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Quadros Descritivos: Viajantes Naturalistas

CAPÍTULO IV – A PALAVRA DOS VIAJANTES NATURALISTAS NA ESTRADA

4.2 Quadros Descritivos: Viajantes Naturalistas

JEAN LOUIS RODOLPHE AGASSIZ

IDENTIFICAÇÃO

Jean Louis Rodolphe Agassiz nasceu em 1807 na Suíça e faleceu nos EUA em 1873. Estudou em universidades suíças e alemãs, descrevendo, a convite de von Martius, os peixes que Spix trouxera do Brasil. Fixou-se nos EUA, naturalizando-se americano. Recebeu como presente uma viagem ao Brasil que foi financiada por um milionário. Sua segunda esposa Elizabeth Cary Agassiz, grande parceira e colaboradora, tem o mérito de ter sido a verdadeira organizadora do volume de viagens ao Brasil, já que o marido escreveu apenas anotações.

PERÍODO NO

BRASIL 1865-1866.

ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Rio de Janeiro, Petrópolis e Juiz de Fora.

OBRAS Viagem ao Brasil, 1865-1866.

OBSERVAÇÕES

Mesmo não se referindo à região mineira do Ciclo do Ouro, o livro de Agassiz é riquíssimo com relação a notícias ligadas a Dom Pedro II; e também à classificação da fauna ictiológica brasileira. Encontramos alguns interessantes registros toponímicos referentes às cidades do Caminho Novo.

Quadro 08 – Bunbury

CHARLES JAMES FOX BUNBURY

IDENTIFICAÇÃO

Charles James Fox Bunbury pertencia à família inglesa Bunbury e visitou o Brasil passando somente pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde se deteve a maior parte do seu tempo. Sabemos que o naturalista veio para o Rio de Janeiro em julho de 1833, permanecendo nessa cidade até dezembro do mesmo ano para viajar, em seguida, ao Rio da Prata. Ao regressar para o Rio de Janeiro em março de 1834, viajou para as Minas de Ouro, permanecendo na Província de Minas Gerais até 1835.

PERÍODO NO

BRASIL 1833-1835

ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Do Rio de Janeiro, pelo Caminho Novo até Minas Gerais (1834- 1835), visitando Barbacena, Ouro Preto, Mariana, Catas Altas, Cocais, Caeté, Serro, Congonhas, São João del-Rey, dentre outras.

OBRAS Viagem de um Naturalista Inglês ao Rio de Janeiro e Minas Gerais – 1833-1835.

OBSERVAÇÕES

Os relatos apresentados são marcados por descrições bem humoradas com algumas críticas à organização político-social brasileira. Faz referências à falta de comunicação entre o litoral e o interior e ao sistema deficiente da educação brasileira. O viés do olhar europeu é marcante no que vê e julga, todavia a obra traz descrições interessantes sobre a toponímia dos lugares visitados.

Quadro 09 – Burmeister

DR. HERMANN BURMEISTER

IDENTIFICAÇÃO

Dr. Hermann Burmeister nasceu em Strallsund, Prússia e morreu em Buenos Aires. Professor e naturalista nas áreas de Zoologia e Geologia, veio para o Rio de Janeiro para estudar a Lagoa Santa- MG, partindo depois para a Argentina.

PERÍODO NO BRASIL

1850-1852.

ITINERÁRIO NA

ESTRADA REAL Do Rio de Janeiro às cidades do Ciclo do Ouro: Mariana, Ouro Preto, Congonhas e depois Lagoa Santa

OBRAS Viagem ao Brasil através das Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, 1853.

OBSERVAÇÕES

A obra de Burmeister é um relato feito com muita fundamentação científico-descritiva das regiões por onde passou, na medida em que o seu principal objetivo era construir uma história natural dos distritos auri-diamantíferos. De suas explorações resultaram contribuições preciosas para o conhecimento da fauna brasileira e também da toponímia.

