos da Formação São Paulo e da Formação Caçapava (Grupo Taubaté), de idade Terciário-Quaternário embasada por rochas cristalinas de idade Pré-Cambriana. Junto às margens dos rios e córregos encontram-se depósitos de aluviões fluviais de argila, areia

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e cascalho de idade Quaternária.

A área objeto de estudo insere-se sobre uma das regiões aflorantes do embasamento Pré-Cambriano, onde a litologia do tipo (p Amg) - zonas de movimentacão tectônica intensificada, composta basicamente por granitos e gnaisse, se encontra bastante alterada. A sudoeste da área em questão, ainda no limite da Favela, encontram-se áreas de sedimentos da Formação São Paulo composta

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basicamente de areias, argilas e cascalhos.

A área onde se encontra a favela se localiza na margem oeste do Rio Pinheiros e se distingue pela presença de colinas terciárias com amplitude de até 70m e declividades médias de 20%. A margem oeste do rio Pinheiros é caracterizada pela presença de colinas próximas à margem do corpo d'água, resultantes do afloramento e erosão de estratos mais profundos, já a margem leste, caracteriza-se pelo amplo vale fluvial resultante da deposição de solos sedimentares, onde cotas mais elevadas

Є

|Fig.69| Corte passando pelo Setor 1 (encosta retaludada e reinvadida, ao sul da favela - A). A tipologia edilícia e urbanística empregada procura associar a c o n t e n ç ã o d o t e r re n o à edificação e o estabelecimento de vias públicas com baixa declividade e escalonadas, possibilitando um duplo acesso às moradias. Fonte: imagem do autor.

|Fig.70| Corte pela encosta chamada "Morro do Sabão" (voltada para a marginal do rio Pinheiros, ao norte da favela - B). Taludes vegetados e escadarias associadas às pequenas praças estabelecem a ligação entre a parte alta e baixa da favela. Fonte: imagem do autor.

| | 49 De acordo com a Carta G e o l ó g i c a d a R e g i ã o Metropolitana da Grande São Paulo elaborada pela Emplasa na escala 1:100.000 e com o Atlas Ambiental elaborado pela Prefeitura Municipal.

|50| S e g u n d o re l a t ó r i o elaborado pela COBRAPE - Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos.

|fig.71| Carta Geológica da Região Metropolitana da Grande São Paulo.

Fonte: EMPLASA

do rio Pinheiros.

A área da favela é limitada à leste pelo extinto ramal ferroviário, aos pés da encosta, definindo uma estreita faixa plana e inundável na cota 725, a norte pela marginal do rio Pinheiros na cota 720, à oeste pela rua Lealdade, via sinuosa implantada a meia encosta entre as cotas 770 a 750, e ao sul pelos fundos das casas voltadas para a rua Eng. Vitor Freire.

Podemos dizer que a área da favela é dividida em dois setores, o primeiro - A -, mais ao norte, caracteriza-se por uma faixa de terra mais estreita (70m) definida pela linha de trem a leste e pela rua Lealdade à oeste e dominada por uma encosta íngreme convexa com amplitude de 30m e declividade média de 50%, o segundo setor - B -, na porção sul da área, caracteriza-se por uma faixa de terra mais larga (270m) dominada por uma encosta de morfologia complexa, alternando espigões e talvegues, com amplitude de 50m e declividade média de 20%. Esta diferença na morfologia do relevo dos setores irá induzir padrões de ocupação diferenciados para estas áreas.

só serão alcançadas a uma grande distância da margem do rio. Aziz Ab'Sáber comenta sobre a dissimetria da calha do rio Pinheiros.

"As colinas, os outeiros e os morros baixos que se alinham não longe da confluência do Tietê com o Pinheiros caracterizam-se por seus perfis abruptos e dissimétricos em relação às baixadas, aos terraços e patamares intermediários escalonados existentes no ângulo interno da referida confluência. Faltam ali, principalmente, os níveis intermediários que tão bem caracterizam as margens opostas. As encostas dos pequenos outeiros e morros aproximam-se muito da planície aluvial, decaindo rapidamente através de perfis convexos, fato que se observa tanto na vertente do Pinheiros como na do Tietê"

(AB'SÁBER, 2004:98)

A proximidade do Morro do Jaguaré ao canal do rio dramatiza ainda mais esta assimetria de relevo destacando- o na ampla paisagem do vale; não foi por acaso que o loteador desta área construiu uma torre-mirante na cota mais alta da colina (cota 785).

A encosta leste do morro do Jaguaré, assenta-se sobre uma das áreas aflorantes do embasamento Pré-Cambriano composto basicamente por granitos e gnaisse, portanto mais suscetíveis à erosão e concentra as maiores declividades. Nesta região, com declividade média de 40%, podemos encontrar áreas com declividade superiores a 100%, como o Morro do Sabão, encosta voltada para o canal

|fig.72| Topografia da área, as curvas de nível encontram-se representadas de cinco em cinco metros. As manchas cinzas representam áreas com declividade superior a 50%.

do rio Pinheiros.

A área da favela é limitada à leste pelo extinto ramal ferroviário, aos pés da encosta, definindo uma estreita faixa plana e inundável na cota 725, a norte pela marginal do rio Pinheiros na cota 720, à oeste pela rua Lealdade, via sinuosa implantada a meia encosta entre as cotas 770 a 750, e ao sul pelos fundos das casas voltadas para a rua Eng. Vitor Freire.

Podemos dizer que a área da favela é dividida em dois setores, o primeiro - A -, mais ao norte, caracteriza-se por uma faixa de terra mais estreita (70m) definida pela linha de trem a leste e pela rua Lealdade à oeste e dominada por uma encosta íngreme convexa com amplitude de 30m e declividade média de 50%, o segundo setor - B -, na porção sul da área, caracteriza-se por uma faixa de terra mais larga (270m) dominada por uma encosta de morfologia complexa, alternando espigões e talvegues, com amplitude de 50m e declividade média de 20%. Esta diferença na morfologia do relevo dos setores irá induzir padrões de ocupação diferenciados para estas áreas.

só serão alcançadas a uma grande distância da margem do rio. Aziz Ab'Sáber comenta sobre a dissimetria da calha do rio Pinheiros.

"As colinas, os outeiros e os morros baixos que se alinham não longe da confluência do Tietê com o Pinheiros caracterizam-se por seus perfis abruptos e dissimétricos em relação às baixadas, aos terraços e patamares intermediários escalonados existentes no ângulo interno da referida confluência. Faltam ali, principalmente, os níveis intermediários que tão bem caracterizam as margens opostas. As encostas dos pequenos outeiros e morros aproximam-se muito da planície aluvial, decaindo rapidamente através de perfis convexos, fato que se observa tanto na vertente do Pinheiros como na do Tietê"

(AB'SÁBER, 2004:98)

A proximidade do Morro do Jaguaré ao canal do rio dramatiza ainda mais esta assimetria de relevo destacando- o na ampla paisagem do vale; não foi por acaso que o loteador desta área construiu uma torre-mirante na cota mais alta da colina (cota 785).

A encosta leste do morro do Jaguaré, assenta-se sobre uma das áreas aflorantes do embasamento Pré-Cambriano composto basicamente por granitos e gnaisse, portanto mais suscetíveis à erosão e concentra as maiores declividades. Nesta região, com declividade média de 40%, podemos encontrar áreas com declividade superiores a 100%, como o Morro do Sabão, encosta voltada para o canal

|fig.72| Topografia da área, as curvas de nível encontram-se representadas de cinco em cinco metros. As manchas cinzas representam áreas com declividade superior a 50%.