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CAPÍTULO 4: ESTRATÉGIA NACIONAL DO MECANISMO DE REDUÇÃO DE

4.3 Quadro institucional e sua inclusão na agenda

com terra insuficiente para atividades agrícolas e florestais, dando prioridade às mulheres chefe de família e população vítima de deslocamento forçado. Haverá outros mecanismos de acesso, como os subsídios integrais e créditos especiais para a compra de terras. Para o anterior o governo dispõe de três milhões de hectares para distribuição num prazo de dez anos (COLOMBIA, 2014).

x Legalização da Propriedade: plano massivo de legalização da pequena e média propriedade para aqueles que de fato possuem terra, mas não os meios legais que os definam como proprietários (Ibd, pg 5).

x Cadastro Rural: instrumento que permitirá regularizar de forma mais transparente os diversos títulos de propriedade de terra e demais direitos adquiridos, e facilitará a coleta de impostos prediais nos municípios e assim promover o uso adequado da propriedade, de forma produtiva e sustentável (Ibidem, pg 7).

x Jurisdição Agrária: criação de uma nova jurisdição agrária para resolver os conflitos de uso e posse da terra de forma ágil e garantir a proteção aos direitos de propriedade dos agricultores e moradores rurais. Com isto se permite deter o deslocamento forçado, a resolução de conflitos e a construção da paz (Ibidem, pg 6).

x Demarcação da Fronteira Agrícola e Proteção Ambiental: demarcação da fronteira agrícola visando a proteção das áreas de interesse ambiental especial como

"páramos", bacias hidrográficas, manguezais, e as áreas relevantes para a provisão de água, através de um plano de zoneamento ambiental, compatível com a preservação de alternativas econômicas das comunidades e das linhas de desenvolvimento para a etapa do pós-conflito (Ibidem pg, 8-10).

4.3 Quadro institucional e sua inclusão na agenda

O quadro institucional compreende as diferentes leis, políticas, programas e estratégias que influenciam o desenvolvimento e implementação da estratégia nacional de REDD+, denominada aqui de ENREDD+, priorizando o setor florestal na agenda política, através de instituições de monitoramento em diferentes escalas. A Colômbia tem desenvolvido tanto a mitigação quanto adaptação, sugeridas pela UNFCCC, para combater o

fenômeno da mudança do clima. A adaptação é definida como o conjunto de iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade da sociedade e a suscetibilidade dos sistemas naturais perante os efeitos reais ou esperados das mudanças climáticas. Por outro lado a mitigação é definida como a intervenção humana para reduzir a pressão antropogênica sobre o sistema climático, através de estratégias de redução das fontes de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de aumento dos estoques de carbono na atmosfera através da conservação e aumento dos sumidouros de CO2 (IPCC, 2001).

A Colômbia participa com apenas 0,37% das emissões ocorridas mundialmente, o que coloca o país entre os integrantes do “Não Anexo 1”, ou seja, países em desenvolvimento que não estão obrigados a reduzir suas emissões podendo exigir ações por parte dos países desenvolvidos presentes no Anexo I, amparados no principio das “comuns mas diferenciadas responsabilidades” (UNFCCC, 2014). Mesmo assim, a Colômbia têm assumido os compromissos nas negociações de reduzir suas emissões comprometendo-se a reduzir em 20% suas emissões para o ano 2030, e inclusive, se comprometendo a diminuir em até 30%, para a qual se espera contar com cooperação internacional suficiente (GARCIA, et al 2016).

No contexto internacional relativo à luta contra mudanças climáticas, a Colômbia faz parte da UNFCCC desde o ano de 1994 na qual ratificou a convenção quadro por meio da lei 164 de 1994. Em 2000 o Protocolo de Kyoto foi ratificado por meio da lei 629/2000, e em 2001 foi publicada a primeira comunicação nacional de mudança do clima para informar as ações adotadas no âmbito da UNFCCC contando com a participação de mais de 70 instituições nacionais públicas e privadas. Em 2002 o Departamento Nacional de Planejamento lançou os primeiros delineamentos de Política para a Mudança do Clima, a qual incentivou a criação do grupo de mitigação de mudanças climáticas nas dependências do então Ministério de Ambiente, Moradia e Desenvolvimento Territorial, hoje Ministério de Desenvolvimento Sustentável. Em 2009 foi lançado o primeiro Inventario Nacional de Fontes e Sumidouros de GEE, com base no qual foi enviada à UNFCCC a segunda comunicação oficial em mudanças do clima (Segunda Comunicación Nacional, 2010).

A Colômbia possui documentos do Conselho Nacional de Política Econômica e Social (CONPES)42 que orientam o planejamento nacional em todos os setores relacionados

42 O CONPES é o organismo máximo de coordenação da Política Econômica e Social do país, e exerce sua função através dos chamados documentos do CONPES, no qual formula as linhas gerais e diretrizes em matéria de macro política para as instituições nacionais.

ao tema florestal. Entre eles devem ser mencionados o Plano de Ação para a Floresta Colombiana (PAFC), aprovado pelo CONPES 2429 (DNP, 1989), a política Florestal através CONPES 2834 (MADS e DNP, 1996), e o CONPES 3700 contendo a Estratégia Institucional de Coordenação de Políticas e ações sobre Mudança do Clima (DNP et al, 2011). A Colômbia tem desenvolvido também quatro estratégias nacionais para encarar os temas de mitigação e adaptação à mudança do clima, sendo o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, a Estratégia para o Desenvolvimento em Baixo Carbono, a Estratégia Nacional para a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal e a Estratégia Financeira para a Proteção contra desastres. Essas políticas, que serão analisadas com profundidade mais adiante, têm sido executadas pelo Ministério de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e enquadradas no Plano Nacional de Desenvolvimento PND 2014-2018. Além disso, o Conselho Nacional de Política Econômica, CONPES 3700, estabeleceu a criação do Sistema Nacional sobre Mudança do Clima (SISCLIMA) através do qual deverá articular todos os atores necessários para levar a cabo as políticas climáticas antes mencionadas, seguindo as diretrizes da UNFCCC para o combate a este fenômeno.

Na figura 5 está indicada a composição da comissão intersetorial para a mudança do clima (SISCLIMA):

Figura 5: COMISSÃO INTERSETORIAL PARA A MUDANÇA DO CLIMA.

Fonte: FINDETER, 2016