Quadro 10 – Burton

RICHARD FRANCIS BURTON

IDENTIFICAÇÃO

Sir Richard Francis Burton era inglês, de origem irlandesa. Nasceu em 1821 e faleceu em 1890. Veio para o Brasil para exercer o cargo de Cônsul. Educado fora dos moldes clássicos, passou a infância na Itália e na França e, por isso, encontrou grande facilidade no aprendizado de novas línguas e dialetos. Chegou a conhecer 25 dialetos dos povos visitados! Viveu na Índia durante sete anos, publicando quatro livros sobre a cultura e a geografia orientais. Realizou também excursões à África e aos EUA, publicando também obras relativas a esses lugares.

PERÍODO NO BRASIL

1865-1868

ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Do Rio de Janeiro a Petrópolis, Juiz de Fora em direção a São João del-Rey pelo Caminho Novo (1867) visitou Ouro Preto, Mariana, Sabará, Três Barras e Diamantina.

OBRAS Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho Viagem aos planaltos do Brasil.

OBSERVAÇÕES

A narrativa das viagens atesta a grande erudição do autor e também o profundo conhecimento da realidade brasileira. As suas obras apresentam excelentes anotações toponímicas.

Quadro 11 – Casal

MANUEL AIRES DE CASAL

IDENTIFICAÇÃO

Manuel Aires de Casal nasceu em Portugal e para lá retornou com a família real em 1821. Pairam muitas controvérsias e dúvidas a respeito dos dados biográficos relacionados a ele. Sabemos, no entanto, que ele era padre secular.

PERÍODO NO

BRASIL 1817

ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Descrições que abrangem os quatro caminhos da Estrada Real:

Velho, Novo, Diamantes e Sabarabuçu.

OBRAS Corografia Brazílica: 1817.

OBSERVAÇÕES

A obra traz informações históricas e geográficas de cada província brasileira. No desejo de construir uma “corografia”, constituiu-se a primeira obra escrita sobre a geografia brasileira, ainda que imprecisa. Depois de descrever o litoral e o Vale do Paraíba com suas vilas e logradouros do Caminho Velho, traça características da Província de Minas Gerais, apresentando descrições relativas à orografia, zoologia, mineralogia, fitologia e registros sobre a toponímia de Minas Gerais.

Quadro 12 – Castelnau

FRANCIS DE LA PORTE, CONDE DE CASTELNAU

IDENTIFICAÇÃO

Francis de la Porte, Conde de Castelnau, nasceu em Londres em 1812 e faleceu em Melbourne, Inglaterra em 1880. Foi o chefe da expedição enviada pelo governo francês ao Brasil. Em 12 de outubro de 1843, sua expedição teve início, deixando o Rio de Janeiro em direção a Minas Gerais, e de lá seguiu para o interior do Brasil e países vizinhos.

PERÍODO NO

BRASIL 1843-1847

ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Do Rio de Janeiro em direção a Minas Gerais, pelo Caminho

Novo, passando em Juiz de Fora, Barbacena, Ouro Preto e Ouro

Branco.

OBRAS Expedição às Regiões Centrais da América do Sul. OBSERVAÇÕES

Obra que foi escrita com base científica, apresentando estudos sobre a mineração. Os relatos são interessantes sob o ponto de vista histórico e toponímico.

Quadro 13 – Debret

JEAN BAPTISTE DEBRET

IDENTIFICAÇÃO

Jean Baptiste Debret nasceu em Paris em 1768, falecendo em 1848. Desde pequeno estudou pintura com o renomado pintor Davi. Veio para o Brasil integrando a Missão Artística Francesa. No Rio de Janeiro exerceu o cargo de professor na Academia de Belas Artes. Publicou em França em 1834 uma obra sobre a sua viagem e sua estada em terras brasileiras, com notas, ilustrações sobre os costumes, a fauna e a flora, não deixando de mostrar os indígenas e a sua organização social.

PERÍODO NO BRASIL 1816 a 1831 ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL Rio de Janeiro.

OBRAS Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. OBSERVAÇÕES

Ainda que sejam breves os comentários sobre o Rio de Janeiro, o trabalho retrata o cotidiano, e o processo de independência do Brasil. Desenhista atento às questões sociais, o artista conferiu também dignidade aos índios que retratou, deixando registros toponímicos em seus escritos.

Quadro 14 – D’orbigny

ALCIDE D’ ORBIGNY

IDENTIFICAÇÃO Alcide D’ Orbigny nasceu em 1802 e faleceu em 1875. Foi um naturalista francês que veio depois de Saint-Hilaire e permaneceu 8 anos viajando pela América Latina e África.

PERÍODO NO BRASIL

1833-1834

ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Partindo do Rio de Janeiro, visitou o Distrito Diamantino e as cidades ligadas ao Ciclo do Ouro e da Mineração.

OBRAS Viagem Pitoresca através do Brasil.

OBSERVAÇÕES

A expedição de Alcides d’Orbigny à América do Sul, de 1826 a 1834 só parcialmente interessa ao Brasil, por isso, a obra Voyage

Pittoresque dans les deux Amériques foi compilada com o objetivo

de apresentar somente o conteúdo que se refere ao nosso país. Podemos perceber a importância da obra na apresentação de dados históricos e geográficos sobre aos lugares visitados, bem como na descrição dos indígenas e a sua organização. Sobre a região mineradora, as narrativas são carregadas de notas toponímicas sobre o modo de ser dos mineiros.

Quadro 15 – Eschwege

WIHELM VON ESCHWEGE

IDENTIFICAÇÃO

Wihelm von Eschwege nasceu na Alemanha em 1777 e faleceu em 1855. Formou-se na Universidade de Gottingen. Depois, esteve em Portugal a serviço da Coroa, vindo a trabalhar no Brasil em atividades relacionadas à mineração e à metalurgia. Em todo tempo que aqui esteve dedicou-se a pesquisas geológicas na região de Minas Gerais. PERÍODO NO BRASIL 1810-1821 ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Distrito Diamantino (1811-1821) e regiões mineradoras.

OBRAS Pluto Brasiliensis.

OBSERVAÇÕES

Eschwege não pode ser considerado somente um viajante, propriamente falando embora, a serviço de Portugal, em Vila Rica, tenha percorrido Minas e São Paulo por diversas vezes. Entretanto, esteve sempre em contato com os viajantes, acolhendo-os em sua casa e encorajando-os em suas dificuldades. Fixou residência em Ouro Preto, de onde por algumas vezes partiu em expedições científicas ao Rio São Francisco e ao Vale do Rio Doce. Como resultado dessas viagens deixou estudos sobre a vida dos coroados e botocudos. A sua obra “Pluto Brasiliensis” é um denso tratado

sobre a mineração em território mineiro, além de detalhar e estudar a produção, cultura, população, costumes, indústrias, finanças e legislação em Minas.

Quadro 16 – Freireyss

GEORG WILHELM FREIREYSS

IDENTIFICAÇÃO

Georg Wilhelm Freireyss nasceu em Frankfurt em 1789, na Alemanha e faleceu no Brasil em 1825. Era zoólogo, botânico e naturalista. Veio ao Brasil sob o patrocínio do Governo Real. Em 1815-17 foi companheiro do príncipe Maximiliano de Wied- Neuwied, pelas Províncias do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Dedicou-se, posteriormente, aos estudos de emigração.

PERÍODO NO BRASIL

1813 -1825

ITINERÁRIO NA

ESTRADA REAL Do Rio de Janeiro em direção a Minas Gerais (1814-1815): Vila Rica, Mariana, aldeias indígenas e Presídio de São João Batista.

OBRAS Viagem ao Interior do Brasil.

OBSERVAÇÕES

Dedicando a sua obra a José Bonifácio, nela revelou o interesse alemão pelas terras brasileiras. Suas observações são minuciosas e mostram aspectos da cultura brasileira ligados a fatos corriqueiros como as dificuldades para se “entrar no sertão”ν o incômodo do bicho-do-pé; a amolação das onças para os fazendeiros; a forma como se realizam as caçadas e o modo de viver dos indígenas. Deixou registros toponímicos interessantes.

Quadro 17 – Gardner

GEORGE GARDNER

IDENTIFICAÇÃO

George Gardner de origem inglesa, nasceu em 1812 e faleceu em 1849. Foi Superintendente dos jardins botânicos do Ceilão. Em sua chegada ao Brasil, inicialmente realizou excursões botânicas pelos arredores da cidade; depois passou a excursionar para o interior do Estado. Viajou para Pernambuco, Bahia, Alagoas, Ceará, Província do Crato, Piauí, Goiás e Minas Gerais, indo por último ao Maranhão. PERÍODO NO BRASIL 1836-1841 ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Rio de Janeiro e Magé. Em Minas Gerais (1840) esteve no Distrito Diamantino, passando pelas principais vilas do Ciclo do Ouro.

OBRAS Viagem ao interior do Brasil. OBSERVAÇÕES

Em suas observações traçou interessantes comentários sobre o modo de ser do brasileiro e o seu comportamento social. Visitou as minas de ouro e fez descrições muito interessantes sobre a natureza que encontrou nas montanhas e vales por onde passou, com apontamentos toponímicos.

Quadro 18 – Langsdorff

GEORGE HEINRICH VON LANGSDORFF

IDENTIFICAÇÃO

George Heinrich Von Langsdorff nasceu em Woelstein (Hesse) em 1773 e faleceu em 1852. Sempre se dedicou ao estudo da botânica, tomando por este motivo, parte da expedição ao redor do mundo, que foi organizada sob a ordem do imperador Alexandre I. Essa viagem ocorreu entre 1803 a 1806 e quem esteve à frente dela foi o almirante Adão João Von Krusenstein. Nomeado cônsul geral da Rússia no Brasil, em 1825, o imperador incumbiu diretamente a Langsdorff para que fizesse uma comissão científica destinada à exploração de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Amazonas e Pará. PERÍODO NO BRASIL 1822-1829 ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Pelo Caminho Novo (1825), saindo da Fazenda Mandioca e passando por Sebol (no Rio de Janeiro), Rio Paraibuna, Simão Pereira, Barbacena, São João del-Rey, Tiradentes, Mercês, Ouro Preto e vizinhanças. Pelo Caminho Velho, no estado de São Paulo, Vale do Paraíba, passando em Taubaté, Pindamonhangaba, Aparecida, Guaratinguetá, Lorena, Areias e Bananal.

OBRAS

Os Diários de Langsdorff: Rio de Janeiro e Minas Gerais (Vol. I,

de 08 de maio de 1824 a 17 de fevereiro de 1825); São Paulo (Vol. II, de 26 de agosto de 1825 a 22 de maio de 1826).

OBSERVAÇÕES

A expedição científica formada e chefiada por Langsdorff compunha-se de estudiosos naturalistas e artistas de grande competência: Rubzoff (astrônomo), Chistiano Hanse (zoólogo), Rugendas (pintor), Adriano Taunay (pintor), Hércules Florence (desenhista) e outros que devido as dificuldades e tropeços foram integrando ou substituindo os que inicialmente foram selecionados. Sabemos que Langsdorff viajou com Saint-Hilaire (1816) à Província de Minas Gerais, encontrando-se ambos com Eschwege, visitando as cidades da zona mineradora. A sua obra contém importantes informações científicas sobre a botânica e anotações toponímicas sobre os lugares visitados.

Quadro 19 – Luccock

JOHN LUCCOCK

IDENTIFICAÇÃO Inglês e comerciante. Existem pouquíssimos dados sobre sua origem. PERÍODO NO

BRASIL 1808-1818

ITINERÁRIO NA

ESTRADA REAL Vindo pelo Caminho Novo (1817-1817) em direção a São João D’El-Rei, pelo Caminho Velho até Vila Rica e arredores.

OBRAS Notas sobre o Rio de Janeiro e Partes Meridionais do Brasil:1975.

OBSERVAÇÕES

Sua obra pode ser considerada como um documento histórico no que se refere à descrição dos costumes e acontecimentos políticos do país.

Quadro 20 – Mawe

JOHN MAWE

IDENTIFICAÇÃO

John Mawe nasceu em Derbyshive em 1764 e faleceu em Londres em 1829. Era comerciante inglês e veio ao Brasil a negócios, aqui permanecendo 10 anos. PERÍODO NO BRASIL 1808-1818 ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Pelo Caminho Novo foi à Vila Rica e arredores, chegando ao Distrito Diamantino.

OBRAS Viagem ao Interior do Brasil: 1812.

OBSERVAÇÕES

A obra é inestimável com relação à descrição dos costumes e da capacidade produtiva das minas, no período da decadência da mineração. O autor prima por suas impressões pessoais e confere à sua obra um exemplo documental precioso das regiões por onde andou, no que se refere ao conhecimento da Mineralogia e Geologia.

Quadro 21 – Pohl

JOHANN EMANUEL POHL

IDENTIFICAÇÃO

Johann Baptist Emanuel Pohl veio para o Brasil como membro da Expedição Científica que acompanhou D. Leopoldina, por ocasião de seu casamento com D. Pedro. Nascido em 1782 na Bohemia. Era médico, mineralogista e botânico e faleceu em 1834.

PERÍODO NO BRASIL

1817-1821

ITINERÁRIO NA

ESTRADA REAL Do Rio de Janeiro, pelo Caminho Novo (1820-1821), foi a São João del-Rey, passando por Barbacena, Ouro Preto e arredores.

OBRAS Viagem no interior do Brasil.

OBSERVAÇÕES

Seu diário de viagem é um valioso documento para os estudiosos interessados na história brasileira, especialmente no período que antecedeu a independência do Brasil. Coligiu grande quantidade de material mineralógico e cerca de 4.000 espécies de plantas, levando todo esse material para Viena. Os seus relatos são marcados pelo refinamento cultural e pelo bom humor. Neles emergem ótimas referências toponímicas.

Quadro 22 – Saint-Hilaire

AUGUSTE FRANÇOIS CESAR PROUVENÇAL DE SAINT-HILAIRE

IDENTIFICAÇÃO

Auguste François Cesar Prouvençal de Saint-Hilaire nasceu em Orléans, França. Foi um grande estudioso da botânica e veio para o Brasil na companhia do Duque de Luxemburgo, embaixador da França. É certamente o viajante da época que mais viajou pelo interior do Brasil. Foram 6 anos de viagens com grandes jornadas de exploração científica pelas províncias do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Cisplatina. Visitou as regiões do Jequitinhonha, as cabeceiras do S. Francisco, o Rio Claro e o Uruguai, num percurso de 2500 léguas. A finalidade de suas viagens foi estudar a flora brasileira. 1799 – 1853 PERÍODO NO BRASIL 1816-1822 ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Esteve por diversos períodos em Minas Gerais e nas regiões da Estrada Real. Em Viagem às Nascentes do Rio São Francisco, Saint- Hilaire embarcou no Rio de Janeiro, passando pelo Rio Inhomirim, cidade de Valença, Serra Negra, pelo Caminho Novo. Visitou São João del-Rei e arredores. Em Viagem Pelo Distrito dos Diamantes e

Litoral do Brasil, ele passou pela região do Distrito dos Diamantes,

descrevendo o Tijuco, Morro de Gaspar Soares, Itajuru, Caeté, Serra da Piedade, Sabará, Congonhas e São João del-Rei. Em Segunda

Viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a São Paulo, Saint-

Hilaire veio do Rio de Janeiro em direção a Minas Gerais pelo

Caminho Novo, atravessando o registro do Rio Preto, Barbacena e

São João del-Rei. Entrou no Caminho Velho, visitando Aiuruoca, Baependi e Pouso Alto. Depois, descendo a Mantiqueira em direção ao Estado de São Paulo, passou em Cachoeira Paulista, Guaratinguetá, Taubaté e vizinhanças em direção a São Paulo.

OBRAS

Viagem Pelas Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais; Segunda viagem ao Rio de Janeiro, a Minas Gerais e a São Paulo; Viagem às Nascentes do Rio São Francisco; Viagem Pelo Distrito dos Diamantes e Litoral do Brasil.

OBSERVAÇÕES

Dentre os naturalistas que exploraram o Brasil, poucos reuniram coleções maiores e de mais valor do que Saint-Hilaire. Além dos livros conhecidos, deixou vários outros escritos esparsos em revistas científicas de sua época, como resultado de suas indagações botânicas no Brasil, tais como Plantes usuelles des Brésiliens (Paris, 1824);

Flora Brasiliae Meridionalis (Paris, 1825-1832, 3 volumes). Sua

contribuição para a etnografia brasileira é notável, especialmente com relação aos botocudos, aos caiapós das cabeceiras do S. Francisco, aos coroados do Xopotó e a outros selvagens da região de Minas Novas. Um aspecto que chama a atenção na obra de Saint-Hilaire é a fidelidade com que ele soube grafar as palavras portuguesas, revelando o seu interesse pela nossa língua. Suas observações, em sua maioria, são incontestáveis e abrangem o homem, os usos e costumes, os caminhos e as minas, a habitação e o vestuário, alimentação e as moléstias, as igrejas e as hospedarias e tudo o que lhe chegasse aos olhos. Apresenta excelentes registros toponímicos.

Quadro 23 – von Spix E von Martius

JOHANN BAPTIST VON SPIX; KARL FRIEDRICH PHILIPP VON MARTIUS

IDENTIFICAÇÃO

Karl Friedrich Philipp von Martius nasceu na cidade de

Erlangen em 1794, no norte da Baviera, e faleceu em Munique em 1868. Johann Baptist von Spix nasceu em Hochstadt em 1781, falecendo também em Munique, Alemanha em 1826. Eram muito jovens quando vieram para o Brasil. Tinham 36 e 23 anos respectivamente. Eles viajaram pesquisando a fauna e a flora brasileiras.

PERÍODO NO BRASIL 1817-1820

ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Do Rio de Janeiro a São Paulo, pelo Caminho Velho (1818), passando pelo Vale do Paraíba e pela Serra da Mantiqueira chegando até Vila Rica e à zona de mineiração.

OBRAS Viagem pelo Brasil.

OBSERVAÇÕES

Os trabalhos de von Spix e von Martius, conduzidos em boa parte através da visitação de lugares inexplorados, lançaram luz sobre a geografia brasileira e a etnografia indígena, já que ambos fizeram um excelente trabalho de coleta de vocabulários de diversas línguas sul-americanas. Do inventário de suas coleções, por diversas vezes enviadas a Munique, constam mais de 6.500 espécies de plantas e 3.381 espécies de animais. Com relação à exploração geográfica do país, eles traçaram mapas de grande valor para o conhecimento das regiões do interior brasileiro. Mandaram imprimir em Munique um catálogo

chamado General Karte von Sud-Amerika, considerado em seu tempo um dos trabalhos mais completos sobre o Novo Mundo. Com o falecimento de Spix, em 1827, Martius que viveu ainda mais de 40 anos, consagrou toda a sua pesquisa ao Brasil, publicando muitos trabalhos sobre botânica. Esses encontram-se hoje impressos em 46 fascículos, cuja classificação botânica chega a 850 famílias de plantas, com mais de 8.000 espécies descritas. Complemento indispensável à obra mencionada é ainda Glossaria

Linguarum Brasilietium, 1823, obra que trata de

Quadro 24 – Walsh

ROBERT WALSH

IDENTIFICAÇÃO

O reverendo Robert Walsh foi um líder religioso que acompanhou a embaixada inglesa de Lord Strangsford na função de capelão. Chegou ao Rio de Janeiro em 16 de outubro de 1828, retornando à Inglaterra na metade do ano seguinte.

PERÍODO NO BRASIL

1828-1829

ITINERÁRIO NA ESTRADA REAL

Saindo do Rio de Janeiro até Minas Gerais pelo Caminho Novo, passando em Barbacena, Tiradentes, São João del-Rei, Ouro Preto, Congonhas, Ouro Branco. Visitou as minas e as áreas mineradoras. Retornou ao Rio de Janeiro por uma estrada diferente, chegando ao Porto da Estrela.

OBRAS Notícias do Brasil: 1828-1829.

OBSERVAÇÕES

A obra Notícias do Brasil é mais do que um simples relato de